Who Are You, Butler? escrita por Uchiha Bibis


Capítulo 3
Três palavras


Notas iniciais do capítulo

Feliz 2014 pessoal!!! Vivaaa! Novo ano, muitas felicidades pra vocês e sucesso! E de novo esse capítulo foi grande, mas espero que vocês sei lá... me perdoem. e pelos erros também!
Olha! Temos música nesse capítulo! Aconselho que escutem ao ler, é uma música muito linda e é clássica. E mais pra perto do finalzinho da leitura, vai ficar bem legal de escutar. A música tem uns 6 minutos e 16 segundos, mas o vídeo é de 6 e 22. Então se a música acabar antes, quando chegar no final, você vai querer colocar de novo.
Link? http://www.youtube.com/watch?v=vQVeaIHWWck

Nos vemos nas notas finais!



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Fui acordada pelo despertador do quarto. Argh, minha cabeça... Me levantei devagar, sentando na cama e coloquei a mão na cabeça. Onde... Eu estou mesmo?

– Liza... Me desculpa. – Castiel? Olhei pro lado mas não tinha ninguém.

– Ai, minha cabeça...

– Sabia que deveria ter te mandado para casa... Desculpa Liza. Por deixar uma coisa dessas acontecer com você. Eu sou um idiota. – É mesmo.

Eu tinha te escutado, mas pensei que você só queria chamar atenção! – Agora a voz dele mudou, parece chorosa.

– Droga... Me desculpa Liza. – Por que mesmo a voz do Castiel ta na minha cabeça?

Castiel... Parce que não aconteceu nada de mais, o doutor disse que não chegou a romper nada. – OPA PERA AI! Agora além de ter também a voz da Katie, eles estão falando da minha virgindade?!

Me levantei, estava com uma camisola branca, não sei da onde surgiu. Minha cabeça parou de doer e eu parei de ouvir vozes falando sobre a minha virgindade na minha cabeça.

Abri a porta me deparando com Katie segurando uma bandeja com suco de laranja e umas bolachinhas de água e sal. Ela olhou pra mim e arregalou os olhos.

– Elizabeth! Que bom que acordou, graças a Deus! Castiel estava muito preocupado com você e eu também!

– Katie... – Falei baixinho. Minha garganta estava seca. – Por quanto tempo eu dormi? – Falei e ela me entregou o suco, agradeci e tomei.

– Oito horas. E... –Ela olhou pro relógio que estava dizendo que já era seis e vinte da tarde! – E cinco minutos... eu acho.

– Meu Deus! Tudo isso?

– É. Mas parece que você está bem. Não perdeu a virgindade com um dedo pelo menos. – Ela falou dando de ombros e eu olhei pra ela surpresa. – É... O médico falou. Não acredito que uma moça jovem como você seja virgem ainda.

–Katie! Por favor... – Falei meio sem ânimo e ela riu.

– Mas é verdade! Qual o problema?

– Eu só... Não encontrei a pessoa certa ainda. E podemos para de falar da... Minha virgindade por favor? Isso é estranho! – Ela riu e me estendeu a bandeja.

Comi as bolachinhas de água e sal, por mais que eu não estivesse com vontade de comer, por que, se eu não comesse seria um desperdício de comida, e eu não nego comida! E depois Katie me deu uma roupa da Iris para colocar.

Um shorts jeans meio rasgado, uma blusa com um ombro caído e uma sapatilha. Katie fez um coque meio solto no meu cabelo e por fim descemos.

– Castiel saiu a negócios, ele falou pra você esperar ele voltar. – Katie falou.

– Por que? – Perguntei seca.

– Parece que ele quer falar com você, algo a respeito do trabalho eu acho... E ele quer levá-la para casa.

– Mas eu tenho carro. E não tenho certeza se vou continuar no trabalho. – Falei pra ela dando de ombros.

– Eu sei que você tem um carro, e ele mandou colocar na garagem. Elizabeth, sei que o que você passou não deve ser muito fácil, mas eu estou indo embora de madrugada, e se não for pedir muito, poderia ficar? – Ela perguntou com aquela cara de “Fica, por favor!”

– Como... Eu não sei... – Suspirei. – Eu tenho um cachorro, não posso deixá-lo sozinho.

