Mantendo O Equilíbrio - Finale escrita por Alexis terminando a história


Capítulo 127
Capítulo 126


Notas iniciais do capítulo

Foi aqui que pediram uma boa dose de emoções? :)



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— O que você tá fazendo aqui, bonita?

Iara chega na surdina, joga sua pasta no balcão da recepção, onde estou preenchendo uma solicitação e eu simplesmente salto.

— Que susto, Iara! Que eu te fiz?

Ela ri, espiando minha folha e declara:

— Quem se assusta fácil assim é porque tá aprontando. Solta logo tudo!

Enquanto termino de preencher o formulário, desato a falar:

— Mais um Gui na minha vida não dá não, viu. E não, não tô aprontando nada. Só não tenho programação hoje no ECAD. Quer dizer, ter, tenho, mas eu preciso protocolar algumas coisas, por conta daquele probleminha da frota, e eu que não ia deixar o Thiago na mão por créditos acadêmicos que já tenho de sobra. O que me lembra de te dizer de acumular desde o primeiro período, viu. Não deixa pra última hora. A ficha do Vini caiu outro dia e ele tá maluquinho com isso.

 Iara se recosta no balcão, já menos exigente.

— E eu mal posso esperar por isso.

— Ficar doida com a faculdade?

— De certo modo, sim. Sei que vou me arrepender de desejar isso quando a hora chegar e eu tiver perdendo cabelo, como você diz, mas, sei lá, às vezes sinto a pressão de não ter tido a experiência da faculdade. Uma formação, sabe.

— E você é uma excelente profissional, com ou sem formação. Você só vai acrescentar estudos, I, desenvolver isso que você faz tão naturalmente. Queria eu ser tão autodidata assim.

Entrego o formulário para a moça da recepção logo que ela volta e Iara me segue com seu material para o corredor. Estava um pouco cedo, Murilo tinha me dado carona.

Iara parece pensativa sobre o que eu falei. Bato de ombro nela conforme andamos para a área dos estagiários.

— O que essa cabecinha já está maquinando? Solta tudo.

— É só que... Não conta pra ninguém?

— Ó minha cara de quem conta as coisas, I.

— Não foi eu quem soltou pra Aline o plano do colírio do Murilo, foi?

Preciso definitivamente separar o Gui dela porque cada dia mais esses dois estão cínicos assim.

— Tá, eu confio em ti, tu sabe. É só que... tem um dos executivos que sempre lembra o fato de eu não ter formação pra falar algo. Eu compenso com um bom trabalho, claro, mas tem dia que simplesmente... dá vontade de dar um belo soco nele.

— Já falou com o Filipe sobre isso?

— Uma vez ele falou isso com meu pai na reunião e levou um tamanho discurso sobre competências. Depois disso, Sérgio parou de mencionar. Mas vez e outra ele dá a entender, sabe? Não quero criar um climão aqui no serviço por isso. Sei bem o que meu pai pode fazer e não quero.

Antes mesmo de chegarmos na minha mesa, me viro para Iara, puxando ela de canto pra não esbarrarmos em ninguém.

— Há quanto tempo isso vem acontecendo?

— Tem... um tempo.

— Quanto tempo?

— Não sei dizer.

Iara parece incerta, ou sem realmente saber medir ou sem realmente querer entregar. Me lembra muito de mim mesma em outras confusões.

Continuo a embromar na conversa, porque se eu perguntar o que tenho pra perguntar de supetão, ela poderia ficar chateada comigo.

— Foi por isso que você quis voltar a estudar?

— Não! Quer dizer, não de todo. Sim, quero voltar a estudar porque na época de entrar na faculdade, não pude. Mesmo estudando por conta própria e fazendo cursos profissionalizantes, isso ainda pesa, e não posso deixar que minha história de vida atrapalhe mais isso. Tenho muito pra conquistar ainda. Mas é uma merda o Sérgio ficar me alfinetando assim. Tem dia que só é difícil ser... autodidata.

