Who Are You, Butler? escrita por Uchiha Bibis


Capítulo 18
Helping


Notas iniciais do capítulo

Finalmente! Terminei o capítulo, e consegui postar ele ainda hoje!
Gente, fiquei pensando em como escrever esse capítulo... E não tinha conseguido nada que me parecesse bom, por isso não consegui postar ontem, que era quando eu tinha em mente em postar. Mas, hoje pelo menos, ficou muito bom! Consegui escrever o que queria, e se alguém não gostar, foi mal tá? O bloqueio parece que está querendo vir até mim.
Ah, narração da querida autora aqui! *-* Gostei de escrever assim, mas acho que não levo muito jeito não. Por isso não se preocupem, não é sempre que vou escrever uma narração. É que esse foi necessário. Espero que gostem!
Boa leitura pessoal!



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Castiel estava perdido. Tinha lutado com Dake até os dois caírem exaustos no chão. Os dois jogados no chão, o peito subindo e descendo descompensado, os machucados se curando, feridas profundas sem deixar cicatrizes... Apenas uma ferida ainda não tinha se fechado. E para Castiel essa ferida lhe dizia que Elizabeth nunca mais olharia em sua cara novamente.

Seu pelo branco manchado pelo sangue afundava na neve que sempre aparecia em conjunto com o lobo.

O lobo negro estava muito machucado, mas estava se curando rápido. Seu pelo já preto apenas brilhava onde tinha as feridas, mostrando o brilho do sangue em seus pelos, no focinho, pescoço, patas, barriga... Ainda em processo de cura, se levantou devagar, mancando para o lado. Erguido em suas patas, tentou-se manter firme. Olhou para o lobo branco estirado na neve. Ele parecia morto. Se não fosse pela respiração lenta que o acompanhava. Deu um passo esperando que o lobo fosse levantar para uma nova partida de luta, mas este nem se mexeu. Patético. Pensou Dake enquanto dava passos lentos indo para a direção oposta do lobo.

Castiel já nem se importava mais com Dake. Se ele quisesse, poderia mata-lo aqui e agora que para ele não faria diferença. Castiel estava começando a se desesperar. Não sabia o que Elizabeth iria fazer, mas ele sabia que o mais provável é que ela o deixe para sempre. Ele não queria isso. Deus! Ela tinha sido a válvula de escape dele, quando ele já achava que estava perdido em meio a uma escuridão sem fim, ela apareceu para iluminar o seu caminho. Para tira-lo do fundo do poço, ao qual ele mesmo tinha se jogado.

O que ele tinha feito para merecê-la? Nada. Ele não a merecia e Castiel sabia disso.

Dake andou alguns passos, mas caiu por fim, sentindo-se exausto de mais para continuar. A essa altura, Castiel já tinha decidido, e estava pensando em parar de se curar.

Hospital de Califórnia; Segunda-feira, 25 de agosto de 2014 – 04:50 PM

Estavam sentados na sala de espera, angustiados. Escutaram os passos vindo do corredor, e torceram para que fosse o doutor para dar notícias de Elizabeth, tinha passado a noite anterior no hospital. Mas era apenas uma moça andando pelo corredor com um café na mão, que ao passar por eles, olhou para cada um dos rostos dali, dando de ombros logo depois, continuando seu caminho. Nathaniel achou que a conhecia, ainda mais pelo fato da mesma ter demorado ao olhar para ele. Mas não se importou tanto, pois logo veio o Dr. Marshall.

– Então doutor? Ela acordou?– Iris levantou-se da cadeira, indo até ele sem esperar pelos outros.

– Ela esteve acordada até a cirurgia. Mas dês de então tem estado desacordada.

– Há quanto tempo ela está desacordada?