– Então traga-o para cá! – Ela falou sorrindo e eu suspirei. – Você pode pensar em casa. Mas apareça aqui amanhã. Hoje, foi a primeira vez em anos, que eu vi o Castiel rir e brincar daquele jeito. – Katie disse calma e eu me lembrei que ele é ‘Butler’ e que tenho que perguntar pra ele o por que, que ele não é ‘Walker’. Mas eu não estou muito afim de pensar sobre isso no momento.

– Ok... – Katie saiu da sala. E eu fiquei ali, sentada no sofá encarando a parede.

Bem... Acho que aprendi uma lição hoje... ‘Ah é? E qual é, Elizabeth?’ Cara consciência, eu aprendi que... DEFINITIVAMENTE NÃO SE DEVE CONFIAR EM HOMENS! PRINCIPALMENTE OS QUE SÃO AMIGOS DO CASTIEL! É isso. O que acha consciência? ‘Acho que... Você deve continuar no emprego pra se alimentar e ajudar a sua vó!’ Valeu a dica.

– Não, não ta tudo errado! – Escutei uma voz se aproximando. – Esse é pra combinar com o vermelho, e esse é pra combinar com o dourado! Argh! Mas será que eu tenho que fazer tudo sozinha? - Iris chegou na sala bufando, me olhou e correu na minha direção. – Oh Elizabeth, eu sinto muito pelo acontecido. – Ela me abraçou. – Mas você sair, sem nem mesmo ter começado está fora de cogitação! – Ela me encarou.

– Bem... Acho que posso ficar por alguns dias... – Falei cocando a cabeça.

– Mas é claro que pode! E quando você terminar, pode ir conversar com o Jade, a Katie ou com o Joseph. – Parece legal... – Ou já que você vai dormir aqui, tem que passear com os cachorros, o que inclui o Castiel.

Suspirei e meio sem ânimo respondi: - Pode deixar. – Ele é um cachorro mesmo... Mas, me sinto estranha em relação a ele...

– Muito bem! – O celular dela vibrou e ela olhou o aparelho. - Vou ter que te deixar agora, se me der licença,tenho um trabalho a fazer.

– Claro. – Sorri amarelo e ela saiu. Me sinto tão patética. Por pena, eles... Estão tentando ser gentis comigo. Mas eu não quero que eles sintam pena de mim. Isso é patético e horrível. Eu não sou uma vítima na qual eles mereçam sentir pena. Eu sou só a empregada... Que precisa do emprego... – Acho que... Vou pegar o meu carro e ir pra casa. Não estou muito afim de conversar...

Me levantei e fui direto para a porta dos fundos. Não quero que a Katie me veja indo embora. Com certo cuidado abri a porta e esperei para ver se alguém estava passando, não vendo ninguém por perto sai e fechei a porta. Dei a volta a procura da garagem. Mas para a minha surpresa, um cachorro grande, acho o que me assustou, estava do lado de fora da garagem dormindo. Ótimo. Assim facilita tudo! – Pensei irônica. Um guardinha tava passando e me viu, perguntou o que eu estava fazendo e eu aproveitei a chance e falei que queria o meu carro. Ele falou que iria tirá-lo pra mim e que era para mim esperar. Então, me escoro na parede e espero ele voltar. Vejo um carro preto entrando pelo portão, e me dou conta de que era o Joseph, então se o Joseph ta chegando... Quer dizer que o Castiel está junto. Mas quando eu me dei conta, o carro já estava quase perto de mim, então andei rápido e dei a volta pelo outro lado, indo para o jardim, me escondi atrás de uma planta grande e fiquei espiando para ver se alguém tinha me visto ou não.

– Acho que ele não me viu... – Pensei alto, e concluindo de que o meu pensamento estava certo suspirei aliviada.

– E o que você vai fazer agora?

– Eu vou embora ué! – Respondi. Mas depois me dei conta de que a minha consciência não estava falando comigo no momento. Meu coração começou a bombear mais forte. Me virei devagar para trás, vendo Castiel de terno atrás de mim, com as mãos nos bolsos. – Castiel, eu não posso ficar... – Falei rápido e nervosa.

– Então não fique. Mas também não fuja. – Ele falou sério, sem mover um músculo.

– Eu... – Suspirei. – Não estou fugindo. – Fitei ele de cabeça baixa.

