Mantendo O Equilíbrio - Finale escrita por Alexis terminando a história


Capítulo 84
Capítulo 83


Notas iniciais do capítulo

Terceira vez que tento postar, vamos ver se vinga!

P.S.: Gente, que eu fiz pra de repente ter picos e picos de acessos e visualizações? E não falo só aqui na Finale não! Bom, adorei. Continuem, continuem XD

Hoje tem conspirações bobas e conspirações sérias. Preparados?

Enjoy!



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Era uma tranquila noite na faculdade em que estava com uns amigos reunidos no intervalo pela área do jardim. Alguns alunos estavam contando piadas de professores e identificando os nossos pelos perfis quando de repente Dani chega e com cara de chateada, ela senta ao meu lado no banquinho. Dou um empurrãozinho de ombro a ombro nela e Flávia do outro lado meu se inclina pra vê-la melhor:

– Hey, o que foi?

Com a carinha um pouco triste, ela começa:

– Tenho uma declaração a fazer: eu era TÃO ingênua, cara.

Flávia se levanta e vai sentar na outra ponta, ao lado de Dani, para melhor averiguar isso. Prestando mais atenção nela e deixando o mundo explodir em gargalhadas pelo que o William da minha turma contava e desafiava o Cardoso, pergunto:

– O que houve? Você tá legal?

– Tô, tô... Não é nada demais. Só me sinto um pouco enganada.

Eu e Flávia nos encontramos num olhar e óbvio que estranhamos essa reação de Dani, que é bem mais explosiva quando está com alguma raiva. Mas se algo a chateou assim e ela permanece quieta, é pra considerar mais assustador.

– Mas o que teve, afinal? O que você fez?

Ela, que procurava algo pela bolsa, parece se espantar por eu presumir que ela tinha feito algo.

– Eu? Eu nada. É que hoje eu tava organizando meu quarto porque um trabalho meu sumiu e tava tocando uma música na rádio que, sabe, me deu um clic...

Ok, até aí, nada demais, penso, embora esse clic em específico possa ser qualquer coisa. A Flávia também assente, acompanhando a história.

– ...E, sabe quando você tá de boa e aí ouve uma música e ela traz todo um sentido novo pra você, que até então entendia outra coisa?

– Aham (?).

E aí, com a cara mais deslavada do mundo, ela diz:

– Pois é, tava tocando Genie in a bottle na rádio e, CARA, aquela música tem muita referência sexual, já prestaram atenção?

Trilha citada: Christina Aguilera – Genie in a bottle

Eu quase caio nas plantas atrás de mim. Porque TÔ PENSANDO QUE É UMA COISA SÉRIA E A BENDITA ME DIZ ISSO. A Flávia também não está muito diferente de mim:

– E eu aqui toda crente que tinha acontecido algo super sério! Já tava me preparando pra bomba.

– Ai, gente, vocês são muito preocupadas.

Aí eu mando:

– Talvez porque você apareceu toda xôxa aqui, e veio com essa história suspeita?!

Ela revira os olhos pra mim! E parece enfim achar o celular dentro da bolsa, depois de retirar um monte de coisa de lá dentro. Diria o Bruno, bolsa de mulher é chapéu de mágico, tem de tudo. De tudo que pesa pra doer no ombro quando ele fala alguma besteira e alguma de nós bate “de leve” pra ele se comportar.

– Como eu disse, vocês são muito preocupadas. E agora a música não sai da minha cabeça! E cada vez mais os trechos parecem mais claros.

Apenas piscamos pra Dani, um pouco injuriadas.

– É sério. Pensem um pouco na letra. A gênia na lâmpada é uma metáfora camufladora. Ela insinua que é pra dar uma esfregada na gênia pra ela poder sair, se revelar e tal. Diz claramente pro cara esfregar ela. E de um jeito certo. Mas ela não se entrega tanto... ou está só de jogo mesmo. Num sei.

Como se ela não estivesse ali, falo pra Flávia, que já estava de braços cruzados ouvindo as teorias de Dani que, é, realmente, faziam sentido, mas ela não precisava ter assustado a gente pra dizer uma coisa banal dessas:

– Então, eu mato ou tu mata?

– Num sei, você tá com muita vontade? Porque posso deixar pra você.

