Reflexo escrita por SavannahW


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Eu tô mais que feliz com os reviews. Tem muita gente gostando e isso me incentiva a escrever mais e mais e mais*. Então continuem comentando (e quem sabe recomendando?) para que eu escreva diariamente!!

*pra terem noção é domingo a noite e eu já terminei de escrever e revisar de tão animada! Mas vou programar pra terça pra não sobrecarregar vcs e pra ter conteúdo regular!



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Retornei para casa pouco antes da meia noite me sentindo radiante. Encontrei Mandy na sala vendo televisão, a garota era um anjo por ficar até essa hora mesmo tendo escola no dia seguinte.

– Boa noite, Mandy.

– Boa noite, Elena. – respondeu sorridente se levantando para partir.

– Mandy, antes de você ir embora eu queria conversar uma coisinha. Pode ser?

– Claro que sim. – sentei junto a ela no sofá.

– A Mariah a partir de agora chegará do colégio 18h30, ela vem de transporte escolar, e como eu só saio do trabalho as 19h e o Matt tem um horário muito desregulado eu queria saber se você pode estar aqui todos os dias e ficar até alguém chegar. Eu te pagaria um salário. O que acha?

– Nossa, Elena... Eu adoraria!

– Fico feliz em saber. – sorri maternal – Dias como hoje seriam exceção, geralmente devo chegar por volta das 20h. – Mandy assentiu – Quanto você acha um pagamento justo pelos seus trabalhos?

– Lena, eu gosto muito da Mariah e ela é um anjo... Por mim ficaria de graça, mas estou juntando para a faculdade, então quanto você puder está bom!

– Hm... – pensei – Que tal começarmos com 150 doláres por mês? Caso tenha dias que você precise ficar até tarde posso te dar uma grana extra. Está bom pra você?

– Está ótimo, Elena. Eu agradeço muito. - a garota estava radiante.

Desejei uma boa noite para Mandy e então ela se foi. Faltavam quinze minutos para Matt sair do trabalho. Decidi me apressar e dormir antes que ele chegasse, caso contrário eu poderia não suportar a culpa no meu peito.

Após tomar banho e escovar meus dentes deitei em nossa cama e me perdi em meus pensamentos...

>> Flashback

Mariah fez quatro anos hoje. Sempre ouvi que a pior fase eram esses primeiros anos e depois só melhoraria. Mentira. Quatro anos se passaram e continua tudo péssimo. Quando digo tudo, me refiro a sexo.

Posso contar nos dedos das mãos as vezes que transei com Matt desde que nossa filha nasceu. Durante o primeiro ano e meio eu nem insistia, Mariah sugava todas as minhas forças, eu não tinha vontade de nada, a não ser dormir.

Entretanto a partir de então minha líbido voltou e eu queria Matt como nunca, mas com sua ascensão no restaurante ele ficava fora até tarde, incluindo fins de semana, e isso arruinou nossa vida de casal. Nossos desencontros de horários afetaram não somente o sexo, como também nossa amizade e companheirismo. Passou-se o tempo e não conversávamos mais, não tínhamos assunto, era somente “Bom dia, a Mariah está se adaptando na escolinha?” e coisas do tipo, parecia que só tínhamos nossa filha em comum.

Mariah fez dois anos, três anos... e nunca mudava. Vez ou outra saíamos para jantar, ir ao cinema ou coisas de casal, mas nunca tínhamos assunto para conversar e se tornou mais por obrigação do que por prazer, então paramos. Essa rotina nos prendeu, e eu me sinto esgotada. Divido a cama com um estranho.

Não julgo Matt, eu contribui para que chegássemos a esse ponto. Ele me ama e eu o amo, apenas não nos desejamos mais. Caímos numa rotina que não conseguimos mais escapar...

Flashback

Admito que desde que Mariah completou cinco anos e Matt conseguiu tirar uma folga por semana nossa vida sexual melhorou. Melhorou do ponto de vista que estava antes, mas continua péssima. Sinto que transamos por obrigação, sinto prazer, mas não como antigamente. Não desejo seu toque como já desejei um dia. Percebo que ele sente o mesmo e faz por fazer. Não existem mais preliminares criativas, nem carinhos e conversas pós transa. Existe sexo e ponto final.

