Vida de Casados escrita por sgculture


Capítulo 5
Mentiras - Final


Notas iniciais do capítulo

Gente to tão animada com os comentários. Obrigada por todas vocês fofas. Comentem e comentem.

Boa leitura!



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“Eu vou escrever no seu muro, e violentar o seu rosto”

POV Hermione Malfoy

Já passava dois dias em que eu havia procurado Draco. Fiquei desesperada quando acordei no hospital, mas antes de sai me certifiquei de que ele ainda não sabia nada sobre a minha gravidez.

Também já passava dois dias que eu estava de folga do trabalho. O médico disse que eu devia evitar qualquer aborrecimento. Me deixar só em casa é o contrario disso!

Gina aparece as vezes para me ver e Pansy também. Acho que a morena desconfia da minha gravidez, mas não dizia nada.

(...)

– Pansy pelo amor de Deus eu já comi!! – Respondi alterada no telefone

– Mionizinha meu amor, seu estado emocional está alterado! – Ela disse irônica do outro lado da linha.

– Okay Pan, vou tentar relaxar.

– Não se reprima, ok? Vá fazer algo que te tire esse estresse todo. Você está de folga, relaxe e libere essa raiva.

– Tudo bem Pansy, eu agradeço o carinho.

Ficamos mas alguns minutos conversando e outros minutos nos despedindo.

Assim que coloquei o telefone no gancho, senti uma vontade de fazer algo. Mas o que? Fiquei meia hora encarando a parede branca da minha sala.

Porque aquela parede era tão branca? Sem vida, sem cor... Parecia mais um hospital. Ah é me lembrei, meu marido queria cores neutras. Tudo dele é cinza, branco e preto. Sou eu que dou cor a ele e essa casa.

Cor... porque não dar cor a ele?

Sem pensar ou pesar as conseqüências dos meus próximos atos, eu corri até o meu antigo ateliê e abri as portas dos armários. Vermelho e roxo foram as únicas tintas que estavam boas. PERFEITO! Peguei um dos maiores e pinceis que achei e voltei à sala.

Rapidamente peguei o meu celular e disquei um numero.

– Luna falando.

– Oi loura sou eu.

– Mione!!!!

– Shiiii. Não expressa reação. Onde Draco está?

– Ixii, o dia hoje dele está lotado. Deixa eu pegar a agenda. Bom, ás 9:00hrs ele tem uma reunião.

Dei uma olhadela no relógio da sala. Eram 8:50mim

– Perfeito, então daqui a pouco ele entra em reunião então. Tem uma cópia da chave do escritório dele?

– Mas claro que eu tenho. Mi o que você vai fazer? – A ouvi sorri

– Nada demais. Daqui a pouco eu te vejo loura. Beijos.

Corri pra garagem com as latas de tintas e o pincel. Liguei o carro e em cinco minutos eu já estava fazendo manobras arriscadas para chegar até o escritório dele.

Chegando lá estacionei na área vip. Afinal ainda sou a senhora Malfoy.

Puxei o gorro do meu suéter e coloquei meus óculos escuros. Com as latas em uma sacola junto ao pincel, eu desci do carro sem fazer cerimônia.

Realmente era um dia muito agitado, pois todos que eu via estavam correndo ou com as caras enfiadas em pastas e documentos. Passei despercebida pela maioria das pessoas.

Rapidamente cheguei ao elevador e entrei, apertei na cobertura e esperei pacientemente. Quando as portas se abriram a Luna pulou na minha frente:

–Hermione Jean Malfoy o que você vai fazer? – Ela me perguntou sorrindo.

Larguei as sacolas no chão e a abracei.

– Vou fazer algo que só um Malfoy teria coragem.

– Ou uma grifinória orgulhosa

Rimos até a barriga doer.

– Luna, tem alguém aqui?

– Não Mione. Só eu e a Cora temos acesso a esse andar. Ah e o Blás e o Draco claro.

– Cora? – Eu indaguei. – E a Austória?

– Demitida. Dois dias depois da briga de vocês.

Me emocionei nessa hora. Malditos hormônios. Mas ele fez, ele se livrou dela.

– Ah Luna, porque ele não volta pra casa? – Eu disse choramingando

– Porque você dois são duas cabeças duras. Ele acha que ele ta certo, e você também.

– Ah é? Se eu estou errada, é agora que eu vou ficar mesmo.

– Hermione, Hermione.

(...)

Depois de uns 10 minutos, Luna me deixou entrar na sala particular dele. Ela teve que ir, disse que não queria confusão pra cima dela. Mas não era preciso, eu e Draco a amamos muito e a perdoaríamos por tudo.