Minha amiga soa por fim triste pela situação, mas ao mesmo tempo aliviada por falar a respeito. Iara sempre teve suas dificuldades de se abrir, então valorizo muito quando ela o faz. Eu, que já me meti nas maiores bolas de mentiras por situações como essa, sei muito bem como a gente só espera um pouco de compaixão e não julgamento. E é isso que tento passar a ela.

Mas preciso saber de uma coisa antes.

— I, eu vou perguntar uma coisa e quero que seja sincera.

Pelo meu tom, ela muda o semblante num segundo, voltando com tudo com seu carisma desconfiado.

— Eu sabia que você tava aqui por isso e não pelo Thiago ou aquele problema da frota, eu sabia! Eu ouvi quando papai te ligou ontem!

Era como se ver num espelho e eu queria rir por isso, mas a situação era um tanto delicada, então a melhor tática era não fazer algo maior do que era.

— Você se trancou no quarto, desligou o celular e não queria falar com ninguém. Também já fiz isso, então super entendo – você e ele. Já fiz o cérebro do Murilo derreter uma vez com algo do tipo. Só não entendo a razão. E agora que você mencionou isso do Sérgio... Tem alguma ligação?

Iara disfarça quando umas figuras passam por nós e nos afastamos mais da rota de passagem para conversar melhor.

— Então?

— Se eu disser que sim, você vai me entregar?

— E eu sou de entregar alguém? Não quando é algo sério. Fora que posso te ajudar com Filipe, que só estava preocupado. Podemos dizer, por exemplo, que é só estresse. Nós três bem sabemos que você trabalha demais. Juntar serviço, mais mudança, mais evento aqui na empresa, é de dar um fuso mesmo.

— Jura juradinho? Não contar nem pro Gui?

Em todo seu semblante e sua postura, Iara realmente não queria maiores exaltações sobre o assunto. Já tendo estado do outro lado, sei bem o que devo fazer.

— Se for uma escolha tua, eu tô aqui só pra respeitar. Posso questionar sobre, mas por hora, tô aqui pra ajudar. Aliás, precisa de algo para o evento de mais tarde?

— Não, a gente tem bastante pessoas envolvidas para as palestras. E quanto ao meu pai... tá, parece uma boa desculpa. Por que não pensei nisso antes?

Faço uma cara de “porque quem é trambiqueira tá em outro nível” com graça e ela vacila, deixando-se levar.

— Eu só precisei de um tempo para pensar, ok?

— E por que não me procurou, ou sei lá, alguém?

— Você vai me fazer dizer, não é?

Assinto, porque era minha intenção mesmo.

— Me sentia um pouco envergonhada. Eu sei que meu pai só quer ajudar, mas ao mesmo tempo, não quero que ele assuma isso, e... Precisava descansar a cabeça antes de fazer alguma coisa.

— Está melhor?

Iara se encosta na parede atrás de si e abraça o material ao corpo como se fosse fundi-lo e fazer-lhe algum bem.

— Sim. Acho que o que me deixa mais alterada é que isso me remete às coisas que eu ouvia da minha avó. Me lembra de uma época não muito boa e que eu também não... Eu só não quero despertar o pior de mim por causa disso.

Mesmo que tenha os olhos baixos, consigo ver que estão marejados. Assim tomo um passo e a abraço. Ela me aceita bem, sem resistência.

— Filipe ligou pra pessoa certa, viu.

— Eu sei, Mi, é só que...  Estou tentando. Tentando fazer algo a respeito e não... Enfim, obrigada por isso.

Iara me aperta e logo me solta, pra se recompor. Aproveito esse momento pra quebrar a tensão.

— Acho que já vi esse Sérgio por aí. Não é alguém com quem tenho contato direto ou frequente.

— Por quê? Já tá pensando em fazer algo? Milena!

Torno a andar e ela a me seguir pelo corredor, lado a lado.

— Sim, um pouco, não minto. Ninguém mexe com minha amiga e acha que pode sair assim, sem acontecer coisas.

— Eu meio que lembrava de você em relação à Djane na faculdade. No caso, não quero que meu pai me proteja o tempo todo. Tenho que aprender a lidar com esses tipos de pessoa.

Iara parece determinada e mais uma vez lembro de mim dizendo essas coisas.

