Attack on Zombie escrita por Nobody


Capítulo 16
Capítulo 16 - Dia livre


Notas iniciais do capítulo

Yo minna o/
Demorei mas postei xD
Espero que gostem :)
Boa leitura !



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Depois de duas semanas, aquela era a primeira noite que eu passava de volta ao dormitório. Não consegui encontrar Max à noite, mas Emma estava voltando do serviço quando eu entrei pela porta de vidro. O rosto pálido da garota mostrou grande alegria ao ver minha figura atravessando a porta.

– Mikasa! Você voltou!

Ela deu um abraço rápido em mim e me entregou um dos bolinhos que ela carregava. Eu tinha até me esquecido de como era gostoso receber os deliciosos doces de onde Emma trabalhava.

Enquanto eu contava a ela sobre como foi o treinamento, ela apertava o lençol nervosamente quando achava perigoso. Informei a ela que agora, com o fim do treinamento, os novos soldados eram liberados para voltarem aos dormitórios ou casas que eles possuíam, mas que no outro dia ao amanhecer todos deveriam ir para a base para serem encaminhados aos grupos de exploração.

Emma sorriu enquanto se lamentava por mim. Mas depois de passar o olho pelo equipamento ao lado do meu beliche e analisar minha calça e camisa de botões branca, junto com minha jaqueta de couro clara e as botas que chegavam até o joelho, ela soltou uma gargalhada e apontou para minhas roupas:

– Eu não disse que você iria ganhar um ‘uniforme’ por trabalhar?

*

Com o amanhecer, esperei na porta do dormitório masculino por um bom tempo para ver se Max apareceria, mas ele não surgiu. Eu estava com vontade de vê-lo e mostrar que eu tinha conseguido entrar para a tropa, mas outra vez eu não o vi. Max, onde você está?

Quando cheguei na base, Shadis e Irwin começavam a dividir os recrutas por nível de experiência adquiridas com o treinamento. Quando eu me apresentei para eles, os dois começaram a me encarar e Irwin me mandou para o grupo que iria para o norte da Índia. Mas eu não queria ir para lá.

– Capitão, eu gostaria de ir em uma missão para os EUA. Por favor, me coloque em um grupo que irá para lá.

– Você não pode ir Mikasa. – Era Shadis que falava apontando alguns números na tabela que ele segurava. – Apenas os veteranos podem ir para os Estados Unidos. Como o vírus se iniciou lá, a situação é bem pior e todos aqueles que forem aos EUA devem ter um índice elevado de experiência e...

– Deixe-a ir, Shadis.

O pequeno moço do dia anterior apareceu interrompendo o treinador que fez uma careta, fazendo seu rosto enrugado enrugar-se ainda mais.

– Cabo Rivaille, você sabe que não podemos deixar novatos ir a missões desse nível.

O olhar revolto do pequeno rapaz se voltou contra o olhar amedrontador de Shadis.

– Shadis, você viu o treinamento dela e nós a observamos no teste final. - O rapaz de cabelos negros fitou-me com seus olhos indiferentes. – A média dos novatos era de seis mortos-vivos, mas ela matou mais de 20. Sabemos que ela é um prodígio.

A média era de apenas seis mordedores? Quer dizer que o restante não matou nem ao menos dez? Eu era um prodígio? Apesar de sentir certo orgulho por isso, eu não conseguia esboça-lo em meu rosto sério. Ser um ‘prodígio’ daquela forma não era uma das melhores coisas.

Irwin Swith fixou seus olhos claros em mim por alguns segundo até tomar a fala pela primeira vez:

– Cabo Rivaille, ela é melhor do que muitos veteranos. Você aceitaria o seu pedido de acompanha-los até os Estados Unidos?

Rivaille confirmou com a cabeça e saiu de perto de nós.

– Mikasa, Levi Rivaille é quem cuida das Forças Especiais da Tropa de Exploração. Você se juntará a ele caso queira ir aos EUA. Eles partirão amanhã de manhã. Por hoje, você está dispensada.

*

– Чего ты хочешь'?

Um homem barbudo e grande estava encostado na porta e olhava para mim enquanto eu tentava desvendar o que ele acabara de dizer. Quando Irwin disse que eu teria o dia livre, voltei correndo para o dormitório para encontrar Max. Bati na porta do dormitório masculino e aquela figura alta surgiu na porta.

– Err.. O Max... Max Steam... Ele está aí?

