O Príncipe e a Rebelde escrita por Ami
Legolas's POV
.
.
.
Duas semanas lavando o chão do pátio. Que ultrajante! Isso para não chamar meus pais!
Que raiva! Tauriel trambiqueira! Eu odeio essa garota... eu quero que ela morra de uma maneira lenta e dolorosa. Não! Espera! Eu quero que ela se engasgue com um caroço de azeitona e fique com aquilo entalado na garganta. Correndo pelos corredores da escola até esbarrar no carrinho de pratos e quebre todos. E caia por cima, se cortando toda. De repente, é hora do almoço, ela é pisoteada engatinhando pelo chão e se rasgando, engolindo os cacos de vidro, agonizando e sangrando por dentro.
– Bom dia, Legolinhas! - Tauriel parou na minha frente, levando sua cesta de frutas para o café da manhã – Quer uma maçã?
Aquela carinha torta de barata que já levou a terceira chinelada. Continuei esfregando o chão. “Autodomínio”, meu pai diz. “Você tem que se mostrar superior mesmo que falem da sua doce vovozinha”
– Finalmente está no lugar que merece – ela pisou na minha mão que segurava a esponja e torceu o pé.
– O que é isso, Legolas? - meus amigos passaram perguntando – Vai virar saco de pancadas de mulher?
Riram.
– Olha o principezinho de joelhos no chão.
– Olha a Tauriel pisando no aluninho preferido!
– Olha! Legolas faxineiro!
Risadas. Risadas, risadas, risadas. Contei até dez, levantei-me e peguei o balde, despejando na cabeça dela sentindo um orgasmo em cada gota que caía.
– Nada me faz mais feliz que este momento – falei, jogando o balde longe.
Tauriel olhou a roupa molhada e tirou o sobretudo de couro, ficando apenas com uma roupa mais leve e menor. Um vestido bem colado com botas até as coxas.
.
.
.
Tauriel's POV
.
.
.
Molhada com água suja de pano de chão. Tirei o sobretudo, meus cabelos estavam fedendo, mas eu não podia me irritar. Ia mostrar a ele que havia me atingido.
Ele devia estar todo pomposo, mas estava olhando para o lado, com o rosto vermelho. Tinha sangue escorrendo em seu nariz.
– Está contente, principezinho?
Enquanto eu torcia meus cabelos, ele jogou em mim o seu sobretudo. Estava com um camisão branco desabotoado e ficou assim.
– Mas o que é isso? - perguntei.
– Eu... Eu digo que me sujei lavando o chão – ele ficou olhando para o chão e foi embora, meio lerdo.
Não entendi.
– E ae, Tauriel? - disse Zezinho – Estamos marcando uma festa na casa da árvore da Arwen! Você vai?
– Mas é claro!
– O tema da festa são trajes da banho ridículos! Te espero lá!
– Com certeza pode esperar!
Dei uma pirueta no ar.
Aula de Gastronomia I. Ìamos fazer suflê de crisântemos. Diziam que era comida leve para viagem, saborosa e energética.
Montei grupo com Marya, Brégolas, Joãozinho e Julietta.
O Legolas sempre era chamado para os grupos por ser o melhor aluno, ele aprendia as coisas rápido. Mas ninguém gostava dele e ele se sentia meio sozinho.
– Hey, o Legolas não vai nessa festa não, vai? - perguntei a Marya.
– Presumo que sim, ele é o primo da anfitriã.
– Droga. Agora estou pensando em não ir.
– Por que você odeia tanto o Las?
– Eu não odeio, Marya! Só não sou apaixonada por ele que nem você! Que não vê como ele é favorecido aqui e em qualquer lugar que vai. Se não fosse príncipe, ninguém gostaria dele. Enquanto o rei fica cobrando impostos altos e nos empobrecendo, ele vive no luxo.
– Mas ele estuda aqui, com você.
– Por caridade...
– Do rei! E não só você. O rei trouxe diversos alunos de baixa renda para essa escola célebre. Não pode ser assim rancorosa.
– Posso, sim.
Estava encerrado o assunto. Marya estava decidida a agir como baba-ovo dele, também. Eu estava encarregada de observar o suflê assando. Ele ficava numa fornalha grande, mas dentro de uma forminha numa panela especial. Não tínhamos fornos elétricos nem eletricidade na época. Ficava muito mais gostoso e familiar.
Marya veio me ajudar com essa parte, fui ajustar a fôrma como mandado. Sou esperta também, caramba! Na hora que usei o soprador, Marya meteu a cara para ver se estava tudo certo. Voaram fagulhas no rosto dela e começou a queimar os cabelos. Ela saiu correndo e gritando. O professor Alberto enlouqueceu, gritando:
– Água! Água, rápido!
Adivinhe quem salvou Marya. Ah, o bonitão, perfumado e lindo do Legolas. Jogou sua blusa sobre o cabelo dela, abafando o fogo. Marya não perdeu a oportunidade de abraçá-lo, ainda mais desnudo da cintura pra cima. Era tudo que ela sempre quis, mesmo que para isso tivesse com o cabelo parecido a uma esponja de colchão.
E eu... Bem, eu...
– Detenção? - indaguei – Como assim detenção? Mas hoje é a festa dos Pires Cavalcante!
– Nem pensar que você vai em alguma festa – disse o diretor Dionísio – Vai é ficar no xilindró pela gravidade de suas atitudes.
– Ela meteu a cara na fornalha, que culpa eu tenho?
– Você assoprou o fogo na cara dela! Uma noite na sarjeta vai te fazer pensar melhor nisso.
– Mas..
Os guardas elfos levaram-me até a detenção. Fiquei presa ali como uma delinquente. Chutei a cama, a grade, gritei. Estava totalmente esquecida ali, longe do resto da escola.
.
.
.
.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!