Antes que eu dissesse qualquer coisa mais e a Dani ali já verificando alguma coisa no celular enquanto esperava ser estrangulada por alguma de nós duas, o Gui surge na área e fica de pé a nossa frente. Ele tinha ido na secretaria de novo pra resolver um erro quanto ao pagamento de mensalidade e já chega achando que estamos confabulando contra sua pessoa.

– Acho melhor não estarem falando no meu aniversário. Melhor, planejem bem.

O aniversário da criatura seria dali a dois dias e eu já tinha conversado com a Flávia que pro momento não poderíamos fazer nada muito grandioso, até porque no quesito money tava todo mundo apertado. O Gui no outro dia mesmo ficou sem dinheiro e foi uma briga pra ele aceitar o meu só pra botar gasolina. Ele pelo menos tem tido muitos gastos e está tentando maneirar mais. Ainda teve aquele rombo da vez que seu carro pifou na avenida e teve que arcar com guincho e serviços de mecânica.

William ali perto chama o Gui pra entrar na rodinha da galera ao lado pra falar sobre não sei o quê e ele se distancia, achando que nos deu uma super dica sobre seu aniversário. A Dani logo pergunta:

– A gente vai fazer algo mesmo?

Dou de ombros.

– Não querendo ser maldosa, mas já sendo, talvez a melhor surpresa pra ele fosse não ter uma surpresa. Vai cair numa quarta-feira, e é uma quarta que vamos ter apresentação de trabalho. Posso fazer uns cupcakes, a Flávia o bolo, a gente se reúne por aqui mesmo depois da aula e deixa os pombinhos se agarrarem depois. Que acham?

A Flávia poderia jogar qualquer coisa em mim se tivesse em suas mãos – eu que estava com a bolsa dela no colo e me livro dessa – pelo jeito que ela me fulmina. Ah, qualé, como se a gente não soubesse de eles ficarem de namorico pelos cantos mais obscuros da faculdade.

Mas é a Dani quem me responde:

– Acho que pela cara da Flávia, ela concorda. Pra mim, beleza, porque se fosse pra ser no fim de semana, seria bem complicado. Lembram que sexta eu tenho aquela apresentação pra minha família? Tô só borboletas no estômago só de pensar! E eu quero todo mundo lá, viu! Porque se é pra morrer do coração, que seja nos braços de vocês também.

– Viu, Flá, a Dani sabe como tocar e ameaçar as pessoas numa frase só.

A Flá, no entanto, já tinha outras coisas na cabeça.

– Eu já tô é vendo o Gui reclamar que não vai ter festa propriamente dita.

Pior que eu também! Mas acho que dá pra resolver...

– Ai dele se reclamar. Estamos dando preferencial pra vocês terem um momento só de vocês e gastar menos. Além do mais, tem a apresentação mesmo da Dani, que a gente pode emendar como festa para reunir todo mundo. Então sobra pra ela cantar alguma música pra esse bonitinho e pronto, já temos uma surpresa. Por essa ele não poderia imaginar!

– É, acho que dá pra escolher uma ou duas músicas pra ele, mesmo fora da programação. Do jeito que sou famosa, ele devia se emocionar isso sim.

Dani quase estufa o peito pra dizer que tá famosa – o que ela tá, porque até entrevista já deu pra um canal de entretenimento da cidade e tem recebido propostas para participar de alguns eventos, mas tem se mantido mais pelo estabelecimento onde canta porque fez um acordo com a família de isso não atrapalhar os estudos. Ela poderia seguir carreira com isso, tem voz e propriedade pra tanto, só não é algo que está em seus planos no momento. Ela quer curtir mais e manter como um plano paralelo.

E então nos voltamos pra Flá, que parece pensar a respeito.

– É, acho que também quero ver a cara de tacho dele.

Logo o Gui volta para nossa rodinha e percebe como a gente se cala. Embora tenha suas esperanças de uma grande surpresa, ele não tem noção alguma do que vamos aprontar. Pela cara da Flá e da Dani, que compartilham um olhar cúmplice comigo, levantamos risonhas demais pro gosto do nosso amigo na hora de voltar para a classe. Quando ele pergunta por que parecemos tão conspiratórias, só rimos bem mais conspiratórias. Flávia enlaça seu namorado e eu só consigo pensar: e depois eu quem sou a malvada!

Mas realmente, mal posso esperar.

~;~

Fim de aula, fim da prisão!

