Mantendo O Equilíbrio - Finale escrita por Alexis terminando a história


Capítulo 126
Capítulo 125


Notas iniciais do capítulo

ACHOU QUE NÃO IA TER CAPÍTULO NOVO DE PRESENTE? ACHOU ERRADO!



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Só porque eu ri do Murilo (mil vezes) no outro dia, o meu carma resolveu dar um “o seu ‘o que vai, volta’ acabou de voltar”. É o que penso quando ando como uma pata até a entrada da instituição, onde avistei meu amigo. Ele, distraído, olhando umas placas na entrada, só me percebe quando falo:

— Quais as chances de você estar com duas camisas, Bruno?

Ele pergunta, assim que vira e me vê. Ou melhor, vê meu estado, toda suja:

— Duas cam...? Caraca, Lena, o que aconteceu?

Não resisto e choramingo:

— Dei checkin no mico do dia.

Depois de toda uma saga para ir pro trabalho e de sair mais cedo pra poder comparecer ao ECAD, Encontro Científico de Administração que tava rolando em outra faculdade, me acontece isso. Justo hoje. Justo em outro local. Justo comigo.

Bruno me olha de um jeito que quer sorrir, mas estou num estado tão deplorável, que ele só sente dó mesmo.

— Acho que vou pra casa. Ou pra casa da Flávia, que é mais perto.

Espalhando goiaba por todo o recinto.

— Mas e teu pôster? E a apresentação?

— Não sei se dá pra ir desse jeito.

Nessa hora um dos monitores chega na portaria e me olha surpreso. É um dos alunos da nossa instituição, Pompeu. Ele é um veterano que está para se formar. Deve tá faltando créditos de eventos para estar aqui.

Explico a situação minimamente:

— Trombaram em mim ali na entrada.

— Tô vendo.

Inspiro, ainda não acreditando no que havia acontecido. NUNCA MAIS RIO DO MURILO, NUNCA MAIS. Porque coisas acontecem. Acho que faço um tamanho bico que Bruno não aguenta.

— Tá, te levo lá.

— Mas a sua apresentação é daqui a pouco, vou te atrapalhar. E acho que os caras das camisetas ainda não chegaram.

Me estico para ver algum sinal de bancada de camisetas e nada. Mais pessoas chegam e me veem e eu não sei o que dizer diante de tantos olhares. Já fui melhor em lidar com pessoas me observando assim, mas não sei dizer o que tem de diferente hoje. Só quero ir pra casa e tirar esse cheiro de goiaba de mim.

A única boa sensação disso é que estaria na minha verdadeira casa.

— Fica com a minha.

Olho pro cidadão diante da oferta, olho pro Bruno e olho pro Pompeu de novo.

— Oi?

Ele era um cara com quem eu pouco falava na faculdade, por motivos de a gente pouco se cruzar mesmo. Sempre foi gentil. Antes de o Sávio chegar, ele era a referência de bom moço solteiro por quem as meninas tinham uma super queda. Mas diferente do Sávio, ele era mais... como posso dizer? Agitado? Brincalhão? Festeiro?

Quem sou eu pra dizer qualquer coisa dele, já que a gente mal se via e mal se falava. Só sei que as fofocas da Keyla que não eram nada confiáveis. A única coisa que eu tenho conhecimento mesmo sobre o Pompeu é que ele não gostava de André. Eles não se bicavam. Então no meu conceito ele já tinha uma bela consideração.

— Com a minha camisa. Seria estranho se te desse a da organização, né? Iam te confundir.

— Mas... É a sua camisa.

— Que não tô usando. Você me devolve outro dia, sem problema. É só uma camisa. E aí você não perde a programação.

Maquino rapidamente sobre trocar a camisa, colocar a minha de molho na pia do banheiro mesmo, limpar, deixar secando e ficar com a camisa dele.

— Meu Deus, Pompeu, eu não sei nem o que dizer!

— Diz que sim e me acompanha.

Ele aponta para o saguão da faculdade e eu me vejo sem opção.

Bruno diz que me espera. E eu sigo o Pompeu, ainda surpresa, mas muito grata.

