Reflexo escrita por SavannahW
Notas iniciais do capítulo
Oi meninas!!!
Eu não sumi, eu não abandonei, eu não sou cuzona, prometo!
Eu tive um mês meio ruim no meu relacionamento, e isso comprometeu minha escrita.
Hoje finalmente consegui concluir esse capitulo, não ta lá grandes coisas (nem revisado) mas eu queria muito postar esse pov do Matt.
Espero que gostem!
– Papai, papai! Eu tô com muitas saudades da mamãe, a gente vai ver ela agora? – minha filha me perguntou animada, virei-me para ela que estava no banco traseiro em sua cadeirinha de segurança.
– Infelizmente não, amorzinho. Ela tá trabalhando. A gente pode fazer várias coisas legais enquanto ela não chega, ok? – minha filha assentiu – mas primeiro vamos chegar em casa e tomar um banho que a senhorita anda enrolando desde ontem! – fiz cosquinhas em sua barriga.
– Papai – Mariah me chamou rindo – sinal ta verde. – avisou.
Virei-me para frente e continuei a dirigir, observando minha pequena pelo retrovisor. Mariah ria e cantava as músicas do CD infantil que tocava no rádio e eu me divertia de ver sua alegria.
Chegamos em pouco tempo no nosso apartamento.
– Já pro banho mocinha. – avisei enquanto largava as bolsas no chão da sala – Está com fome?
– Sim! Podemos comer macarrão chinês? – perguntou se referindo ao yakissoba.
– Mas é claro, mas banho primeiro!
Mariah seguiu para o banheiro e pude ouvir a água sendo ligada. Abri a geladeira a procura dos ingredientes, para minha sorte eu tinha quase tudo... Daria para o gasto.
Comecei a preparar nosso almoço e logo minha filha se juntou a mim, se divertindo em ser ajudante de cozinha.
Após a refeição pus Mariah para dormir, minha pequena queria ser adulta, mas não passava um dia sem sua soneca. Beijei sua face ao coloca-la em sua cama. Cobri minha filha apenas com um lençol e sai do quarto.
Decidi desarrumar nossas roupas da viagem. Peguei as duas bolsas e sentei no sofá. Separei as roupas sujas e dobrei as limpas e então guardei nos respectivos lugares.
Olhei para a minha cama desarrumada e sorri ao lembrar da pressa de Elena essa manhã, atrasada... para variar. Guardei algumas roupas que estavam jogadas pelo quarto e em cima da cama. Peguei o notebook de Elena e pus em cima da mesa.
– Ai Elena, sempre largando o computador ligado, quando precisar de bateria não vai ter... – resmunguei sozinho e pluguei o cabo da força no aparelho.
Arrumei a cama e logo ouvi o som usual do computador sendo iniciado. Melhor eu desligar para a bateria carregar mais rápido.
Virei-me em direção do computador e não pude acreditar no que meus olhos viam, uma página de email estava aberta e tinha uma foto de Elena beijando Damon.
*
Faziam horas que eu estava naquela mesma posição: sentado na ponta da cama olhando para o computador aberto na mesa a minha frente. Era impossível descrever o que se passava pela minha cabeça, raiva, tristeza, pensamentos suicidas... Besteira, eu sei, mas não saberia lidar de outra maneira.
Escutei a televisão sendo ligada, Mariah deveria ter acordado e, independente como ela só, não quis me chamar. Ah, Mariah! Eu precisaria ser forte por ela!
Levantei e segui até o banheiro, no caminho fechei com força a tampa do notebook e joguei na cama. Receio te-lo quebrado, mas não me importa. Eu sentia que estava no automático, afinal ainda não havia chorado. Quem em sã consciência descobre o caso da mulher que ama e não chora? É muito irreal. Parte de mim quer achar uma explicação para isso tudo.
A explicação é que você passa pouco tempo com sua mulher e ela foi procurar um homem fora de casa, seu viado!
Talvez. Mas eu não me transformaria no vilão, por mais que meu inconsciente gritasse por essa medida drástica: eu sou o culpado, deveria entende-la e esquecer tudo isso. Não, porra! Ela fez por que quis!
Céus, tudo na minha cabeça era uma completa bagunça. Despi-me e tomei uma ducha gelada, com a intenção de clarear meus pensamentos. Em vão.
Eu teria que conversar com Elena, isso era óbvio. Eu deixaria meu instinto me dizer que caminho seguir: perdoa-la ou não?
Suspirei, cansado. Coloquei uma roupa qualquer e fui até Mariah.
– Querida – chamei sua atenção abrindo a porta do quarto – se arrume, vamos sair.
– Ok, papai. Aonde vamos? – minha doce menina perguntou. Seus trejeitos me lembravam Elena...
– Dar uma volta... Talvez você durma fora, na casa da vovó, o que acha?
– Eba!! – minha filha bateu palminhas.
Sorri com sua inocência. Mariah insistiu em fazer sua própria bolsa para passar a noite. Autorizei, provavelmente eu não prestaria atenção e esqueceria algo mesmo.
Aproveitei o tempo esperando minha filha se aprontar e liguei para minha mãe.