Eu adoro as aulas do professor Paulo, mas tem dia que eu só quero correr pra casa o mais rápido possível pra poder descansar. Essas jornadas de trabalho no estágio e mais as aulas pela noite podem ser bem desgastantes. Ainda estou me acostumando e tentando me equilibrar nos estudos cada vez mais puxados. Quase posso ter me ajoelhado e dado graças por a aula ter terminado e, detalhe, terminado um pouco mais cedo. Eu poderia beijar o professor Paulo por isso.

Mas embora ele seja muito carismático, ele não é de dar essas liberdades pra aluno não. Então só recolhi minhas coisas e saí de sala com a galera. Gui e Flá foram logo na frente e eu parei para ir no bebedouro antes de descer. Isso, pelo jeito, tem sido um chama pra certas pessoas ultimamente... Porque, olha, ele apareceu de novo.

Professor Max, digo. Quando dou por conta, estamos só nós dois por ali. Nos cumprimentamos assim que levanto a cabeça do bebedouro e recolho minhas coisas de cima. Iria verificar primeiro se o Bruno já tinha saído pra ver se mandaria mensagem ou não. O professor, no entanto, parecia vir do banheiro, e pelo jeito ainda voltaria para sua sala. Mas parecia tão calmo, como se tivesse todo o tempo do mundo para jogar conversa fora.

– Senhorita Milena.

– Professor.

– Desculpe não termos podido conversar muito durante a festa ontem.

– Sem problema, era uma festa, o senhor devia estar acompanhando alguém.

– Sim, estava... Se me permite dizer, você estava muito bonita.

Ok, o seu professor-gato-e-suspeito dizer isso pode causar alguma reviravolta no estômago e não é bem das boas. Estou sendo muito doida em desconfiar de suas intenções? Tem hora que ele parece tão legal, outras tão suspeito, não sei o que ler bem de suas atitudes. Aquela sua triste aula na semana passada ainda não tinha me descido. Meu faro me diz que tem algo errado, só não sei o que é.

– Ah, obrigada...

Não vou dizer que ele estava muito bonito e apresentável também porque não sou dessas. Pelo menos não sem intimidade para tanto. E sinto que não posso confiá-lo alguma intimidade também. Dou um jeito de maneirar meu ficar sem jeito e tento mudar de assunto.

– A festa foi bem bacana.

– É, eu diria que sim...

Da maneira que ele fala, dá é entender que não. Ele levantou um pouco as sobrancelhas e parece incerto sobre isso. Esse tom... Mas o que poderia ter...? Quer saber, eu não vou ficar pensando sobre isso, já basta esse encontro e esses momentos estranhos que passo com o cara.

Falando em momentos estranhos:

– Aquele rapaz que estava com você, é um namorado?

Um pouco incerta eu do por que ele estaria perguntando isso, respondo:

– Sim, é meu namorado. Por quê?

– Ah, por nada. Ouvi que ele era filho de Djane, só isso.

Isso faz que eu me arme instantaneamente. Não gosto quando as pessoas dão a entender que eu me aproveito de minha posição.

– Isso não me dá privilégios, se é isso que o senhor pensa.

E de repente, ele meio que quebra a aura suspeita, interrompendo, risonho, o climão com um pequeno protesto.

– Argh, pode me chamar de você e não senhor? Pareço um quarentão desse jeito.

De fato, ele é muito novo. Ou aparenta ser muito novo. Ele é muito confuso.

– Desculpe, é o costume. É meio que inevitável.

– Tudo bem, eu deveria me acostumar mesmo...

E faz que olha o relógio depois disso tudo, como se se desse conta de que estava ali por muito tempo, mas, novamente, ele parecia ter muito tempo e, ah, caramba, ele tá me deixando doida mesmo! E me deixa pior quando se despede. Quer dizer, sobre como se despede.

– Tenho que ir, minha lindinha. Vejo você amanhã.

Assisto ele andar de volta para sua sala e sumir assim que passa para o outro lado do corredor. Em sentimentos mistos, fico ali parada, tentando decifrar essas gentilezas demais dele. Minha lindinha foi apenas péssimo, péssimo demais para meu gosto. Mas e se ele for assim mesmo? Digo, se isso faz parte de seu charme? Meses atrás, quando Diogo veio com charme demais pra cima de mim, eu logo o barrei. Com qualquer um eu faço isso. Com o Max, não sei se é por essa hierarquia de ele ser professor...