– Elizabeth está inconsciente á 8 horas já. Sua perna não estava nada boa... E bem, quando ela chegou fizemos raio-X e descobrimos que provavelmente por causa do impacto na hora em que a explosão ocorreu, o impulso e a força com que ela bateu contra o chão foi forte o suficiente para quebrar duas costelas. Uma das costelas quebradas ocasionou a lesão de uma artéria do pulmão, o que causou uma hemorragia pulmonar.

– Duas costelas quebradas? Hemorragia pulmonar? Meu Deus!

– Ela vai ficar bem, doutor?

– Elizabeth perdeu muito sangue. Mas não está em coma. Nesses casos depende muito de cada pessoa. Tem pessoas que são mais frágeis e mais susceptíveis a quebrar os ossos facilmente, como ela é. Mas apesar de fraca, ela está lutando. Ela é uma garota forte, apesar de tudo.

– Quanto sangue ela perdeu, doutor?

– Muito. Recuperou apenas a metade dele, mas precisa de mais. Elizabeth precisa de sangue O negativo. E o último que tínhamos já usamos com ela, mas não era muito. Algum de vocês é O negativo?

Todas na sala de espera se entreolharam. Nathaniel, Mike, Iris e Bianca estavam mais apavorados do que nunca. Lysandre não sabia o que fazer, Leigh estava com Rosa que chorava um pouco e Armin estava tentando se comunicar com Castiel, que não tinha retornado nenhuma de suas ligações ou mensagens.

– Castiel é O negativo. – Iris disse um pouco nervosa olhando pra todos.

– Mas não sabemos onde ele está. – Armin disse, chegando mais perto e guardando o celular no bolso.

– Nada? – Nathaniel pergunta e Amin nega com a cabeça.

– Mais ninguém? – O doutor pergunta.

– Eu sou A negativo. – Anunciou Iris, desapontada.

– E eu sou O positivo. – Mike disse cabisbaixo por ser exatamente o oposto de sua prima.

– AB positivo. – Nathaniel falou sentindo raiva de si mesmo e de Castiel, que devia estar ali, naquele momento.

O médico olhou pros outros que balançaram a cabeça em silencio. Dr. Marshall suspirou e disse:

– Nenhum? Então vamos ter que esperar por um doador. Mas... Acho melhor já prepará-los... Se um doador não chegar em pelo menos 10 horas, o coração não irá receber sangue o suficiente, o que não é o que queremos. Vou informar para a enfermeira para que assim que haja um doador ela me avise imediatamente, com licença. – E se retirou, deixando-os aflitos.

Iris, Rosa e Bianca já estavam com muita vontade de chorar. Mike esmurrou a parede inconformado com tudo aquilo, Nathaniel não estava aguentando, nem Lysandre que estava angustiado por Elizabeth e Castiel. Armin e Leigh se entreolhavam, aflitos.

– Como... Pode? O negativo doa para todos... Salva todos que necessitam de sangue. É o sangue universal... Mas na hora em que ele precisa... Ele só pode receber dele mesmo. O quão triste é isso? – Bianca comentou, tristemente. Nathaniel a abraçou e ela começou a chorar baixinho.

O silêncio se apoderou na sala de espera. Não sabiam o que fazer. Castiel não respondia e talvez demorasse para aparecer um doador de O negativo. E sabe-se lá Deus o que pode acontecer se ela não recuperar todo o sangue perdido. E bem... Seria como o doutor havia dito.

– Eu vou fazer algumas ligações. Ver se encontro alguém O negativo. – Anunciou Iris não aguentando mais a ansiedade.

– Vou fazer algumas também. Talvez encontre alguém. – Mike fala e sai junto com Iris.

– Vou ver se encontro Castiel. – Lysandre fala não conseguindo mais ficar parado.

– Vou com você. – Armin diz e Lysandre confirma com a cabeça.

– Nathaniel e Leigh vão ficar certo? – Lysandre pergunta e ambos os rapazes confirmam.

– Vou ficar e esperar. Elizabeth precisa que estejamos aqui. – Nathaniel fala convicto.

