Who Are You, Butler? escrita por Uchiha Bibis


Capítulo 19
Uma chance


Notas iniciais do capítulo

Ooooi de novo!
Então gente, não sumam não ok? Tem um monte de gente lendo, apareçam por aai, quem sabeeee
Momento decisivo!
Amanhã tem aula aaaaaaah
Não sei se ficou bom, estou meio doida das ideias esses dias, então me perdoem se não ficou bom o suficiente! E desculpem qualquer erro! Escrevi esse cpa no sítio do meu avô e faltou luz na parte mais crucial a qual eu escrevia! Então perdi a metade do que tinha escrito T-T tentei lembrar de tudo, mas é isso ai. Espero que gostem.
Boa leitura!



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E lá estava Elizabeth, deitada em seu leito, sua pele com a cor natural e as bochechas levemente rosadas. Castiel caiu de joelhos no chão, ao escutar a respiração calma de Elizabeth, e seu coração batendo forte. Olhou pras suas mãos que estavam tremendo e sentiu-se aliviado.

– O que o senhor está fazendo aqui? – A enfermeira perguntou entrando no quarto, e quando viu os olhos marejados de Castiel, mais ele de joelhos no chão e tremendo, fez outra pergunta. – O senhor está bem? – A enfermeira tocou-lhe o ombro para chamar a sua atenção. Ele suspirou profundamente e esfregou o rosto com as mãos. Levantou e olhou pra enfermeira, ela pode ver o alivio estampado em sua face.

– Estou bem. Sei que não é hora de visitas... Mas eu precisava vê-la. – Disse com uma pitada de súplica em sua voz, torcendo para que ela não o tirasse do quarto. Ele precisava senti-la. Tocá-la para ter realmente certeza de que ela está bem.

– Entendo... – Ela olhou de Castiel para Elizabeth e pensou que sempre viu este hospital cheio e agitado, mas ela nunca viu uma agitação que simples amigos podem fazer pela sua amiga. Realmente, sempre foi apenas familiares, alguns até criando alguma confusão. Mas eles... Eles são apenas amigos de Elizabeth, eles não têm obrigação nenhuma com ela, e mesmo assim passaram a noite no hospital. Aparentemente, a garota não tinha familiares. Ela suspirou pensando que mais tarde poderia se arrepender disso, mas por agora ela sentiu que devia deixá-lo no quarto. Ele estava exausto, e isso ela conseguia perceber. Provavelmente não disseram para ele o que aconteceu, e ele tirou conclusões precipitadas, que ao chegar aqui e vê-la bem, provavelmente o choque foi com grande baque junto com o alívio. – Bom, vou lá pegar um café, preto e bem amargo. Nem passei por esse quarto, e você nunca me viu aqui. Nunca vi ninguém aqui. – Ela piscou para ele que sorriu agradecido. A enfermeira bondosa saiu do quarto fechando a porta e ele foi a passos largos até a cama de Elizabeth.

Seu olhar estava fixo nela. Ao estar a um passo de distância dela, ele já sentia o calor que emanava de Elizabeth. Focou-se em escutar o coração dela e agachou-se perto da cama. Pegou em sua mão e há apertou um pouco, sussurrando em seu ouvido que ele estava ali com ela agora. Acariciou sua bochecha levemente rosada, e sorriu finalmente dando-se conta que ele não a tinha perdido. Ela está aqui. Mas então ele sentiu algo que não tinha sentido antes. O cheiro dela, e o de outra pessoa. Mary. Ele pegou em sua mão novamente, e verificou o pulso, mantendo-se concentrado no coração da garota. O sangue de Elizabeth estava misturado com o de Mary. Foi se dando conta aos poucos. Nathaniel não havia dito que ele chegara atrasado por causa de Elizabeth. E sim por causa de Mary. Mas por quê? O que aconteceu enquanto ele não estava? Castiel não tinha um bom pressentimento quanto a isso. Engoliu em seco e olhou para Elizabeth. Não pode ter acontecido nada... Ou pode?

Contra a sua vontade, ele levantou e deu um beijo casto na testa de Elizabeth. Foi até a porta, e saiu. Antes de fechar, deu uma ultima olhada nela, e por fim, fechou a porta silenciosamente.

