Não sei quanto tempo dormi, mas quando acordei estava disposta a fugir desta realidade, já tinha pensando muitas vezes em fugir, mas nunca tive coragem, mas o estupro foi a gota d'água, peguei as poucas roupas que tinha e sem pensar deixei minha casa, para nunca mais voltar.

Não sei que horas sai de casa, pois não tive tempo de olhar o relógio, o sol já estava se pondo, mas aquela era a minha decisão e não voltaria atrás com ela, já estáva fazendo muito frio, sorte que havia me preparado para o clima com uma blusa de frio azulada que havia ganhado de minha tia já falecida, não possuía muitas roupas, peguei algumas que tinha e usei minha mochila escolar que já estava muito acabada, já havia perdido toda a cor. Não sabia ao certo para onde estava indo, tentei encontrar um lugar seguro onde pudesse descansar e no dia seguinte encontrar um lugar fixo para morar.

Andei até meus pés doerem e encontrei uma praça vazia, era a única que me parecia mais segura, naquela noite não encontraria nada melhor, tentei me acomodar em um banco e usei minha mochila como um travesseiro improvisado.

Acordei sobressaltada, havia um homem, barbudo e de pele desgastada pelo sol, era um mendigo e murmurou algumas palavras, que eu não entendi, ao certo estava bêbado é confuso. Me levantei, não transparecendo meu medo, talvez isso o atiçaria, entretanto ele passou reto.

Estava com muita fome, mas percebi que não tinha dinheiro suficiente para comer e nem encontrar uma moradia, se ao menos encontrasse um emprego, mas quem aceitaria uma menor de idade sem qualificação anterior e sem responsáveis legais?!