– Certo.

Lysandre e Armin saem e alguns longos minutos depois, Iris volta com Mike, Rosa é a primeira a perguntar.

– E ai?

Os dois se olham cabisbaixos e negam com a cabeça.

– Ah que ótimo! – Nathaniel resmunga. Solta Bianca e sai da sala bufando.

Nathaniel pega o elevador e vai pro terceiro andar. Chegando na lancheria, ele vai até uma máquina de café, pega um copo colocando-o debaixo da máquina, aperta um botão e observa o café sair. Lembrou-se do dia em que falou com ela pela primeira vez pra valer, quando a ensinou a fazer um cappuccino. Sentiu raiva pois sentiu-se inútil, seu sangue fervia em suas veias, e seu instinto falava para ele quebrar o maldito trato que tem com Castiel. Nathaniel no impulso sente a mão formigar, fecha em punho e suspira. A sensação não passa e ele se lembra que, quando Elizabeth acordar, se ela acordar... Ele vai ter que falar alguma coisa. O que deveria ser o trabalho de Castiel. Nathaniel lembra-se de ter dito que Castiel se arrependeria amargamente por ele não ter dito a verdade para Elizabeth, quando ele teve a chance. E Nathaniel sabia que Castiel teve várias chances. Agora ele tinha envolvido não só uma pessoa inocente, como também tinha se envolvido com ela. Irritado com tudo, ele joga o copo de café no chão, que espalha café por uma grande região do piso. Várias pessoas que estavam ali olham na direção dele assustadas, ou brabas por ele estar fazendo isso em um hospital. Ele não era o único que estava tendo um dia ruim. Era um péssimo dia para todos. Os seguranças foram até ele e pediram para ele se retirar, pois estava atrapalhando as outras famílias. Ele saiu de cabeça baixa, sem falar nada apenas concordando e se desculpando.

Nathaniel não sabia mais o que fazer. Estava mais que angustiado e não aguentava esperar nem mais um minuto na sala de espera. Mas não tinha para onde ir. Já tinha feito uma bagunça na lancheria, e agora os seguranças o proibiram de ir lá. Ele olhou pro relógio na parede, batucando inquieto no apoio de braço da cadeira. Já eram seis horas da tarde. Nada de Castiel muito menos de Elizabeth acordar. Se ela não estava em coma, por que não acordava? Bem, o médico disse que ela não estava em coma... Mas ele não disse que ela não poderia entrar nele. Sua cabeça começou a se encher de mil perguntas, depois com o que poderia vir a acontecer e se o pior acontecesse ele iria arrancar a cabeça de Castiel, mas antes o faria sofrer. Bianca notava como Nathaniel estava aflito e irritado. Ela chegou até o irmão e acariciou sua cabeça, bagunçando seus cabelos louros. O toque delicado e gentil fez com que Nathaniel se acalmasse um pouco. Na sala estavam apenas ele, Bianca, Rosa, Iris e Leigh e Mike.

– Onde está minha Lizzy?

Ao se ouvir a voz delicada de Mary, todos na sala olham pra ela. Nathaniel se levanta num pulo, e Iris vai até Mary para ajudá-la. Mary estava com a roupa do hospital, carregando o soro e praticamente se apoiando nele. Ela estava ofegante.

– Senhora Gray... O que a senhora está fazendo aqui? – Iris perguntou dando seu braço para ela que agradece e o aceita.

– Vovó? - Mike perguntou surpeso.

– Quem é ela? – Bianca sussurra para Nathaniel.

– É a avó de Elizabeth.

– Eu soube que ela veio para cá. O que aconteceu?

– Estávamos no baile de máscaras, e – Nathaniel começou antes que outros falassem e respirou fundo para continuar. -... Ocorreu um ataque de terrorismo. Elizabeth estava perto do local em que a bomba explodiu.