Encontrava-me no meio da sala dele. Olhei em volta. Tudo ali emanava meu louro. O cheiro, a cor, a masculinidade... Tudo era ele. Na mesa dele havia uma foto minha. Pelo menos ele a manteve intacta. Em cima do sofá de couro tinha um paletó dele. Peguei-o e levei ao nariz. O perfume de menta amadeirada me invadiu. Ele obviamente o usara recentemente. Vesti o paletó em mim, senti-me confortável.

Apesar da saudade, estava com muita raiva. E já que eu ele achava que eu era o problema, eu realmente ia ser o problema.

Peguei as latas de tintas e deixei-as abertas, peguei o pincel e mergulhei na tinha vermelha. Comecei pela parede extremamente branca que ficava a esquerda.

“Malfoy, seu fuinha desmiolado”

Foi a minha primeira frase. Comecei a rir lembrando-me dos tempos da escola.

“Malfoy sua barata nojenta, abominável e asquerosa”

Dessa vez eu escrevi de roxo. Quase cai no chão de tanto rir. Eu disse isso quando dei um belo soco no nariz do meu maridinho.

Meu ataque de risos foi interrompido por uma voz fria, máscula e altamente sexy:

– Hermione o que diabos está fazendo?

Me virei, apenas para encontrar suas orbes cinzas tempestuosas, sua face vermelha em uma expressão totalmente não de Deus.

Ops, estava ferrada.

– Oi Draco – Disse sem graça.

– Oi Draco? OI DRACO? NÃO ME VENHA COM ESSA DE ‘OI DRACO’. VOCÊ PASSOU DOS LIMITES HERMIONE. VOCÊ ESTÁ FICANDO TOTALMENTE LOUCA E INCONTROLAVEL.

Aquelas palavras, e a fúria com que foram ditas me atingiram como uma tapa. Minhas lagrimas começaram a cair sem que eu me desse conta.

–EU NÃO SOU LOUCA MALFOY. NÃO SOU!

Gritei apontando o dedo em riste na cara dele.

– NÃO É? MAS ESTÁ AGINDO COMO TAL.

De novo, uma bofetada sem mão. Droga de hormônios, está duplicando toda a minha magoa.

Então coloquei a culpa nos hormônios e me senti no direito de dar um tapa na cara de Draco.

‘Slap’

– Hermione... sua maluca...

‘Slap’

Eu parti pra cima do Draco e continuei a estapeá-lo onde a minha mão alcançava. Draco estava atônito demais, em cinco anos de casados nunca havia tido nenhum tipo de agressão entre nós.

– Hermione para...SAI DE CIMA DE MIM.

E então ele me empurrou, um pouco forte demais. Cai com tudo no chão e me senti zonza. Soltei um gemido baixo.

– Hermione, eu... me desculpa.

Draco disse tentando me levantar.

– Não me toca Malfoy!

Vi dor se apossar de seus olhos. Ele estava magoado e ferido. Não diferente de mim, aposto.

“Eu quero roubar no seu jogo, eu já arranhei os seus discos”

POV Draco Malfoy

Quando a Cora interrompeu a minha reunião pra dizer que Hermione estava na minha sala, eu sai eufórico de lá.

Deixei Luna no meu lugar e corri pra lá. Mas quando eu cheguei na sala e vi aquelas frases escritas, perdi o controle. Aquilo é totalmente não Hermione.

E quando ela começou a me bater, foi agonizante e inesperado. Mas me sinto culpado por tê-la empurrado no chão. Vendo-a ali, jogada no chão, ela estava parecendo um bicho selvagem, encurralado e ferido, precisando de atenção.

– Hermione, eu... me desculpa.

Disse tentando levanta-la.

– Não me toca Malfoy!

E com a resposta dela algo me doeu.

–Não me toca é uma ova.

Rapidamente cai de joelhos ao lado dela e vi se tinha algum machucado.

–Está tudo bem com você. – Eu disse a ela

–Não preciso de ajuda Draco. – Ela disse levantando-se

Mas acho que o fez rápido demais pois logo ela teve que se apoiar na parede.

– Ah Hermione, porque não me diz o que há com você?

– Vou dizer a você quando voltar a fazer parte da minha vida.

Ela disse irritada e magoada. Meu coração se apertou, isso não estava adiantando. Caminhei até ela e peguei-a no colo:

– Draco, me bota no chão...AGORA!!

– Vou já! Assim que tiver dentro do meu carro!

– Eu to de carro Draco. Me bota no chão!! Eu volto pra casa sozinha.

– Melhor ainda, te deixo em casa e tenho certeza que você não vai sair de lá.

Passei pelo hall de entrada e deixei comandos com a secretaria de administração.

