Chegando ao fim do passeio, Juliet estava perdendo suas esperanças, mas Mary e Brent ainda procuravam respostas para o grande mistério que aguardava. Brent pegou seu netbook e verificou sinal de internet, encontrou, mas não exatamente o que queria:

–Mary! Descobri algo muito interessante desta ilha. Ela não é o que vemos. Alguém modificou os sistemas. Alguém com capacidade de fazer isto.

–E o que tem a ver com Philip.

–É como uma história mal contada. Algo me diz que esta ilha não é a que pensamos.

Mary pensou num instante, que poderia estar caindo numa armadilha, então foi dar uma volta, para esclarecer o que estava ocorrendo naquele momento.

Ao virar numa esquina escutou alguém falando, e a voz era familiar. Tentou espiar, mas estava muito difícil, a pessoa estava muito perto e poderia ver qualquer movimento.

–Você está maluco? Encontre o garoto já, precisamos dele como oferenda, se encontrá-lo antes da hora, mate-o a sangue frio.

Mary ficou chocada com o que escutou. Fechou e abriu os olhos para ver se era verdade o que escutava, se estava lá mesmo. Ao perceber, que o estranho homem de terno vinha a sua direção, se escondeu atrás de um pequeno arbusto, e num alívio e estado de choque voltou ao grupo onde estava Brent e Juliet.

Ela estava em estado de choque, correu a Brent para contar sua história que acabara de ouvir:

–Ele está aqui...

–Quem?

–Você sabe quem Brent, venha. –Mary e Brent tomaram distância de Juliet.

–Philip, ele está na ilha.

–O quê? Você me diz que ele está aqui?

–Bom..., acredito. Escutei um cara falando no celular de um menino, só pode ser ele.

–Poderia ser qualquer um, mas...

–Mas?

–A ilha não é comum, e uma ilha muito importante, eles estavam certos, só disso. O erro é que ela não é habitada já faz anos desde a segunda guerra mundial, onde os aliados guardavam suas munições e se escondiam, para um ataque surpresa.

–Nossa. –Mary estava impressionada, pela primeira vez em suas viagens e descobertas, foi enganada.

–Mary, tudo aqui foi planejado, não sei por quem, mas corremos perigo. O nome da ilha..., não é este, lembrei o motivo de eu estar nesta viagem lembra? Ela é a ilha de Múringan, seu nome atual. O motivo de esconder o nome real era para ninguém reparar que estavam nela. Muitos turistas, exploradores, arqueólogos e cientistas, procuravam por ela e a encontraram.

–Como encontraram sendo que estava desaparecida do mapa.

–Quem disse? Estava lá o tempo inteiro, nós que não enxergamos. Dizem que foi descoberta por loucos que traziam pessoas aventureiras como nós para alimentar seu medo, Múringan.

–Mas é uma lenda, não existe isso, e..., a história de pessoas loucas descobrirem também não tem uma sequência.

–Era para nós acreditarmos nisso no que acabou de dizer, assim eles continuariam atraindo pessoas para a ilha. Múringan, era um grande guerreiro da segunda guerra, matou muitos soldados, mas eles não sabiam que surtou após um tiro na cabeça aqui na ilha. Afetou seu cérebro, e por incrível que pareça, viveu por dois dias com aquela bala fincada em sua cabeça. Após sua morte, ninguém o encontrou, pois ele fez uma cova a si mesmo, não sei como, mas ele sabia que iria falecer logo e o mais estranho de tudo, ele voltaria como um espírito revoltado, querendo vingança para quem ou que encontrasse a sua frente.

–Não faz muito sentido...

–Não terminei, ele agora se alimenta de almas pecadoras como nós e as puras, como crianças (como Philip), matavam-nas e penduravam suas carcaças como seu fortalecimento.

Mary e Brent conversaram por muito tempo, mas ela não sabia como ele descobriu tudo aquilo, só escutou e, por algum motivo, acreditou. Tinha de descobrir quem era o homem de preto falando no celular, descobrir o mistério e ir embora, sem que todos soubessem da história, ou então passariam o resto de suas vidas dentro de um estômago de um vingador.