“Nada ficou no lugar, eu quero quebrar essas xícaras”

POV Hermione Malfoy

Mas um dia de trabalho cansativo. Até que tinha ido bem. Meus enjôos pararam e a Minerva parecia um tanto animada.

Então quando eu cheguei a minha casa era pra eu estar feliz, mas nunca me vi tão deprimida.

Automaticamente e com movimentos mecânicos, me alimentei, banhei e me vi sentada no sofá admirando o nada. Acariciei a minha barriga de leve.

— Ah bebe eu devia estar cuidando de você.

Desde que Draco foi embora, duas semanas atrás, eu ainda não havia ido ao medico. E estava tomando remédios por contra própria, e não me alimentava direito, e havia tonturas e... Mas que droga! O que estava fazendo com o meu filho?

Num ímpeto de raiva eu me levantei do sofá e comecei a andar de um lado pro outro.

— DUAS SEMANAS E ELE NÃO DÁ AS CARAS. E POR CAUSA DISSO EU PREJUDIQUEI A MINHA SAÚDE E A DO MEU BEBE... A CULPA É TODA DELE!!

Porque ele saiu de casa e eu tenho que me prejudicar?

— MERDA, MERDA, MERDA! É nisso que você me transforma Sr. Malfoy? Cadê a minha responsabilidade e o interesse pela minha vida? Eu tenho o seu filho no ventre droga!

Minha tristeza foi substituída por raiva. Raiva de estar triste, raiva de não ter me cuidado e principalmente raiva de ele ter saído de casa.

Quando dei por mim estava na cozinha, tirando do armário todas aquelas xícaras chiques e caras que a minha ‘adorada’ sogra havia nos dado.

— Isso é por você ter ido embora – E joguei uma xícara no chão – Isso é por você não me pedir desculpas. – E mais uma foi ao chão.

— Isso por ter contratado aquela vadia. Isso por odiar o Rony...

E assim foi, a cada frase de algo que me magoava eu quebrava uma xícara. Foi reconfortante momentaneamente.

Eu sabia que nada tinha sido resolvido de fato, mas aquela agitação me deixou cansada o suficiente pra eu dormir a noite toda.

“Eu vou enganar o diabo”

POV Draco Malfoy

— Draco, eu marquei umas entrevistas com possíveis candidatas ao cargo de secretaria.

Luna dizia. Mas eu não conseguia ouvi-la.

Fazia duas semanas sem a Hermione. Isso significa que já foi metade do prazo pra eu responder a proposta dos australianos.

Suspirei.

— Você podia ligar pra ela e acabar com isso.

— E dizer a ela que ela venceu? Não mesmo.

Eu sei, meu orgulho e ego são enormes.

Agendei as entrevistas, assinei umas papeladas e sai para almoçar.

Peguei o carro e dirigir até achar um bom restaurante. Quando sai do carro, sorri cansado, estava perto demais do trabalho de Hermione.

Pedi o lugar e sentei imerso em pensamentos.

— Senhor Malfoy?

Levantei os olhos e me deparei com a víbora mais venenosa do mundo jornalístico.

—Rita Skeeter? O que faz por aqui?

— Vim apenas fazer uma entrevista com alguns empresários e vi o senhor chegando. E eu queria conferir se são verdadeiros os boatos de que está indo para a Austrália.

Ela disse me fitando com os olhos maliciosos. Eu a encarei sério.

— Não está nada decidido ainda.

— Ah - Ela arqueou as sobrancelhas em duvida – E a senhora Malfoy? Como ela está?

— Ela está muito bem. Obrigada.

Será que estava mesmo? Eu tinha que saber...

Depois de eu ter me esquivado das perguntas inquietantes daquela mulher horrorosa, almocei tranquilo e dirigi pra casa de Blás.

Fui dormir um pouco, estava cansado demais.

(...)

— Draco, acho que a Hermione quer falar com você!

Assim que eu abro os olhos é a primeira frase que eu escuto!

— VOCÊ É UM IDIOTA CRETINO... E EU TE ODEIO!!

“Eu quero acordar a sua família”

POV Hermione Malfoy

Minerva resolveu me liberar na hora do almoço. Só ia haver reuniões pequenas e ela não ia precisar da minha ajuda.

Sai faminta da editora, então entrei no carro e fui pro restaurante mais próximo.

Distraída como eu estava, nem me dei conta no carro de Draco na frente no restaurante, apenas quando eu entrei e perguntei se havia mesas disponíveis, que eu o vi com uma mulher loura e velha.

Eu primeiramente fiquei em choque, depois um pouco de razão me disse que talvez eu a conhecesse... mas logo meus hormônios entraram em ação e eu vi tudo vermelho!

Ela não podia fazer isso... NÃO PODIA! Pela lei ainda éramos casados...e isso vai contra os princípios bíblicos.

Meu Deus a que ponto eu cheguei? Tocando o nome da bíblia em vão.

—Senhora, se quiser me acompanhar...

— Não, perdi o apetite.

Fui pra casa com a cabeça cheia de pensamentos assassinos, torturas e mortes lentas. Me joguei no sofá e adormeci.

(...)

— Luna, apenas me diga onde ele está!

— Onde você acha que ele está Mione? – A loura me disse, parecendo cansada.

Desliguei sem me despedi. Eu ia tirar satisfações agora disso.

Olhei no relógio e eram 22:00hrs, que maravilha, ia ser mesmo um escândalo.

Entrei no carro e pisei fundo. Só parei quando cheguei à porta de Blás. Desci e soltei o ar que nem sabia que estava segurando. Era agora ou nunca.

