Mantendo O Equilíbrio - Finale escrita por Alexis terminando a história


Capítulo 83
Capítulo 82


Notas iniciais do capítulo

A gente ameaça o outro de jogá-lo numa vala pra logo depois se autoconvidar pra se jogar junto, pq, né, micos. Adiviiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiinha quem a Milena encontrou? E adiviiiiiiinha quem anda tomando mais jeito ainda? Esse vocês sabem.

~olha eu mudando de assunto pq dei uma sumidinha hehe~

Enjoy!



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– Sabia que 37% dos homens que roubam beijinhos acabam mortos numa vala?

Lanço para Vini depois de ele capar mais um docinho meu do prato, pratinho esse de que me servi enquanto ele dizia que não estava interessado. Aí ele muda de ideia e quer roubar os meus sem aparecer boiando no rio mais próximo. Tá um pouco difícil.

Meio sacana, Vini quer me enrolar, como se eu estivesse falando sobre cafajestes, e não sobre docinhos da festa. Estávamos na recepção onde o batalhão do Wellington seria homenageado. Era, no entanto, uma festa mais informal, fora das tradições cerimoniais. Essa já teve, Wellington nos informou quando nos encontrou na entrada. Mas para todo lado se via galere do exército, agentes da aeronáutica, policiais e bombeiros, TODOS fardados. Flávia enfartaria se tivesse vindo. E vai reclamar pra caramba, aposto.

Eu, por outro lado, reclamos dos MEUS docinhos. Eram meus, poxa!

– Não sabia da porcentagem, embora pensasse que fosse um pouco maior. Ou devesse ser.

– Quer aumentar essa estatística?!

– É só um docinho, amor.

– Um docinho pode causar toda uma guerra mundial, se você não sabe. A História esconde isso, mas Hitler... Hitler seria capaz disso.

– Hitler?

– Se teve alguém com a cabeça zoada na história da humanidade, ele com certeza seria um bom candidato a se consid... Hey, sem docinhos pra você!

Ele já tava se esgueirando pra roubar mais outro enquanto eu argumentava. Bati na mão dele e quase chamei atenção para nosso cantinho do salão. Risonho, ele lambeu os dedos sujos do brigadeiro que falhou em surrupiar enquanto eu me fazia de zangada por ele ter tentado de novo. Que safado!

– Ah, só mais um. Tem um monte ainda lá na mesa, sabia? E salgadinhos também.

– Quando eu perguntei se você queria, disse que não. Arque com as consequências.

– Se fosse o contrário, eu deixaria você pegar uns docinhos...

– Porque você não resiste ao meu charme, só por isso.

– Ah, é? Pois eu vou buscar os meus e ai de ti se vier com papo pra cima de mim.

Como se ele não fosse facilmente dobrável. Tenho meus truques, nem me preocupo. Mesmo assim Vinícius sai pra provar seu ponto, já que toquei no ego, acho. Aff, meninos e seus orgulhos. Penso como se eu não fosse outra bruta orgulhosa.

Acabo indo atrás, mas mais pra encher meu pratinho de novo. Tava uma delícia. A festa mesmo era da elite policial e agregou outros batalhões. Quando chegamos ainda falamos com a família de Wellington, depois eles sumiram no meio do povo. Mesmo no meio de tanto desconhecido, eu tava achando o máximo. Ainda bem que Wanessa me deu a dica do traje, porque se fosse depender do Vinícius, eu ia vir muito simples para o porte da festa.

Alcanço meu namorado e ele se mantém orgulhoso, embora com um sorriso matreiro. Quando ia falar alguma coisa a ele, surge Wellington com um grupinho fardado de branco, aeronáutica presumo, e pedem algum favor, levam meu namorado sob a promessa de devolver em cinco minutinhos. Então fico estacionada ao lado da mesa de comes e bebes enquanto o bonitinho sai nessa aventura com os caras. Aproveito pra digitar uma mensagem pra Flávia só pra cutucar a onça com vara curta e narrar um pouco da festa enquanto fui deixada sozinha. Matar tempo, sabe como é.

Nisso, dois caras se aproximam da mesa, ambos conversando e nem me toco sobre quem são, de tanto que eu estava segurando o riso pela escolha de palavras garrafais que mandava pra Flávia. Foi só quando um deles derrubou a taça de vinho no pano da mesa com um “opa”, que salto de repente para não molhar meu vestido, que os dois se viram de repente pra mim. Um estava com o uniforme de policial e o outro de roupas comuns, mas formais e...