Não culpo Matt pela traição que cometi. Culpo Matt pela minha líbido reprimida, pelo fogo que há anos não é apagado, pelo desejo de sexo puramente carnal e bem feito. Tudo bem, talvez eu culpasse Matt pela traição.

Sem abrir os olhos senti sua presença, pouco tempo depois ouvi o barulho do chuveiro. Minutos depois lá estava aquele estranho se deitando junto a mim. Permaneci intacta. Matt pousou sua mão sobre minha cintura e eu desejei que fosse a mão de Damon ali.

*

A semana passou num piscar de olhos. Damon e eu nos encontrávamos regularmente após o fim do expediente na minha sala. Admito que não aconteceram mais que beijos, afinal havia prometido a Mandy e a Mariah que não chegaria tarde. Não queria decepcionar mais minha filha.

Sexta feira chegou e com ela um convite inesperado de Damon.

Damon? O que faz aqui a essa hora? – perguntei espantada com o fato de ver meu amante na minha sala no meio da tarde.

Vim te propor algo e como tenho jantar com clientes hoje não poderia perguntar no nosso horário. – disse galanteador.

Proponha então. – sorri enquanto me levantava para ouvir sua proposta.

Que tal amanhã jantar lá em casa? Podemos ver filmes e tomar vinho.

Posso te confirmar mais tarde por mensagem? – Damon me olhou confuso – É que prometi passar o final de semana com a minha... sobrinha. – hesitei.

Ahm, claro Lena.

O que eu realmente precisava era inventar algo para sair de casa num sábado a noite sem que Matt desconfiasse. Após muito pensar, resolvi dizer que Bonnie estava na cidade durante a noite e que eu iria encontrá-la. Matt contestou, pedindo para que ela viesse jantar em nossa casa, afinal ele sentia saudades também. Mas por fim consegui escapar do seu falatório. Avisei Damon por mensagem que estava tudo confirmado e ele pareceu animado.

Sábado pela manhã levei Mariah para brincar num parquinho próximo de casa, enquanto vigiava minha filha liguei para Bonnie para contar as novidades e pedir cobertura.

Lena? Que saudades!!

Bonns, minha amiga, como vai?

Bem e você? E minha afilhada querida?

Morrendo de saudades da madrinha coruja! – Bonnie riu com o apelido.

E o que me conta?

Preciso confessar algo Bonnie... – confessei apreensiva. – Promete não julgar?

Não! O que foi, mulher?

Você se lembra do cara do Caribe?

Claro, o que tem? Não me diga que...

Ele está trabalhando na minha empresa! – disse antes que ela falasse algo.

Como assim, Lena?! Explica direito essa história!

Sexta passada, não ontem, a anterior!, fui efetivar uma contratação e lá estava ele. Se chama Damon Salvatore.

Meu Deus! E vocês se falaram? Conversaram sobre o que aconteceu? Ele te reconheceu amiga?

Mais que isso Bonnie. Logo na segunda ele me tascou um beijo!

Ai meu Senhor... – Bonnie disse reprovando o beijo, imagina quando escutasse o resto.

E não foi só isso, na terça ele me convidou pra jantar, queria me conhecer. Alegou que eu era muito misteriosa e tal. Fui né? – ouvi uma bufada no outro lado da linha – Na volta o acompanhei até o escritório e... – não consegui falar.

E...? – Bonnie incentivou.

E que transamos... De novo!

Elena Gilbert Donovan! - Bonnie disse furiosa.

Não adianta Bonnie, tudo o que você tem pra dizer meu insconsciente já me lembrou diversas vezes! Sou casada, tenho uma filha linda e não adianta arriscar tudo isso por um cara que só quer sexo comigo!

Exato! – ela parecia inconformada.

Mas não adianta, Bonns. Eu tô na dele completamente! Você sabe como eu estava mal de cama com o Matt, todo o fogo de antes acabou e agora ele já é um estranho pra mim. Me diz amiga, como você esperava que eu estivesse depois de cinco anos nessa relação morna?

Elena, isso não é desculpa! Mas você é uma mulher agora, decide o que é melhor pra você. Só não machuque ninguém no processo, se possível.