— Tive essa sensação agora que você falou. Entendo sua posição de lutar suas batalhas, I, eu só acho que esse Sérgio mereça uma boa dose de laxante no café dele. E chiclete no cabelo. Não, pera, ele é um dos carecas? Porque eu sei que tem um dos executivos lá de cima que...

Minha companheira de confabulações parece suavizar um pouco, como eu queria. Precisava de um ombro amigo, não mais preocupações.

— Só você pra me fazer rir disso e a essa hora.

— Eu tô aqui exatamente pra isso.

— Me ajudar a implicar com um dos executivos?

— Não, se sentir bem sendo quem você é e pelo que faz. Mas não digo que ajudar numa empreitada dessas esteja de fora do pacote, embora eu devesse incitar coisa melhor. Posso imaginar Djane me puxando a orelha por isso, mesmo que ria gostosamente. O caso, I, é que algumas pessoas não merecem nada da gente. Fazem justo pra nos atingir, e se damos trela a isso, estamos alimentando esse comportamento. Preciso dizer que isso não faz bem. Por experiência própria.

— Eu sei. Ô se sei.

Pela sua expressão, imagino que talvez tenha se lembrado de alguma das várias vezes que me engalfinhei com André. Tempos passados.

— E você vai estudar sim, porque é isso que você quer. Não é pra provar nada pra ninguém. E ai desse Sérgio se insinuar algo pra ti de novo. Coisas acontecem.

— Que tipo de coisas?

— Coisas que só o destino é capaz.

— Se o destino se chama Milena, você quer dizer? Milena?

— Isso é você que está dizendo. Eu pensei em outra coisa. Te conto mais tarde?

— Tá, mas sem artimanhas. Eu tô falando sério.

Ela para e aponta pra mim em negativa. Sorrio, mas me faço de séria.

— Juro juradinho.

~;~

Preparava rapidamente um novo documento pra Thiago, que estava apressado hoje e antes mesmo de sair de sua reunião, me enviou uma mensagem com essa solicitação. Depois de tanto perambular levando documento de um lado pro outro, estava aliviada de sentar e escrever. Como o modelo estava no computador de Thiago, permaneci em sua sala. Finalizava quando Iara irrompe pela porta com uma cara engraçada e esbaforida.

— Milena Lins Alburquerque. Eu tô com medo de ti!

Ainda digitando, olho pra ela por uns segundos, dividindo minha atenção com a tela.

— O que quer que seja, sou inocente. Passei a tarde de um lado pro outro, indo de setor em setor.

— Só me diz que você não teve NADA a ver com o sal na reunião.

— Hein? Não tive nada a ver com o sal na reunião.

— Mileeeeena.

— Agora sou eu que tô com medo do universo. É como o Sávio diz, às vezes eu profetizo umas coisas. Será que devo jogar na sena?

— Lena.

Iara me testa como a testei. O caso é que eu realmente não tinha culpa nesse cartório. Só curiosidade mesmo.

— É sério, não tive nada a ver. Pode perguntar pros guardinhas – tô de um lado pro outro hoje. Nem sei o que houve, porque você só falou de sal... na reunião. Agora senta e conta.

Aponto pra a cadeira disponível a minha frente, mas, agitada e risonha, Iara só se aproxima da mesa.

— Não dá, tenho que voltar logo mais. Mas que foi engraçado, foi. E aproveitando que tô aqui, acho que vou direto pro auditório, pra receber os convidados de hoje e... Ih, olha. O Murilo tá te ligando.

Salvo o documento e alcanço o celular. Esse novo modelo tinha uma função de silencioso que até pra vibrar, era de um modo bem suave, que por vezes eu nem o sentia. Era bom e ruim ao mesmo tempo.

— Oi, criatura. Fala rápido.

— L-lena.

Por um segundo, estou anexando o documento no e-mail e no outro estou encarando Iara, que ainda está na sala, e o mundo parece parar só por ouvir a voz embargada de meu irmão.

— Mu? Aconteceu alguma coisa? Mu?

— Nasceu, mana. É uma menina!

— Uma menin..?

— Minha afilhada. É a coisa mais linda desse mundo!