– Mãe...
– Filho, como foi em Kingsland? – perguntou com a voz suave.
– Bem. Todos mandaram lembranças a você.
– Sinto falta daquela cidade... – minha mãe até tentou viver por um tempo sozinha, mas não tinha condições. Por isso eu a convidei para morar em Miami, próximo a mim.
– Eu sei, preciso te levar lá qualquer dia.
– Vou cobrar... – suspirou – O que foi, meu querido? Sua voz está péssima, está abatido.
– Como sempre perceptiva, mãe... – ri fraco – Tenho umas coisas para resolver com Elena. Tudo bem se a Mariah ficar com você essa noite?
– Mas é claro, meu querido!
– Está certo. Em meia hora estamos ai.
– Até, meu filho.
Despedi-me e desliguei.
– Mariah! Vamos, sua avó está esperando. – informei.
– Estou aqui, papai. – minha pequena apareceu carregando uma mochila.
– Pegou as coisas do colégio?
– Claro. – respondeu.
– E o uniforme? Escova de dentes? Pijama? – despejei.
– Sim, papai. Peguei tudo. – sorriu.
– Essa é a minha menina. Vamos lá!
Quando eu estava com Mariah o tempo parecia parar, tudo era bonito quando estávamos juntos. E eu tive uma certeza, mesmo se meu casamento acabasse eu teria a certeza de que fiz algo certo com minha vida: gerar minha filha.
O caminho até a casa de minha mãe não era longo, em poucos minutos estávamos estacionando em frente a uma grande casa rosa bebê. Minha mãe estava cuidando de suas rosas, como sempre.
– Meus amores! – exclamou ao nos ver.
– Vovó! – Mariah correu até a avó e a abraçou, ignorando o avental sujo de terra.
– Ora, vamos entrar. Estou fazendo um bolo.
– Eba!
Mariah saiu correndo para dentro da casa da avó. Eu permaneci encostado no meu carro.
– Você não vem, filho?
– Não mãe, tenho que resolver algumas coisas ok?
– Tá certo, vai dar tudo certo. – como sempre positiva.
– Tomara, mãe. Fiquem bem, tchau.
Acenei e entrei no veiculo, seguindo para o restaurante. Precisei deixar algumas coisas acertadas, afinal não iria vir a noite. Assim que percebi que tudo estava ajeitado sai em direção a minha casa. Era quase hora de Elena chegar.
Dirigi calmamente até meu prédio. Ao estacionar na minha vaga usual percebi que o carro de Elena também estava estacionado. Forcei minha mente para tentar recordar se mais cedo ele também estava lá, mas foi em vão. Segui em direção a portaria.
– Hey. – chamei o porteiro que eu nunca me lembrava o nome.
– Boa tarde, senhor Matt. – cumprimentou.
– O carro de Elena está estacionado, ela já chegou? – perguntei.
– Não, senhor. Ela não saiu com o carro essa manhã.
– Pegou um táxi?
– Não, senhor. Pelo o que pude perceber foi de carona com o senhor Damon.
Senti minha pele ferver. Não era um casinho de viagem!
– Obrigado. – respondi entredentes.
Subi em disparado para o meu apartamento.
Idiota!! Quando será que essa merda começou? Quando nos mudamos? Quando viajaram? Que merda, Elena! Por que você fez isso comigo?!
Sentei em minha cama e perdi a noção do tempo ao ficar remoendo o acontecido.
*
Um barulho me despertou do transe. Era a porta batendo, indicando que Elena havia chegado. Acompanhei seus passos em direção ao quarto.
– Matt? - escutei a voz de Elena me chamar.
– Por que o seu carro ficou o dia inteiro na garagem? – perguntei.
Não houve resposta. Claro! Típico. Virei-me para encarar seu rosto pálido.
– E então?
– Peguei carona com Damon, a empresa vem promovendo uma campanha em prol do meio ambiente, estimulando os funcionários a oferecerem carona aos colegas que moram perto.
– Uhum.
Concordei enquanto digeria sua mentira. Quanta cara de pau seria necessária para continuar essa farsa?!
Senti minha “mulher” aproximando-se, na intenção de beijar-me os lábios. Desviei e ela pareceu sinceramente confusa.
– Ei!
Eu não poderia mais aguentar esse joguinho, Elena Gilbert Donovan!
– E a empresa estimula a transa solidária também?
Elena perdeu a pouca cor que tinha em seu rosto.
– O- o que? – gaguejou.
Ah, Elena, você está acabando com a minha paciência!
– Não se faça de sonsa! – berrei – Você sabe muito bem do que estou falando! Essas fotos... esses e-mails! Não preciso de nenhuma outra explicação, está tudo muito claro! – apontei o notebook.
– E-eu...
