Harry Potter - A nova geração escrita por Júlia França


Capítulo 2
Na cabine...




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Andei até a cabine como se fosse um zumbi. Não sabia o que estava fazendo, só seguia meus instintos. Trombei em duas pessoas no caminho até meus primos, mas nem pedi desculpas de tão perturbada que eu estava. Malfoy estava logo atrás de mim, obviamente traumatizado, mas nunca perdendo a chance de me provocar.

Uma ideia de formou na minha cabeça enquanto percorria calmamente o vagão onde estava a minha cabine. Scorpius é o meu ajudante. Eu mando e ele obedece.

Instintivamente um sorriso malicioso brotou nos meus lábios. Parece que Scorpius Malfoy vai ser obrigado a fazer algumas coisinhas.

Entrei na cabine e vi minha melhor amiga se agarrando com meu primo.

ASHLEY POV.

Entrei no vagão e descobri que Rose tinha ido falar com a Minerva. Me sentei no banco e comecei a mexer no meu celular, procurando alguma coisa que nem eu sabia ao certo o que era. Eu tinha ficado meio irritada porque a caminho daqui tinha visto uma sextanista falar bem do James, o primo da Rose, por quem eu tenho uma queda do tamanho de um abismo. Encontrei uma música legal na memória da coisa e coloquei para tocar enquanto arrumava os fones de ouvido. Fechei os olhos e soltei a respiração lentamente, tentando de tudo para que eu me acalmasse.

Depois de mais ou menos dez minutos ouvi alguém entrando na cabine e fechando as cortinas, mas eu tinha certeza que era a Rose. Eu já sabia que o meu irmão iria precisar de reforços, até porque a professora Minerva resolveu falar comigo antes, para explicar tudo direito, não sei por quê. Ela provavelmente estava uma arara, mas não disse nada, e isso me estranhou. Rose não era do tipo caladinha.

Levantei a sobrancelha e mexi a mão incentivando que ela começasse com o discurso. A verdade era que eu não queria abrir os olhos. Eu ainda estava nervosa e não ver me acalmava. Rose não disse nada. Ou ela estava em estado de choque ou achava que eu tinha alguma coisa a ver com aquilo tudo, o que era parcialmente verdade, mas ou só descobri antes de todo mundo, mais nada.

_ O que você quer Rose? – Perguntei gentilmente, mostrando que estava ouvido bem. Senti uma boca beijando a minha. Tô tendo alucinações agora ou a Rose tá me beijando? – Para! O que é isso? – Perguntei tentando afastar ela de mim.

_ Deixa vai... – Ouvi uma voz diferente. Definitivamente não era da Rose, o que me tranquilizou um pouco. Imagina a sua melhor amiga te beijando! A pessoa tava quase implorando para que eu não parasse o beijo. Abri os olhos e levei um susto. James Potter estava sentado do meu lado.

_ O que você... – Perguntei, mas seus lábios me cortaram. Claro que eu não parei o beijo. Não seria tão idiota a ponto de fazer uma bobagem dessas. Sua língua tocou meus lábios quando pensei que o beijo estava chegando ao fim. Fiquei arrepiada, mas mesmo assim cedi.

No fundo eu sabia que era só mais uma diversão. James era o maior galinha da escola, isso era fato. Estava sendo usada. Sempre jurei para mim mesmo que nuca iria permitir que uma coisa dessas acontecesse, mas eu simplesmente não conseguia negar. Ao mesmo tempo em que eu pensava na possibilidade de parar, minha mão foi para a sua nuca, aprofundando ainda mais o beijo, como se meu corpo estivesse indo contra meus pensamentos, teimoso demais, arriscando demais por algo que me faria sofrer depois. Claro que meus pensamentos viraram fumaça quando senti uma de suas mãos acariciando minha coxa esquerda, não por baixo da saia, mas alto o bastante para me assustar. Senti que ele tinha me colocado no seu colo, com as duas pernas na mesma lateral de seu corpo, fazendo com que eu tivesse que virar a cabeça para continuar o beijo.