– Nathaniel! – Rosa o advertiu com tom de reprovação por largar aquela notícia de forma rígida para Mary.

O rosto de Mary perdeu a pouca cor que ainda tinha e ela levou a mão ao peito, quase caindo para trás, se não fosse por Iris segurá-la e Mike que a pegou pelo outro braço.

– A senhora está bem? – Mike perguntou.

– Estou. Apenas, senti-me tonta. – Ela ficou reta com um pouco de esforço e respirou fundo para recuperar um pouco de suas forças. – Ela... Ela está bem?

Mais uma troca de olhares, e Rosa chegou perto de Mary, indicando que ela deveria se sentar. Iris e Mike a conduziram para uma das cadeiras da sala, e ela se sentou, deixando o cabide do soro ao seu lado.

– Ela está se recuperando... Mas precisa de sangue. Liza perdeu muito... E eles não... – Ela tentava achar as palavras certas, mas não às encontrava. Mary já tinha entendido tudo.

A senhora Gray olhou para cada um deles que estavam na sala. Elizabeth tinha achado bons amigos, isso ela estava vendo. Respirou fundo sentindo o seu peito encher e sorriu fraco. Sabia o que tinha de fazer, e o que queria fazer. Mary não achou que um dia teria que fazer isso, e sabia muito bem quais seriam as consequências disso, mas ela queria ajudar a neta. Ficou emocionada ao proferir as palavras seguintes.

– Ficarei feliz em ajudar.

– O que? Como assim? – Bianca perguntou sentindo que aquilo não iria ser uma boa ideia.

– Vou dar meu sangue para Elizabeth.

– A senhora é O negativo? – Nathaniel perguntou surpreso.

– Sim.

– Não pode! A senhora está fraca e... – Mike dizia mas parou ao olhar para Mary.

Mary balançou a cabeça negativamente. Ela já estava decidida. E não iria voltar atrás.

– Tenho sangue o suficiente para minha neta.

– Mas se a senhora fizer isso a senhora vai...

– Eu sei. Mas tem que ser feito. Eu sou a única nesse momento que pode salvar a vida de Elizabeth.

– Senhora Gray, Elizabeth não iria querer isso! – Iris exalta-se preocupada.

– Elizabeth vai superar. Ela tem vocês agora.

– Mas... Vovó... A senhora não precisa fazer isso. - Mike tentou impedi-la.

– Vejam crianças... Eu já não tenho muito tempo de vida. Pelo menos posso escolher salvar a vida de minha neta.

– A senhora tem certeza disso? – Rosa perguntou delicadamente pegando na mão fina de Mary que proferiu um sim baixo sorrindo logo depois.

Eles ficaram em silêncio pensando. Se era o que Mary queria, eles não poderiam fazer nada, já que era a decisão dela e eles não iriam tirar isso de Mary.

– Quer que eu chame o doutor? – Rosa perguntou e Mary que continuava sorrindo concordou.

Finalmente Mary poderia ajudar a neta, que tem trabalhado tão duro para manter Mary sempre bem. Agora ela iria retribuir esse favor, demonstrando seu amor por Elizabeth, ela vai doar o próprio sangue para a neta. Elizabeth não teria as horas, dias e anos perdidos em que passou cuidando de Mary de volta, mas agora ela iria poder dedicar-se mais na faculdade, que Mary sabia que atrapalharia muito a neta ela ter que trabalhar, estudar e visitar Mary no hospital. Mesmo que Elizabeth nunca fosse admitir isso, já que para ela, isso era o mínimo que tinha que fazer por que alguém que ama. E se Elizabeth podia fazer sacrifícios pela avó, ela também poderia.