O homem deu uma risada forte e mediu-me. Eu já não estava mais com a roupa da tropa, usava a minha calça jeans e a blusa preta. O homem voltou o rosto para o quarto e gritou palavras naquele idioma estranho e logo um rapaz moreno com dreads na cabeça surgiu na porta.

– Quem é Max?

– Max Steam... ele tem cabelos enrolados e negros... – Enquanto eu fazia algumas mímicas juntos com a explicação, um longo cochicho foi sendo formado atrás do moço.

– Aah, acho que conheço esse ‘Max’. Deve ser o que não queria ir conosco para o campo. - Isso! Deveria ser Max! – E se for esse mesmo, já faz vários dias que ele não aparece por aqui.

– Tudo bem, obrigada.

Não. Não estava tudo bem. Onde estava Max?

Voltei para o beliche decepcionada por não encontra-lo. Após essas duas semanas eu já estava com saudades e sentia a falta dele. Deitada em minha cama, eu senti um cheiro doce no ar e procurei o seu dono: tinha um bolinho ao lado de meu travesseiro, quase esmagado por minha cabeça. Peguei o bolinho e levantei-me em um salto. Agora eu iria procurar Emma.

*

As pequenas ruas de pedras confundiam-me pela sua semelhança, mas logo uma loja azul e amigável surgiu por entre grandes casas: “Confeitaria Arlet”.

Quando entrei pela porta de madeira, um sino soou pelo pequeno lugar e a figura amigável de Emma surgiu por trás de um dos balcões em seu vestido rodado e veio me receber.

– Bem Vinda, Mikasa!

O sorriso amigável de Emma me levou até uma das três mesinhas que ocupavam o espaço vazio daquele estabelecimento e então entrou na cozinha. Quando voltou, arrastava pela mão um rapaz com um avental branco de cozinheiro por cima de uma blusa azul clara cujas mangas abotoavam em seus pulsos. Um chapéu curto de cozinheiro pairava sobre seus cabelos loiros que chegavam a cobrir as suas orelhas e ele trazia equilibrando na outra mão uma bandeja com vários pedaços de diferentes bolos.

– Mi-ka-sa...! – Meu nome saiu de forma cantada pela voz fina de Emma – Este é Armin, o dono da confeitaria!

– Boa dia, Mikasa. É um prazer conhecê-la.

O moço loiro tinha um rosto gentil e uma fala simpática, seus olhos claros estavam tímidos, mas mesmo assim mostravam certa alegria. A mão do menino se desprendeu de Emma delicadamente e se esticou em um cumprimento para mim, mas antes que o seu movimento terminasse, Emma pegou em sua mão e a levou para trás, fazendo o rapaz dar um meio giro, quase derrubando os bolos da bandeja. A garota pegou então um pouco de chantilly de um dos bolos e saboreou-o de olhos fechados.

– Emma!

A menina soltou um riso arteiro e pegou mais um pouco de chantilly, não se importando com a repreensão de seu ‘chefe’.

– Oras, Armin ! – Emma virou para olhar para mim. – Ele é tão bobinho! – Ela passou o chantilly de seu dedo no rosto do rapaz e pulou para o outro lado dele. – Mas é um ótimo cozinheiro!

O rosto de Armin ficou vermelho quando a menina deu-lhe um beijo na face e pegou a bandeja de sua mão. Ela serviu a nós três e ficamos conversando até Armin se levantar:

– Hey, Mikasa, você quer cozinhar?

Armin voltou para a cozinha e a garota me levou junto. O negócio deles era bem calmo e os dois pareciam estar alegres constantemente, apesar de Emma ser bem mais travessa do que Armin.

Entre risadas, Emma batia uma massa em um pote em uma espécie de dança enquanto Armin e eu enrolávamos pãezinhos. O rapaz, com o seu jeito tímido e suave contou-me que seu pai era um grande chefe e como ele resolveu seguir a carreira abrindo a confeitaria.

Já estava no meio da tarde quando todos os bolos e pães estavam assados e embalados. Emma pegou uma sacolinha e encheu-as de gostosuras e começava a saltitar pela cozinha.

– Você vem comigo, Mikasa?

Armin assentiu com a cabeça e ficou vermelho novamente quando Emma jogou um beijo enquanto saia pela porta. Pelo visto ela gostava de provocar ele... e ele gostava dela.

Emma estava saltitando pelas pequenas ruas quando eu percebi que eu a seguia cegamente sem a menos perguntar aonde iria. Quando a questionei, ela virou com um sorriso e a resposta foi rápida:

– Vamos fazer entregas!