Achei até um pouco fofo quando eu não deixei que ele subisse mais ainda a mão na minha coxa. Quando meus dedos se entrelaçaram nos seus, tentando afastar a sua mão de lá, ele parou o beijo e deu um sorrisinho sapeca, mas que era claramente um pedido de desculpas na língua dele. Não liguei muito para isso, eu já tinha deixado claro que aquela era uma zona proibida. Sorri de volta e recomecei o beijo, na mesma intensidade em que tinha parado. Dessa vez uma de suas mãos travou na minha cintura, enquanto a outra fazia carinhos leves na minha coxa, nada comparado com o que ele tinha tentando fazer. O beijo agora foi mais calmo, sem urgência. Tínhamos a viagem toda pela frente, não que fosse rolar mais que isso. Mãos bobas eram a única coisa que eu poderia tolerar. Mais do que isso não.

Teríamos passado a viagem toda nos beijando só que a minha adorável amiga chegou na cabine junto com o meu querido irmão.

_ Ashley! – Scorpius gritou, enquanto Rose permanecia com a boca aberta.

_ Desculpa. A gente não queria atrapalhar. – Rose disse, enquanto puxava o meu irmão para fora da cabine à força.

_ Peraí! A gente queria atrapalhar sim! Já pensou no que isso podia virar se a gente não tivesse chegado? – Scorpius falou, quase partindo para cima do James.

_ Como se você fizesse muito diferente. – Rose ironizou, revirando os olhos.

_ Como se você não desse as suas ficadas de vez enquadro né Weasley? – Scorpius disse, e Rose quase partiu para cima dele.

_ Cala a boca! Só tô tentando ajudar o meu primo! E para a sua informação eu também nunca fiquei com ninguém!

_ Tá de sacanagem! Tem quinze anos e nunca ficou com ninguém? – Nesse momento Scorpius se esqueceu de ser mal educado com a minha melhor amiga e ela ficou ruborizada, baixando a guarda por um milésimo de segundo.

_ Qual é o problema disso? – Ela perguntou, completamente recomposta.

_ Nenhum, eu só... quer saber? Sinceramente eu não vou me sentir a vontade dando explicações sobre o que eu acho para uma garota como você.

_ Eu vou embora porque a baixaria aqui tá muita! – Rose disse, dando as costas e fazendo com que seu cabelo voasse para a cara do meu irmão, que abanou as mãos como se estivesse espantando um mosquito. Scorpius mostrou uma cara de nojo para a silhueta de Rose, que já estava longe e depois saiu, lançando um olhar mortal para James.

_ Você viu isso? – Ele perguntou rindo.

_ Que a Rose tá perdendo o bom gosto e tá a fim do meu irmão? Vi. – Eu disse. – Mas eu acho que a gente tem outros problemas para resolver não é? – Perguntei, mexendo na gravata do uniforme que ele já estava usando.

_ E nós podemos resolver? – Ele perguntou de um jeito sedutor.

_ Podemos. – Eu disse simplesmente, atacando seus lábios logo em seguida.

ROSE POV.

_ Não suporto isso! – Eu disse, escandalizada enquanto entrava na cabine onde Mary estava.

_ O quê? Foi expulsa da cabine da nossa querida amiga?

_ Mais ou menos. Você foi? – Perguntei com a sobrancelha erguida.

_ Não foi preciso. Quando eu abri a porta e vi os dois se agarrando saí na hora. Acho que eles nem me viram de tão concentrados que estavam. – Ela deu de ombros, e continuou fazendo carinho no meu gato preto que logo pulou no meu colo e eu continuei a tarefa que Mary tinha parado meio minuto atrás. Tinha ganhado ele quando entrei para o time de quadribol como goleira no ano passado e tinha dado o nome de Mortje. Eu jurei que quando ganhasse um animalzinho daria esse nome. Sim. Já me ofereceram corujas de aniversário, mas nunca fui muito com a cara delas. Acho até bonitas, mas me dá nojo pensar que elas comem ratos o tempo todo e fazem a maior bagunça na gaiola, além de cuspir o esqueleto do rato depois. Me dá até arrepios.

Ele é realmente lindo, tem a cor dos olhos tão perfeita! Sempre quis olhos pretos, mas totalmente pretos, acho muito lindo. Tenho olhos azuis marinhos, da cor que muita gente quer ter. Mal agradecida? Talvez. Acontece que normalmente eu fujo dos padrões. Gosto dos meus cabelos chamativos. Só que a combinação com a cor dos olhos e o cabelo não é muito boa, apesar de todo mundo dizer que é lindo, mesmo assim não pretendo colocar lentes nem pintar meus cabelos. Mortje é como se fosse um companheiro de todas as aventuras. Sempre confiei muito nas minhas amigas, que são realmente verdadeiras, mas quando estou zangada e não quero falar com nenhum ser humano, me tranco no banheiro e converso com ele, que é um bom ouvinte, e quando realmente acha o assunto importante e vê que eu estou triste, deita no meu colo e fica brincando comigo.