Droga, tem algo errado sim, sinto!

Mas e aí? Devo seguir meus loucos instintos e abrir o jogo com alguém ou... devo enfim reportar uma reclamação...?

Estou eu na minha divagando sobre o que fazer quando ele retorna.

– Ah, eu esqueci meu celular em cima da... Você está bem?

– Eu? Oi? Ah, sim, estou. Só... errr... estava tentando me lembrar o que meu irmão... errr... tinha me pedido sobre... passar na farmácia. É, isso.

E aí tudo muda porque ele pega minha mão nas suas de um jeito “acolhedor” que não gosto nadinha e me olha certeiro, me cercando e sondando. Acho que fico fria no mesmo segundo só de espanto.

– Tem certeza? Você parece que não está sendo muito sincera comigo, lindinha.

Eu sei que para qualquer um isso possa parecer apenas que ele esteja sendo atencioso, mas... sabe? Quando algo em você apita? Que diz sai daí? Que ele está acarinhando demais seu braço? Sim, braço, ele passa da minha mão pro meu braço. Mal respiro e meu coração salta de repente.

– Professor... E-eu...

– Tudo bem, Milena, você pode me dizer qualquer coisa.

Me solta é o que quero, mas não consigo falar.

– A gente pode ir para um lugar mais calmo se você preferir.

IR PRA UM LUGAR MAIS CALMO? Diria a expressão, isso é cilada, Bino!

Tento me recuperar e puxar meu braço de volta. Ele me segura mais firme por isso. E eu insisto.

– Pra u-um lugar mais c-calmo?! Não, obrig-gada. Estou bem.

Droga de gagueira.

– Não é o que me parece.

Engulo em seco e revido mais uma vez, soltando-me dele um pouco brusca.

– O que parece ou n-não, professor, não devia ser da sua conta. Eu tenho que ir.

– Tem mesmo? A gente pode conversar mais sobre isso.

– Não temos nada pra conversar.

Rá, consegui ser mais firme.

– Eu penso o contrário... Olha, tenho observado um pouco de seu comportamento e...

E é isso, é tudo o que eu precisava. Não ouço mais nada, porque meu cérebro só se ocupa com isso. Louca ou não, pirada ou não, que seja, agora ele disse a gota d’água e uma gota muito clara pra mim: ele tem me observado. E esse jeito como ele fala, como tenta seduzir, já deu. Quase posso rir debochadamente por eu ter me questionado tanto tempo sobre as atitudes dele. Me aprumo com meu material e dou um passo para me afastar dele, raivosa, porém, controlada.

– Acho que podemos encerrar por aqui, professor.

O semblante dele de repente muda e é como se ele desligasse aquele poço de gentilezas dele para ligar o do prepotente e orgulhoso. Por mais que eu apertasse a mão na minha bolsa a tiracolo, parece que ainda podia sentir a mão morna dele na minha.

– Se é isso o que você quer...

Ele entra no banheiro, presumo eu para pegar o tal celular que dissera ter esquecido e aproveito justo essa hora para descer. Com tudo isso na cabeça, quase não noto que tenho a respiração presa se não fosse a correria pra descer pela rampa. Assim que chego ao pátio que me forço a respirar e não hesito. Me dirijo para a sala do diretor, que não tem secretária. É até melhor, porque não conseguiria olhar para outra pessoa senão o diretor Fabiano no momento. Bato na porta e ouço seu pedido de entre.

Ainda esbaforida do ocorrido, entro com a calma que posso. Assim que passo da porta e o diretor me vislumbra, imagino que eu não esteja com a melhor das expressões, pois ele logo deixa a caneta com que escrevia cair na mesa e se volta com um semblante preocupado com minha aparição repentina.

– Aconteceu algo, senhorita Milena?

Estou tão bufante e espumosa de raiva que tento me controlar, mas não consigo segurar minha língua. Isso assusta um pouco o diretor.

– Ah, aconteceu. Aconteceu até demais!

– Sente-se, por favor. Conte-me o que aconteceu.

Mas eu não me sento, tem tanta coisa borbulhando em mim que mal posso parar quieta e isso alarma mais o diretor, que logo se levanta quando ouve minha declaração.

– Eu gostaria de fazer uma reclamação sobre um professor.

– Uma reclamação? Sobre que professor?

– O substituto. O Max.