– “Querida Elena,” – abri a tampa do computador e comecei a ler – “cada momento com você ao meu lado se tornou inesquecível”. Blá, blá, blá. “Acordar sem você ao meu lado vai ser a coisa mais dolorosa que já me aconteceu!”– a encarei esperando uma justificativa que não veio - O casalzinho não vai mais poder acordar lado a lado, que peninha. – ironizei - Você, Elena Gilbert, você é uma vagabunda! Uma fingida! – gritei - Há quanto tempo isso acontece? Um ano? Um mês? Desde que nos mudamos? Quantas vezes você o trouxe ao nosso apartamento? Vocês já transaram na nossa cama? Você ao menos conseguiu mudar de cargo ou o seu novo emprego é ser a prostituta pessoal de Damon Salvatore? – eu não conseguia controlar minhas palavras, elas apenas saiam de minha boca – Heim? Diga, vagabunda!
– Para, Matt!
– Parar?! – ri – A putinha não aguenta?!
– Posso ter errado sim, posso ter sido insensível por manter um caso sendo que ainda compartilho de um relacionamento com você! Mas você me deve respeito! Sou a mãe da sua filha, e se eu não te amo mais e amo outro, isso não me faz puta ou vagabunda, apenas humana! Antes terminar um casamento tarde do que nunca, e ser infeliz para sempre! – Elena berrou um turbilhão de frases que eu nunca esperei ouvir dela.
– O que?
– Eu deixei de te amar há muito tempo, Matt, eu só não sabia. – suspirou – Eu deveria ter te avisado assim que descobri, mas não queria ferir seus sentimentos. Eu amo o Damon, mas eu me importo com você.
Era isso. Fim de linha. Toda a minha raiva se esvaiu e tudo o que eu podia sentir era pena... Pena de mim mesmo por estar vivendo essa situação.
Em algum momento eu não fui o necessário para Elena. Não a amei o suficiente, não supri suas necessidades... E outro apareceu e fez o meu trabalho. A culpa era sim minha... Não resta nada a fazer.
– Não pense que eu estou bem, muito menos feliz com toda essa descoberta. Por mim eu arrancaria a cabeça desse babaca agora mesmo. Mas eu sempre te respeitei, e vou continuar respeitando suas decisões, sendo elas precipitadas ou não. Mas que assim seja, Elena. Assim seja
Fui até o closet e soquei algumas roupas dentro de uma mala. Não sei ao certo o que peguei, mas teria que ser o suficiente até eu decidir o que faria da vida agora.
Voltei ao quarto e encarei minha futura ex-mulher. Seu olhar era fraternal, isso me rasgou por dentro.
– Tchau, Elena. – sussurrei e senti as primeiras lágrimas do dia darem indícios que iriam rolar. Elena me abraçou e eu travei.
– Desculpe. – ela sussurrou em meu ouvido.
Sai do abraço, apesar de ser onde eu gostaria de ficar pela eternidade, ele não me pertencia mais. Desolado, decidi ir embora.
– Mariah está na casa da minha mãe, já informei o transporte escolar para buscá-la lá amanhã. Tire a noite para pensar nas suas escolhas de vida e se você realmente está me trocando por ele. - sussurrei antes de sair do quarto definitivamente.
Eu precisava esquecer o que acabará de acontecer. Precisava arranjar um lugar pra ficar. Precisava de distração.
Tentei fazer uma ligação, mesmo estando no elevador.
– Fala, irmão! – meu melhor amigo atendeu rapidamente o celular.
– Pode me encontrar? – perguntei.
– Ué, não está trabalhando?
– Hoje não, algumas coisas aconteceram... – senti as lágrimas voltando.
– Xi... Tá emotivo, coisa boa não é! Me encontra no Smith’s.
– Obrigado, Tyler. Nos vemos lá.
Enxuguei as lágrimas e entrei no carro, jogando minha pequena mala no banco do passageiro.
Dirigi cerca de vinte minutos até o meu bar preferido e rapidamente encontrei Tyler já acomodado em uma mesa paquerando a garçonete que havia trazido umas cervejas pra mesa.
– Você não presta. – falei assim que a moça saiu de vista.
– Se eu prestasse, você não gostaria de mim. – riu.
– Verdade... – tentei acompanhar a risada, mas falhei.
– O que rolou?
Apesar do barulho, eu precisava desabafar.
– A Elena, cara... Ela tava tendo um caso! – explodi.
– Como assim?! – meu amigo arregalou os olhos
– Com um cara do trabalho. Diz que o ama e todo esse caralho! – esbravejei.
– Aquela... – mediu as palavras – Eu nunca esperaria isso da Lena. Vocês foram feitos para envelhecer juntos. – suspirou.
– Eu também achava... – limpei uma lágrima que insistia em cair.
– Ei, ei. Nada de choro. Nós vamos beber, dai você vai arranjar uma menina linda aqui e vai aproveitar a sua juventude, mesmo que um pouco atrasado!
– Não... Eu não posso. – parecia errado, apesar de tudo.
– Você pode e você deve! Mas ok, não vou forçar. Vamos beber umas e outro dia a gente passa pra fase “seguir em frente”, ok?
– Certo.
– Então um brinde a sua nova vida! – levantou a cerveja.
– A minha nova vida! – bati minha garrafa na dele.
Eu realmente queria ver essa vida dar certo...
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Não revisei, entao nao me matem se tiver erros :x