~;~

A camisa ficou enorme em mim, mas dei um jeitinho de adaptá-la ao meu corpo. Uns puxadinhos aqui, outros ali, nada que danificasse, claro. Sinto que foi uma ótima solução quando fui pro auditório e o ar-condicionado estava um gelo. Minha linda blusinha não ia dar conta.

Minha linda blusinha ainda estava molhada. Felizmente uma moça da limpeza me ajudou na tamanha mancha e deixou pra secar na área dos funcionários. Não sei quem poderia roubar uma blusa molhada de um banheiro aleatório, mas não quis correr o risco.

Me comprimo no assento do auditório enquanto espero meus amigos voltarem com o lanche. Fiquei pra guardar lugar. Mais sossegada, até deito um pouco na poltrona. Já tinha cumprido o que era pra cumprir – fiz minha apresentação e dividi um pôster com a Flávia. Graças a Deus que ela que levou o material, senão tinha sido atingido por aquele copão de goiaba.

Estou eu num casulo improvisado de bolsas em cima de mim em busca de calor, ou de pelo menos guardar um calor corporal nesse frio todo, quando vejo alguém descendo o corredor do auditório. Pela roupa, vejo que não é um monitor. Sim, eu ia pedir pra calibrar esse frio, mas não aparecia ninguém próximo a mim e eu que não queria sair do meu iglu pra isso.

— Ah, oi, Milena.

Era a Dani. Ela não estava na minha apresentação. Havíamos comentado um tempo atrás que seríamos plateia uma da outra, meio naquela vibe de fazer promessas que não eram promessas mesmo.

— Acho que você tá com frio também, né?

— Só tô. E não passa um monitor aqui.

Não tinha muita gente pelo local, a maioria espalhada pelo pátio ainda, onde eu deveria estar, mas por alguma razão, tive essa brilhante ideia de vir guardar lugar e aqui estou cheia de pastas, mochilas, bolsas.

— Ah, vou lá resolver. Um minutinho.

De fato, um minutinho. Daniela foi num pé e logo voltou no outro, e com ela o alívio do ar-condicionado. Se não fosse o amontanhado de coisas em cima de mim, eu teria abraçado ela. De verdade.

— Obrigada, Dani.

— Por nada. Eu sei como você fica um picolé. Vou te passar mais um calorzinho, tá? Só pra equilibrar a temperatura.

Então ela senta ao meu lado e se encosta no ombro. Sentia falta de nossa destrambelhada amizade, então não nego essa aproximação.

— Você foi muito bem – no pôster, digo. Vi quando cheguei. Só não pude ir na sua apresentação, desculpe. Tive que dar uma saída rápida pra encontrar um dos cara da banda.

— Ah, tudo bem. E como vai a banda?

— Sinceramente? Nem sei. Com as últimas provas e estresses, tive que me afastar um pouco. Ainda bem que um dos caras assumiu de vez o vocal.

— Você tá fora da banda?

— Não! Quer dizer... é temporário. Não sei. Eu... tive uns desentendimentos também. Só... não estou num bom momento, acho.

Fico sem ter o que dizer, porque agora temos limites.

— Sinto muito, Dani. Sei que a banda significa muito.

— É, mas sempre foi como algo alternativo, então... tenho que me concentrar na faculdade agora. Mudando de assunto, soube que o Murilo voltou.

Isso definitivamente equilibra minha temperatura.

— Voltou, graças a Deus. E eu voltei pra minha casa.

Voltei efetivamente ontem, segunda-feira, porque no final do domingo preferi deixar a casa pro Murilo e Aline enquanto eu arrumava minhas coisas na casa de Flávia, que se acostumava com a ideia de não me ver mais no quarto dela. Acabei nem indo pra aula ontem de tanta coisa que tinha pra arrumar.

— Fico muito fel...!

Nessa hora o Bruno aparece com a mão cheia de salgados e estanca no corredor. Eles ainda não se falavam. Sem jeito, ele tenta voltar com as coxinhas na mão.

— Eu... volto depois.