Totalmente surpreso, Fabiano quase perde o equilíbrio. E logo mais fecha a expressão de sua face, tão nervoso quanto eu.

MAX?? Ele fez algo direto a você?

– Olha, Fabiano, ele tem lá um jeito muito de flerte com alunos e com isso beleza, mas quando as coisas evoluem, e ele vem cheio de intimidade, isso é outra coisa pra mim.

Ele te assediou?

– Gostaria muito que não tivesse de chegar a esse ponto, mas sim, acho que ele me assediou. Faz uns dias que ele vem com uns papos pra cima de mim, papos bem estranhos, e não é só o que ele diz, mas como ele diz. Já tava desconfiada, e aí... hoje... agora...

Eu quase não consigo falar, porque a minha vontade é de esmurrar o desgraçado!

– O que teve agora? Fale, Milena!

Estou tão em cólera que começo a andar pelo espaço da sala, pra ver se a raiva dissipa mais. Quero explicar a situação e não tô sabendo articulá-la bem, pois acho que as coisas saem um pouco embaralhadas.

– Lembra da vez que vocês me perguntavam se o professor Bart fazia algo pra mim? Se me perseguia? Que eu devia ter avisado?

– Espere, ele tem te perseg...?

– Não exatamente. Como eu disse, é pelas coisas que ele me fala e como as fala. Ainda há pouco ele veio com uns papos bem mais estranhos e... Disse que era pra a gente conversar, disse pra a gente ir pra um lugar mais calmo, e... ele me segurou. Tipo, no meu braço.

Fabiano parece precisar de um tempo para digerir a situação. Ele suga um ar e tenta se centrar melhor, não querendo acreditar nas barbaridades que relato. Eu ainda estou tremendo. Não sei se de raiva, se de nervoso.

– Isso é uma acusação muito séria, Milena. Tem certeza sobre isso?

– Eu não viria aqui se não acreditasse ser tão sério. O senhor me conhece, sabe que eu não diria por menos.

Ele assente, muito desgostoso pela situação e, imagino, pelo perigo que agora o professor Max possa representar para a instituição. Mas aí, o diretor faz algo que me surpreende.

– Milena, é um assunto bem delicado e sinto muito que tenha passado por isso. Vou eu mesmo averiguar essa situação e... olha, por mais que isso vá contra meus preceitos, peço que não comente isso com ninguém. Eu vou dar um jeito nisso, pode ter certeza.

– Imagino que sim, mas, não contar...? Por q...?

Não é que eu queira espalhar para o mundo inteiro que o cara tinha se sobreposto a mim e que me dizia coisas suspeitas, é que havia pessoas na minha vida que eu devia confiar e transpassar essa confiança de volta. Já tinha os machucado demais não contando diversas coisas e agora, por uma coisa tão séria quanto, eu estou impedida? É realmente isso?

– Peço que confie em mim nisso, Milena.

Isso sim me cheira muito mais esquisito!

– Mas Fabiano, eu não ach...

– Amanhã mesmo, senhorita Milena... Amanhã mesmo, eu lhe dou uma resposta sobre isso. Por enquanto, por favor, não comente com ninguém? É muito importante.

– Se o senhor tanto pede, acho que posso segurar. Até amanhã.

– Sim, até amanhã. Precisa de alguma coisa? Uma água?

Ele parece nervoso, só que nervoso de outra maneira. Não é só raiva e indignação, tem algo mais ali, querendo se esconder e não conseguindo. Eu sento e ele pega um pouco de água no bujão que tem dentro de sua sala. Começamos a conversar, mas eu sei, ah, eu sei, tem muito mais coisa errada vindo por aí.


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Notas finais do capítulo

Woooooooooooooooooooow. Como assim? Como assim Max "avançou" sinal? Como assim não pode contar? Levanta a mão quem não se deixou conquistar por esse professor o/ Mas será que vocês já decifraram esse mistério?

Ah, surpresas, surpresas... Muitas surpresas vem aí pra deixar a do Gui no chinelo hahaha

Trechinho do próximo?

"- Alô, Milena, onde você está?
— Em casa, descansando.
— Ah! Pensei que... Ah, querida, tem sido muito para sua cabecinha, não?
— Aposto que para a sua também, Djane. Tô melhor. Só... precisei me afastar.
— Poderia ter me avisado. Com quem você voltou?
— Com o motorista."

Até!



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