– Diga a Luna que vou a minha casa, mas volto para reunião com os australianos. Diga para ela que não atenda os caprichos de Hermione nunca mais...

– Capricho é a sua cara... – Ela resmungou

– É isso. E por favor, tomem conta do carro de Hermione. Ah e mande alguém a minha sala limpar a bagunça que a minha mulher fez. Ah só deixe o nome ‘Malfoy’, sim?

A secretária assentiu e eu me virei até o elevador. Chegamos rapidamente ao estacionamento. Hermione estava quieta e calada.

–Bom dia senhor Malfoy!

O manobrista disse e depois acrescentou:

– Senhora Malfoy.

– Jonas me faça um favor e mande seu chefe me largar – Hermione disse para ele.

– Não esquente Jonas. Só faço o que ela manda – Eu respondi sorridente.

Cheguei ao meu carro e coloquei-a lá dentro.

– Fique quietinha Hermione.

Ela me respondeu com uma tapa na minha mão.

– Só dirija, por favor. Me leve pra casa.

A viagem foi silenciosa, apenas ao som de “Snow Patrol”. 20 min, depois estávamos em casa.

– Bom é a sua casa. Sinta-se a vontade – A castanha resmungou.

A casa tava em uma total desordem. O que será que ela fazia aqui? E Pansy que a visitara não podia ter me dito isso? Fui até a cozinha e todas as xícaras que a mamãe havia nos dado estavam quebradas.

–HERMIONE!

Chamei-a e ela logo apareceu.

– Não grite! Não sou surda. O que é? Ah as xícaras? Era uma droga mesmo!

– Hermione você não podia fazer. Era um presente, presente da minha mãe... Presente da sua sogra Hermione!

Ela ficou pálida de repente e correu da cozinha. Segurei o impulso de ir atrás dela. Era a oportunidade que eu queria de encontrar algo que me dissesse o que estava havendo com ela.

Fui até a sala e me dirigi a estante dela. Era onde ela guarda cd’s, livros e documentos. Achei a pasta onde estava escrito ‘exames’. Tirei várias receitas de vitaminas e remédios para enjôo. Depois encontrei o histórico de idas ao médico. Ela havia ido cinco vezes ao hospital. Meu deus, o que aconteceu?

–Draco? O que você ta fazendo mexendo nas minhas coisas?

Rapidamente coloquei os papeis dentro da pasta e me virei:

– Porque não me conta o que está havendo? Porque fica escondendo as coisas de mim Hermione?

–Com que direito você está mexendo nas minhas coisas? Quem disse que você tem que saber de alguma coisa?

– Porra Hermione!! – Eu disse dando um chute na estante dela. – Eu sou o seu marido.

Finalmente olhei-a em seus olhos. Ela chorava.

– Não tem nenhum direito desde que você saiu de casa. Eu não sai, eu to aqui. Você foi embora!

– Droga Hermione porque você não entende nada?

Continuei dando chutes na estante.

– Para Draco.

Mais chutes

Porque ela não entendia? Era assim que íamos terminar? Acho que se eu for pra Austrália talvez ela venha comigo.

Chutes, e mais chutes.

– DRACO PARA AGORA!!

O grito dela me tirou do transe. Quando dei por mim meus pés estavam rodeados com os cd’s dela. Ótimo agora mesmo que ela ia me odiar.

– Sai daí Draco. Você arranhou toda a porra dos meus cd’s.

– Sabe Hermione? Eu vou mesmo sair daqui. Mas saiba que hoje à tarde estou assinando um contrato com os australianos. Estou indo para Austrália.

“Que é pra ver se você volta
Que é pra ver se você vem
Que é pra ver se você olha
Pra mim

Nada ficou no lugar
Eu quero entregar suas mentiras
Eu vou invadir sua alma
Queria falar sua língua

Eu vou publicar os seus segredos
Eu vou mergulhar sua guia
Eu vou derramar nos seus planos
O resto da minha alegria”

POV Hermione Malfoy

Draco soltou aquela bomba e foi embora. Como assim Austrália? Estava em choque. Fiquei alguns minutos assim.

Estava fraca demais, havia acabado de vomitar. A briga com Draco e a tinta fizeram mal a mim. Cai no chão da minha sala em prantos.

Ele ia embora, ele ia embora, ele ia embora! Por que, por que, por que?

Fiquei letárgica por meia hora. Austrália... Isso era na Oceania certo?

Como eu ia ficar sem Draco? Não conseguia dormir sem seu cheiro, vivia no hospital fraca, mal trabalhava. O que ia ser de mim?

Uma vertigem me atingiu! Que egoísta eu sou! Estava grávida. Meu filho não ia ter pai? Draco nem sabia da existência dele. Esse pensamento foi o que fez me levantar do chão e pegar meu telefone.