– Não é o que parece. – Ele suspirou. – Se você quer ir embora, vá. Mas não se esconda pra isso, encare seus problemas de frente.

– Como se fosse fácil. – Falei meio sem paciência. – Sabe Castiel, não foi você que quase foi estuprado, no seu local de trabalho, logo no primeiro dia!

– Tem razão. Não foi eu. Mas eu aprendi a encarar meus problemas de cabeça erguida, Elizabeth.

– Ah, então o senhor perfeição teve problemas também. – Falei irônica e revirei os olhos. – Você não tem que reclamar Castiel. Por que... A sua vida é perfeita.

– Antes fosse. – Ele deu de ombros e andou um pouco na minha direção. – Se eu tenho do que reclamar? Tenho. Minha mãe foi traída pelo meu pai quando eu tinha 7 anos, e não aguentando a verdade, ela cortou os pulsos com uma gilete. – Senti meus olhos se encherem de lágrimas. - Encontrei ela na banheira. – Ele se aproximava mais. – Meu pai virou um bêbado drogado e morreu de overdose. – Levei a mão na boca. - Então, Elizabeth, a minha vida não é perfeita. Minha primeira namorada que era meu primeiro amor, me traiu de um modo cruel, que você nem vai querer escutar qual é. – Ele parou na minha frente. Me lembrei dos meus pais e da foto que eu tinha visto, de que eles pareciam ser uma família feliz e deixei uma lágrima escapar. Eu sou uma idiota.

– Castiel eu... – Falei com a voz chorosa.

– Eu poderia ter fugido, e me escondido. Mas eu deixei as pessoas quererem me ajudar. Por mais que eu não quisesse, eu deixei eles sentirem pena de mim. Assim eu consegui encarar tudo de frente, com a Katie, o Joseph, a Iris ao meu lado. – Solucei e levei a mão ao rosto.

– Eu não... Castiel, sinto muito. Sei o que você deve ter sentido em relação aos seus pais... Os meus... – Eu já estava começando a chorar, as lágrimas teimavam em cair, por mais que eu lutasse contra. Castiel me abraçou apertado e eu o abracei também. Realmente, abraçar alguém quando está se sentindo uma pessoa horrível, é muito bom.

– Eu sei que seus pais faleceram num acidente de carro. Iris viu o seu currículo e me disse. – Então era isso o que a mulher tanto escrevia... – Por isso eu te contei o que aconteceu. – Ele colocou o queixo na minha cabeça.

Enterrei meu rosto no peito do Castiel, lembrando de como eu me senti quando os meus pais morreram. Como eu me senti quando a minha vó foi pro hospital, pensando que eu perderia mais alguém importante. Ficamos um tempo em silêncio, apenas abraçados, um momento de duas pessoas que compartilham a mesma dor.

– Então... Você ainda pretende fugir? – Ele perguntou tirando o queixo de cima da minha cabeça.

– Não tenho certeza... – Falei ainda com o rosto enterrado nele. – Mas ainda preciso ir pra casa, meu cachorro está sozinho. – Tentei sair do abraço mas Castiel não deixou. – Sr. Butler? – Perguntei voltando pra realidade.

– Você pretende dirigir depois de chorar tanto assim? – Castiel perguntou.

– O... O que você quer que eu faça? O carro não é meu! E não quero que você me leve pra casa.

– E quem foi que disse que eu iria te levar pra casa? Não me importo com você. – Ele me soltou e eu o fitei. – Mas, se você insiste tanto que eu te leve... – Ele aproximou o rosto do meu. Ai, meu coração, ai meu coração. ISSO JÁ É DEMAIS PRA MIM! E EU NÃO VOU ME APAIXONAR POR ESSE CARA!

– Como se eu tivesse mesmo pedido isso! – Falei já dando as costas pra ele. No momento que fiquei de costas levei a mão pro peito para me acalmar um pouco.

– Você é mesmo chata hein.

– Eu chata? Estou começando a achar que é você quem vai acabar se apaixonado por mim. – Me virei pra ele e ri debochada.

– Acho que você está enganada. Por que se eu já estivesse “apaixonado” por você, eu já teria te beijado a muito tempo.

– Idem.