Dou uma respirada de alívio que nem sei dizer. Abaixo a mão ao peito que nem notei ter colocado lá. Iara ainda está aflita e faço gestos para mostrar que está tudo bem.

— Caramba, coisa, não me assusta desse jeito.

— Desculpa, é que tô meio emocionado. Desculpa mesmo. Acha que pode vir pra cá quando sair do trabalho?

Não penso duas vezes, risonha e trocando olhares com Iara.

— Dou meu jeito. É na mesma maternidade para a qual estavam se programando?

— Essa mesma.

— E foi tudo bem?

— Foi. Um pouco assustador no começo, mas tá tudo bem agora. Vou ligar pro Vini ainda.

— Tá, vou contar pra Iara a novidade. Até.

Encaro a luz do celular na minha mão e não consigo falar nada de tão surpresa que me sinto. O nascimento tava previsto para daqui umas duas ou três semanas. Uma Iara agoniada me tira desse transe.

— Ah, não. Vai mesmo me deixar morrer aqui?

— Ah, acho que fiquei um pouco... hã... Não importa. Sou tia! Quer dizer, o Murilo também. A afilhada dele nasceu.

Somos só gritinhos e pequenos pulos no recinto. Quando acho que não haverá mais surpresas neste dia, meu chefe aparece na porta, curioso todo.

— O que vocês estão comemorando?

— A afilhada do Murilo nasceu. Ah! Permissão pra faltar as palestras de hoje? Por-fa-vor-zi-nho, Thiago! Eu compenso! Eu compro bolo! Eu...

— Tudo bem, tudo bem. Eu só preciso daquele documento, o último que te pedi. Depois dele, pode sair. Tenho que levar pra assinar.

— Já terminei, tava aqui adicionando no seu e-mail. Então já vou. Muito obrigada, viu. Muito obrigada.

Abraço meu chefe rapidinho, que não sabe bem se ri ou se faz alguma graça. Saio com Iara para minha mesa.

— Manda fotos, viu! E, ei, como você vai?

— De ônibus mesmo. Sem problema. Mando fotos do padrinho babão também!

~;~

Encaro a pequena rosadinha do outro lado do vidro, que se remexe um pouco em seu bercinho, mas dorminhoca, como os bebês são. Murilo estava ao meu lado com uma expressão que eu nem sei explicar direito. Apaixonado, emocionado, de coração tão cheio e olhos tão brilhantes, entusiasta todo. Eu já estava ali faz uns vinte minutos e ele ora e outra ainda enxugava os olhos.

Quando cheguei, encontrei ele e Aline perto do quarto de Lisbela. Como ela estava descansando, preferi não entrar. Conversei um pouco com eles e assim que Aline voltou para o quarto, Murilo me levou para o berçário. Algo mexia demais com ele, mas achei mais jogo não perguntar por agora.

— Esqueci de dizer: é Aurélia o nome dela. Lia.

— Ah, que linda. Bem-vinda, Lia.

Falo com uma vozinha de desenho animado ou programa infantil, acenando para a pequena Lia como se ela pudesse me ouvir ou me ver.

— Quem escolheu?

— A Lisbela mesmo. Queria manter os Ls na família e ao mesmo tempo o A também. Aline e Lisbela. Lis e Lia. Combina também com a tia Lena.

Eu quase derreto só de ouvir isso. Sorrio de volta e bato o ombro no braço do meu irmão. Do jeito que ele é uma montanha de gente, não dá pra ser ombro no ombro.

— Às vezes me pergunto se você também vai querer manter os Ms.

Murilo abre um sorriso genuíno sem tirar os olhos do vidro, de Lia. Aquele sorriso bobo que amo, mas com uma bobice e beleza em especial.

— Às vezes penso que sim.

— Sério? Você pensa mesmo?

— Digamos que depois que alguém que colocou um choro artificial de criança durante meu sono, a brincadeira me fez pensar nisso um tempo atrás.

Abraço meu mano de lado e ele passa os braços por meus ombros, exultante.

— Sabe, acho que faz um ano que vim aqui. Me pergunto agora se voltarei ano que vem pra visitar alguém.