— Não, fica. Eu... me sento em outro lugar.

— Não, eu tenho que buscar o resto das coisas e o Gui tá me...

Eles ficam nesse impasse, eu calada. Bruno termina por me passar os salgados e sai sem dizer algo mais. Dani segue ele com o olhar e logo se endireita na poltrona.

— Sinto falta dele.

Com a mão cheia de coxinhas cheirosas, mal consigo pensar e sem querer deixo escapar:

— Vocês precisam conversar. Quer dizer, eu tô com fome e... Melhor eu comer.

— Não, tudo bem. Não é nenhuma mentira. A gente precisa conversar. Eu preciso conversar. Eu preciso falar coisas. Pra muita gente.

Algumas pessoas entram no auditório e, como estamos na parte alta, no fundão, é mais fácil de ver. São alunos conversando e assumindo alguns assentos mais lá embaixo. Permaneço mastigando minha coxinha e não digo nada a Dani.

Porque lembro de uma coisa que Iara me falou um tempo atrás, comparando o comportamento de Gui e Dani, sobre como a situação exige grande confiança, senão, grande maturidade. A gente ainda nem sabe direito o que fez ele mudar sua perspectiva. Um dia a gente tava brigando, depois se entendendo, depois brigando, e aí eu desisti, depois Gui apareceu na minha porta, e... sei lá, muitos altos e baixos. Por fim ele aceitou retrabalhar nossa amizade. Mas Dani? Tava uma ribanceira abaixo. Não havia altos e baixos, era só baixo, baixo, baixo. Chegou num momento que apenas parei, não ia ser mais plateia daquilo. Às vezes acho que há algo mais que ela não está contando, mas o que posso dizer sobre isso, se eu mesma não estou contando algumas coisas?

Mas aí lembro também do que Max me revelou no outro dia sobre Dani e o suco na Keyla. Embora fosse uma sensação forte de estar perdendo uma amizade, o fato era que ela estava só passando por mudanças. Mudanças necessárias, internas e externas.

— Tenho, inclusive, coisas pra dizer pra você.

Paro de mastigar e fico na dúvida se quero continuar essa conversa. Emendo:

— Tenho também uma coisa a dizer a você. Obrigada pelo suco na cara da Keyla.

Para minha surpresa, Dani se espanta e quase salta da cadeira.

— Você soube? Quer dizer, eu não... Não era pra ter reagido daquele jeito.

— Não, tudo bem. Eu quis quebrar a Keyla no meio pelo boato. Ainda quero, na verdade. Pelo menos quase ninguém mais acredita nas histórias dela.

Sem olhar pra algo específico, Dani parece inquieta e constrangida, algo tão incomum pra ela, mas que tem se tornado algo recorrente, percebo. Aquela ficha parecia cair e cair no lugar certo.

— É, tem isso. Eu sei que ela mereceu. É só que... Acho que foi quando eu realmente vi. Que ser agressiva não me levaria a nada, sabe? A Keyla não parou de inventar coisas e agora nutre uma raiva mortal de mim.

De cabeça baixa, ela amaina um pouco e eu continuo sem dizer qualquer coisa. Dessa vez eu não conseguiria mudar de assunto. Por mais que não queira lidar com isso no momento, sinto que ela precisa dizer o que tem pra dizer.

— E fico me perguntando se... se os outros também. Se você também. Pelas coisas que fiz. E teve algo que o Vini me disse uma vez também. Acho que não vale a pena lutar contra o que nem sei mais que tô lutando. E eu tô exausta disso. E ainda tem o Bruno nessa situação toda, essa exposição toda, como a história da viagem. Me sinto tão perdida. E aí me pergunto se...

Dani engole as palavras, um pouco chorosa, e nem consigo reagir direito. Até porque Flávia desce para nosso lado junto com Gui trazendo o restante das coisas, eles passam por nós, que estávamos na ponta da fileira. Por conta da interrupção, Dani disfarça e eu sigo o fluir da situação, redistribuindo os lanches entre a gente.