{...}

Olhava a neve cair a sua volta. Sua respiração antes descompensada agora voltava ao normal. Suas feridas estavam demorando mais que o usual para se curarem e a exaustão continuava presente. Por que raios não segurou por mias tempo a transformação? Agora ela tinha visto a fera que tem dentro dele. Sabia que ela o deixaria. Mas o sentimento de ir até ela apenas aumentava dentro de si. Era como se a própria fera também a almejasse. E não era só isso. Sentia que alguma coisa estava errada. Tinha escutado o barulho das explosões, mas jogou verde torcendo para que nenhuma tenha afetado Elizabeth. Mas algo lhe dizia que estava errado.

Tentou levantar-se, mas não conseguiu. Tinha lutado até cair contra Dake, que se encontrava jogado em algum lugar por ali. Ainda estava em sua forma de lobo, assim como Dake. Sabia que Dake estava acordado pois escutava a sua respiração. Fechou os olhos e notou o cheiro de sangue na neve. O seu sangue. Era como naquele dia em que ela o viu nesta forma pela primeira vez, sem que ela soubesse que era realmente ele. Mas naquele dia... Ele não tinha lutado contra Dake, então tinha se machucado muito pouco.

Castiel

Abriu os olhos de imediato, fazendo sua pupila diminuir. Pensou ter escutado a voz dela, mas isso era impossível. Ela não estava ali. Sua respiração ficou mais profunda, seus machucados ainda estavam em processo de cura lenta. Doía, mas ele não se importava. Dake demonstrou sinal de vida.

Sabe... Se ela tiver tido sorte, nenhuma das bombas que pus lá acertou perto dela. – Começou respirando profundamente, falando em seus pensamentos com Castiel. – Mas... A julgar pelo fato de que ela chegou perto o suficiente naquela hora em que você se transformou... Ela não deve ter tido muita sorte.O que é uma pena... Não tinha em mente em acertá-la, mas fazer o que. Parece que foi melhor do que planejei.

Castiel tinha parado de escutar no memento em que ele falou que e a bomba poderia ter acertado em Elizabeth. Ele ficou instantaneamente sério, e se antes achava que não iria vê-la, agora já não achava mais isso. Ele precisava ver se ela estava bem, não importando como. Forçando-se a se levantar, ele aumentou o processo de cura, que tinha diminuído antes. Firmou as patas traseiras, logo erguendo-se pelas dianteiras. Seu corpo tremia um pouco ainda, tinha perdido muito sangue, mas agora não se importava mais. Grunhiu um pouco, sentindo que precisava vê-la, pois se não o fizesse, ele tinha medo do que poderia acontecer.

Dake olhava tudo aquilo de camarote. Ele tinha certeza que Castiel tinha desistido já, mas tinha se surpreendido ao vê-lo em pé, mesmo estando muito machucado ainda. Se Dake não tinha conseguido se manter em pé naquele momento, Castiel não conseguiria. Foi o que Dake pensou. Mas Castiel dava passos lentos, um atrás do outro, mancando e sentindo a respiração ficar cada vez mais profunda. Ele rosnou emitindo um som alto, que deixou Dake em alerta. Castiel continuou, afastando-se de Dake, e indo para a estrada. Dake não acreditava no que via. Como Castiel conseguia? Mesmo não tendo forças e estando muito machucado, depois de ter perdido litros de sangue como poderia estar de pé caminhando? Era impossível na mente de Dake. Mas para Castiel não. A vontade de ver Elizabeth, para ter certeza de que ela está bem o motivava. Sem falar que ele não parava de pensar, que algo tivesse realmente acontecido... Ele pelo menos tinha que estar lá ao lado dela quando ela acordasse.

Castiel sentiu a perna que tinha levado a mordida de Dake vacilar, e ele caiu exausto no chão. Sua respiração agora estava descompensada, e ele tentou reunir energia para se concentrar no processo de cura. Pelo menos sabia que nessa forma ele poderia se curar mais rápido. Mas tinha ficado muito tempo com os machucados, e tinha perdido muito sangue, apressar o processo de cura seria quase impossível, mas ele iria testar essa teoria. Ouviu que Dake tentava se mexer e rosnou para ele, avisando-o que se ele tivesse que passar pelo segundo round, ele o faria e dessa vez não o deixaria sair vivo dessa. Castiel levantou-se novamente, e Dake fez o mesmo. Os lobos se encararam, rosnaram um para o outro e depois, cada um seguiu por um caminho diferente. Dake foi caminhando lentamente para dentro da floresta, enquanto Castiel lutava para seguir pro lado oposto, indo para a cidade.

