Facção. Dos. Perdedores escrita por jonny gat


Capítulo 50
A tese.




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Considerando Carlitos Nuñez como um homem qualquer, ele então direcionou a outro homem qualquer a seguinte resposta: É porque Malark Butt estava certo.

Essa frase inteira composta por diversas orações e várias palavras, podendo ser transcrita de maneiras múltiplas sem que haja uma diferença de significado, gera diversas duvidas na cabeça de alguém que não esta acostumado com o andar desse enredo e ainda mais duvidas naqueles que não estão acostumado. Caso você, caro leitor, tiver decidido abrir o livro numa página aleatória antes mesmo de começar a ler verdadeiramente o livro e decidir ler a primeira frase desse capítulo, terá o seguinte pensamento: Então quer dizer que esse tal de Malark Butt estava errado.

Mas depois de ler a obra e chegando novamente a esse capítulo, perceberá que não houve um Malark Butt sequer na história e muito menos uma opinião ou teoria dada por esse ser até então indefinido para que esteja então errado. E não serão apenas aqueles que estão desacostumados ao enredo que começarão a pensar que merda é essa e então fecharão o livro, os acostumados ao enredo tem grande probabilidade de aceitar também essa ideia porque já estão acostumados com essas apresentações infames e cronologia completamente sem sentido algum. Como exemplo, temos o capítulo último e o penúltimo.

O penúltimo se dirigia à conclusão da história de Mormada Sparrow e a sua associação com a ABC Works, tendo como últimas frases menções de que Mario havia apertado o botão e voltado ao tempo. O último capítulo prosseguia uma linha temporal apresentada forma aleatoriamente capítulos atrás em que dizia como foi o sentimento do jovem Mario quando viajou primeiramente pelo espaço ou até mesmo pelo tempo. E esse capítulo está aqui para explicar o que realmente Mario é – tão temido pelos alienígenas encontrados no capítulo anterior a esse.

É perceptível que dificilmente os capítulos seguem a mesma linha de raciocínio e, se seguem, é por causa de uma única frase descrita nos últimos parágrafos do capítulo – fato que ocasionou o tema do capítulo último e do atual.

Como isso é tudo é realmente imprevisível, o narrador decidiu proclamar que esse capítulo poderá ou não poderá fazer parte da linha do raciocínio do último nessa obra descrito. Se houver alguma ligação com o anterior, será por causa de suas últimas frases – veja bem que o narrador não menciona se as últimas frases são desse capítulo que ainda estão para ser escritas ou a do capítulo anterior e muito menos menciona qual dessas frases é, entretanto todo esse mistério terminará assim quando a quinquagésima parte dessa obra estiver findada. Vamos chamar então esse capítulo de Capítulo Charada.

Se o caro leitor descobrir qual a resposta dessa charada – a ligação entre as histórias – não ganhará nada além de uma passagem de ida sem volta para o coração do autor. Mas, deixando isso de lado, é bom também deixar por escrito que essa charada na verdade não é nenhum grande mistério. Será descoberta assim quando a palavra-chave for lida.


Um jovem rapaz chamado Milleno Cumadre vivia com sua mãe e seu pai fora preso por agredi-la cruelmente durante toda a infância do jovem. Não sustentava a sua casa porque a própria mãe, toda noite, dizia-lhe “Meu filho, você sabe que o que dará dinheiro a você futuramente são os estudos, então deixe que a sua mãe que tanto apanhou na vida apanhe um pouco mais naquelas fábricas porcas e sujas”. O garoto sabia o quanto a mãe sofria. Queria poder ajudá-la, mas ela não deixava. Então o garoto fez de sua vida estudar loucamente no pobre colégio público localizado há algumas “ruas” naquela favela.

Era quase fora da comunidade que a escola se localizava. Do portão se olhasse um pouco mais longe avistava as grandes casas quadradas e que arranhavam os céus, e os pequenos blocos de metal que se arrastavam pelas ruas que se chamavam carros. Muitas crianças preferiam ficar ali mesmo sonhando em como era ser uma pessoa rica inclusa socioeconomicamente... Mas Milleno preferia correr por onde, porque se não o esforço de sua mãe seria em vão. Se ele não preferiria ficar à toa dia e noite, acabando-se em narcóticos ou copulando garotas de sua idade em bailes tão sujos como sua cidade? Não. Porque sua mãe não estava trabalhando quinze horas por dia para bancar um vagabundo.

