6:30pm ou Quase Isso escrita por Karma


Capítulo 2
Champagne


Notas iniciais do capítulo

Eu achei que eles não teriam mais cenas juntos, daí veio aquela fofa da entrega da champagne, tive que mudar meus planos. ♥



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Hora do almoço e, como de costume, os trabalhadores do bairro que não cozinham muito bem – ou tem alguém que cozinhe para eles(as) – vão ao restaurante do Denizard para comer o PF servido por lá. Jucelino estava entre eles. Sentado em uma mesa, sozinho, o mecânico fazia sua refeição em silêncio quando Rinaldo, após servir a mesa ao lado, passou por ele e soltou uma piada:

– Ihh, que cara de enterro é essa, rapaz? – Indagou em tom de brincadeira. Não era bem uma pergunta, pois enquanto Jucelino mastigava a comida que ainda tinha em sua boca, o garçom do bar-restaurante continuou a falar. – Já sei, ainda ta de luto por causa do Félix, né não? – Concluiu, para o divertimento dos outros que almoçavam ao lado.

– Vá se danar. – Respondeu Jucelino, com calma, voltando a comer logo em seguida.

Claro que suas investidas ao menininho da Márcia repercutiram no bairro, mas Jucelino não se importava muito com isso. Achava que sua vida sexual não dizia respeito e ninguém e nunca entendeu o porquê das pessoas terem tanta neura com esse negócio de sexo... Para ele a coisa era muito mais simples do que tentavam explicar: sentiu tesão, pronto, não há porquê não investir. Não gostava de ser chamado de “gay”, taí uma coisa que não admitia. Primeiro porque era uma palavra que as vezes vinha com carga negativa, segundo porque, em sua cabeça, existiam “gays” e “aqueles que fazem sexo com homens”, grupo no qual ele considerava se encaixar, e terceiro porque não dispensa mulher quando se sente atraído por uma.

Após sair do almoço, voltou ao trabalho. Ignorou as piadinhas dos colegas, que como sabiam que ele não se importava, acabavam não insistindo muito no assunto.

É dia 31 de dezembro, último dia do ano e ele não tinha nenhum plano, como de costume. Trabalharia e provavelmente iria dormir, já que ninguém o convidou para sair dessa vez. Era quase noite quando terminou de consertar o último veículo do dia e saiu da oficina; o tempo de ver a chegada de um carrão preto na rua. Ao descobrir que se tratava de Félix, um sorriso tomou conta do seu rosto. Sem esperar muito tempo, dirigiu-se até o veículo, rodeando-o e dando de cara com o elegante sujeito. Nunca o viu tão bem vestido e arrumado, poderia ficar admirando-o por horas, sentindo a agradável fragrância que emanava da pele dele e invadia as suas narinas.

– Você mesmo que eu estava procurando. – Disse, entregando-lhe um pacote logo em seguida. Jucelino, ainda sem acreditar no que estava acontecendo, segurou o embrulho e conferiu o seu conteúdo.

Um Champagne. De uma marca que nunca viu antes. O mecânico sorriu, analisando o produto enquanto Félix justificava o porquê do presente.

– Agradecido. – Falou. – Se você quiser tomar comigo... tamos aí. – Convidou, enfim. Não poderia deixar a oportunidade passar. Félix sorriu, o mecânico ousado não perdia uma mesmo. Rejeitou o pedido e partiu rumo a casa da Márcia, radiante com o dinheiro e o luxo que agora podia ostentar. Jucelino acompanhou todo seu trajeto com os olhos. – Ele se lembra de mim... – Sussurrou, com um sorriso de orelha a orelha.

~~~

O relógio marcava 23:59. Jucelino estava com sono, acordaria cedo no outro dia para mais um dia de trabalho, porém não havia como dormir antes da chegada do novo ano e toda aquela barulheira de fogos. Apoiado na janela do seu quarto com a Champagne na mão, ele observava o céu estrelado do último minuto de 2013. Sua intenção é abrir a garrafa que ganhou de presente e bebê-la assistindo os fogos pela televisão.

Assim que o relógio marcou a chegada do novo dia, o barulho dos rojões soltados por vizinhos estrondaram e as luzes coloridas da tv invadiram seu quarto escuro, Jucelino mudou de ideia. Guardará a champagne para beber com Félix algum dia. E taí a sua principal meta de 2014.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo segue com a proposta do anterior, ainda meio que dentro da "cabeça" do nosso querido (ou não) mecânico.



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