Depois ela começou a falar que como eles recebiam os ingredientes, eles sempre levavam as guloseimas para os seus fornecedores. Andamos de um lado ao outro daquela cidade. Passamos por lugares que iam desde prédios cinzentos até casas coloridas, por aglomerados de ruas e campos de cultivos. Aquele lugar era grande e lindo, que o fazia ser um abrigo onde poderia até esquecer o que estava acontecendo lá fora.

Na última entrega, o sol já trocava de lugar com a lua. Emma nem passou na confeitaria novamente e foi para o nosso dormitório, onde ela repartiu comigo um dos doces que tinha sobrado das entregas. Então, era assim que ela sempre trazia doces.

*

– Mikasa, o centro de pesquisas pediu para te ver.

O cabo Rivaille encarava-me estranhamente enquanto dizia essa frase. Como disseram que partiríamos de manhã, com o nascer do sol eu já estava na frente da base, mas Levi me deu outra notícia:

– Um dos mariquinhas do centro de pesquisas deve ter ficado interessado no prodígio das Tropas depois que os informamos. Nós partiremos ao meio dia. Volte logo, isso se eles não quiserem dessecá-la.

Depois que me indicaram o lugar em que ficava o centro de pesquisas, eu fui andando até lá e após algumas horas eu cheguei a um muro de uns 10 metros que ficava no fim do abrigo.

Por entre os muros altos, havia um grande portão de ferro que, ao dizer o meu nome uma espécie de interfone, ele se abriu automaticamente e eu entrei.

Depois de um pequeno jardim com flores vermelhas e brancas, havia uma construção moderna e fechada, com uma única janela central no formato do octógono da Umbrella. A porta de metal se abriu ao meio quando eu pisei no tapete com o slogan da Umbrella e a frase “Nosso negócio é a própria vida”. Dentro daquele estabelecimento tinha um balcão com uma moça loira em um uniforme preto com o símbolo da Umbrella que, ao me ver entrar, falou algo no microfone que tinha no rosto e digitou algumas coisas no computador cuja as telas apareciam de forma holográfica.

– Senhorita Mikasa Ackerman, em um minuto ele já virá atendê-la.

Antes que eu perguntasse o motivo por me chamarem, a moça voltou a digitar ignorando a minha existência. Andei um pouco pelo local, um grande hall de entrada, diferente de qualquer instalação daquele lugar. As paredes pareciam de mármore, assim como aqueles hotéis caros, e os raios vermelhos que passavam pela janela da Umbrella eram quase imperceptíveis por causa das fortes luzes que clareavam o chão brilhante. Tudo era muito belo e organizado naquele lugar. Então, um apito me fez despertar de minha admiração.

O som viera de um elevador ao lado do balcão onde a mulher digitava, e quando ele se abriu, uma figura em um casaco branco surgiu e veio em minha direção.

Os cabelos negros e com cachos bagunçados contrastavam com o casaco de cientista que encobria o corpo esbelto. Seus olhos escuros brilhavam ao encararem os meus e pareciam vibrar de alegria a me ver. Max era um dos cientistas. O rapaz sorriu para mim e me deu um abraço longo.

– E aí, Mikasa... Vamos lá fora para conversar.

O rosto do rapaz estava encantador como sempre. Segui ele até o jardim da frente e ele sentou em um banco ao lado de um amontoado de flores pequenas vermelhas.

– Então você realmente entrou para a Tropa de Exploração!

– E você virou um cientista?!

Max soltou uma rápida risada no ar, vencido, e eu me sentei ao seu lado.

– Como você conseguiu me chamar aqui?

– O Centro de Pesquisas tem todas as informações, Mikasa. E saber sobre a ‘prodígio’ não é grande coisa. – Senti meu rosto corar-se enquanto ele sorria para mim. Ter ficado longe de Max por esse tempo me dava a sensação de que tê-lo comigo agora era a melhor coisa que acontecia a um bom tempo. – Ah! E você não acredita! Eu tiver que fazer uma prova para virar um cientista! E eu também sou um prodígio, sabia?

O rapaz deu uma gargalhada e eu o acompanhei. Max colocou os braços sobre o banco e jogou a cabeça para trás. Quando voltou, o seu olhar já estava mais triste:

– Acho que minha família iria ficar orgulhosa de mim...