Lembro de Alexandra e de uma época de sentimentos incertos que envolviam o Vini. Parece tudo tão longe agora. Murilo, por outro lado, aproveita a deixa para fazer graça.

— Me pergunto se preciso fazer um combinado com o Vini. Primero o M, depois o V.

Eu fico tão chocada que nem consigo responder. Em outro momento, seria meu irmão que estaria surtando. Mas, como eu mesma disse no outro dia, ninguém aqui é mais o mesmo. Presumo que vou me surpreender mais e mais daqui pra frente.

Murilo me dá uns tapinhas ao ombro, onde seu braço ainda deitava.

— Respira, mana, foi só uma brincadeira. Vocês ainda têm uma longa jornada.

Desconfortável de um jeito que nem sei dizer, tento amenizar a sensação com uma piada, mas nem eu entro na minha própria onda.

— Contanto que não seja Valdisney. Nada contra, mas gosto de nomes simples.

— Acha que vai ser menino?

— Não acho nada, Murilo. Não penso nessas coisas.

— E em que pensa?

Mais uma vez surpresa, não sei bem o que dizer. Me atrapalho toda.

— Que não é o momento. Não pra mim. Ainda nem terminei a faculdade. Ainda nem comecei a monografia. Ainda nem... Nem sei se... E...

E Murilo ri, esse sacana.

— Calma, mana, foi só uma pergunta. Nada demais. E olha lá quem vem chegando.

Um ano atrás eu me sentia desconfortável pelo que sentia pelo Vini e ao vê-lo atravessar o corredor para nos encontrar, volto a me sentir desconfortável pelo que sinto por ele. Só que, claro, de outro jeito. Não era sobre enganos ou não correspondência de sentimentos. Pelo contrário. Era porque a gente se amava.

Até então não havia pensado em futuro. Não desse jeito.

Murilo se desvencilha de mim para eles se cumprimentarem. Quando Vini me beija o rosto, ainda estou sem graça pelo que me ocorreu. Por um segundo agradeço por não ser como a Iara, que tem bochechas vermelhas que a entregam totalmente.

— Iara me pediu fotos.

— Eita, ela também me pediu, mas acabei esquecendo.

Aproveito esse gancho pra disfarçar, claro.

— Que tal uma agora?

Vinícius puxa o celular e meu irmão me enlaça de volta a seus braços. Estava tão bobo que não foi difícil baixar um pouquinho a guarda e sorrir pra foto, a gente em frente ao berçário.

— Só mais uma! Pronto!

— Me manda que vou querer. Vou ver se vocês já podem entrar. Ah, ainda tenho que ligar pra mamãe!

Todo contente, Murilo quase pode saltar pelo corredor. Permaneço atônita por sua reação, observando ele ir. Assim que ele vira e some de vez, encontro Vini me sondando.

— Tem algo nessa sua cabecinha.

— Tem?

— Você me diz.

— É só que... acho que nunca vi o Murilo assim. É assustador. E bom ao mesmo tempo. Acho que só não tô sabendo bem como reagir.

De repente meus olhos enchem e eu luto contra uma mistura de sentimentos que recaem como uma bomba sobre mim. Logo sinto os braços de Vini me cercando e posso ouvir seu coração um pouco agitado tão rente ao meu rosto quando fico colada nele.

— Ei, ei, tá tudo bem. Deve ser a adrenalina dos últimos dias.

Tão logo sinto um beijo no alto da minha testa seguido de um fio de dor abaixo da barriga. Tudo parece se encaixar num segundo só.

Acho que nunca me senti tão feliz por sentir uma cólica.


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Notas finais do capítulo

Tem gente fungando aí tbm? Tá todo mundo crescendo!

Trechinho do próximo?

"Semelhante ao que eu disse no dia anterior, ela diz:
— Tenho que fazer uma pergunta e preciso que você seja sincera.
Tô tão molenga neste dia que sequer faço piada.
— Pergunta.
A cabeça de Iara pende pro meu lado.
— Você fez algo em relação ao Sérgio?
— Nada além de xingá-lo mentalmente quando passou por mim hoje? Por quê?
— Tem acontecido umas coisas... estranhas."



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