Attack on Zombie escrita por Nobody


Capítulo 11
Capítulo 11 - Ainda vivos




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Quando despertei, o ar frio daquele ambiente fez meu corpo arrepiar levemente. Minha cabeça pesada doía, como se eu tivesse levado uma forte pancada. Minha mente estava vazia, pensando em nada além de sentir a dor da perda.

– Você acordou...Que bom. Você está bem?

Aquela voz conhecida soou ao meu lado tirando-me do transe em que eu estava. Max.

Meus olhos, atônitos, procuravam o rapaz e logo encontraram o rosto vago do rapaz bem próximo. O rapaz estava ao lado da pequena janela daquela construção de metal voadora, e minha cabeça caída estava encostada em seu ombro. Um dos braços do rapaz passava por minhas costas e surgia do outro lado, apertando gentilmente o meu ombro.

– Você está com frio?

O rapaz olhava-me fixamente esperando alguma resposta, mas eu não conseguia dizer nada. Eu não queria falar nada.

– Me desculpe... – o rapaz colocou o queixo em cima de minha cabeça por um instante e eu podia sentir sua respiração vacilando. – Por Michele...

Michele. Nós estávamos voando para algum lugar seguro e não conseguimos leva-la conosco. Nem Steven. E nem Eren...

Um aperto subiu por minha garganta. Do que adiantaria viver quando quase todos já morreram?

– Nós vamos descer. – disse uma voz masculina na frente da cabine do helicóptero, era o piloto nos informando.

Max começou a se mover, retirando suas mãos de meu ombro delicadamente e começou a levantar para conversar com o piloto. Não consegui prestar atenção na conversa, meu mundo oscilava em dor naquele momento. Ter as memórias de volta me fazia passar pelo sofrimento novamente.

Quando Max voltou, ele estava colocando um sobretudo preto e estava com um cobertor nas mãos. O helicóptero de guerra começava a atingir o chão quando Max jogou o cobertor para mim.

– Está frio lá fora.

A voz do rapaz era fria, marcada pela perda. O piloto abriu a porta e nos chamou para sair. Uma rajada de vento gelado ricocheteou por aquelas paredes de metal. Eu não queria sair.

Antes que eu pensasse, Max já estava em minha frente e pegava o cobertor de minha mão para colocá-lo em minhas costas. Meu corpo estava tremendo, mas não era de frio. Ele tremia pelo ódio que sentia por ter acordado novamente. Ele tremia pelo ódio de ter visto quem amava morrer sem poder fazer nada. Eu não queria mais aquilo.

– Max... – uma voz fraca finalmente saiu de mim. - Eu não tenho mais ninguém.

O rapaz encarou-me por um instante enquanto via meus olhos se encherem de lágrimas prontas para desabar. Então ele sentou novamente ao meu lado e ergueu a cabeça para olhar o teto. Ele suspirou e olhou para mim tentando dar um sorriso:

– Eu ainda estou aqui, Mikasa.

Verdade. Ele ainda estava ali. Ele era a única pessoa viva por quem eu tinha algum tipo de amizade. Quando dei por mim eu já pulava nos braços daquele rapaz apertando-o em um abraço, como se há muito eu não o visse. O rapaz de cabelos encaracolados aceitou meu abraço e me apertou contra o seu peito. Quando me levantei para enxugar meu rosto, pensei se a antiga Mikasa teria o abraçado. Com certeza não, mas se ela tivesse alguém como ele naquele dia em que tentou se matar, ela ainda poderia pensar em algum motivo para viver.

Quando saí do helicóptero, não me deparei com nenhum tipo de abrigo, mas sim com um aeroporto.

Guardas cercavam o local enquanto outros dois helicópteros desciam com mais algumas poucas pessoas. No mar, um navio porta-aviões estava com um contêiner sendo erguido por mais um helicóptero. Na pista de decolagem estava apenas um avião grande que esperava passageiros e as pessoas começavam a se dirigir para ele.

Aquelas pessoa tinham olhares tristes, cansados de lutar. Pessoas que tiveram quem amavam arrancadas da vida delas. Eu não era a única...

Max estava parado na frente de uma placa. “Aeroporto internacional de Anchorage”. Anchorage?Nós estávamos no Alaska? O som de motor sendo ligado fez com que Max virasse para mim e acenasse com a cabeça para nos juntarmos com aquelas pessoas que entravam no avião.

Quando me aproximei do avião, meu corpo congelou. Apertei o cobertor com cheiro de recém-lavado e fiquei olhando enquanto Max subia as escadas para entrar. Assim como todos, ele também havia perdido várias pessoas. Ele conhecia a dor que eu sentia.

– Mikasa...? – O rapaz virou para trás ao sentir minha falta. Ele desceu dois degraus e esticou a mão para mim. – Vamos!

O moço carregava nos olhos o vazio e o abatimento que eu tinha nos meus, mas nos dele também havia um brilho que para mim parecia perdido: esperança. Ele sempre teve esperança. Esperança de que conseguiria algo naquele mundo caótico. Algo, mesmo que tudo já estivesse acabado. Sempre haveria algo melhor, nós poderíamos alcançar este algo melhor! Estávamos vivos!

Éramos nós os sobreviventes que carregavam aqueles que amávamos no coração. Este era um motivo pelo qual adiantaria viver: carregar a lembrança de pessoas queridas conosco, pois uma parte de nosso coração elas sempre estariam vivas.

Quando pensei nisso, percebi que aquela menina que tentou se matar já não existia mais. Apesar da mesma dor, o peso era diferente. Era suportável. A vida tinha me dado mais uma chance e eu iria sobreviver, apesar de tudo.

Peguei na mão de Max e entramos juntos naquele avião quase vazio.

Entramos juntos para ir a um destino desconhecido que nos esperava.

E junto, iríamos sobreviver. Apesar de tudo.


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Notas finais do capítulo

E aí, só calmaria, né? :)
Acho que eu sou insistente quanto a comentários, não é? Vocês deveriam ver a felicidade que tenho ao saber que comentaram *w*
Enfim, se possível, falem o que estão achando, algo que precisa ser melhorado e por aí vai :)
E obrigada a todos aqueles que comentam... Vocês são lindos s2 kkkk'



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