Attack on Zombie escrita por Nobody


Capítulo 12
Capítulo 12 - Nas muralhas


Notas iniciais do capítulo

Oi povo!
Então, por enquanto vai alguns capítulos mais calmos.... já já deve começar a ficar mais legal :)
Ah! E se já estão aqui, obrigada por estarem acompanhando!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/455809/chapter/12

Pela pequena janela daquele avião o mar de azul intenso era tudo o que se podia ver pelas brechas das fofas nuvens. Cruzámos o Oceano Atlântico rumo à Rússia, onde estava a fortaleza que nos protegeria. Naquele mundo caótico as grandes potências se ajudavam para a sobrevivência da humanidade.

Max estava sentado ao meu lado devorando alguns amendoins que aeromoça passara servindo e eu permanecia com o olhar fixo naquela imensidão azul abaixo de nós.

Já era madrugada quando os primeiros pedaços de terra começaram a surgir. O avião começou a abaixar um pouco a cada instante e depois de um tempo já se via perfeitamente as cidades. Nas alturas, o mundo parecia continuar o mesmo. Mas, com a aproximação do solo do avião, cidades devastadas começavam a aparecer. Cidades apagadas pela destruição, brilhando apenas pelos incêndios em alguns prédios. Esse foi o momento em que tive que tirar os meus olhos do vidro e virar-me para o lado.

Meu companheiro já estava dormindo desajeitado na poltrona do avião. Nós não tínhamos conversado muito desde que saímos do solo. Olhei então para trás, para os outros passageiros. Contando comigo e Max, havia apenas sete pessoas naquele avião. Imaginei como seria todas aquelas poltronas cheias de gente feliz indo para uma viagem, já que eu nunca tinha viajado de avião. Uma tristeza súbita nasceu em mim novamente. Aquele avião deveria ter mais gente.

Observei as pessoas sentadas espalhadas por aqueles bancos brancos. Todas dormiam. Abaixei minha cabeça e fechei meus olhos. Eu não tinha mais medo de dormir e ter outros pesadelos, mas ainda tinha medo de acordar novamente em um pesadelo. Mas isto era algo inevitável.

*

– Hey! Mikasa!

Uma voz agitada sacudia o meu braço enquanto chamava por mim.

– Mikasa, estamos chegando.

Abri meus olhos. O dia estava começando a clarear e uma voz feminina passava alguma instrução em outra língua. Olhei para Max que pulava para a poltrona da frente para poder enxergar a muralha: o cabelo do rapaz estava bagunçado, seus cachos não tinham mais forma e seus olhos esperavam animados pela aterrissagem.

Assim como todas as outras pessoas, me virei para encarar o abrigo: ele era protegido por uma muralha de uns vinte metros que o cercava de forma que os olhos não encontravam o seu fim. O abrigo deveria ser do tamanho de uma cidade grande. Na entrada do muro havia um símbolo da Umbrella. Essa corporação novamente...

O avião então passou por aquele muro e começou a perder altitude rapidamente.

Centenas de casas e prédios baixos começavam a ter um tamanho maior a cada instante e em poucos minutos o avião já estava tocando o solo de uma pista, um aeroporto interno.

A porta se abriu e já tinha uma escada esperando para ser colocada encostada no avião.

Quando meus pés tocaram o chão liso da pista, olhei ao redor para tentar encontrar o final das muralhas, mas não encontrei. Apenas vi uma multidão de pessoas que deixavam apenas um corredor para passarmos até uma barriquinha preparada para os recém-chegados. Os guardas formavam uma rodinha ao lado da barraca, sem nenhuma tarefa ao tentar acalmar a multidão ou cerca-la para dar espaço para nós, não precisava disso. Aquela forma de organização me fez pensar em quantas vezes elas já ficaram esperando ao redor do avião.

Aqueles rostos que nos seguiam eram dos mais diferentes jeitos, formando um colorido de pessoas: altas e baixas, morenas e loiras, negros e brancos... Parecia que gente do mundo inteiro estava ali. Bem, talvez o mundo inteiro estivesse se refugiando ali. Algumas mulheres choravam com a falta de conhecidos, já outros sorriam alegremente comemorando nossa chegada com gritos altos no fundo da multidão e alguns rostos mantinham a expressão séria.

“O número está diminuindo cada vez mais... me lembro quando vinham dois aviões...” ou então “Como eles sobreviveram tanto tempo lá fora?” era o que os guardas cochichavam enquanto nos olhavam pelo canto do olho quando nos aproximávamos em uma fila indiana até a banca.

Estava na fila atrás de Max e fiquei encarando uma mulher com um notebook que não parava de digitar. Ao lado dela, havia dois homens que faziam a mesma coisa. As pessoas que já passaram por aquela barraquinha eram dirigidas a um estande onde médicos começavam a examiná-las.

