Saint Seiya - Lilium Desire escrita por Casty Maat


Capítulo 2
1 - O viajante barrado


Notas iniciais do capítulo

Capítulo de ano novo hu3
Aháaaa



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1 - O viajante barrado

Se passaram muitos anos, décadas, séculos. Quando as Guerras Santas cessaram, poucos sobraram, e o tempo foi levando os irmãos de armas daquele que caminhava errante pelo mundo, buscando aqueles que um dia fora seus companheiros de luta.

O peso da idade era um fardo. Se mantinha vivo graças a incrível longevidade da raça a qual também pertencia, mas era bem verdade que seu corpo não era mais o mesmo. A missão que o Grande Mestre lhe encarregara era difícil, pois estava complicado conseguir guerreiros para lutarem por Atena e o antigo guerreiro de Áries, Messura, tinha visto pelos movimentos das estrelas que Atena em breve viria.

Ele herdara o poder quando o mestre que assumira o posto após o falecimento de Wes, o Grande Mestre que liderara-os naqueles tempo, também se foi. Uma escolha óbvia e mais segura era confiar na incrível genética lemuriana.

O homem errante havia encontrado muitos, outros pareceram entender seu destino e seguiram por o caminho.

Ainda faltavam dois. E não importava o quanto procurasse, ele não achava.

"Será que não reencarnaram?" - ele pensava.

Foi numa pequena cidade européia, onde pensava em fazer uma parada para descansar antes de ir ao Santuário que ele teve a impressão de sentí-los. Era noite, então não podia sair feito um louco procurar os dois. Esperou pelo amanhecer e então foi ao local onde os sentiu.

Encontrou uma casa de madeira, num bairro humilde onde as casas eram padronizadas. Mas não os sentia mais ali, desapareceram como que por mágica. Tomado por uma sensação, decidiu ficar mais um pouco naquela cidade e investigar.

Todo dia a história se repetia: sentia os cosmos surgirem e sempre em hora imprópria para uma visita, ainda mais de um senhor desconhecido.

No final do décimo dia, ele resolveu espiar a casa nas horas próximas a que ele sentia o cosmo surgir. Escondido na escuridão, ele observou que minutos antes, ele via um garoto de cabelos castanho-acinzentados, levemente ondulado sair e seguir para a casa vizinha. A luz do andar de cima se apagou deixando os dois pequenos cosmos fluirem.

"Que estranho. Por que...?"

O cavaleiro aposentado não teve tempo de se perguntar e o cosmo desapareceu de novo. Parecia que algo o sobrepujava, tentava mascarar, como um perfume potente que escondia o mau odor. Sentiu que era observado, mas a presença se ocultava bem demais.

O dia seguinte era final de semana. Ele acordara cedo e se pôs a vigiar a região, dessa vez viu os donos dos cosmos que buscavam sair da casa, alegres como crianças que eram: uma menina um pouco maior, cabelos castanhos e cacheados e o outro, um menino menor, de cabelos negros e jeito tímido. A menina parecia ter algo em torno de 5 anos e o menino 3 anos.

O velho viajante os olhou nostálgico, parecendo enxergar suas vidas passadas, estavam lado a lado de novo e como sempre, ela o protegendo. Eles pararam na frente da casa vizinha e o mesmo menino de ontem desceu. Ele parecia o mais velho dos três, parecendo já estar no fundamental. As três crianças seguiram seu caminho e, com cuidado, o homem os seguiu. Era a oportunidade de finalmente falar e convocá-los.

Chegou numa pracinha e se misturou ao demais que curtiam a manhã. Finalmente o garoto que os acompanhava saiu, provavelmente para comprar algum petisco e o viajante se aproximou, mas foi impedido. No primeiro segundo pensou que era apenas uma criança que ia passando, mas no segundo seguinte notou que a mesma havia parado a sua frente e estava encarando-o.

O vizinho dos dois a quem ele buscava estava a sua frente, encarando com olhos adultos demais para uma criança, olhos de um azul profundo. A mensagem que aqueles olhos passavam era "não se aproxime mais". O homem tinha certeza que conhecia bem aqueles olhos, mas de onde?

–Você veio buscá-los... Vaskevicius de Grou? - disse a voz infantil, com um tom sombriamente adulto e forte.

–Como...? - indagou, surpreso, o ex-cavaleiro de Grou.