– Aé mesmo? Então vamos mudar o nosso joguinho. Se você me beijar primeiro, quer dizer que vai estar apaixonada por mim. E você vai ter perdido e vai ter que fazer algo pra mim.

– Isso nunca vai acontecer. – Falei confiante.

–Tem certeza disso? – Falei que tinha certeza absoluta e ele riu. – Então, digamos que eu te beije primeiro, eu perco e vou ter que fazer algo para você.

– Isso sim parece interessante. Mas não estou muito afim para os seus joguinhos. – Disse e passei por ele para ir em direção a porta.

– Desistiu de ir embora? – Ele perguntou debochado.

– Você não disse que iria me levar embora para a Katie? – Olhei pra ele por sobre os ombros e sorri sem ânimo. Depois de tudo isso, parece que o “sem ânimo e o suspiro” voltaram. Estou me sentindo uma pessoa horrível por ter dito tudo aquilo pra ele. Ele sofreu, mais do que eu até. Entrei na casa e fui a procura de um banheiro, estou me sentindo enjoada. Achei um banheiro no andar de baixo e entrei. Abri a tampa da privada e me ajoelhei sentindo um liquido amargo subindo pela minha garganta. Eu realmente... estava me fazendo de vítima. Falei tudo aquilo sem nem ao menos pensar. Não acredito nisso. Minha cabeça ta doendo, e com essa força que o meu estomago ta fazendo pra tirar esse líquido, minha perna começou a tremer e eu comecei a sentir pontadas fortes e agonizantes no meio delas. Vomitei as bolachas, a minha janta de ontem e mais líquidos. CARA, TO ME SENTINDO PÉSSIMA! AFINAL DE CONTAS, EU FUI MOLESTADA E JOGUEI NA CARA DO MEU CHEFE DE QUE A VIDA DELE ERA PERFEITA, SENDO QUE ELE PASSOU POR COISAS HORRIVEIS! EU SOU RIDÍCULA.

Não tendo mais o que vomitar, fiquei no chão, me xingando mentalmente, e sentindo pena de mim mesma. Depois, me levantei devagar, com as pernas bambas e dei descarga no meu vomito amarelo mostarda. Lavei as mãos e fiz bochecho com a água. Abri a porta do banheiro e sai. Fui pra sala devagar e vi Castiel dormindo no sofá. Achando melhor não acordá-lo, fui pra cozinha e lá estavam o Joseph e a Katie conversando.

– Oi Elizabeth, está se sentindo bem? – Katie me perguntou com um tom de preocupação.

– Estou.. Só com um pouco de dor de cabeça, não é nada de mais.

– Tem certeza? Está pálida! Joseph vai te levar pra casa.

– ... Tudo bem. - Digo.

– Vamos então querida. – Joseph disse e me conduziu até o carro.

Ele me levou pra casa e eu o agradeci.

– Não tem de que, e lembre-se de que amanhã eu vou passar aqui para te buscar. Você tem que levar as suas coisas e o seu cachorro. Iris acha que é melhor você não ficar sozinha em casa, já que o Dake pode acabar sabendo onde você mora.

– Mas como ele saberia?

– O seu currículo sumiu das coisas de Iris.

PUTA QUE PARIU, VOU SER PERSEGUIDA ATÉ A MORTE POR ESSE CARA?MERDA DE VIDA IGNORANTE!

Bem, se é assim, então ok. - Falei num suspiro.

Dei tchau pro Joseph e entrei em casa. Escutei os latidos de Xande e ele logo estava me cheirando e depois me encarou choroso. Me sentei no sofá e ele foi para o sofá e deitou a cabeça no meu colo.

– Xande, hoje eu tive um dia péssimo. Um dia cheio de altos e baixos para falar a verdade. – Falei com o meu cachorro e ele grunhiu mais choroso. – Você é um bom cachorro Xande. – Dei carinho no meu pulguento e logo depois me levantei rápido de mais, e tudo ficou escuro e eu me senti tonta. Minha pressão caiu, mas logo tudo clareou, e eu consegui me manter firme no chão. Com a mão na cabeça por causa da dor, subi as escadas e fui para o meu quarto. Abri a porta do mesmo e esperei o Xande entrar, ele entrou e eu fechei a porta. Depois troquei de roupa, colocando o meu pijama, escovei os dentes e me deitei na cama em baixo dos lençóis.