– Max Steam... 21.... Iowa, Estados Unidos – Já estava na vez de Max. Os outros dois homens olhavam para mim como se dissessem “próximo”.

Avancei até eles e um deles começou a falar várias linguagens. Era para que ele soubesse em qual língua deveria se comunicar comigo. Assim, ele começou a me perguntar no idioma escolhido:

– Seu nome? – A voz do homem era indiferente, programada, assim como um robô.

– Mikasa Ackerman. – Max avançou por trás de mim e se pôs do meu lado. Eu sabia que ele queria escutar as minhas respostas.

– Idade?

– Dezessete.

– Estado e país de origem?

– Montana, Estados Unidos.

– Sua ficha já está cadastrada. - E então, um sorriso brotou daquele rosto robótico e me esticou um conjunto de moletom cinza e uma toalha. – Bem vinda.

Max já entrava no estande e era passado por um rápido check-up. Quando ele saiu, o médico de cabeça branca acenou para que eu avançasse. Ele testou o reflexo de meus olhos, sentiu meu pulso e quando passou a mão pela ferida em meu braço, que já começava a cicatrizar, perguntou se eu estava bem. Confirmei com a cabeça falando que o machucado era de um tombo e ele me deu um tapinha amistoso nas costas.

Quando saímos do estande, uma mulher sorridente que parecia vendedora de agência de turismo entregou-nos um panfleto.

– Bem vindos ao abrigo da Umbrella. Vocês ficaram no dormitório público por enquanto. – Ela abriu o panfleto e mostrou-nos um mapa pequeno com poucos detalhes. – Isto servirá para vocês se localizarem. . Basta seguir em frente que chegaram ao prédio.

Os outros recém-chegados já estavam andando na direção apontada pela mulher e as outras pessoas começavam a se dispersar. Fomos seguindo os outros até que eles entraram em um prédio sem cor que parecia ser novo.

A porta pesada de vidro daquele prédio dava passagem a um pequeno hall de entrada com um sofá pequeno, algumas cadeiras de palha com o assento de almofada colorida e uma mesinha com em vaso de rosas. De cada lado, após um pequenino corredor, havia uma porta dupla e em cada uma continha uma placa em cima: Dormitórios Masculinos e Dormitórios Femininos.

Max alternava o foco do seu olhar, passando do panfleto e do conjunto de moletom para a placa do dormitório masculino.

– Bem, - ele deu um leve sorriso de lado. – Hora de ir. Vamos nos encontrar no refeitório. – Ele olhou novamente para a placa. – Bem, isso se eu achar o refeitório.

Um sorriso rápido partir de meus lábios enquanto o rapaz se despedia de mim e entrava pela porta da esquerda. Respirei fundo e entrei pela porta oposta.

Aquilo era um quarto enorme. Dezenas de beliches estavam acomodadas por uma grande extensão. Olhando para todas elas, eu não sabia as quais tinham dono ou não. Andei por 15 beliches laterais, passando por várias mulheres até chegar ao final daquele gigantesco cômodo. Olhei para o beliche superior e para a inferior. Ambos estavam com o lençol limpo e arrumado. Coloquei o panfleto no beliche de cima e caminhei até o banheiro do outro lado do quarto.

Tão grande quanto o quarto, o banheiro estava sendo limpo por algumas mulheres. Entrei para tomar uma ducha e fiquei agradecida por sentir água quente caindo por meus cabelos escuros. Quando terminei de me vestir fui até ao grande espelho que ocupava um grande espaço da parede.

A calça folgada de moletom era apertada apenas por um laço na cintura, a camisa regata estava perfeita, mas a blusa de moletom era grande demais. Dei duas voltas em ambas às mangas e olhei para o espelho: eu parecia uma atleta desajustada de corrida. Penteei meus fios negros e lisos com a minha mão e peguei a outra roupa. A única coisa dela que permaneceu em mim foi o cachecol vermelho.

Quando saí do banheiro e fui até o beliche em que eu colocara o panfleto, um bilhetinho estava ao lado de um par de chinelos brancos. “Olá! Sou Emma, sua vizinha de beliche. Eu vi quando você chegou, mas como eu tinha que ir trabalhar, deixei esse par de chinelos. Espero que sirvam. Te vejo mais tarde novata!”.

O jeito simpático com o qual fui recebida por um bilhete e um ‘presente’ animou-me naquela manhã. O abrigo era um lugar onde as pessoas pareciam viver livres novamente, sem medo. Mas, para mim, o medo ainda não tinha passado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Xuxu beleza de tranquilidade, né? kkkkkkkkk'
Mas agora eles estão salvos o/
Espero que continuem acompanhando mesmo com a calmaria xD



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Attack on Zombie" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.