Não. Não. Não.

Mentira.

Não, pera, isso é sacanagem.

De todas as pessoas desse mundo, eu encontro quem, quem, quem? O policial Jimmy. Quer dizer, o policial Ramos. Aquele que cuidou do meu depoimento quando o Filipe “invadiu” a minha casa. E não só ele. O outro era ninguém mais, ninguém menos que... o professor Max!

Mais que sacanagem, isso é perseguição!

Ainda bem que já tinha engolido o salgadinho que tinha na boca, porque provavelmente eu iria engasgar. Pra suprir esse susto momentâneo, visto minha versão educada. Faço força pra não soar a falsa que estou sendo quando exclamo de repente:

– Professor Max!

Mas aí o Jimmy, que não parece me reconhecer – o que seria ótimo para me salvar desse mico na frente do professor – olha para o Max com uma sobrancelha levantada e descrente do que estava ouvindo:

– Professor?!

Max então, meio sem jeito, responde:

– Ah, sim, estou dando aulas agora. Esta linda senhorita é minha aluna agora.

E eu que puxo-saco, né?

Faço cara de animada, embora no fundo queira me meter em qualquer coisa, menos nessa conversa em particular. Jimmy mais uma vez – e agora mais parecido ainda com o personagem Jimmy de Third Watch – olha enviesado para Max, como se estivesse curtindo uma piada interna. Ele tenta limpar um pouco do estrago no pano da mesa com guardanapo e não deixa de olhar para o professor. Sei não, hein.

– Eu jurava que você tava metido com outras coisas, Max.

– Talvez eu esteja.

E eles dividem uma risada que me deixa no vácuo, boiando bonito. Jimmy nota isso e trata de se consertar.

– Ah, desculpe, não quis ser indiscreto e...

– Não, tudo bem.

– Acho que te conheço de algum lugar, garota.

Agora pronto, ele sacou. Ou nem tanto, já que ele não recorda daquele episódio... pelo menos não por completo. Quase posso fazer um facepalm. Procuro Vinícius varrendo o salão com os olhos rapidamente e nem sinal. Droga. Como se não bastasse, Max entra na brincadeira.

– Pior é que eu tenho a mesma sensação e também não sei da onde.

Eu só me meto em situação complicada, viu. Emendo, pra todo caso:

– O senhor não andava muito de ônibus, andava?

O policial entrecerra os olhos e inclina um pouco a cabeça, cara de quem não entendeu a pergunta ou onde eu queria chegar. Ah, droga, vou ter que falar, é isso? E na frente do professor? Às vezes é um saco ser boa pessoa, porque o Jimmy era um policial legal para ser enganado assim.

Um pouco desarmada, e encabulada também, decido revelar de onde nos conhecemos. Pelo menos eu e o Jimmy. Não que fosse chamá-lo de Jimmy tão na cara dura. Aperto a alça de minha bolsa discretamente e mando:

– Errrr... Então, sobre o policial Ramos, eu diria que sei de onde...

– Como você sabe meu nome?

– Porque o senhor me disse. Na minha casa. E na delegacia, ano passado. Eu sou a... hããã....não sei se o senhor se lembra desse caso... Mas fiu a garota que não quis prestar queixa por... hã... por um invasor na minha casa.

Acho que depois dessa posso me afogar naquela tigela de ponche. Mas meu vestido era muito lindo para arcar com essa tamanha mancha, penso. E permaneço acanhada, enquanto o policial lembra-se por fim sobre esse caso em especial. Nem me digno em olhar para o meu professor, só imaginando agora o que pensa de mim.

– Aaaaaaah, sim, sim, me lembro. Que o tal cara era pai de seu namorado, não? Eu fiz o relatório daquela vez.

– Imagino que o senhor tenha lidado e reportado casos piores na delegacia.

– E como! Mas alguns casos... alguns casos apenas chamam atenção em detalhes.

Por favor, não comenta os detalhes, por favor! Quase posso gritar. E acho que ele nota minha expressão sobressaltada. O policial assente, entendendo meu silencioso pedido e aproveita que um garçom passa, pede licença para nós e comunica sobre o vinho derramado na mesa. Somente nesse momento que vislumbro o professor... Ele está... como posso dizer? Risonho?

