Reflexo escrita por SavannahW


Capítulo 24
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Olá! Sei que havia prometido postar no sábado, mas comecei a assistir uma série nova e ai já viu. Cá estou eu com o restante da briga.
Antes de liberar vcs para lerem o capítulo queria agradecer MUITO aos leitores que comentaram, eu fiquei mt feliz mesmo. Ganhei duas novas leitoras lindíssimas e isso me deixou mt animada.
Queria agradecer mais ainda a Tictoczinha que me deixou uma recomendação linda! Obrigada querida!!
Agora sim, boa leitura!!!



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Não era apenas ciúmes, Matt sabia.

Eu podia sentir que não era blefe, que ele não estava apenas me testando. Afastei-me e permaneci quieta, afinal, o que falar para o seu marido que recém descobriu o caso da mulher com o colega de trabalho?

– O- o que? – gaguejei na inútil tentativa de negar conhecimento sobre o assunto.

– Não se faça de sonsa! – Matt alterou o tom de voz pela primeira vez – Você sabe muito bem do que estou falando! Essas fotos... esses e-mails! Não preciso de nenhuma outra explicação, está tudo muito claro!

Só então notei meu notebook aberto em cima da cama. Matt deu um clique no teclado e a tela se acendeu, mostrando o email que eu lia na noite anterior com as fotos da viagem.

– E-eu...

– “Querida Elena,” – interrompeu-me citando as palavras de Damon – “cada momento com você ao meu lado se tornou inesquecível”. Blá, blá, blá. “Acordar sem você ao meu lado vai ser a coisa mais dolorosa que já me aconteceu!”

Matt fez uma pausa e me encarou, como se esperasse uma resposta, mas eu sabia que não deveria falar nada.

– O casalzinho não vai mais poder acordar lado a lado, que peninha. – ironizou - Você, Elena Gilbert, você é uma vagabunda! Uma fingida! – Matt cuspia as palavras na minha cara.

Eu me sentia envergonhada, envergonhada por ter sido tola o bastante para ser sido pega; mas eu me sentia também exposta e vulnerável. As palavras de Matt passaram por mim rasgando cada pequeno pedaço do meu coração.

Eu queria me justificar, eu queria me explicar, mas eu não conseguia. Eu sabia que estava errada e que não havia nada que eu pudesse falar para que Matt me perdoasse.

– Há quanto tempo isso acontece? Um ano? Um mês? Desde que nos mudamos? Quantas vezes você o trouxe ao nosso apartamento? Vocês já transaram na nossa cama? Você ao menos conseguiu mudar de cargo ou o seu novo emprego é ser a prostituta pessoal de Damon Salvatore? – Matt perguntava incessantemente – Heim? Diga, vagabunda!

– Para, Matt! – reuni todas as minhas forças para gritar.

– Parar?! – debochou – A putinha não aguenta?!

Apesar de arrasada emocionalmente, senti meu sangue ferver. Não deixaria o homem com quem compartilhei uma vida, com quem tenho uma filha, me humilhar dessa maneira.

– Posso ter errado sim, posso ter sido insensível por manter um caso sendo que ainda compartilho de um relacionamento com você! – explodi – Mas você me deve respeito! Sou a mãe da sua filha, e se eu não te amo mais e amo outro, isso não me faz puta ou vagabunda, apenas humana! Antes terminar um casamento tarde do que nunca, e ser infeliz para sempre! – cuspi as palavras que há tempos estavam entaladas em minha garganta.

– O que? – perguntou incrédulo pela minha declaração.

– Eu deixei de te amar há muito tempo, Matt, eu só não sabia. – expliquei, dessa vez mais calma – Eu deveria ter te avisado assim que descobri, mas não queria ferir seus sentimentos. Eu amo o Damon, mas eu me importo com você.

Matt levantou da cama e parou na minha frente, face com face. Por um segundo analisei a hipótese de ele me agredir, mas não, meu futuro ex-marido apenas passou a mão pelos cabelos nervosamente.

– Não pense que eu estou bem, muito menos feliz com toda essa descoberta. Por mim eu arrancaria a cabeça desse babaca agora mesmo. – esbravejou – Mas eu sempre te respeitei, e vou continuar respeitando suas decisões, sendo elas precipitadas ou não. Mas que assim seja, Elena. Assim seja. – repetiu.

Matt encarou-me por alguns segundos antes de sair do cômodo. Eu via ódio, decepção e muito rancor em seu olhar. Mas era o esperado...