Toc,toc,toc

Bati três vezes e esperei.

— Ah, olá em que eu...Hermione do céu!

— Oi Pansy, será que você podia me deixar bater no traste do meu marido?

Pansy sorriu amarelo e me deu passagem.

— Mas Hermione, acalme-se!

— :Me acalmar? Só que não!!

Subi as escadas de dois em dois degraus, sabia que esse esforço estava fazendo mal pro bebe, mas tínhamos que ser fortes por você e por mim!

Nessa hora, senti uma leve tontura e parei de subir, Pansy aproveitou e foi logo acordar Draco!

Assim que eu me recuperei, voltei a subir:

— VOCÊ É UM IDIOTA CRETINO... E EU TE ODEIO!!

Eu gritei a plenos pulmões, assim que eu abri a porta.

Ele me olhou atônito:

— Do que você está falando?

— De você... e uma vagabunda em um restaurante!!

Draco pareceu não entender, mas depois sorriu:

— Você anda me seguindo?

— NÂO! VOCÊ SIMPLESMENTE ESTAVA NOS ARREDORES DA EDITORA!!

— Hermione, não era o que você está pensando ela é só...

— Não? Nunca é o que eu estou pensando. Então o que é? Você foi embora e nos abandonou. Você deixou a nossa casa.

— Nos abandonou?

Fiquei branca, ele não podia saber do bebe. Ainda não!

— Só o modo de dizer! – Soou indiferente

— Eu abandonei você? Você nunca acredita no que eu falo! Você e esse seu ciúme louco foi o que aconteceu. Eu tentei te explicar e VOCÊ NEM ME OUVIU. NA VERDADE NUNCA ME OUVE HERMIONE!! NUNCA!

A súbita explosão de Draco me deixou nervosa e irritada! As vertigens que tentei controlar vieram com mais força. Fiquei zonza!

Dor... dor nos olhos cinzas foi a ultima coisa que eu vi, antes de cair na inconsciência.

POV Draco Malfoy

Hermione havia passado dos limites. Chegar à casa de nossos amigos e dá aquele escândalo, foi demais.

Percebi o olhar agoniado de Pansy, e meu Deus, e a Pâmela no meio disso? Mas nada mais me importou quando eu a vi desmaiar.

Pansy conseguiu alcança-la antes que ela batesse com a cabeça no chão.

— Draco! Draco, me ajuda!

Pansy disse, não agüentaria ela por muito tempo.

Mas eu não conseguia me mover. A minha castanha era saudável, então o que havia acontecido nessas semanas separados que havia deixado ela assim!

— BLÁS! BLÁS! SUBA AQUI!

Blás chegou correndo ao ouvir o grito da mulher.

— Jesus, o que aconteceu? Ela ta bem? Não morreu né?

A simples palavra ‘morrer’ me fez sair dos meus devaneios.

— Me dê ela Pansy.

— Não! Você não está em condições. Blás, pegue a Hermione que eu pego o carro.

— Ela é a minha mulher Pansy.

— E minha amiga- ela retrucou – Mas deixo você nos acompanhar até o hospital.

Rapidamente, Pansy ligou o carro e pediu pra Blás assumir o volante.

— Blás, deixe Hermione no banco de trás. Draco segure ela, ela está muito fraca e pálida. Me esperei, não demoro.

A morena correu até a vizinha e pediu pra que a moça que morava lá tomasse conta da sua filha. Em menos de cinco minutos Blás estava com o carro pelas ruas.

Hermione, estava com a cabeça no meu colo e ainda estava desacordada. Segurava-a delicadamente, fazendo carinho em seus cabelos. Não pude deixar de notar, que estava mais magra e muito pálida e com olheiras.

— Oh querida o que você fez com você? –Eu sussurrei baixinho, só pra ela ouvir.

Inclinei meu rosto, e dei um beijo casto em seus lábios. Seu cheiro e sabor me invadiram. Eu sentia tantas saudades.

— Louro, chegamos. – disse Blás estacionando o carro.

Desci com Hermione no colo, e logo os médicos vieram me atender.

— O que ela tem? – Perguntou um deles

— Eu não sei. Estávamos discutindo e ela desmaiou.

— Tragam uma maca- Disse uma medica loura e alta.

Rapidamente a levaram para dentro. Nos mandaram pra recepção assinar uma papelada.

— Será que ela vai ficar bem? – Perguntei pra ninguém em especial

— Vai sim, claro que vai! Ela é forte – Respondeu Pansy. – Agora, os meninos vão se sentar e eu assino a papelada.

Blás me empurrou para as cadeiras e esperamos...esperamos.

— Boa noite - Um médico se aproximou. – Sou o doutor O’Malley e estou cuidando da senhora Malfoy. Ela está bem, mas devido ao seu estado ela não pode se estressar. E não tem se alimentado direito, e nem dormido muito. Se as coisas continuarem assim ela pode ficar realmente doente.

— O estado dela? Que estado?

— Bom, senhor Malfoy , receio que não vou poder responder essa pergunta. Sigilo de profissão.

— Como assim? Ela acordou? Porque não posso saber? Sou o marido dela!!

— Ela ainda está desacordada. Mas está tudo bem com ela, mas ela tem visitado bastante o hospital e deixou claro que não queria que ninguém soubesse.

Uma fúria se apossou de mim! Quem ela pensa que é pra ficar escondendo as coisas de mim! Me irritar não ia adiantar em nada! Respirei fundo e acalmei-me.

— Posso vê-la?

— Sim, senhor. Venha comigo.