Puxo papo pra mudar de assunto. E também pra deixar claro que não iria esticar história, principalmente por ser quem ele é.

– Então... o senhor está acompanhando alguém do batalhão?

– Acompanhando? Ah, sim, é... eu... é, eu estou. E você? Conhece alguém?

– Apenas um, Wellington Castilho. Ele é do exército. O seu também ou da polícia?

– Hã... Da polícia, é. Conheço alguns oficiais. Como o Ramos. Costumávamos tomar umas em folgas.

Aquele garçom chamou mais dois e estavam ajeitando alguns comes da mesa para poder retirar a toalha e repor. O Ramos voltou-se novamente para nós e foi como a salvação, pois ele parece localizar alguém e logo se despediu.

– Ih, Max, é o Cambura! Caraca, não vejo ele desde aquela investigação da casa de detenção e... ah, pode nos dar licença, mocinha? Temos que cumprimentar esse nosso colega de trabalho.

Nosso? Talvez bebessem juntos também. Deve ter se expressado mal, imagino. Aceno de volta e consinto a licença aos dois, que seguem na direção do tal cara que o policial havia falado. Mal me despeço deles, o Wellington devolve meu namorado. Estavam risonhos demais pro meu gosto. Aí tem também!

– Vocês tão com cara de que fizeram algo... Desembuchem logo!

Todo enrolão, Vinícius passou para meu lado e me abraçou junto a ele com um braço e compartilhou um olhar presunçoso com o amigo enquanto dizia:

– Apenas digamos que ninguém sabe de nada, amor, apenas digamos.

Eu não sei de nada!

E Wellington também me enrola, sacando bem que eu tava fazendo drama:

– Desse jeitinho mesmo, Milena.

Assim que ele sai, deixando-me sozinha novamente com Vinícius, o namorado rouba mais um salgadinho do prato que eu repousei na mesa. Antes que eu dissesse algo, ele manda:

– Então, quem eram aqueles dois que estavam por aqui com você? Conhece?

– Bem mais do que eu queria.

A testa de Vinícius franze com graça. Ele não estava naquela ciumeira danada, era só uma pergunta inocente. Lá no palco, alguém chama a atenção dos convidados. O barulho, no entanto, não impede nossa pequena conversa.

– Quem?

– Apenas as duas pessoas mais improváveis de se ver e mais improváveis de se conhecerem. Mas vou deixar você adivinhar só porque tá me enrolando com informações preciosas. E porque não larga meus salgadinhos e docinhos!

A gente tem que saber usar as armas a nosso favor, não é?

~;~

Nada melhor que chegar em casa depois de uma festa e se jogar na cama e morrer um pouquinho de cansaço. Mas na minha casa isso nem sempre funciona. Tinha uma pilha de louça suja que o Murilo se negava a lavar porque dizia ser minha vez e ele tava muito ocupado com algo no seu notebook. Não estava muito ocupado quando eu terminei tudo lá pelas 23h da noite – e isso porque fui rápida. A festa havia sido no meio da tarde, e fiquei por lá até umas quase 21h.

Murilo se esgueirava por cima de meu ombro por eu ter dito que tinha umas nove mensagens de Iara em um chat de uma rede social à minha espera. O bendito ainda inventou de fazer sanduíche e sujar louças que eu insistia que ele lavaria. Minha escravidão tinha expiração, oras.

– E o que ela diz?

– Calma, seu coiso. Eu tenho que checar meu e-mail primeiro, senão esqueço. Olha, tem um e-mail de vovô e... ah, é spam. O que afinal você quer tanto saber? Tem algo que não me contaram?

– Não se pode mais ser um cara legal e esperar boas notícias? Ela não foi no almoço hoje na casa do seu Júlio, e, sei lá, depois de ontem, só quero saber.

Ontem.

Ontem foi o dia que recebemos Sávio em nossa casa para a oficial apresentação dele como namorado de Iara perante amigos – e meia família, já que o Vinícius surgiu de repente.

Preferimos fazer uma reunião casual, pois era um programa mais relaxado e queríamos conversar, não ficar resmungando durante um filme ou algo do tipo. Além do mais, na rua, era muito barulhento, queríamos poder ficar num ambiente mais tranquilo pra nossas traquinagens. Brincadeira, sem traquinagens. Pelo menos não do tipo que o Murilo queria fazer. Assim resolveu-se pedir pizza enquanto rolaria uma jogatina básica. Não Uno, era Pôquer mesmo.