Acho que Dani se sente isolada, pois faz menção de se levantar, mas eu a seguro pelo braço, calma, em um silencioso pedido. Por mais que fosse uma situação estranha, queria que ficasse. Queria que ela não fosse acometida por tanta coisa, mas sei que não poderia impedir nada e que aquilo fazia parte da mudança. Era o que eu queria me apegar.

Ela ficou, quieta na ponta da fileira. Quando Bruno ressurgiu com Sávio, William e outros alunos da nossa instituição, só o Bruno veio pro nosso lado. O restante entrou pela fileira pelo outro lado, quando não, nas fileiras de trás ou da frente. Sem dizer coisa alguma enquanto passava por nossos pés, Bruno só entregou uma coxinha e suco à Dani e seguiu pegar seu lugar depois do Gui. Achei bonito da sua parte o gesto.

E achei bonito que a Flá escolheu o momento certo para chamar atenção de outra coisa quando Bruno passou por ela, mesmo que a referência fosse a mim e meu desastre de mais cedo. Ao menos diminuiu o climão.

— Ai de ti, Bruno se derrubar esse suco em mim.

— Acho que já temos gente o bastante cheirando a goiaba nesse recinto.

Por ironia de vida, os nossos sucos todos eram de goiaba. Eu já tinha até me acostumado com o cheiro que nem sentia mais. Não sei como a Dani não falou nada quando estávamos sozinhas.

Ainda rindo, Bruno complementa:

— Mas acho bom tu te preocupar com a próxima edição. É bom deixar uma roupa reserva pro caso de ser vítima.

Dani, que não tava entendendo nada, deixa escapulir enquanto mastiga:

— Vítima?

Flávia responde antes de morder de novo seu lanche:

— A Lena.

Eu ia complementar, mas o sacana do Gui se aproveita que tô de boca cheia e toma minha vez:

— Agora pergunta com a camisa de quem que ela tá.

Marcinha, que estava logo atrás, mete a cabeça entre mim e a Flávia e demonstra que estava ouvindo.

— Quem, gente?!

A essa altura, eu só tava aproveitando minha coxinha com suco mesmo. Talvez já estivesse começando a me divertir com aquilo. Depois de tantas emoções nos últimos dias, o que mais quero é sossegar o ritmo do meu coração.  

Bruno “arrebata” a questão se grudando no Gui pra a informação chegar na Marcinha e todo mundo ali que estava prestando atenção.

— O cara da bancada.

— O cara da bancada???

Um coro se faz com Dani, Marcinha, Ananda e outras cabeças ali pro nosso lado. Em outro momento, eu estaria mortificada; agora, gostava do suspense. Estava me sentindo mais normal ao meio da galera. Tomo um gole do meu suco e acompanho a novela. Gui, naquele seu jeitão sacana, torna a provocar.

— O cara da bancada da monitoria chamado Pompeu.

Novamente um coro se fez, desta vez com um “uuuh” vindo da galera das poltronas de trás. Marcinha, Ananda, Bia e outras meninas.

— Gente, é só uma camisa e que ele não tava usando. E eu precisando. E se bem me lembro, seguindo o filme Premonição, vocês são os próximos. Eu e a Dani já pagamos nosso mico.

Isso chacoalhou meus amigos e os distraíram do tópico. Lá na frente, alguns monitores terminavam de arrumar as coisas. Ver um dos palestrantes já no ponto de subir nos deu um alerta para amenizar os papos. Logo mais, Bruno passa uma sacolinha para colocarmos nossos copos e guardanapos, como uma lixeira improvisada. Olhei pra ele, que estava passando para toda a galera. Quando se sentou direito à poltrona novamente, viu que não era só eu de olho.

Por fim, disse:

— Eu já fui monitor, gente. Sou educado.

Taí outra pessoa que estava passando por suas mudanças e eu estava gostando muito disso.

~;~

Entro no carro num movimento rápido pela chuva que nem percebi que havia começado. Murilo, de celular no ouvido, anda um pouco devagar antes de entrar na avenida.