– Boa noite Xande. – Falei suave e por fim dormi com ele do meu lado.

Na manhã seguinte...

Acordei com batidas na porta, me levantei e fui atender toda descabelada. Abri a porta e dei de cara com um guri muito bonito.

– Oi? – Falei ajeitando o me cabelo nervosa. Quando um cara lindo resolve bater na minha porta, eu estou descabela e com cara de sono. QUE MARAVILHA VIDA! Ele sorriu.

– Oi, eu sou o Lysandre. Amigo do Castiel.

Espera, amigo do Castiel? ALERTA PERVERTIDO! BEE, BEE, BEE! ELE DEVE SER UM CAPANGA DO DAKE! AI MEU DEUS! EU NÃO ESTOU PRONTA PRA MORRER AINDA! PENSEI QUE ISSO FOSSE UMA FANFIC DE ROMANCE, NÃO?! XANDE ME AJUDA, MORDE ELE! ARRANCA UM PEDAÇO DELE!!

– Você deve ser a Elizabeth. Castiel teve um imprevisto e teve que sair com o Joseph, por isso eu vim aqui te buscar junto com a Iris, ela ta lá no carro falando no telefone com ele agora.

Opa... Ainda bem que eu não mandei o Xande atacar esse cara....

Ah... Então, você não veio aqui pra me atacar? – Ele riu.

– Não. Eu só vim te buscar mesmo.

– Bom, espero que isso seja verdade, sabe, eu tenho um cachorro e não tenho me de usá-lo! – Ele riu mais ainda e negou com a cabeça. – Só estou avisando. – Suspirei. - Entra ai.

Ele entrou e eu disse para ele me esperar ali mesmo, vi Xande o cheirar e o encarar com uma cara de mau. Ri baixinho, pensando no meu protetor e subi as escadas, entrei no meu quarto, peguei uma mala e coloquei as minhas roupas ali. Peguei minha escova de dentes e a coleira do meu cachorro. Desci as escadas com a mala.

– Você tem outra mala? Quer que eu leve?

– Não, é só essa mesmo. Não pretendo ficar muito tempo e só tenho isso de qualquer forma. – Digo dando de ombros e saindo pela porta. Joguei as chaves para Lysandre e ele fechou a casa. Xande logo saiu e ficou andando do meu lado. Levei a mala até o carro, Lysandre abriu o porta malas e eu a coloquei ali. Entrei no carro e Xande logo pulou pra dentro. Dei oi pra Iris que pelo visto, ainda falava ao telefone. Lysandre entrou e logo começou a dirigir.

– Sim, ela está aqui agora. Aham... ta. Ah! Aproveita e compra mais ração de cachorro. Seu cachorro come muito e a Elizabeth é quem vai ter que alimentá-lo. Você sabe que você tem que ensiná-la certo? Como assim não tem tempo pra isso? Vai ter que ter! O Dragon não é fácil. Eu sei que tem o Puffy e o Fluffy. Mas eles não são que nem o seu cachorro brutamontes! Ta, vou pedir para o Jade ensiná-la então! Tchau Castiel. – Ela desligou bufando. – E ai Liza, está se sentindo melhor?

– É... Digamos que sim. – Parcialmente...

– Ok. Você já conheceu o Lysandre? Ele namora a empregada dele.

– Iris! – Lysandre advertiu ela.

– Que foi? Achei que ela poderia saber. – Ela riu, se virou para mim e piscou.

Parabéns pra ele.

O resto do caminho foi quieto. Xande dormiu no meu colo e Iris dormiu também. Chegamos na mansão, Lysandre estacionou o carro na garagem, desci do carro, esperei o Xande descer também e fechei a porta. Meu cachorro já saiu correndo, e eu abri o porta malas e tirei a minha mala. Iris desceu do carro e me esperou. Lysandre foi embora com o carro, acho que era dele. Vi o carro da Melani estacionado e vi vários outros carros na enorme garagem. Iris me perguntou por que eu tinha apenas uma mala. Por que eu sou pobre e não tenho muitas roupas? Respondi que não pretendia ficar muito tempo, e que não tinha muita roupa. Ela me xingou, por que era pra mim ficar muito tempo e eu ri. É só o que eu posso fazer mesmo, por que... Não tenho que ficar. Entramos na mansão e eu levei a mala para onde é o meu quarto. Joguei a mala em cima da cama e abri a mesma. Tirei as minhas roupas e as guardei no armário. Vi a fantasia erótica de empregada. O que ele estava pensando? Que uma empregada gostosona como eu fosse usar fácil uma roupa como essa? ‘HAHAHAHAHA, COMO SE VOCÊ FOSSE ASSIM, ELIZABETH’ é verdade. Não sou. Por isso mesmo, eu tenho respeito por mim mesma. Valeu consciência. ‘Você deve falar com ele sobre uma roupa nova. Essa ai não dá.’ Eu sei... e é o que eu vou fazer! Quando ele voltar...

