– Samuel Blanco

Era notável a euforia da família Blanco, as empregadas arrumavam a mala do jovem Samuel, enquanto o próprio conversa com o pai no escritório. A carruagem o esperava na porta da casa, os cavalos limpos e brancos. Tudo para causar uma boa impressão às princesas.

– Entenda as princesas são as principais preocupações. O rei não ira se opor na escolha de ninguém. – Informava Baltasar enquanto arrumava as vestes do filho. – Você tem que ser educado, fazer elogios e...

– Eu sei pai, eu sei. Deixe comigo, em pouco tempo estaremos no conforto de um reinado. – Disse Samuel e Baltasar não pode deixar de sorri.

– Meu senhor, a carruagem o espera. – Disse uma empregada sem olhar nos olhos de Samuel. O jovem era conhecido pela sua arrogância com pobres e principalmente empregados. Baltasar fez um gesto para a empregada saiu e caminhou até uma mesa de mármore, onde pegou uma pequena caixa de madeira.

Ele abriu a caixa e Samuel pode observar um pequeno colar. Era ouro puro com um simples diamante verde, encantador.

– Dê a sua princesa, não tão rapidamente. Se aproxime dela primeiro e na hora certa, você entregue isso a ela. – Explicou seu pai. O jovem pegou o objeto e fez seu caminho em direção à porta, onde caminharia até a sala. Sua mãe estava sentada, como uma perfeita dama.

– Suas malas já estão na carruagem. Escolhi as melhores roupas, para absolutamente todos os momentos, seja roupa formais ou roupas para passeios. – A mulher informou levantar-se. – Entenda que as princesas não irão gostar se você invadir a privacidade dela ou for um tanto... Esnobe com os empregados. Seja cauteloso, mantenha a classe e se possível vigia sua pretende sem que ela perceba.

– Eu devo a impressionar de qualquer maneira? – Perguntou Samuel e mãe assentiu.

– Preste atenção numa coisa: Há empregados que trabalharam para aquele castelo há anos, desde que as princesas nasceram. Muitas se afeiçoaram a eles e se você, em algum momento, os tratar mal será o mesmo que assinar sua carta de despedida. – Ela explicou. – Seja sensível, como um príncipe encantado.

– Seus conselhos serão muito uteis minha mãe, devo partir agora. – Ele disse se ajoelhando enquanto a mulher o beijava na testa. Samuel então finalmente fez sua caminhada para fora da casa e entrou na carruagem. Pela ultima vez olhou para o lugar que crescera, não era uma casa feia, muito pelo contrário. Era um lugar espetacular, mas em breve, muito em breve ele estaria num castelo com um coroa.

– Isabel Von Dtziergah

Ela observou sua aparência no espelho. Seus cabelos loiros estavam caindo perfeitamente sobre seu ombro, enquanto o vestido azul claro com certeza era chamativo e caia perfeitamente sobre seu corpo. Ela colocou uma pequena tiara de esmeraldas azuis que assim como o vestido, realçava seus belos olhos. Ela caminhou até a janela e observou sua irmã treinando arco e flecha sobre os olhares atentos de alguns empregados que a olhavam de forma critica, uma princesa deveria se comportar como tal e não como um soldado.

– Sua mira esta um tanto ruim hoje, se me permite dizer. – Provocou Isabel. Ela descera as escadas do castelo e fora até o jardim onde sua irmã estava. A outra havia acabado de errar a mira. Como Isabel esperava Sophia pegou o arco novamente e acertou em cheio a mira.

– O que você havia dito mesmo? – A mais jovem provocou. Isabel sorriu-lhe.

– Nossos pretendentes devem chegar antes do almoço, papai fará um banquete especial para ele. – Informou Isabel e Sophia franziu a testa.

– Teremos que participar?

– Ainda não sei, é provável que sim. – Sophia bufou, mas assentiu.

– Quem diria Sophia, não está ansiosa para conhecer seu príncipe encantado? – Disse uma risonha Calyssa chegando perto das irmãs, entre suas pernas rodeando a bela princesa estava uma pequena gata preta de olhos amarelos. – Papai esta as chamando, ele quer falar conosco antes da chegada dos homens.

Sophia entregou o arco para um jovem empregado e junto às irmãs caminhou até o castelo, especificamente ao Salão Principal, onde o Rei queria falar com elas.

– Jean de Dalmar

Não era todos os dias que a Adarca recebia visitas ilustres de duques. A bela carruagem fazia o caminho até o castelo do Rei, ele era seguido por dois cavalos, mas especificamente dois soldados com a missão de garantir a segurança do duque.

– Não é hora de nós chegarmos ainda senhor, no entanto o rei Michel foi informado de sua chegada e você ficara em um aposento do castelo até o banquete. – Informou seu conselheiro. Jean assentiu, não estava muito animado para tal evento. Seu irmão era rei de Dalmar, sua família não precisava de mais um rei.

No entanto era só ele que pensava assim, seus pais o obrigaram a visitar até o reino de Adarca a capital do Império, para conquistar o coração de uma das princesas e se tornar um dos reis. Seu cabelo loiro estava molhado e muito bem penteado, usava vestes dignas de um homem de classe social alta. Com certeza quem o olhasse diria que era um príncipe.

A carruagem parou e Jean esperou até que servos abrissem a porta para tal descer, a sua espera estava um homem. Obviamente não era o rei de Adarca. Na verdade era um homem jovem entre vinte e cinco anos a trinta, vestia roupas de brancas, o cabelo escuro estava penteado para trás e tinha uma barba grande. Quando Jean saiu da carruagem o homem curvou um pouco o corpo.

– Duque Jean de Dalmar, seja bem vindo ao castelo de Adarca. Sua presença já era esperada, no entanto, o rei se encontra ocupado no momento. Ficarei a sua disposição para leva-lo ao seu quarto. – Afirmou o servo. Jean apenas assentiu e seguiu o homem.

Ao entrar no castelo se surpreendeu um pouco, era maior que o castelo de seu irmão em Dalmar, as paredes era de mármore branco e havia alguns desenhos dos deuses no chão. O trono do Rei era totalmente verde, possui apenas alguns detalhes brancos, mas coisa mínima. Ele continuou a seguir o servo, no entanto quando fazia sua caminhada para seu quarto seus olhos viu uma mulher.

Ela possuiu cabelos loiros prendidos numa trança, usava um vestido de seda amarelo, seu rosto era fino e possui uma beleza difícil de explicar. Pela forma que andara era impossível não reconhecer, com certeza era uma das princesas de Adarca. Sobre os olhos dele ela desapareceu entrando num corretor. Jean também já havia chegado a seu quarto, o servo o deixou sozinho e ele apenas sentou-se na cama. O que lhe restava era apenas esperar.