Foi até a sala de espera, e viu que ali Iris e Bianca tinham voltado seja lá de onde foram, e Nathaniel tinha saído. Rosa estava com Leigh.

– O que aconteceu? – Iris perguntou indo na direção do Castiel. – Por que demorou tanto? – Ela estava com os olhos lacrimejados, e Castiel estava acanhado, sem saber ao certo o que fazer. – Eu já estava começando a ficar preocupada.

Castiel a abraçou apertado, e ele viu que ela estava tremendo.

– Eu... Estive com Dake.

– Você está bem?

– Estou. Antes não estava. Nem um pouco... Mas agora eu estou bem. Vê? Sem machucados. – Disse abrindo os braços pra prima.

– Castiel... Você não pensou... Em parar o processo da cura, pensou? Você parece exausto...

– Não... Eu...

– Castiel! Eu não acredito nisso! Foi por isso que você demorou? Estava desistindo de tudo?

Ele ficou quieto, olhando a prima lhe dar sermão. Ela suspirou. Estava tendo muitos problemas em um dia só, mas ela sabia que quando Elizabeth acordasse, iria ser pior. Muito pior para ela.

– Sei que você não teve culpa... Estava lutando contra Dake, mas... Elizabeth precisava fazer uma transfusão de sangue. – Ela começou e sentou-se na cadeira. Sentia as pernas tremerem. – E ela precisava de O negativo. Sei que mesmo que você estivesse aqui, seria muito arriscado fazer a transfusão de sangue com o seu... Então nos fomos procurar alguém. Mas não encontramos. – Castiel não estava gostando do rumo em que a conversa seguia, mas permaneceu quieto escutando. – Então Mary chegou... E disse que faria a transfusão.

– Está brincando ne?

– Não.

–E vocês deixaram?

– Ela não escutava Castiel. Estava decidida. – Rosa disse abraçando-se em Leigh.

– Meu Deus! E onde ela está agora? – Perguntava tentando não ficar descontrolado. Isso não é bom...

– Ela... Está muito fraca. Seu coração está quase parando... – Iris começou a chorar enquanto fungava um pouco. Castiel tropeçou para trás, não acreditando na situação. – Ela não vai sobreviver, Castiel.

– Elizabeth vai se culpar a vida inteira por isso... – Disse sentando-se na cadeira ao lado de Iris. Ele apoiou os cotovelos nos joelhos e descansou a cabeça nas mãos.

– Ela não tem muito tempo sobrando... Está realmente fraca, mas parece que está segurando seu próprio fio da vida, para ver Elizabeth uma ultima vez.

Castiel não aguentava mais escutar aquilo. Se ele estivesse aqui, ELE teria feito a transfusão de sangue. E não a avó de Elizabeth que já estava quase morrendo. Agora, ela apenas apressou o processo da morte, como Castiel tinha apressado o processo de cura. Lembrou-se de algo e se perguntou se poderia acontecer de fato, mas ele iria tirar a teima. Ele levantou-se num pulo, e saiu em disparada para o corredor.

– Onde você vai?! – Perguntou Iris não entendendo a reação repentina de Castiel. Ele voltou para a sala de espera e perguntou afobado.

– Onde a Mary está?

Elizabeth

Sentia minha perna fisgar um pouco dolorida, e eu estava recobrando a consciência já. Abro um pouco os olhos e vejo um teto branco, pisco algumas vezes, e olho pra esquerda. Estou sozinha aqui... E onde é aqui? Vejo que ligado ao meu braço tem um cabo fino que levava soro pra minhas veias. Pisquei novamente e olhei pra direita. Eu não estava sozinha. Castiel estava dormindo na poltrona ao lado da minha cama. Ele tinha a cabeça apoiada no braço, que estava na poltrona. Ao lado dele, tinha uma outra poltrona, e nela estava Bianca, que tinha a cabeça apoiada no ombro de Castiel. Estava um pouco confusa, tentando organizar os pensamentos, mas simplesmente não conseguia pensar em nada. Escutei o barulho da porta se abrindo e olhei pra ela. Mike entrou segurando um copo de café. Ele assim que olhou pra mim, derramou o café quente na blusa, xingando um palavrão por ser desastrado. Isso acordou Bianca e Castiel que deu um pulo na poltrona, olhando pra todos os lados aflito. Até seu olhar cair em Mike, e ele bufou. Olhou pra mim, e seu olho se estreitou ao me ver acordada.