–Me recordo que você apreciava os petiscos em Rodório e raramente preferia o álcool. Mas em diversas ocasiões você bebia. -disse o garoto, agora com a voz mais doce.

Vaskevicius congelou. Ele falava do bar. Do bar "dela", da mulher que era sua irmã de armas e cuja reencarnação estava poucos metros a frente. Quem era ele? Como o conhecia se ele não reconhecia aquele cosmo? Então olhou de novo para os olhos do pequeno a sua frente.

–Rosh... - murmurou, indeciso.

Rosh, o italiano que conseguira controlar o gênio terrível e indomável de Casty de Vela e mestra de Chaffin de Carina. Estes últimos as últimas almas que ele buscavam. Mas até onde o prateado se recordava, Rosh era um humano comum e não emanava o cosmo daquele jeito. Não podia ser ele.

O menino sorriu, como uma criança pega no pulo. Sim, era Rosh. Tão logo Grou entendeu a resposta e a encarnação de Rosh fechou a cara.

–Muito bem, agora dê meia volta e esqueça os dois. - ordenou o garoto. - Eu não quero ter que te machucar.

O cavaleiro aposentado riu por dentro. Que? Ele era apenas um humano comum, não? Mas o garoto que dizia ser Rosh elevou o cosmo a um nível que parecia maior do que já tinha sentido, com exceção de quando presenciou o elevar de cosmo de Atena, Belona...

–Meu nome nesta vida é o mesmo da minha primeira, Theodore. Ou o Santuário parou de falar de Theodore de Lírio?

Vaskevicius sabia que além de Belona houveram apenas outros dois santos que atingiram o nono sentido, mas nunca a Atena anterior, Stephanie, comentou seus nomes ou patentes. Seria ele um desses? Mas por que na outra vida ele agia como um garoto comum?

–Se você diz que foi um cavaleiro, sabe o quanto precisamos de Casty de Vela e Chaffin de Carina. - começou a argumentar o cavaleiro de Grou.

–Não, não precisam. Atena tem guerreiros mais que suficiente. Se tentar chegar perto, cavaleiro... Eu não vou hesitar em te matar.

–No meio desse tanto de gente você...

–Criança - era irônico uma criança chamar um idoso de criança, mas ambos haviam entendido a diferença de "idades" ali. - Por que acha que ninguém veio intervir, mesmo eu claramente estando nessa postura ameaçadora, ou que Anusca e Ian não nos viram? Vivo desde os tempos mitológicos, renascendo, renascendo e renascendo... Tudo para poder proteger eles dois. E eu venho falhando desde então. Não, meu caro, você não vai levá-los. Eles não serão mais membros do exército de Atena.

–Você também pode vir, com um poder desses voc...

Ele foi interrompido com uma explosão de cosmo, onde Vaskevicius sentiu seu rosto receber um corte e seu casaco ter alguns rasgos.

–Eu não pertenço a seu exército e nem eles. Agora dê meia volta e desapareça.

Theodore deu um passo para frente, usando seu cosmo para empurrar o viajante.

–Então foi você quem criou a barreira para impedir que eu os sentisse?

–Mas é óbvio. Senti seu cosmo chegando na cidade, sabia que isso iria acontecer. Só não imaginei que estaria tão perto para nos achar. Vá embora, volte para seu Santuário, cavaleiro.

O garoto desfez a barreira de forma meio bruta. Vaskevicius ouviu a menina que ele chamara de Anusca chamá-lo e ele se desfez da carranca e sorriu para ela, indo até a mesma. O cavaleiro ficou algum tempo observando as crianças, dividido sobre que atitude tomar. Theodore deu mais uma olhada, com uma leve elevada de cosmo, como um último aviso. O prateado não saiu dali por medo, mas por respeito.

Se ao menos algumas almas pudessem ter paz, que tivessem. Ele saiu dali para preparar seu retorno a terra da deusa.

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–E foi isso. Acredito que eles ainda não tenham voltado.

Grou passava o relatório de pé, enquanto Messura ninava a pequena Atena que surgira durante o período em que Vaskevicius estava fora.

–Uma pena. - lamentou o ex-dourado. - É mesmo uma pena. Pelo menos haviam agora muitos aspirantes, alguns herdeiros de alma das armaduras. O Santuário estava a toda como antigamente.

–Que venha uma nova era, meu amigo. - suspirou Messura, olhando para o bebê Atena.


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