Joguei-me na cama enquanto escutava Matt arrumar uma pequena mala no closet. Fechei os olhos tentando expulsar as lágrimas que lutavam em sair. Permaneci assim até perceber a presença de Matt.

– Tchau, Elena. – sussurrou olhando para os pés. Pude perceber lágrimas molhando o seu rosto.

Num movimento involuntário levantei-me e abracei forte Matt, que enrijeceu.

– Desculpe. – sussurrei em seu ouvido.

O loiro desvencilhou-se do meu abraço rapidamente e eu não o impedi.

Sem me mover, acompanhei o movimento de Matt em direção a porta. Minha visão periférica permitiu-me observá-lo fazer uma breve pausa antes de sair do cômodo.

– Mariah está na casa da minha mãe, já informei o transporte escolar para buscá-la lá amanhã. Tire a noite para pensar nas suas escolhas de vida e se você realmente está me trocando por ele.

Sem dizer mais nada Matt foi embora. Pude ouvir a porta da frente se fechar e, do nada, senti todo o peso nos meus ombros se transportar para os meu olhos, em forma de lágrimas.

Joguei-me na cama e chorei. Chorei por ter traído Matt. Chorei por ter me apaixonado por Damon. Chorei por ter sido burra de levar um caso adiante. Chorei de saudades de minha filha. Chorei por culpa. Chorei de felicidade. Chorei por chorar.

“Vem aqui, por favor, a porta está aberta.” digitei a mensagem para Damon. Sem receber resposta, duvidei que ele apareceria, continuei chorando.

Damon Salvatore

Após deixar Elena em seu andar, segui para o meu. Respirei fundo antes de entrar em casa, eu queria acreditar que Caroline estaria menos brava comigo, mas se a conheço bem isso não era algo a se cogitar.

– Oi. – cumprimentei ao avistá-la, mas fui ignorado.

Caroline estava sentada no sofá assistindo um de seus reality shows sobre moda e comendo comida chinesa. Senti meu estômago roncar.

– Tem uma dessas caixinhas para mim? – perguntei na esperança de que sua rixa comigo não houvesse se estendido ao campo alimentar.

– E por acaso – Caroline falou sem ainda me olhar – eu tenho cara de quem alimenta alguém? Se quiser comer se vire você mesmo.

Suspirei. Ela ainda estava brava.

Sem falar mais nada fui até o meu quarto. Larguei minha pasta de trabalho e tirei o blazer. Peguei algumas notas e enfiei no bolso, saindo do apartamento em seguida. Se Caroline me ignoraria, eu poderia a ignorar também.

Sai sem rumo procurando algo para matar minha fome, parei num pub – a duas esquinas de distância do apartamento – onde eu sabia que serviam hambúrgueres. Entrei e fiz meu pedido: um x-tudo e um milk-shake de chocolate. Sim, eu afogaria minhas mágoas em comida calórica.

Por que, uma vez na vida, eu não posso estar plenamente feliz? Se não estou triste por Elena, é por Caroline. Se não é por Caroline, é por Elena. Céus! Por que eu precisava arranjar mulheres tão complicadas na minha vida?

– Está sozinho hoje, Damon? – Henry, o dono do pub perguntou ao trazer minha comida.

– Sabe como são as mulheres... – sorri.

– E Caroline? – perguntou, ele adorava minha irmã. Antes de ela começar o namoro com Klaus eles tiveram um rolo, mas não deu em nada.

– Brigamos.

– Xi, boa sorte com aquela baixinha. – deu um tapinha em minhas costas - Com licença.

Ao ser deixado sozinho não pude evitar lembrar da briga da noite anterior. Entre uma mordida e outra as palavras de Caroline ecoavam em minha cabeça.

Ao chegar de viagem fui surpreendido ao encontrar minha irmã sentada em minha cama a minha espera.

Céus! Que susto! – reclamei – O que você faz aqui? – perguntei mesmo já sabendo a resposta.

Não se faça, Damon. Você sabe o que eu tenho para falar. – cruzou os braços.

Não pode ser amanhã? Estou cansadíssimo. – mexi nos cabelos enquanto bocejava.

Não, Damon, não pode! – Caroline gritou e eu pude perceber que ela não estava para brincadeiras.

Ok, diz ai. – me rendi, sentando-me na poltrona para ficar cara a cara com a loira.