Fazia muito tempo que meu mano não me buscava assim. Fazia muito tempo que ele havia ficado fora de casa e eu ainda apreciava qualquer momento com ele. Observá-lo dirigir, suas expressões, a vida voltando aos trilhos, me era muito reconfortante. Então, sim, estava olhando para minha criaturinha enquanto ele dividia suas atenções entre o celular e o trânsito. Não que eu recomendasse a mistura, mas por conta da chuva, ele tinha encostado em um posto de gasolina, e assim estávamos mais seguros.

— Tudo bem. Me envia por e-mail que dou uma olhada. Ok. Até.

Meu irmão ainda fica com a cabeça longe, não sei se preocupado com algo. Talvez com o serviço atrasado? Oficialmente, suas férias ainda não tinham acabado. Com a cabeça em outro lugar, ele religa o carro e estamos de volta à avenida.

— Algum problema, maninho?

— Só umas burocracias que tenho que resolver. Mas me pareceu bom voltar.

Hoje ele passou no trabalho pra ver como tava o andamento de algumas coisas. Acho que era mais pra não ficar sozinho em casa mesmo. Se eu tivesse chamado ele pra ir no evento acadêmico, acho que ele iria, só pra ver gente, só pra passar o tempo. Por mais que fosse suas férias, Murilo não demonstrava empolgação. E acho que já cansou de ficar quieto.

— E talvez eu tenha mesmo que mudar de prédio. Preciso ver umas coisas, mas só quando voltar a trabalhar pra saber.

— A Aline também vai mudar?

— Ela já tá em processo de mudança. Armando também. Duas boas razões para eu ir junto.

— Então nosso sonho é possível!

Comemoro jogando os braços pra cima. Como Murilo virava o carro, minha bolsa e sacola rolam para meus pés. Me abaixo para ajeitar as coisas ao colo.

— Que sonho?

— Você, Aline e a Flávia trabalhando no mesmo local.

— Ela passou?

— Não te contei? Passou sim! Ela tava uma super pilha, agora se sente mais assegurada. Vai começar amanhã, inclusive. Era pra ter sido ontem, mas parece que houve um problema lá. Ela até se ofereceu pra ajudar, só preferiram organizar a zona primeiro. Você foi lá pra conhecer?

— Ainda não. Aline só me mostrou umas fotos e... por que estou sentindo um cheiro de goiaba?

Acho que pelo fato de eu ter amarrado as pontas do saco, onde estava minha blusa, e apertar para sair o ar abafado, o cheiro de goiaba ficou concentrado no carro.

— Ah. Tive um incidente mais cedo. Trombaram em mim, o copo de suco virou. Eu até ia pra casa, mas um amigo me emprestou uma camisa. O que foi uma mão na roda, porque eu tinha apresentação e Flá também ia me matar se eu deixasse ela sozinha com o pôster. Mas acho que ainda tem goiaba na minha calça.

— Vai ficar goiaba no meu carro?

Murilo fala um pouco implicante, quase como o Gui, mas no fundo eu sabia que não era sério assim.

— Talvez fique. Desculpa, maninho.

— Tudo bem. Eu vou colocar o carro pra lavar mesmo. Já jantou?

— Fiz só um lanche mais cedo. E você?

— Também não. Sabe o que estava desejando esses dias? Aqueles caldos que só a mamãe sabe fazer. Acho que a tia Letícia me acostumou mal.

Era a primeira coisa sobre a viagem em si que ele tinha dito desde sua volta. Confio que aos poucos viria, por isso não faço nenhum alarde, nem puxo conversa sobre isso. Só aproveito o gancho.

— Sei de um lugar que é uma maravilha. Fica perto da casa do Vini.

— Impressão minha ou isso é um plano para vê-lo?

— Isso é um “foi assim que descobri”. Mas se der pra vê-lo, por que não né?

Foi lá que me escorei em Filipe no dia que Murilo viajou com papai e será lá que vou esquentar o estômago do lado do meu irmãozão. Acho que era meu prêmio por ter sobrevivido a este dia.


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Notas finais do capítulo

Um baita prêmio que eu precisava, que eles precisavam, que vocês precisavam, TODO MUNDO PRECISAVA *só amores*



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