Chegamos à sala de jantar. Havia uma mesa bem no centro da sala. Ao seu redor estavam seis pessoas, duas delas eu conhecia, Edward – ao lado de quem sentei- e Carlisle, que estava na cabeceira da mesa. Descobri quem era Jasper, pois Alice, depois de me acomodar, flutuou até ele.

Jasper era um garoto com cara de dor e aura calma, em seus olhos negros eu via algo a mais. Seus cabelos caiam em cachos perfeitos ao redor de seu rosto. Ele não era muito forte, nem muito fraco. Ao seu lado estava Alice que era uma menina magra, baixinha de cabelo curto com ondas sutis que moldavam seu rosto. Seu jeito de andar me fazia pensar em uma bailarina.

Havia na mesa uma mulher loira, muito bonita e com cara de poucos amigos, Rosalie. Ao seu lado estava um homem gigante, mas seu sorriso cheio de covinhas dava a ele um ar infantil. Seu cabelo loiro era curto, Emmett.

Ao lado de Carlisle, estava uma mulher muito bonita, com o rosto em formato de coração e ar maternal, Esme. Parecia um comercial de margarina, todos incrivelmente lindos e unidos. Eu, a estranha que chegou para balançar a família.

– Qual seu nome, querida?- Perguntou Esme.

– Me chamo Bianca.

– Bem, alguns de nós você já conhece. Eu, Carlisle e Alice. Aquele é Jasper, ele cuidou de você enquanto você dormia, ele é namorado da Alie. Este é Emmett, meu irmão e aquela é Rosalie, irmã de Jasper. Em e Rose estão noivos. – Edward explicou, prestando atenção aos meus atos.

– Oh, uma família de comercial de margarina?! – disse irônica. Certos hábitos não mudam. Todos riram, exceto Rosalie. Jasper esboçou um riso contido.- Obrigada por tudo que vocês estão fazendo por mim.

– Você já é da família, pequena. – Disse Edie com a mão em meu ombro.

– Então, guria, qual a tua história? – Foi a primeira vez que Jasper falou.

A pergunta me pegou de surpresa. Eu não achava minha história algo extraordinário, ao contrário, ela nem mesmo tinha um final feliz. Não havia o que esconder e todo o cuidado com que me trataram deu a eles o direito de saber tudo o que eu passei.

– Eu nasci em Seattle, mas vim morar em Forks, com meu pai, quando minha mãe morreu. Minha mãe morreu há exatamente um ano no parto do meu irmão que não resistiu aos primeiros dias de vida. Eu estava no meu quarto, enquanto meu pai fazia algo na sala. Meu pai recebeu um telefonema e ficou transtornado, me obrigou a entrar no carro sem ao menos dar-me tempo de pegar algumas roupas e os documentos. Eu não sei o que aconteceu, pois ele nunca agia assim. Ele, que sempre fora calmo, ficou incrivelmente preocupado e nem mesmo pegou os álbuns de fotos que tanto amava. Ele dirigia rápido demais e, mesmo sob meus protestos, acelerava mais e mais, era como se ele estivesse fugindo de algo. Eu estava com medo e chorava compulsivamente. Um caminhão que vinha na contra mão pegou o carro em cheio. Eu estava no banco de trás, mas com o choque desmaiei. Acordei tempos depois. Meu pai estava jogado do lado de fora do carro, imóvel. O motorista do caminhão esta sangrando muito e não parecia respirar. A estrada era deserta e eu achei que morreria ali. Minha perna estava presa entre a porta e o banco do carona, ao tentar me soltar acabei por rasgar mais ainda minha própria pele e o cheiro do meu sangue estava me deixando enjoada. Eu senti quando fui puxada de dentro do carro, vozes ás quais eu não consegui me prender bailavam ao meu redor. Meus olhos estavam fechados, mas eu permanecia consciente. A mão fria em minha coxa faz com que a dor diminuísse. Estava muito fraca para me manter acordada e desmaiei de novo. E então, é isso que eu lembro.

–Por Deus, querida... – Disse Esme pasma- Você tem algum parente que possa sentir sua falta? Algum amigo?

– Não, ninguém. Somos apenas eu, meu pai e minha mãe. Bem, éramos.

– Você pode ficar conosco. - Disse Rosalie, pela primeira vez expressando o que seria um sorriso. Todos a olharam com espanto. - O que foi!? Ah, gente... Eu só estou verbalizando o que todos vocês queriam, portanto, não me olhem assim!

– Está decidido – disse Alice, antes que eu pudesse me manifestar. - Ela ficará. Bem vinda a família, Bianca Cullen! Vamos, Jass. Vamos ver os papeis com o novo nome da Bia. Oh, Céus... Esme precisa fazer o projeto do quarto, eu preciso escolher as cores e montar o armário. Ela não pode usar as roupas da Esme para sempre, não é... – tagarelou em um fôlego só.

– Alice, primeiro precisamos saber se ela aceita. – Disse Carlisle, rindo da animação da filha. – Então Bia, você nos aceita como sua família?