– Lizzy! Você acordou! – Mike gritou feliz indo até a minha cama. – Como você está se sentindo? Está melhor? Sente-se enjoada?

Pisquei algumas vezes para Mike, tentando entender as tantas perguntas que ele me mandava.

– Calma, cara. Ela acordou agora, deixe-a respirar para valer, depois você pergunta. – Castiel disse levantando-se da poltrona e vindo na minha direção. Mike bufou mas sorriu.

– Vou avisar o resto do pessoal. – Disse e saiu correndo do quarto. Mas voltou logo em seguida, puxando Bianca pelo braço que estava quieta. Ela resmungou um pouco por que queria falar comigo, mas sabia que quem tinha que falar comigo agora era o Castiel. Foi o que entendi.

Ri fraco sentindo a garganta seca. Sentei-me na cama, com a ajuda de Castiel que ajeitou o meu travesseiro. Sorri agradecida e ele acariciou a minha face delicadamente.

– Quer água? – Perguntou como se soubesse o que eu estava sentindo e pensando e fiz que sim. Ele pegou uma garrafinha de água em cima da cabeceira que tinha ao lado da cama e a me alcançou. Peguei a mesma e a virei, tomando vários goles, saciando a sede.

– Obrigada. – Entreguei a garrafa pra ele que colocou de volta na mesinha.

– E ai? Como está se sentindo? – Castiel perguntou. Ele parecia estar um pouco cauteloso, e eu estava tentando me lembrar se avia motivo para isso.

– Como se um caminhão tivesse passado por cima de minha perna. Fora isso está tudo bem. – Disse brincando. Castiel pareceu não gostar da minha piada, pois continuou sério. – O que você tem? – Perguntei.

– Nada.

– Então por que está tão serio?

Por que achei que fosse te perder.

– Por que achou isso?

– Eu... Quando eu cheguei aqui, Nathaniel tinha dito que já era tarde de mais. E bem... Ali foi quando meu mundo todo desabou. Achei que tivesse te perdido para sempre...

– Por que o Nathaniel falaria pra você que já era trade? O que ele quis dizer com isso?

Castiel ficou quieto por uns segundos, mas ele não me respondeu a pergunta quando disse:

– Não se preocupe com isso agora.

– Castiel...

– Ele queria brincar comigo, só isso. Sabe como nós dois nos encaramos.

– Brincadeira de mau gosto. – Digo o fitando e ele sorri fraco.

– Eu sei.

Ficamos em silêncio e aproveitando isso, vasculhei os cantos da minha memória, procurando o que tinha acontecido na festa. Algumas imagens voltaram como flashes, causando uma dor repentina de cabeça. Mas elas não pararam. E não foi como aquela vez em que me lembrei só do lobo... Foi diferente. Foi como se todas as imagens voltassem uma atrás da outra, como se antes fosse um quebra cabeças todo bagunçado, que agora estava se resolvendo sozinho em minha cabeça.

– Elizabeth? – Castiel perguntou. – Está bem? – Ele aproximou a mão até minha testa mas instantaneamente eu me encolhi, e ele recolheu a sua mão. - ... Você lembrou.

Eu não olhava pra ele. Senti meu coração bater rápido, e eu comecei a tremer. O que foi aquilo?

– Estava achando que talvez você tivesse tido uma perda de memória por algum milagre... Mas vejo que não.

– O que você é, Butler? – Pergunto sentindo um nó na garganta e ele se encolhe, como se a pergunta tivesse o acertado de alguma forma.

– Liza... Vamos conversar... – Falou chegando perto. Me encolhi ainda mais na cama.

– Não! Não... Não faça isso. – Digo sentindo vontade de chorar. – Você... Por que não me contou?

– É complicado... – Ele respondeu e eu sabia que ia desconversar, então repeti a pergunta.

– Por que não me disse antes?