“Diz aí” você! Que caralho aconteceu para você sair daqui odiando Elena Gilbert e voltar a amando? Eu vi as fotos no seu facebook, otário. Beijinho aqui, beijinho ali. Se toca, essa vadia não quer nada sério com você. Ela apenas está te fazendo de trouxa. – ela se levantou, indignada – Eu não sei o que ela vai ganhar com isso. Umas noites de sexo? Talvez. Dinheiro? Duvido. Satisfação pessoal ao perceber que pode culpar você pelo desastre que é o casamento dela? Com toda certeza!

Primeiro – a interrompi – eu não sai daqui a odiando, eu apenas estava decidido a não ser o motivo do fim do casamento dela.

Caroline mexeu as sobrancelhas como se dissesse “não é exatamente isso que está acontecendo?”.

Entretanto – continuei, ignorando sua feição – nós conversamos. O motivo pelo qual ela vai se separar é por que ela não ama mais Matt, e sim a mim. – expliquei – Segundo, você não é obrigada a gostar do meu relacionamento, mas peço que o respeite e que, principalmente, respeite a Elena. Não a chame de coisas que ela não é.

Eu nunca erro, Damon Salvatore, e você sabe. Eu sempre consigo enxergar o interior das pessoas. Acredite nas minhas palavras se quiser, tem alguma coisa errada com a Elena, isso tem. E no dia que você descobrir não adianta vir correndo me procurar por que a única coisa que eu vou fazer é rir da sua cara de babaca. – sorriu – Agora com a sua licença, eu tenho coisas melhores para fazer.

Observei Caroline sair do meu quarto empinando o nariz. Aquela casa se tornaria um inferno de hoje em diante, eu podia prever.

Terminei de devorar o meu lanche, deixei duas notas de dez sobre a mesa e sai acenando para Henry.

Ao abrir a porta de casa não encontrei mais minha irmã na sala. Passei pelo corredor que levava aos quartos e vi sua porta entre-aberta.

– Céus, ainda bem que você chegou. Seu celular já avisou uma vinte mil vezes que tem mensagem nova. Deve ser sua namoradinha, ouvi o maior quebra pau vindo do apartamento dela, ela já deve estar querendo te culpar pela briga! – Caroline berrou do seu quarto.

Ignorei suas provocações e procurei meu celular, que estava dentro do blazer. Li a mensagem de Elena pedindo para que eu fosse até o seu apartamento. Droga, já faz quase uma hora!

Troquei minha roupa do escritório por uma calça de moletom cinza e regata branca. O mais rápido possível fui ao encontro de Elena.

Como dito na mensagem a porta estava destrancada. Receoso de que houvesse alguém no apartamento abri a porta aos poucos, mas estava tudo silencioso.

– Elena? – chamei, mas não ouvi resposta.

A configuração do apartamento era exatamente igual a minha, então encontrei o quarto de Elena sem dificuldade. Encontrei-a deitada na cama, minha morena havia adormecido. Sentei ao seu lado e passei a ponta dos meus dedos em sua bochecha.

– Damon... – gemeu ao despertar – Você demorou! – reclamou.

– Mandona até dormindo? – sorri

– Você já devia saber. – falou ainda de olhos fechados.

Pude perceber seu rosto inchado, provavelmente por ter chorado. Sua maquiagem estava um pouco borrada também.

– Me diga o que aconteceu, amor. – pedi e Elena suspirou – Caroline disse ter ouvido uma discussão.

– Ah, meu Deus! Sou uma péssima namorada – bateu a mão na testa – como foi ontem a conversa com a sua irmã?

– Como imaginado... Não tão bem. E aqui? – perguntei voltando ao assunto inicial.

– Pior que o imaginado. Ele saiu daqui, só não deixou claro se foi pra valer. Mas disse que respeitaria minha escolha.

– E por que essa carinha inchada? – perguntei enciumado, só faltava a Elena estar chorando por ele.

– Matt me disse umas coisas bem pesadas antes de ir. – uma lágrima escorreu por sua bochecha – Não quero falar sobre isso.

– Então não falaremos. – sorri.

Abracei o corpo pequeno de Elena sentindo o seu calor.

– Que tal um banho para tirar essa maquiagem borrada da cara? – sugeri.

– Só para tirar a maquiagem? – Elena perguntou com segundas intenções.

Sorri safado e a peguei no colo, arrancando risadas da minha morena.


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Notas finais do capítulo

Me digam o que acharam do capítulo!