Fechei o guarda roupa e abri a porta do quarto, vendo a porta da frente se abrir. E lá estava o Chefinho com uma blusa branca, uma calça de moletom cinza e com os cabelos levemente bagunçados. Olhei pra ele com os olhos arregalados e ele também me olhou da mesma forma. Surpreso.

– Resolveu ficar?

– Não por muito tempo. – Dei de ombros e fechei a porta. – Se me der licença, vou arrumar as coisas.

– Depois arrume o meu quarto. Katie foi embora e não o limpou. – Ele falou meio brabo. Esse jeito dele de ficar brabo com as coisas, por mais insignificantes que elas sejam... Meio que me irrita e me intriga de certa forma.

– Ela já foi embora?

– Já.

Sai dali, desci as escadas e parei no meio da sala, pensando no que eu faço primeiro.

– Acho que vou varrer, depois limpar as janelas, tirar o pó e depois vou para a cozinha. – Pensei alto.

Varri a sala toda, depois peguei um pano e limpei as janelas, tirei o pó das estantes, da TV e do piano. Droga... Não vou aguentar, é mais forte do que eu.

Me sentei no banquinho do piano, sentindo uma sensação revigorante. Suspirei e toquei uma tecla saindo um som. Nossa, quanto tempo faz dês da ultima vez que eu toquei num piano? Acho que... isso foi a 11 anos atrás.

Então, tomei fôlego e pensei numa música pra tocar, e a única que veio na minha cabeça foi Amazing Grace. Comecei a tocar. Me senti tão bem tocando a música, que nem percebi uma certa presença atrás de mim.

– Você toca bem. – E o chefinho me persegue de certo modo...

– Obrigada, aprendi a tocar com a minha mãe.

– Esse piano é da minha mãe. Ela me ensinou a tocar também. Mas eu sei tocar músicas clássicas, não Elvis Presley. – Ele riu e eu também.

– Também sei tocar “brilha, brilha estrelinha.”

– Chega pra lá, você vai ver o que é música de verdade. – Ele sentou no banco me empurrando e começou a tocar “Moonlight Sonata” do Beethoven. – Essa a minha mãe sempre tocava comigo. – Ele disse enquanto tocava.

Ele fechava os olhos e parecia que sentia a música. Adoro as músicas do Beethoven, e essa é muito bonita. Castiel tocava com emoção, como se estivesse se lembrando dos dias em que tocava essa música com sua mãe. Eu fiquei apenas o observando tocar. E o observando bem, ele até que fica bonito tocando piano. A musica é linda e ele tocando de olhos fechados, indo pra trás e pra frente, ficou perfeito. Olhei pras mãos do Castiel no piano, ágeis e com a postura correta. A sua postura de sentar também correta, e o seu jeito é correto. Ele abriu os olhos e olhou pro piano ainda tocando, chegando no fim, olhou pra mim e sorriu. Terminou a música.

– É tenho que admitir, você tem bom gosto pra música. – Também.

– Ao contrário de você. – Ele disse e eu ri.

– Mas a música que eu toquei é bem bonita tá. E eu gosto! – Olhei pro piano.

– Então, toca comigo uma. – Eu não esperava por essa pergunta.

– O que? – Olhei pra ele. Mas então logo atrás dele, vi uma cabeleira loira, e me inclinei para o lado para ver melhor. Ela apenas gritou três palavras.

– Castiel! Eu Cheeeeegueeei!


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Notas finais do capítulo

Parece que ela não perdeu a virgindade no fim né? Nossa que exagero... Ei! Escutaram a música? Espero que sim u.u



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