Mortje é muito manhoso e vive pedindo carinho, o que é bom para mim, agora que vou ficar mais tempo sozinha. Sempre gostei de ficar conversando comigo mesma ou com meu gato e ficar sozinha de vez em quando, mas agora minha única companhia depois do toque de recolher seria ele. Quando está frio ele entre debaixo do cobertor comigo e eu fico fazendo carinho nele até Mortje dormir, ou então, quando está cedo e frio, ele se senta perto da lareira comigo meus primos e nossos amigos e fica no meu colo me aquecendo, enquanto eu instintivamente faço carinho nas suas costas, normalmente isso acontece sexta-feira, quando a gente sempre desce para conversar um pouco. Prá quem tá curioso, não. Gato preto não dá azar. Azar é não ter um.

_ Não acredito que a Ash cedeu. – Mary disse fazendo um gesto de discordância com a cabeça. – Ele é o maior pegador da escola!

_ Depois do Malfoy né? – Perguntei cínica.

_ Não... acho que ele ainda é antes, mas com certeza o Malfoy é o segundo colocando. – Ela disse piscando para mim. – Não sei como ainda existem garotas sensatas que ainda gostam deles. – Ela sorriu mais ainda para mim.

_ Vou tentar não levar pro lado pessoal tá? – Perguntei, me referindo ao sorriso.

_ Rose. – Ela me chamou depois de um tempo.

_ Oi? – Perguntei.

_ Já ouviu aquela frase que os opostos se atraem? – Ela perguntou.

_ Esse papo de novo Mary? – Perguntei rindo. Já tinha passado quase uma hora desde que o assunto acabou.

_ Fiquei curiosa. Você conhece ou não?

_ Os trouxas dizem isso. Somos bruxas, esqueceu? – Perguntei.

_ Incrível como você sempre tem uma resposta para tudo. – Ela disse, obviamente entediada, e com a cabeça apoiada no encosto da poltrona, olhando para o lado em que eu estava.

_ Vamos nos trocar logo. Já estamos quase chegando.

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(homens usam calça Jeans)

_ Amo esses sapatos. – Eu disse. O sapato que vinha do guarda roupa masculino era feminino e bonito, mas eu também usava os saltos, mesmo sendo baixos.

_ Eu também. – Fechamos a cabine e as cortinas tanto da janela como da porta e nos trocamos rapidamente abrindo tudo de novo. Dessa vez escolhi os saltos. Tive também que colocar o chapéu, que era usado em ocasiões especiais.

Me sentei de novo e logo vi Ash chegar toda esbaforida para colocar a roupa.

_ Se divertiu muito? – Perguntei maliciosa.

_ Talvez. – Ela piscou para mim.

_ Pervertida.

_ Não sou não! Eu não fui atrás dele. Só não neguei quando James me procurou! – Ela disse.

_ Estávamos brincando. – Mary disse risonha, mas ainda entediada.

_ E como ficaram as coisas? Vão esquecer que tudo isso aconteceu?

_ Vamos ficar de vez em quando, mas nada sério. – Ela disse, mas parecia muito feliz com isso.

_ Está tão feliz só por causa disso?

_ Ele não costuma ficar com uma garota mais de uma vez. – Ela disse sonhadora.

_ Gosta dele! – Mary disse olhando para ela abismada.

_ Não gosto não! Só achei fofo ele querer ficar comigo mais de uma vez, o que é que tem?

_ Gosta sim! – Eu disse radiante, e ela me lançou um olhar mortal. Calei a boca na hora. Ash podia ser uma garota inofensiva quando estava de bem com você, mas caso contrário, baixava o espírito Malfoy na garota e ninguém segurava.

_ Vamos logo. – Mary disse, provavelmente tentando livrar a minha barra.

_ Vamos. – Ash disse, sorrindo de novo. Gente! Essa menina tem que ser bipolar! Não tem outra explicação.

_ Tá. – Eu disse, pegando minha mala e saindo do expresso junto com as meninas e Mortje.


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