Saint Seiya - Lilium Desire escrita por Casty Maat


Capítulo 3
2 - A quem meu coração pertence


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora ç.ç



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2 - A quem meu coração pertence

Nos tempos mitológicos houve apenas um pequeno tempo de paz quando as armaduras ficaram prontas. Os santos aproveitavam para treinarem e ficarem mais fortes para proteger a terra. Aquele universo era ainda muito fechado, todos ainda com medos, mas todos os seres viventes sabiam de suas existências não como lendas, mas como uma realidade.

Theodore era um dos caçulas como cavaleiro, trajando sua armadura de Lírio. Tons prateados, com detalhes azulados, a armadura de prata não cobria todo o corpo como uma armadura de ouro, mas era bonita e vívida.

Havia sido treinado nos arredores e nunca tivera contato direto com ninguém no Santuário e aquele era o primeiro dia dele no recém construído local sagrado.

Não conseguia dormir no alojamento, o calor o incomodava, então decidiu sair e conhecer o local por conta. Encontrou um grande lago coberto e uma jovem de cabeleira roxa treinando. Era extremamente raro mulheres e ele aprendeu que a primeira mulher cavaleiro escondeu seu rosto numa máscara para os homens jamais enxergarem seus sentimentos, assim tentando se igualar aos homens. E colocou a ameaça de que quem a visse sem o objeto morreria. E de fato, muitos homens morreram, achando que seriam guerreiras-prostitutas e tentaram de todo modo usá-la. E então a tradição se espalhou, assim como a lenda. As amazonas se tornaram um motivo de terror.

Aquela moça usava golpes com corrente de vento, destruindo alguns rochedos, usava uma máscara limpa, sem detalhes. A roupa era de um tom de roxo mais rosado, uma calça curta, uma bota longa e a outra curta. A mão que mais socava usava luca com proteção no punhos e a outra uma luva mais voltada para proteger o antebraço. O modo como ela se movimentava era gracioso e bonito, mas muito ágil e furioso.

"Ela deve ser bem poderosa... Gostaria de um dia medir forças com ela" - pensou Theodore enquanto a observava, com um sorriso sincero.

Foi quando algo lhe chamou a atenção, num dos golpes, um pedaço de rocha a atingiu na cabeça, fazendo ela desmaiar e cair na água. O jovem Lírio apenas a viu cair, esperando que fosse apenas um desequilíbrio e ela voltaria. Mas começou a notar que não. Theodore desceu do morro onde estava a observar o treino e mergulhou no lago, e assim que a encontrou, nadou de volta para a superfície.

–Ei, moça! Moça! - deu leves batidas no rosto, tentando acordá-la. Foi quando notou que ela nãp estava respirando. - Oh, minha Atena!

Nadou até a margem. A pulsação estava fraca, mas ainda dizia que estava viva. Temia a história sobre as amazonas, mas não tinha opção, não podia deixá-la morrer ali, assim. Retirou a máscara, nem se preocupando em decorar o rosto dela e iniciou os procedimentos de respiração boca-a-boca.

Estava quase desistindo quando a moça começou a tossir a água para fora, tentando se levantar, enquanto tentava levantar. Theodore tentou fazê-la deitar quando ela notou que estava sem máscara. A amazona passou a elevar seu cosmo, o deixando violento.

–O que pensa estar fazendo, homem imundo!? - ela resmungou, sua voz delicada rasgada de raiva.

Foi quando notou de verdade seu rosto: a pele mais branca que o resto do corpo, traços delicados e olhos castanhos que sob a lua pareciam até dourados.

–Eu salvei sua vida, garota. Você quase morreu afogada.

–Devia ter me deixado morrer afogada! Agora vai morrer! - ela se afastou mas se desequilibrou ao sentir uma forte dor na cabeça, onde a pedra a atingiu. Theodore a apoiou. - ME SOLTE, HOMEM!

–Que tipo de cavaleiro eu seria deixando uma companheira de armas morrer assim? E eu não faço parte do grupo de cavaleiros que lhes hostilizam, não tem que ficar me tratando como cachorro.

–Mas vocês homens são um bando de animais imbecis. Se não fosse vocês que adoram vangloriar o que tem nas pernas, não precisaríamos agir como criminosas! - ela se soltou de Theodore, o lançando longe com o vento.

O cavaleiro de prata gemeu pela dor nas costas ao bater numa rocha.

–Eu, Mia de Vela, irei tirar sua vida... homem... - disse ela tomando a máscara em mãos e a recolocando no rosto.

"Ok, esquece a parte do 'um dia lutarmos'! Isso não tá nada bom!"

Theodore se desviou com dificuldade, Mia parecia o vento: imprevisível, rápido.

–Ei, senhorita Mia! Será que dá para ter compaixão pela pessoa que salvou você? - berrou o cavaleiro de prata. - Eu não tenho culpa por ser homem!

–Só tem um homem que eu perdôo! - ela atacou e novamente Theodore desviou. - Pare quieto num lugar, cavaleiro! Inseto desgraçado!

–E você acha que vou deixar você me matar? A pedra que bateu na sua cabeça te deixou burra?

Mia abriu um buraco no chão, fazendo Theodore saltar para trás. Mas ao completar o golpe, Mia desmaiou de novo. Lírio caiu de bunda no chão e ficou receoso de se aproximar da amazona de novo. Quando decidiu ir até a mulher, foi barrado por uma parede de chamas. Do mesmo lugar de onde ele observava o treino de Mia, saltou uma figura pequena para os padrões robustos do Santuário. Reparou que era um garoto, uma criança pouco antes do "espichar" da adolescência, com vistosos cabelos ruivos e olhos vermelhos brilhantes.

Apesar de Theodore ter sido o último no momento a receber uma armadura, ele não era o mais novo em idade e sim aquele misterioso garoto de bronze que controlava as chamas. E graças a aparência física, soube de quem se tratava o garoto.

–Pyro de Carina...

O garoto apesar de ainda criança, era um guerreiro de botar medo. Encarou Theodore com arrogância.

–O que pretendia fazer com minha irmã, deixando ela elevar o cosmo com tanta fúria?

–Irmã? Ela é sua irmã? Você não se parecem nada... - suspirou, meio confuso. - Sua irmã acordou maluca, me atacando, depois que eu salvei a vida dela!

Pyro continuou a encarar, mas agora fez seus punhos inflamarem em chamas violentas.

–Uma pedra se desviou e a atingiu na cabeça. Daí ela desmaiou e ia se afogou. Eu não tive escolha senão tirar a máscara dela para reanimar... Mas ela não quis me ouvir!

–Adelfi odeia a máscara e não confia em ninguém. Ela só ouviria você depois de morto. - Pyro apagou as chamas e relaxou. - Você é novo por aqui? Não te vi antes.

–Eu sou Theodore de Lírio, cheguei esta tarde.

–Um cavaleiro de prata como minha adelfi... - se virou para a irmã e desfez as faixas que ele enrolou nos braços, para conter o sangramento onde a pedra a atingira. Apesar de ambos terem mesmo tamanho, ele a colocou no colo. - Obrigado por ter salvo minha irmã, cavaleiro de Lírio.

Pyro desapareceu na noite.

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Theodore voltou a contragosto ao dormitório do alojamento. Admirava o poder e a garra da amazona que conhecera, mas também ficou encantado com a beleza que Mia escondia. Ele ainda não sabia, mas estava apaixonado... que a perderia em breve... e que por ela se tornaria um deus.


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