Diz que o Murilo andava praticando de vez em quando ao aparecer em eventos de família da Aline, eles são um pouco viciados – e foi assim também que conheceram o meu mano. Diz ele que é nas estratégias e distrações que se conhece melhor das pessoas, pelo menos de primeiro momento.

Aí, beleza, arrumamos tudo, a Aline chegou primeiro, lá pelas 4h da tarde, e já pelas 5h o casal apareceu. Conversas à parte com uns pequenos sanduíches que a Aline me ajudou a preparar, fomos aquecendo pro real jogo. Um pouco antes de começar, que estávamos a postos para receber as cartas, o papo já alto, que deixamos uma playlist tocando ao aleatório (Murilo quis por quis começar com Justin Timberlake e puxou um papo sobre músicas, estilos e o que o Sávio curtia, que era bem mais alternativo do que pop), a campainha tocou.

Não estávamos esperando ninguém, então foi uma interrupção meio que sem sentido. Murilo arriscou ser a vizinha, a velha história das correspondências trocadas – que já foi resolvido e que descobri ter sido colega de Aline no tempo da escola, por isso uma vez meu irmão ficou de namorico de porta com ela, na casa da vizinha. Quase tiramos no palito quem ia, eu ou o Murilo, porém ele insistiu em mexer na minha playlist, e disse que tava ocupado. Revirando os olhos, levantei pra ver quem era.

Era o Vini, um pouco acanhado. Quando eu abri a porta, encontrei ele da minha porta espiando a moto do Sávio.

– Vini? O qu...? Voc...? Mas...? Não tinha dito que não poderia vir?

Ele tinha dado uma desculpa um pouco esfarrapada isso sim. Mas nada que valeria esticar história, até porque entendo as reservas dele.

– Acabou que terminei as coisas cedo e pensei... Por que não?

Imagino que eu tenha ficado um tantinho atônita pela mudança súbita. Dei espaço para ele entrar e antes que eu dissesse qualquer coisa sobre ele se comportar, ele mesmo tomou liberdade de me confirmar. Não pretendia tomar o encontro como afronta pessoal, nem que faria algo pra atrapalhar, mas que gostaria de estar ali simplesmente.

E foi o que fez. Apesar de ter visto que o Sávio tenha ficado mais cauteloso desde o segundo que o Vini pisou na sala, com o tempo que ele foi relaxando. Eles não conversavam diretamente, e isso os outros tomaram de conta. Foi bem divertido. Mais tarde pedimos a pizza e umas bebidas (só o Murilo e o Sávio que tomavam cerveja) e no fim das contas a gente brincou de que música ou artista era nas músicas jurássicas que tocava na lista aleatória.

Teve uma fofa, do Tiziano Ferro, que a Iara cantou um trechinho do refrão e o Sávio cantou junto! Eu e Aline morremos de amores vendo a I no sofá, e Sávio de pé ao lado, abraçando com brincadeira. Era alguma dessas músicas de novela e ainda por cima italiana. Iara disse que existe uma versão em português, mas ainda prefere a original. Murilo disfarçava, fingindo que tava analisando o caso quando na verdade estava gostando muito que aqueles dois estavam demonstrando juntos. Já o Vini, nessas horas, ficava mais na dele, sem interagir muito.

Trilha citada: Tiziano Ferro – Sere Nere

(01:03)

No mais tardar, acho que tava todo mundo esperando o momento em que o Murilo ia virar e mandar aquela história de quais eram as intenções do Sávio e tal. Só que não rolou. Meu irmão curtiu mesmo o Sávio e quando este disse que tava na hora de ir, Murilo foi acompanhá-lo até a porta. Nessa hora ele piscou pra Aline e ela manteve Iara conosco na sala, enquanto meu mano ia conversar com o Sávio lá fora. Não se sabe o que rolou, meu mano não quer soltar nada! Mas tudo parecia muito bem. Eles foram embora sem dramas. Vinícius também não disse nada desde a hora que eles saíram ou por todo esse domingo. Estou tomando isso como coisa boa, Murilo também.