Eu sei, pretendo esclarecer as coisas o mais rápido possível.

Vai pedir divórcio?

Não pensei nisso ainda. Faz só uma semana... – suspirei.

Ok, mas pense logo. Preciso desligar, a Alice não para de chorar. – Alice era minha sobrinha e afilhada. Bonnie se casou com meu irmão Jeremy há três anos e Alice nasceu há pouco tempo.

Só uma coisa antes Bonn... Hoje vou jantar com Damon, mas disse para o Matt que vou estar com você!

Elena...

Amiga, a Alice não estava chorando? Vai lá, minha sobrinha deve estar com fome! – desconversei.

Eu vou desligar por que preciso mesmo, mas eu e a senhora ainda vamos conversar sobre o assunto! Beijos, Lena!

Sábado a tarde fui fazer compras, senti necessidade de comprar uma lingerie nova, não parecia certo usar as que costumavam ser especialmente para Matt... Se bem que nesse ponto nada mais era certo!

Voltei para casa ansiosa para me arrumar. Tomei um banho completo. Aproveitei que Matt levou Mariah para o cinema e me arrumei toda. Coloquei um vestido preto que destacava minhas curvas e minhas pernas. Fiz cachos no cabelos e me maquiei. Calcei meus saltos Louboutin e estava pronta. Por fora, eu estava comportada. Por dentro, lingerie vermelha e meu sexo pulsando de uma maneira que só Damon sabia saciar.

Cheguei no prédio de Damon cerca de quinze minutos após o horário marcado. Identifiquei-me na portaria e fui autorizada a subir até o sétimo andar. Dei dois toques leves na porta do apartamento 703 e logo fui atendida.

Damon estava deslumbrante. De jeans, camisa branca de gola “v” justa ao corpo e pés descalços ele parecia um anjo vindo diretamente do céu para mim.

– Seja bem vinda, Elena. – ele sorriu exibindo seus dentes perfeitamente brancos.

– Oi Dam... Posso entrar? Eu trouxe vinho. – e o meu corpo também.

– Claro, fique a vontade.

Damon me deu passagem e eu pude observar melhor seu apartamento. Não parecia enorme e nem esbanjava luxo, mas era aconchegante. Não era o que eu esperava de um apartamento de um homem que vivia sozinho.

– Adorei seu apartamento... Não era o que eu esperava de você, senhor Salvatore.

– Como imaginou que fosse? – perguntou me conduzindo pela mão até o sofá.

– Bagunçado, com papéis por todos os cantos e várias embalagens de comidas que você pediu por telefone para se alimentar durante a semana! – rimos juntos.

– E, querida, seria assim caso eu não morasse aqui. Isso eu te garanto! – disse uma loira que acabara de se juntar a nós.

– Isso é verdade... – Damon admitiu envergonhado – Elena essa é Caroline, minha irmã. Carol essa é a Lena, bem... você sabe quem ela é. – Damon enrubesceu, e isso me surpreendeu.

– É um prazer finalmente te conhecer, Elena. Damon vem falando de você há quanto tempo? Cinco anos?

Dessa vez fui eu que fiquei envergonhada. Minhas bochechas queimaram e eu fiquei sem saber o que dizer para a loira bonita, suposta irmã de Damon.

– O prazer é meu. – sorri – Bem que desconfiei das flores. Ou tinha uma mulher na casa ou você era gay. – os dois gargalharam.

– Eu adoraria ficar mais e conhecer a namorada do meu irmão, mas tenho compromisso. – e acrescentou em um tom mais baixo: - E ele me mataria se eu não sumisse daqui logo.

– Caroline! – Damon advertiu.

– É verdade ué. – deu os ombros – Beijinho, beijinho! Volto amanhã de manhã. Au revoir. – se despediu em francês antes de fechar a porta.

– Ela é... animada, não? – comentei sorrindo.

– Ô se é. Morar com ela é pior do que morar com dez garotas adolescentes! – rimos.

A partir de então o clima ficou descontraído. Damon estava terminando nosso jantar, macarrão ao pesto. Conheço a receita e sei que não é o prato mais elaborado do mundo, mas Damon ganhou um ponto positivo comigo por estar se esforçando.

Enquanto comíamos resolvi perguntar mais sobre sua família.