Quem podia me ajudar? Luna já estava encrencada. Pansy diria tudo para Draco. Gina!!!

A ruiva atendeu no segundo toque.

– Gina. Preciso da sua ajuda!

(...)

Em meia hora estava estacionando o Porshe da ruiva no lugar vip. Chegando no hall de entrada quase não reconheci. Estava lotado de pessoas. De jornalista, se secretarias, de empresárias.

Tentei passar despercebida.

– Senhora Malfoy?

Sem sucesso.

Me virei para ver quem havia me chamado. Qual foi a minha surpresa a me deparar com a loura velha que estava com meu marido no restaurante naquele dia.

– Oi – Disse secamente.

– Senhora Malfoy, sou Rita Skeeter do London Diário. Eu ouvi boatos de que você e Draco estariam separados...

– Eu não sei quem disse tamanho disparate – Cortei-a logo – Estamos juntos e muitos juntos.

–Ah então estão se mudando para Austrália? Soube que ele está assinando um com...

– Não queridinha. O senhor Malfoy e eu decidimos ficar! Lá na Austrália não tem escolas tão boas quanto aqui. Isso mesmo fofinha, eu estou grávida!

Essa minha simples declaração, fez com que todos os repórteres e redatores virassem para mim. Flash’s pipocaram na minha visão.

Baixei meus óculos escuros e sai cotovelando todo mundo. Andando o máximo que aqueles insetos de jornal me permitiam, cheguei a segunda recepção.

– Quero saber em qual sala está acontecendo a reunião com os australianos.

– Me desculpe, mas eu não posso informar.

Baixei os óculos e olhei pra imprestável na minha frente.

– Eu acho que você pode.

–Ah meu Deus. Senhora Malfoy me perdoe. Sala 8 senhora.

– Tudo bem queridinha – Disse o mais acida que pude.

Me pus a correr pelos corredores e salões daquele grande prédio. Cheguei ao centro do salão e ia pegar o elevador, quando uma mulher loura me alcançou.

– Sinto muito senhora Malfoy, mas você não pode subir.

Virei-me

– E você seria? – Perguntei a ela.

– Sou Cora senhora. Senhor Malfoy não quer que ninguém interrompa.

Fitei aquela mulher. Em seus olhos podia ver medo, mas também determinação. Avaliei as minhas opções. No meio daquele salão havia um pequeno lago onde havia carpas e véus de noiva. Só precisava de uns passos pra alcançá-la.

– Tudo bem, não é tão urgente assim.

Ela deu um sorrisinho nervoso.

– Se quiser me acompanhar.

E ela foi à frente. Bingo!!

Um.

Dois.

Três.

Splash’

Empurrei a metida da Cora no lago.

– Nunca mais me diga o que fazer. Afinal sou uma Malfoy.

Lancei meu olhar mortal alá Draco para ela.

– Onde eu estava? – Falei alto pra ela ouvir – Ah sim, parar a reunião do meu marido.

Mandei tchauzinho pra ela e fui embora. Meus hormônios estavam descontrolados.

Cheguei ao elevador e em três minutos eu estava na porta de reunião.

Queria saber o que Draco estava pensando em me deixar desse jeito. Queria poder ler os pensamentos dele e a alma.

Botei o ouvido na porta para ouvi o que falavam. Mas eles estavam falando em uma língua nativa e antiga da Austrália. Não inglês.

Respirei fundo e abri a porta.

– Draco, você não pode ir para Austrália.

Todo mundo na sala começou a olhar pra mim. Draco ficou pálido ao me ver e extremamente envergonhado.

Ele disse algo naquela língua estranha e todos os presentes pareceram concordar. Queria muito saber o que ele havia dito.

– Hermione, por favor. Vá embora e assim que acabarmos conversamos.

– Não Draco. Essa reunião acaba agora. Você não vai a Austrália.

Ele riu sarcasticamente.

– Ah por qual motivo Hermione? Posso saber? Você primeiro invade a casa de Blás, depois bagunça o meu escritório e agora quer atrapalhar meus planos. Me diz o motivo HERMIONE!

Eu não respondi. Caminhei até ele e abri a minha bolsa. Peguei o meu teste de gravidez e entreguei a ele.

– O que é isso Hermione, o que...

– Leia isso Draco. Leia isso antes de assinar qualquer bosta de papel.


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Notas finais do capítulo

Acho que esse foi o capitulo mais longo que escrevi, por isso vou demorar um pouquinho pra postar o próximo. Tenho que programar direitinho.

Obrigada por lerem e comentem por favor! Beijos. Até a próxima!



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