Um sorriso melancólico partiu de Max. Eu levantei-me e coloquei a mão sobre os cabelos enrolados dele, bagunçando os cachos negros do rapaz:

– Tenho certeza de que sua família se orgulharia de um cientista maluco.

O rapaz olhou-me com espanto e levantou-se também, examinando os fios de cabelos meio compridos. Ele soltou outra gargalhada no ar e começou a andar. Eu o segui.

– Max, o que vocês fazem nesse centro?

– Hum... pesquisas? – Um riso irônico veio dos lábios de Max e eu o empurrei levemente, fazendo-o sorrir. – Nós procuramos a cura para tudo isso.

– Uma cura? Para os que forem infectados ou para trazer os zumbis de volta a vida?

– Bem... para os dois. Mas creio que a segunda opção seja quase impossível. – Max estava sério agora, olhando para o chão pedregoso enquanto íamos para o que parecia ser uma outra cidade, supostamente, as casas dos cientistas. – Eu estive em estágio esses dias, mas agora, por minhas notas altas, eu posso escolher onde trabalhar.

A imagem daqueles dois recrutas que foram mordidos veio em minha mente. Eles teriam sido cobaias para a cura?

– Max, onde vocês pegam os infectados?

– Bem... alguns das tropas de exploração que voltam e outras pessoas que são achadas por aí.

– Isso quer dizer que pegam pessoas infectadas? – Uma esperança brotou em meu coração. – Quer dizer que eles podem ter trazido o Eren?!

– Bem... – o rapaz olhava-me de maneira triste, de forma que poderia arrancar aquelas esperança que havia nascido. – Ele teria que ter tido muita sorte e ... a maior parte dos infectados morrem algumas horas depois que chegam.

Sentir que Eren realmente deveria estar morto apertou meu coração de modo que eu quase não consegui respirar direito. Então era isso... não tinha solução mesmo? Max continuava a andar, mas eu estava parada, imóvel, vendo- o se distanciar. Quando ele olhou para mim, meus olhos já estavam enchendo-se de lágrimas. O rapaz voltou e me tomou em seus braços. Suas mãos apertavam minha cabeça contra o seu peito enquanto lágrimas molhavam o seu casaco branco.

Eu não queria chorar. Eu não queria me sentir fraca. Mas isso não importava mais...

– Mikasa... vai ficar tudo bem... Eu não vou deixar que ninguém mais morra... vou achar essa cura. Eu prometo.

As palavras sussurradas em meu ouvido aqueceram meu coração. Era o que eu queria: não ver mais ninguém morrer. Emma, Bethany e Armin... amigo que eu conhecia pouco mas queria tê-los ao meu lado. Principalmente Max. Aquele que esteve cuidando e me aparando mim por esses tempos confusos...

– Max... O-obrigada... por tudo.

Max esboçou um sorriso e secou minhas lágrimas com seu dedo polegar. Continuamos seguindo em frente, contornando todo o centro de pesquisas enquanto Max me contava sobre os laboratórios que continham zumbis e eu falava com ele sobre o treinamento.

– Mikasa! Isso foi perigoso! Como eles colocam vocês para lutar contra mordedores no escuro?!

– E quanto a vocês? Como permitem que façam testes com zumbis nos laboratórios?! E se eles escaparem e devorarem a todos?!

Ao parar para analisar a cena, Max já estava segurando o riso enquanto eu ainda estava com uma careta séria que não durou muito tempo. Nossa risada foi interrompida quando um tipo de celular no bolso de Max tocou.

– Hora de ir...

Eu olhei para o céu e o sol já estava quase no topo.

– É... hora de ir.

– Você vai sair agora, não é? Vai para além dos muros...

– Vou procurar sobreviventes. A gente se vê outras vezes, não é?

– É claro... – o moço tentou sorrir. – Boa sorte.

– Para você também.

Eu virei de costas me preparando para usar o EMT, já que eu estava atrasada, quando a mão de Max segurou na minha. Sua mão apertava fortemente a minha, e quando eu virei para encará-lo, sua cabeça estava abaixada com uma expressão séria e sua boca aberta, como se estivesse a ponto de dizer algo. Mas ele não falou nada. Era possível sentir o seu corpo tremendo e respiração forte, nervosa. De repente, ele soltou a minha mão e em um suspiro levantou a cabeça encarando-me com certa tristeza:

– Por favor, volte viva.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?
Calmo, né?
Aaah! Max voltou o/
Agora sabem o porque dele estar meio sumido também xD
Espero comentários, tanto positivos quanto negativos ^^
E obrigada por ler !!!