E Murilo quer porque quer ler minhas mensagens com Iara.

Iara M.

Miiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

Miiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

Miiiiiiiiiiiiiiiiiii

Miiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

Miiiiiiiiiii

Miiiiiiiiii

Mi ♥

Você tá por aí?

Me avisa quando chegar.

Juro que tava desse jeitinho escrito na tela!

M. Lins

Hey

Oi

Eu

Que

Que foi?

Que teve?

Que zona é essa?

Ela demora cerca de dois minutinhos pra ver que eu estava ativa.

Iara M.

Miiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!

Se eu não soubesse, diria que ela andava muito com a Flávia. Mas talvez ela esteja se apegando ao jeito da minha melhor amiga através do namorado, Aguinaldo, que me perturba quase da mesma maneira. Murilo puxa a cadeira ao lado e se senta, só de olho.

M. Lins

Só quero dizer que a peste está ao meu lado querendo ler tudo.

– Hey!

Iara M.

Sem problemas! Pode ler tudo, Murilo! ♥3333

Então, fui almoçar com o tio do Sávio e foooooooooooi... MARAVILHOSO!

Aproveito que o meu mano se distrai com o sanduíche querendo desmoronar na mão dele e...

M. Lins

O Mumuzinho está #XATYADO pq vc não apareceu na casa do seu Júlio e nem deu notícias! Tá todo curioso!

Assim que ele lê, faz um bico de zangado pra mim, estreitando os olhos. Viu, eu estava sendo uma boa vidente. Mas o fato era que era eu quem tava curiosa.

Iara M.

Foi meio que de última hora, sorry pessoal.

M.Lins

Hey, você tá feliz, a gente fica feliz.

Iara M.

Eu tôoooooooooooooooooooo!

Mas agora tenho que ir, acordo cedo e tem umas trocentas coisas pra eu terminar de arrumar aqui. Conto ponto a ponto amanhã, ok? Aí vc repassa pro Murilo, blz? Bjos!

M. Lins

Tudo bem, vai lá. Bom descanso. Eu mesma tbm tô o caco – e o Murilo tá me explorando (DIGO MESMO, RÁ)!

Atéeeeeeee amanhã!

– E aí, você acha que... quela lotou algo?

Eu compreendo o que a figura mastigante me fala, mas finjo que não enquanto passo uma vista rápida na rede antes de efetivamente desligar a máquina.

Lotou algo?

– Notou algo. Você entendeu.

– Sobre seu master plan de...? Que seja, ela tá muito feliz pra sequer voltar a se preocupar com a história toda da investigação. Pelo menos por enquanto. Mas o que, AFINAL, você disse pro Sávio ontem na hora de ele ir?

Murilo estava vendo algo na tela de seu celular, ainda comendo de seu sanduíche. Muito calmo, ele dá um sorrisinho de lado e não sei se é por algo no seu aparelho ou se pelo tópico em questão.

– Papo de homem.

– Aff, Murilo. Conta logo.

Mas ele insiste em não revelar muito. O que me admira nisso é que ele de repente levanta a cabeça, com a cara mais inocente-suspeita do mundo e dá de ombros, com o olhar meio vago, como que reanalisando o caso.

– Tô te dizendo... papo de homem. Tem coisas que... só funcionam assim.

– O que você quer dizer com isso?

– Nada em especial.

Meu irmão está treinando drible de conversa comigo? Pois vai ter que tentar mais, ainda tenho muita pulguinha nas minhas orelhas. Desligo a máquina e me aprumo pra levantar, enquanto ele volta-se mais uma vez para a tela do seu celular.

– Contanto que não tenha ameaçado ele demais, acho que tá de bom tamanho.

Recolho minhas coisas da mesa, arrumando rapidamente, e levanto, já tirando desligando o fio de energia do notebook da tomada, quando mais uma vez meu irmãozinho soa misterioso. Ele me parece que quer falar, mas ao mesmo tempo não quer falar. É meio papai isso.

– Ele aprendeu a lição, não deve fazer mais.

– Pera, agora, o que ISSO quer dizer?

Ele se levanta e me toca no ombro, com aquela cara de inocente que tem culpa no cartório sim. Ele tenta esconder um sorrisinho bobo e eu capto no ar. Sei não, tem algo ademais nisso aí.

– Mana, você se preocupa demais.