Castiel suspirou e sentou-se na poltrona, olhando fixamente para mim. Senti-me vulnerável e intimidada nessa hora.

– Faria alguma diferença?

– Não acredito que você está perguntando isso! – Digo frustrando-me.

– Você acreditaria em mim? Acreditaria que eu me transformo em lobo?

Encolhi os ombros com a palavra e engoli em seco. Mas que merda.

– Não! Provavelmente não... Mas...

– Mas o que, Liza?

– Poderia ter tentado pelo menos!

– Tem razão. Poderia. Mas eu não queria ver sua cara de medo. Como essa que você está agora.

– Castiel... Como...

– Eu já nasci com isso. Não é algo que eu possa evitar, por mais que não queira, faz parte de mim. De quem eu sou.

– E quem é você?

– Bem... Isso você já descobriu. Pelo menos parte de quem eu realmente sou.

– ... Eu, não entendo como isso é possível.

Castiel suspira. O quanto ele não queria estar tendo essa conversa eu até posso imaginar. Por que eu mesma não queria estar tendo essa conversa.

– Elizabeth... – Ele levantou da poltrona e veio vindo na direção da cama. Minhas pernas tremiam por de baixo do lençol. – Eu... Só preciso que você entenda. – Ele parou e olhou pras minhas pernas como se soubesse que estavam tremendo. Tentei disfarçar mexendo a perna boa. – Eu nunca iria machucar você. Você sabe o quanto a sua proteção é importante pra mim.

– Então onde você estava quando a explosão aconteceu? – Deixei escapar a pergunta de forma rude, e grosseira. Castiel recuou alguns passos e esfregou o rosto com as mãos.

Ai... Por que eu disse isso?! ‘Pegou pesado agora’

– Você viu no que Dake se transformou? Queria que eu o deixasse solto, para que ele pudesse matar qualquer um que visse pela frente? E se esse qualquer um fosse você? E se ele te atacasse em vez de mim? Elizabeth, e eu não sabia que tinha bombas no local. Muito menos pensei que uma delas fosse explodir onde você estava! – Esbravejou irritado. Ele bufou e foi recuando os passos, até se escorar na parede, cruzando os braços. – Se eu soubesse que ele tinha posto bombas no local... Eu nunca teria saído do seu lado. Mesmo que você estivesse me olhando estática e com choque.

– Eu sei... Eu só... Não entendo.

– É. Eu imaginei que não. – Disse sentando na poltrona.

– Você... É um lobo? Como isso é possível? – Disse encolhendo-me mais ainda na cama.

– Sei que no seu mundo, isso não seria possível. Mas no meu mundo, isso não só é possível, como não existe cura. Não é uma doença. Não precisa se afastar de mim como se estivesse com nojo.

– Não estou com nojo! Pelo amor de Deus! – Digo me defendendo. - Estou com medo, ok? Como você quer que eu me sinta, sabendo que você se transforma no lobo que vem me atormentando há dias? Semanas, Castiel! E você não me disse nada! Preferiu esconder e ficar quieto como se não fosse com você, apenas observando eu ficar alucinando com um lobo, que teoricamente é você!

– Sim, Elizabeth. Eu preferi ficar quieto, justamente para não estar tendo essa conversa! Porra! Será que não vê? Não contei por que sabia como você ia ficar. Sabia que você iria se afastar de mim como você está fazendo agora. E isso era tudo o que eu não queria. Mas eu já lhe disse uma vez. Se você quer dizer Adeus, esse será o nosso Adeus. Mas se você me der pelo menos uma chance de explicar...

– Explicar o que, Castiel? Que você é um lobo eu já sei! - Digo nervosa e ele se cala. Suspiro segurando um choro que estava por vir, pensando no que eu falaria a seguir. - Adeus Castiel.

– É o veredicto final? - Perguntou e eu não conseguindo dizer que sim, balancei a cabeça. - Então, que assim seja. Adeus, Liza. – Levantou-se e assim que estava um pouco mais afastado, a porta se abriu e Iris, Rosa, Leigh, Mike, Lysandre, Armin e Nathaniel entraram no quarto de uma só vez.