Chegando perto da estrada, ele desmoronou no chão, sentindo necessidade de se curar por completo. Já que ele não poderia sair andando pela cidade feito um lobo. Antes que pudesse achar Elizabeth, o zoológico o pegaria. Então reuniu suas e concentrou-se em sua cura. Sentiu que rapidamente suas feridas foram se fechando, uma por uma. Até que ele foi recuperando suas forças e seu coração foi bombeando mais rapidamente sentindo o sangue correr em suas veias. Revigorado, estava completamente curado. A transformação de volta para a forma humana foi dolorida, ma muito menos que o usual. Sentiu os ossos quebrando e se refazendo dentro de si, curvou-se urrando um pouco mas dessa vez de frio, ao sentir sua pele lisa tomar o choque da neve gélida.

Levantou-se e pôs-se em pé, curvado um pouco pelo frio, ele foi em direção a uma lojinha de conveniência do outro lado da esquina, e já estava sentindo o calor voltar, não só a sua pele, como ao ambiente. O frio apoderava-se apenas na floresta, quando ele se transformava no lobo branco, mas a cidade continuava intacta. E quando ele voltava ao normal, o frio sumia, como se nunca tivesse estado ali antes. Chegando na lojinha de conveniências, olhou pela vidraça da loja, vendo se tinha alguém lá dentro. Para a sua sorte, não. A lojista chegou até a porta, saindo e a fechando, quando Castiel chamou a sua atenção. Ela levou a mão a boca, ao olhar um estranho na sua frente, que se encontrava nu, tapando sua parte íntima.

– Céus! – Exclamou olhando Castiel da cabeça aos pés.

– Desculpe senhorita, mas eu preciso de roupas. – Falou educadamente o que surpreendeu a moça.

Ela admirou o corpo forte do Castiel e se perdeu nele um pouco. Voltou para a terra quando ele limpou a garganta.

– Ah, c-claro. – Tremendo um pouco, ela abriu a loja, deixando-o passar.

– Obrigado. – Castiel agradeceu e sorriu gentilmente para ela, que sentiu as pernas bambas. Cordada, ela virou-se de costas, com vergonha de olhar para a bunda dele.

Castiel entrou na loja e foi direto nas araras de roupas masculinas. Pegou qualquer peça de blusa, calça e uma cueca. Depois pegou tênis e meias. Vestiu-se e saiu da loja.

– Muito obrigado mesmo. Eu estou com pressa agora, mas eu te mando o dinheiro dessas roupas depois ok? – Disse despedindo-se da lojista que estava levemente desnorteada. Se ele ficava lindo sem roupas, não seria diferente com elas, mas ela se pegou pensando nele nu novamente.

– O-Ok. – Respondeu apenas, vendo-o desaparecer no meio da noite.

Castiel corria feito um condenado, tentando sentir o cheiro de Elizabeth. Mas ele não achava. Passou por uma rua que ao contrário levava direto para o Castelo em que a festa tinha ocorrido na noite anterior. Continuou e logo parou. Sentiu o cheiro forte de sangue. Sangue de muitas pessoas vinham da direção daquela rua, mas o de uma em si o chamou a atenção. Ele cheirou o ar novamente e olhou pro lado oposto da rua. Era o cheiro do sangue de Elizabeth. Desesperado, ele começou a seguir o cheiro, correndo torcendo para que ela estivesse bem. O cheiro diminuía, pois agora ele sabia que ela tinha entrado no carro. Quando se deu conta para onde ia, correu sem pestaneja em direção ao hospital. Ele atravessou a rua, sem esperar o sinal ficar verde e os carros freavam catando pneus, uns motoristas gritavam com ele o chamando de louco, enquanto outros buzinavam sem desgrudar a mão do volante. Ele deslizou por cima de um carro que freou no ultimo minuto e continuou correndo.