– Talvez porque esse seu sorrisinho tá te entregando?

– Não estou rindo, juro. E a Aline achou justo...

– O que foi justo?

– Ok, ok, ok... Promete não se exaltar?!

Cruzo os braços e levanto significativamente uma sobrancelha.

– Foi só um... soquinho básico, ok? O que você queria que eu fizesse? Ele te beijou, caramba! É o tipo de coisa que não dá pra esquecer. Eu disse que se ele fizesse besteira, aquilo era só uma amostra, mas, hey, gostei mesmo dele. Algumas pessoas só precisam de um doce incentivo...

Murilo fazendo piada? Murilo fazendo tro-ca-di-lho? Abro a boca surpresa e quase posso cair pra trás como um boneco de desenho animado. Mas logo fecho a boca, tentando digerir a informação. Acho que tenho que dá o braço a torcer um pouco pela atitude dele. Só não precisava ter dado um soco no Sávio pra isso!

No entanto, preciso saber:

– Um soquinho... Um soquinho que nível?

– Digamos que um pouco empatado com aquele que dei no... Vini?

– MURILO!

– Só deixou ele sem ar uns minutinhos, só isso. Sem ossos quebrados e sem hemorragia interna. Você acha que eu não pensei bem ao dosar isso?

Ainda estou chocada, eis um fato.

– E você PENSA em dosar porradas agora?!

– Mana, você não sabe o quanto.

Engulo em seco, desarmada, e tento atribuir que isso seja bom. Porque, convenhamos, em comparação com alguns meses atrás, ele sequer pensar nisso e sequer calcular como dosar, é muito pra um ser como o meu irmão. Acho que meu irmãozão tá finalmente tendo algum senso na cabeça, um senso de verdade e que orienta melhor suas decisões. Ele mesmo disse que Aline achou justo. Quer dizer que ele considerou mesmo isso, que a abordou primeiro e que teve cuidado até para executar.

Por mais absurdo que pareça, pode ter um peito estufado de orgulho dessa criaturinha?

Pode, mas não sou idiota, puxo o bonitinho de volta e aponto para a pia, que eu não ia lavar aqueles utensílios não. Só dou um beijo no rosto dele e me mando pro quarto para enfim descansar desse fim de semana badalado.


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Notas finais do capítulo

Nhaaaaaaaa, sorry a sumida, foi um mês intenso. E intenso é uma palavra certa para os próximos capítulos! Me pergunto se vocês já tão sacando o mistério ou se vou pegar todo mundo de surpresa haha Vamos ver!

E geeeeente, o Vini! Pode ser mais lindo? Pior que pode, e eu não posso dizer como. Ele e o Murilo ultimamente, hein, estão indo muito bem. Tô adorando as coisas que esses dois têm me contado. E, vá lá, o Sávio até que mereceu um aperitivo de soco, né? Foi justo.

Trechinho do próximo?

"Alguns alunos estavam contando piadas de professores e identificando os nossos pelos perfis quando de repente Dani chega e com cara de chateada, ela senta ao meu lado no banquinho. Dou um empurrãozinho de ombro a ombro nela e Flávia do outro lado meu se inclina pra vê-la melhor:
— Hey, o que foi?
Com a carinha um pouco triste, ela começa:
— Tenho uma declaração a fazer: eu era TÃO ingênua, cara.
Flávia se levanta e vai sentar na outra ponta, ao lado de Dani, para melhor averiguar isso. Prestando mais atenção nela e deixando o mundo explodir em gargalhadas pelo que o William da minha turma contava e desafiava o Cardoso, pergunto:
— O que houve? Você tá legal?
— Tô, tô... Não é nada demais. Só me sinto um pouco enganada."

e

"- Aconteceu algo, senhorita Milena?
Estou tão bufante e espumosa de raiva que tento me controlar, mas não consigo segurar minha língua. Isso assusta um pouco o diretor.
— Ah, aconteceu. Aconteceu até demais!
— Sente-se, por favor. Conte-me o que aconteceu.
Mas eu não me sento, tem tanta coisa borbulhando em mim que mal posso parar quieta e isso alarma mais o diretor, que logo se levanta quando ouve minha declaração.
— Eu gostaria de fazer uma reclamação sobre um professor.
— Uma reclamação? Sobre que professor?"

Coisas - MUITAS COISAS - estão acontecendo!



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