– Liza! – Iris correu tropeçando até a minha cama, ela estava chorando. Meu Deus. – Que bom te ver acordada!

Eles formaram um bolo em minha volta, mas eu consegui ver quando Castiel saiu do quarto. Puta... Merda. Castiel é um lobo. Um lobo. Céus! Isso... Isso não pode estar acontecendo...

– Ai meu Deus! Estou tão feliz. Você não tem noção do aperto que o meu coração estava, garota! – Rosa fala parecendo um pouco histérica e eu tento me concentrar no pessoal agora. Mas as lágrimas teimam em cair, e as garotas param e ficam preocupadas. – Liza o que foi? O que aconteceu?

– Foi o Castiel? Sobre o que vocês falaram?

– Vocês... Sabiam?

Elas se entreolharam em silêncio. Olhei das garotas para Lysandre, depois Leigh e Nathaniel. Mike parecia não entender nada, então deduzi que ele não soubesse.

– Liza..

– Ai meu Deus! Por que ninguém me contou? – Perguntei segurando as lágrimas.

– Não poderíamos...

– Por que não? É uma regra isso? Desde quando? – Eu estava muito nervosa. E sabia que ia acabar ficando ainda mais.

– Elizabeth, sei como você deve estar se sentindo agora, mas coloque-se no lugar de Castiel. – Rosa fala tomando as rédeas. – Ele é a fera. E você a bela. O que você acha que ele deveria fazer? Simplesmente chegar e dizer: “Oi, eu me transformo num lobo branco, por isso case-se comigo?”

– Não! Mas ele poderia... Sei lá ter conversado comigo, não acha?

– Falar é mais fácil que agir, Liza. – Iris fala tocando em minha testa. – Você deve saber mais que qualquer um daqui, o quanto o Castiel é apaixonado por você... – Ela pausou mas logo continuou. E sabia que se ele se apaixona, ele pode se perder?

– Como assim? – Gaguejei com medo do que fosse escutar.

– O amor muitas vezes é fatal para um lobo, Elizabeth. Se o lobo perde a pessoa amada, ou eles se separam ou algo do tipo, seu coração quebra em mil pedaços, e eles não sentem mais vontade de viver. O que você acha que aconteceu com os pais de Castiel?

– Eles... morreram...

– Sim. Exatamente. Tricia achou que o marido a traía. Isso doeu de mais nela. Ela não aguentou a dor e preferiu se matar ao pensar toda a noite que o marido havia beijado outra a não ser ela. Bruce não aguentou a perda da mulher. Bebia toda a noite e dia, e drogava-se também para esquecer da dor que sentia. Até que morreu de overdose.

– Castiel não faria isso... – Digo sentindo a garganta seca.

– E você tem como saber? – Rosa perguntou.

– Ele já estava pensando nisso, Elizabeth. Quando ele pensou que você o deixaria por tê-lo visto como lobo, ele sentiu vontade de morrer. Ele não iria lutar para sobreviver, e sim para morrer. Mas ele lutou e veio até aqui correndo, por você.

– Por que?... Por que eu?

– Por que a Fera escolheu a Bela? Por acaso, não? Mas ele acabou apaixonando-se por ela. Assim como ela por ele. – Rosa falava e eu não conseguia concentrar-me em tudo. Minha cabeça estava começando a doer.

– Poderia ser só o lobo agindo. Mas não é. Ele são um só. Pode ter a fera dentro, mas quem manda é ele. Ele tem trancado seu coração durante anos depois da morte dos pais. Jurou que nunca iria se apaixonar pra valer. Mas acabou que ele se apaixonou por você. Profundamente e perdidamente.

– Mas ai não é só o lobo falando? Como posso saber se é ele quem me ama de verdade?

– Por que é Elizabeth. Já disse que quem manda é Castiel. Ele se permitiu apaixonar-se por você. A fera apenas seguiu seu coração. É como respirar. Você virou uma necessidade crucial para a vida dele.

– É... Muita coisa pra minha cabeça.

– Desculpe. Pegamos pesado com você. – Iris desculpou-se.

– Nós não vamos te incomodar mais. – Rosa disse e saiu puxando Leigh pelo braço. Iris sorriu e saiu. Bianca a olhou uma ultima vez e saiu do quarto. Lysandre já tinha saído com Armin, mas Nathaniel continuava no quarto.

