No elegante salão, bella e edward conversavam com um grupo de diplomatas, homens de negócios e as respectivas esposas. As luzes dos lustres faziam brilhar as jóias que ostentavam. A diplomacia no século XXI não era uma carreira para as massas.

bella não acreditava que tivesse sido algum dia. A maioria dos diplomatas que conhecera vinha de famílias abastadas ou fizera muito dinheiro.

Eles gostavam de se divertir e conversar sobre política, enquanto desfilavam em trajes de estilistas que davam boas fotos na imprensa.bella conhecera Edward numa dessas festas. Como a maioria dos presentes, via-se que era um homem de posses pelo corte do terno, além do sapato feito a mão. Mas o que atraiu Bella não foi isso.

No instante em que Bella avistou Edward, a beleza e o carisma dele a cativaram. Com a convivência, essa impressão aumentou. Bella o via como um homem que realmente se im­portava com os problemas da sociedade mo­derna e com a posição do seu país no mundo político. Além disso, era muito charmoso e sensual.

Naquela noite, Edward a convidara para sair, e na semana seguinte arranjara tempo para vê-la todos os dias, apesar da agenda lotada. A primeira noite de amor tinha sido depois de uma palestra apaixonada de Bella sobre as ne­cessidades e os direitos das crianças. Edward a apoiara com veemência. Duas semanas depois, Bella se mudava para o apartamento dele.

Quando Edward fora transferido de Washing­ton, D.C., para a Europa, bella concordara em desistir de seu emprego para acompanhá-lo. Embora gostasse de trabalhar como assisten­te de diplomata, rejeitara a oferta de Edwad. Conseguira o emprego anterior por intermé­dio do pai. Agora, queria que o próximo fosse pelos próprios méritos.

A idéia de trabalhar como voluntária fora de Edward, e ela concordara. Ele cuidava do sustento da casa e, por insistência sua, pagava

as roupas de Bella e outros itens que conside­rava importantes. Bella tinha o suficiente na poupança para fazer face aos extras ainda por muito tempo.

Bella se perguntou se agira errado há pouco. Apreciava a liberdade que tinha para viajar com Edward. Mas não lhe agradava nem um pouco ver que ele a considerava como sua dependente, ou que não respeitava suas obri­gações, só porque seu trabalho não era remu­nerado.

Desta vez, contudo, Bella agira de modo di­ferente. Era uma atitude nova... ao menos ela pensava isso. O trabalho na agência de Apoio à Infância raramente conflitava com as vonta­des de Edward. Pela primeira vez ela se recusa­ra a tirar uns dias de folga para acompanhá-lo, porque a noite de gala era mesmo importante. A idéia da festa fora sua, logo se sentia res­ponsável. Além disso, acreditava que daria bons frutos.

Edward pousou a mão no ombro de Bella.

— Bella...

Ela o fitou. Os olhos azuis de Edward pare­ciam querer ler sua mente. Ela engoliu em seco.

— Por acaso eu perdi alguma coisa?

— Eu só perguntei se você pretendia se inscrever para a vaga na equipe da delegação americana — falou a mulher de outro diplomata.

— Ah... Não sabia que havia uma vaga na Embaixada.

— Creio que não foi divulgada.

Bella fez um aceno de cabeça. A maior parte das vagas não era divulgada, mas ela costu­mava ter essas informações... através de Edward. Será que ele sabia?

— Isso é novidade para mim — comentou ele, sem que Bella perguntasse. Ela acreditou.

Bella nunca manifestara intenção de traba­lhar na Embaixada americana, e tinha certeza de que Edward não temia isso. Não custava tranqüilizá-lo, caso as palavras daquela senhora o tivessem deixado preocupado. Além do mais, seria bom externar o que pensava quanto a isso, antes que começassem rumores, ou que ela recebesse alguma oferta de emprego que fosse obrigada a recusar.

Com todo seu brilho e sofisticação, nesse aspecto a comunidade diplomática era muito parecida com a América provinciana.

Bella sorriu para a senhora e falou com fir­meza:

— Estou muito feliz com meu trabalho na agência de Apoio à Infância. E tem a vanta­gem de me dar mais flexibilidade para acom­panhar a agenda de diplomata de Edward.

A senhora a fitou com ar especulador.

— Sim, posso imaginar. Mas não é um em­prego remunerado, certo?

— Não, não é — respondeu Edward, antes que Bella dissesse alguma coisa. Mas se Bella quiser trabalhar por um salário, pode­rá aceitar meu convite de se juntar à minha equipe.

— Isso seria estranho, não? Quero dizer, se a relação de vocês terminasse, ela estaria numa situação nada invejável: ter de procu­rar um novo emprego e um novo... — Ela fez uma pausa e dirigiu um sugestivo olhar para Edward. — Lugar para morar.

A mensagem que aquelas palavras envia­vam seria óbvia para qualquer um, e as pes­soas nesse grupo não eram tolas. A pausa fora proposital, para que os presentes pudes­sem imaginar o que Bella estaria procurando. E ficou claro pelo tom mordaz e pelo olhar sarcástico da senhora que seu primeiro pen­samento não fora "um lugar para morar", mas "um homem para sustentá-la", ou alguma outra definição igualmente depreciativa para a posição de Edward na vida de Bella,

Bella manteve o sorriso, mas a expressão de Edward perdeu qualquer traço de humor. Ape­sar disso, ele respondeu, com delicadeza:

— Não tenho o hábito de ver o futuro com olhos negativos.

— Mas então você pode se dar ao direito de ignorar o inevitável.

— Longe disso. Mas o dia a que se refere está muito distante, se é que algum dia che­gará.

— Ahn? — reagiu a mulher, não parecen­do impressionada diante das afirmações de Edward. — Quer dizer então que vamos ouvir sinos de casamento em breve? Eu não imagi­nava que sua família pudesse aprovar tal casa­mento.