– E a sua família? Conheci a sua irmã, mas e o resto?

– Na verdade minha família é bem diferente. Minha mãe teve meu irmão mais velho, o Christian, ele é cerca de dez anos mais velho do que eu, já tem família e uma empresa própria. Porém quando o Chris tinha seis anos minha mãe sofreu uma alteração hormonal que a tornou infértil. Ela ainda era jovem. Por três anos ela sofreu por isso e entrou numa depressão pesada... – percebi Damon entristecer, então segurei sua mão – Mas ai veio a idéia de adoção, e ai eu apareci. – Seu sorriso se iluminou.

– Você é adotado, Damon? – sorri com a ideia.

– Eu e meu três irmãos mais novos. Foi uma coisa muito legal, sabe? Minha mãe adotiva morreu no parto, era muito jovem e teve complicações durante o meu nascimento. Meu pai não se tem notícia, os familiares da minha mãe biológica nunca souberam quem era. Então fui para um lar de adoção porque os meus avós biológicos não tinham condições de me criar. Não os culpo de me porem para adoção. Eles acompanharam todo o processo de escolha dos pais adotivos, queriam que eu tivesse o melhor. – sorriu com carinho - Hoje infelizmente eles já faleceram e não me interesso pelo resto da família.

– E seus irmãos? – perguntei em meio as garfadas.

– Caroline veio depois. Além de mim ela é a única que foi adotada ainda bebê. Sua adoção foi fechada, então ela não sabe quem são os pais. Stefan e April são os mais novos, eles são gêmeos. Seus pais faleceram num acidente de carro quando eles tinham três anos. Sobreviveram graças a um milagre de Deus, segundo minha mãe.

– Que linda a atitude dos seus pais, vocês devem ser uma família muito unida.

– Éramos quando menores, agora cada um tem sua vida. Eu e Caroline nos mudamos para cá. Stefan e April fazem faculdade em NY. Chris é o único ainda em São Francisco, mas vive muito ocupado para falar com os pais. – rolou os olhos. – Mas e você?

– Somos quatro. Eu sou mais velha, apesar de Jeremy ser apenas dez meses mais novo que eu. Minha mãe brinca que foi rápida, quis ter trabalho de uma vez só! – ri me lembrando do jeito que minha mãe conta essa história. – Jeremy se casou há dois anos com a minha melhor amiga do universo. No começo do namoro achei estranho, mas hoje já é normal. Fico feliz de ter minha amiga como cunhada. Eles tem uma filha linda, minha afilhada Alice.

– Adoraria conhece-los em Kig....

– Kingsland! - repeti pela centésima vez o nome da minha cidade.

– Isso mesmo. Adoraria conhece-los em Kingsland. – Damon abasteceu novamente nossas taças – E você, Lena, não pensa em casar e ter filhos?

Essa pergunta me pegou de surpresa. Engasguei com o vinho que tinha acabado de ingerir.

– Penso.

– E... O que te impede?

Dei os ombros. Não queria mentir mais para Damon. Queria admitir ser casada, mas infeliz, e ter uma linda filha! Mas não conseguia. Ainda era cedo demais. Tinha medo de ele repudiar minha vida e me abandonar.

O jantar terminou calmo, sem mais assuntos reveladores.

Ajudei Damon a por a louça na máquina de lavar pratos e então sentamos no sofá.

– Quer conhecer a casa? – perguntou.

– Pode ser. – sorri.

Damon pegou minha mão e me mostrou os cômodos, deixando seu quarto por último.

– E esse é o meu quarto, esse sim deve ser exatamente como você imaginou.

Observei. O quarto era simples. Uma cama de casal, uma escrivaninha, uma televisão com vídeo game... Sim, basicamente como eu imaginava. Assenti explicitando meu pensamento.

– Ok, vamos ver o filme agora? – Damon sorriu simpático.

– Hm... Que tal a gente pular pra parte que você arranca a minha roupa? – sugeri maliciosa, mordendo o lábio inferior.

– Pensei que nunca iria perguntar!


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Notas finais do capítulo

Elena safadinha ne? hahah Comentem se tão gostando, teorias, duvidas, elogios, criticas, xingamentos…. To aceitando tudo!!



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