– Muita coisa pra você digerir hein? – Disse calmo. Ele tinha as mãos nos bolsos da calça. E agora eu tinha percebido, que todos eles ainda estavam com a roupa da festa. Sinto meu rosto ficar quente, a raiva me consumindo. As lágrimas começam a cair, uma atrás da outra, e Nathaniel senta na cama, limpando uma das lágrimas.

– Eu não sei o que fazer... Não sei o que pensar...

– Eu não posse te dizer nada... Apenas para que pense com o coração. Ele sempre sabe o que fazer.

– Você sempre fala as coisas certas na hora certa? – Pergunto fungando e ele ri, me dando um abraço logo em seguida.

– Mas pense Liza. Você não é obrigada a nada. Tem suas escolhas. Escolhe isso, ou aquilo. Sempre vai haver consequências. Não importa o que você escolher.

– Colhemos aquilo o que plantamos. – Digo a famosa frase e ele concorda. – É. Eu sei. Quero dizer, não sei.

– Sabe. Seu coração já decidiu. Você é que tem medo de escutá-lo.

– Como pode ter tanta certeza?

– Elizabeth, hoje eu vi uma grande prova de amor aqui no hospital.

– Sério? De quem.

– Sua.

– Minha? Como assim?

– Elas não sabiam se contavam pra você ou não, mas acho que você merece saber. Você perdeu muito sangue... – Juntei as pernas e as abracei, escutando atentamente o que o Nathaniel tinha a dizer. – E você precisava repor o sangue, se não... Bom, a coisa ia ficar feia. Mas como você é O negativo, tinha que ser alguém O negativo. E não tinha ninguém O negativo. Então depois de algum tempo, sua avó veio e perguntou o que tinha acontecido com você. – Senti meu coração subir pela minha no momento em que ele falou de minha avó. Já estava sentindo os olhos lacrimejarem e arderem. – Eu contei pra ela o que aconteceu, e Rosa contou como você estava e que precisava de sangue... Sua avó se ofereceu para fazer a transfusão de sangue. – Ela não fez isso... Meu Deus me diz que a minha avó não fez isso...

– Nathaniel... Ela fez a transfusão? – Perguntei segurando a respiração. Ele acenou devagar e eu enterrei a cabeça nos joelhos chorando. Nathaniel logo me abraça apertado e eu aperto sua camisa da festa chorando em seu peito. – Não acredito que ela fez isso! Ela não pode ter feito isso...

– Ela fez. Deu seu próprios sangue mesmo estando fraca, ela queria salvar a neta. Isso, foi uma grande prova de amor. Ela desistiu da vida dela, para você continuar a sua.

– Isso é amor? Nathaniel, eu praticamente matei a minha avó!

– Então... Castiel chegou, e achou que você tinha morrido. – Continuou. Eu a essa altura estava derramando litros de água. – Mas ai ele te viu bem. Quando ele foi pra sala de espera, eu achei que ele meio que já sabia, mas mesmo assim ele perguntou por que deixamos sua avó fazer a transfusão de sangue. Ela ficou inconformado, por que ele sabia melhor que todo mundo o quanto você ama a sua avó, e o quanto tentava protegê-la. Não é verdade? – Perguntou afagando a minha cabeça.

– Sim. – Digo e confirmo com a cabeça.

– Então, sabe o que ele fez? Ele deu parte do sangue dele para a sua avó. O Castiel salvou a vida da sua avó, Elizabeth. Apenas por que ele te ama, e não quer te ver mal. E em parte por que ele queria salvar a vida dela.

Meu coração estava em pedaços. Ele salvou a vida da minha avó, e mesmo assim eu o mando embora. Ele realmente merecia isso? Eu me afastei dele e o machuquei... Mas eu também me machuquei... Céus! O que estou pensando? Castiel ia desistir da vida dele... Mas veio por minha causa. Ele salva e vida da minha avó e o que eu faço para retribuí-lo? O mando embora. 'Pelo menos ele merecia uma chance.'


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Notas finais do capítulo

O que acham?
Ele merece uma chance?