Na frente do hospital, o cheiro do sangue dela já estava mais forte. Entrou aos prantos, batendo as portas do hospital, perguntando a recepcionista:

– Elizabeth Gray. Onde ela está?

A recepcionista o olhou surpresa, e procurou no sistema do hospital pelo nome.

– Quarto 345, no segundo andar...

Castiel correu na direção do elevador sem esperar que ela terminasse. Escutou ela o chamar, mas não parou. Apertou o botão do elevador que abriu e entrou, apertando seguidas vezes no botão do segundo andar e no botão de fechar a porta. Quando as portas do elevador se abriram, ele disparou, andou por um corredor e entrou na sala de espera. Viu Nathaniel e Leigh ali. Ambos olharam pra ele, e Nathaniel sentiu raiva e foi em sua direção, mas Leigh o segurou.

– Cadê a Elizabeth? – Perguntou desesperado.

Nathaniel parou e Leigh o soltou. Nathaniel olhou pra baixo, apertando os punhos e Castiel sentiu que seu coração iria sair por sua boca. Não...

– Está atrasado. – Nathaniel disse apenas dando as costas pra ele.

– Castiel, espere não é... - Leigh começou mas Castiel não o escutou.

– Não.

Castiel não queria pensar em acreditar que aquilo estava acontecendo. Não podia estar acontecendo. Levou as mãos a cabeça, sentindo as pernas tremerem. Sua respiração ficou descompensada e seus olhos começaram a lacrimejar.

– Onde ela está? – Perguntou e nenhum dos dois respondeu. Castiel saiu da sala e foi pro corredor. – Ela não morreu... - Disse para si mesmo. – Não pode ter morrido! – Ele socou a parede sentindo o sangue ferver em suas veias. As lágrimas teimavam em cair e ele sentiu-se horrível. Odiava esse sentimento. Ele não queria acreditar na perda. Isso não podia estar acontecendo.

Ele começou a se lembrar do momento em que a viu em sua casa. Nunca tinha achado que fosse gostar tanto de uma garota novamente, muito menos de sua empregada. Adorava encher o saco dela e provocá-la, mas antes era só isso. Depois começou a pensar nela o tempo todo. Nunca tinha se sentido daquele jeito antes, nem mesmo com a antiga namorada, já que ela mesmo não tinha dado chance para isso. E ele também não se permitiria a apaixonar-se, mas baixou a guarda para Elizabeth. Sabendo não só das consequências de ser uma fera, como também ele mantinha em mente que quando o lobo se apaixonava, era incondicional e verdadeiro. Durava muito mais tempo que um humano poderia amar realmente. Mas a consequência desse amor incondicional é que quando ocorre uma perda, como essa... O lobo apaixonado fica como um cão sem dono. Sem fazer mias nada, submetendo-se ao mesmo erro que seu pai e sua mãe cometeram.

As lágrimas caiam sem parar. Levou os cabelos para trás soltando ar pela boca frustrado. Queria vê-la uma ultima vez. Caminhou devagar, passando pelas portas, até parar na frente do quarto 345. Fechou os olhos e suspirou. Limpou as lágrimas com as costas das mãos e girou a maçaneta da porta.


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Notas finais do capítulo

E ai? Alguém ai chorou o não? kkkkkk
Eu confesso que escrevendo eu chorei T-T Mas foi pela vovó Mary que é uma ótima avó.
Fiquei com pena do Castiel nesse capítulo. Coitado :/
Liza... T-T desculpa. Peguei pesado com você.



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