O Príncipe e a Rebelde escrita por Ami


Capítulo 1
A Víbora


Notas iniciais do capítulo

Tauriel põe as manguinhas de fora e mostra que colocando os piores alunos com os melhores, o resultado é mediano



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Legolas destroçou mais uma barata com uma flecha certeira.

– Excelente! – exclamou o professor – Legolas, ensine para os seus companheiros. Que aluno exemplar! Que postura irrepreensível!

– Blá blá blá! Eu odeio ele – zombou Tauriel com nariz retorcido de nojo, confessando aos companheiros mais burrinhos da classe – Nossa, como eu o odeio! Por que não enfia uma flecha naquela bunda branca dele?

Para o riso dos alunos e infortúnio de Tauriel, o professor ouviu. Estava ao lado dela, com as mãos atrás do corpo. O professor Etevaldo de Arquearia I era um lambe-bolas de Legolas e um carrasco com o resto da turma.

– Como disse, Tauriel? - O olhar aterrorizou a elfa. O professor tinha cabelos loiros, olhos cor de mel e uma carranca carregada de fúria.

– Nada! - ela endireitou-se, assustada. Diziam que ele usava palmatória e na primeira palmada já abria a pele.

– Legolas terá o imenso prazer de ensiná-la.

Ah, a sabedoria dos elfos. Quando um odeia o outro, junte o outro ao um até que se amem. Tauriel odiou ter que ser ensinada justo pelo maior canastrão da sala. Legolas foi até ela, assentindo ao professor, como bom aluno que era. Filho do rei, mauricinho, riquinho. Tudo que ela mais odiava. Tauriel, a maior PTista da história. Era contra a manipulação e a opressão. Já fizera passeatas em frente ao castelo do rei e fora varrida para longe todas as vezes, com seu grupo de elfos rebeldes.

– Pensa que não sei que adora falar mal de mim na roda dos amigos – Legolas falou com a leve entonação da Mc Beyonce. Ela pensou em responder com grosseria, mas cá entre nós. Aquele peitoral pressionando as costas dela, as mãos dele nas suas, os belos olhos azuis tão próximos a desarmaram totalmente. Tauriel respirou fundo. Ele tinha um cheiro maravilhoso de alfazema. Os cabelos tão loiros quanto os de um anjo. O coração acelerou.

Legolas nem prestava mais a atenção nela, apenas corrigia os erros de postura. Tocou a cintura dela, fazendo-a perder o ar e sentir as pernas bambas.

– Não pense que está me fazendo um favor, Legolinhas – esclareceu ela logo de começo.

Legolas deu um sorriso simples e posicionou Tauriel corretamente, olhando em direção ao alvo. Havia umas maçãs presas às árvores. Logo de começo, para humanos deveria haver um alvo grande. Mas eles não eram humanos. Eram elfos. Tinham que começar já no modo hard. Ela achou que ele a tinha posicionado errado.

– O arco está muito alto – Tauriel murmurou, desvencilhando-se dos encantos do príncipe.

– Está certo – ele insistiu, sem olhá-la.

– Vai passar acima do alvo.

– A gravidade vai compensar – ele deu dois toques na própria testa, simbolizando a inteligência. Tauriel riu com superioridade. Iria errar.

Um tiro exatamente no centro da maçã.

– Só pode estar brincando – ela murmurou. Legolas sorriu, vitorioso – Onde aprende essas coisas?

– Livros. Prática. Deveria ler mais em vez de perder tempo falando mal dos outros com essa língua bifurcada, sua cobra!

Tauriel cerrou os punhos. Deu uma chave de braço nele, caíram, rolaram até uma poça de lama que nem dois porcos e Legolas ficou segurando os braços de Tauriel, que se retorcia de raiva e ódio. Por que ele tinha que ser o melhor em tudo? Por quê?!

– Mulher! Sossegue! - ele tentava controlá-la. Todo imundo.

– Me solta! Me deixa!

Quando o professor chegou, Legolas estava por cima dela, imobilizando-a de um jeito obsceno.

– Legolas, o que está fazendo? – o professor exclamou – Pra direção os dois. Agora!

–---

Legolas's POV

Poxa vida, essa garota me enche o saco! Agora estou indo para a coordenação por causa dela. Nunca na minha vida fui para a coordenação exceto para receber prêmios! O que meu pai vai dizer?

E ela fica me olhando com essa cara de “Bem vindo ao inferno da minha vida”. Que pessoa negativa! Que criatura miserável.

– Senhores, podem me dizer o que aconteceu? - perguntou o diretor.

– O de sempre – disse o professor, saindo da sala – Tauriel arrumando problemas.

Com um leve aceno, o professor Etevaldo foi embora, deixando-nos a sós com o diretor, que é mais assustador ainda. Ele tem uma cara de psicopata com carteira de vacinação vencida. Fora o penteado moicano que usava. Dizia que estava na moda em países distantes.

– Escute aqui menina! - o diretor apontou o dedo para ela – Tenho feito muito em te aceitar depois de toda a algazarra que já causou na escola! Meu Deus do céu! Todo dia você arruma problemas!

Tauriel meio que se escondeu atrás de mim.

– A culpa é do Legolas, diretor. Estava tentando me estuprar na aula!

– O quê?! - ambos gritamos em uníssono.

– Exatamente! Ele pediu que eu mostrasse os seios após o almoço. Como não fiz, ele me atacou! Eu juro que tentei me defender, graças a Deus o professor apareceu a tempo para me salvar.

Ela começou a chorar! Aquela vadia chorou até comover o diretor. E ele acreditou! Abraçaram-se, emocionados e eu que fiquei passando por tarado.

– Vá para a enfermaria – o diretor apontou a saída para ela e limpou suas lágrimas. Enquanto ela saía, me olhava com aquele olhar de cobrinha e um sorriso vitorioso. Víbora! E me sussurrou algo e foi embora. Pelo que compreendi na curva de seus lábios após algum tempo, ela tinha dito:

– Até mais... babaca!


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Notas finais do capítulo

Fic de férias! Bom natal e um feliz ano novo adiantado a todas!Bjs amoras ♥



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