O diferencial entre Milleno das outras crianças era claramente o interesse. Independentemente de sua faixa etária, de sua posição econômica ou se seu bairro era rico ou caro, Milleno conseguia responder perguntas que até mesmo pessoas mais ricas, mais velhas, mais cultas ou tudo isso junto, não conseguiriam responder. Assim como sua mãe esforçava-se o máximo para seguir aquela dura carga horária de trabalho, Milleno se esforçava enchendo o saco dos professores para chegar na tão desejada faculdade.

E foi um dos professores que mais simpático foi com Milleno, Roberto. Roberto via no garotinho ele mesmo ainda quando jovem. Não só na ideia de que os estudos mudariam sua vida, mas também no conceito de que o menino tinha um grande futuro assim como Roberto estava tendo.

Era um biólogo de primeira, ligado aos principais projetos e elaborava semanalmente uma dose de teorias que mudavam o conceito da humanidade do que era realmente a biologia. Os pilares dos ideais da evolução foram por ele refutados a partir dos estudos, e todos lhe tiravam o chapéu. Por que lecionava em escolas tão pobres, então? Porque ele sabia que era dali que novos Robertos sairiam, seja o Roberto matemático, engenheiro, farmacêutico, antropólogo... Sabia que seu trabalho era importante. Dificilmente recebia seu salário, baixo até, mas que o governo sempre dava um jeitinho de atrasá-lo ou até mesmo desaparecer com ele sem que nunca chegasse às mãos do biólogo. Mas a realidade era que não fazia isso pelo dinheiro. É verdade, era um homem de vida feita e lecionar era apenas um “hobby”. Podia muito bem ligar para a faculdade mais respeitada de todo o planeta e dizer-lhes “Quero dar aula amanhã para a turma X e no horário do almoço”. Os alunos aceitariam, ficariam sem almoçar apenas para assistir o show de aula que Roberto daria, e a faculdade se sentiria honrada.

Milleno não sabia que Roberto era tão importante assim, mas o respeitava assim como respeitava todos os professores – relacionamento aluno-professor difícil de existir em escolas públicas como aquela, onde a maioria dos alunos bagunçava a aula ou dormiam enquanto o homem explicava –, mas Roberto sabia que Milleno era importante, porque ele seria o futuro da sua ciência, seja lá qual ele escolhesse como curso em sua faculdade. Afinal, os burgueses se tornam políticos ou máquinas de trabalho como engenheiros civis que apenas existem para construírem casas, ou caso decidam dedicar-se às Ciências Humanas, tornam-se ainda mais alienados mesmo depois de terem descoberto toda a verdade – o dinheiro continua tapando-lhes a realidade. Produtivo para a humanidade eram essas crianças que faziam da escola suas vidas e se esforçavam ao máximo em sua disciplina favorita. Roberto não sabia a favorita de Milleno, que era História, mas sabia que futuramente Milleno seria tão importante como o biólogo era naqueles dias.


Roberto após conversar com Milleno – tirando algumas dúvidas, indicando alguns livros, debatendo as ideias de certos biólogos da antiguidade – foi a casa onde enfim percebeu uma coisa. Nada que tenha a ver com a história do rapazinho proletariado que se esforçava para ser alguém futuramente, mas uma ideia que realmente mudou o mundo. De fato. Estava trabalhando em um projeto há algumas semanas e não houve sequer avanço algum de sua parte, enquanto seus colegas muito já haviam digitado em seus computadores. A duvida de Roberto era se aquilo que pensava estava realmente certo.

Tudo o que havia escrito até então na área de biologia que foi publicado em livros e revistas era bem concreto e objetivo, nada tão subjetivo como o que pensava em relação a esse projeto. “A Origem da Vida”. Não que fosse de cunho religioso, mas Roberto DeFreire tinha uma opinião forte de que foi realmente um ser superior que fez com que houvesse luz e blablabla, mas não da forma mítica como os livros sagrados de cada religião descrevem, mas colocando física de verdade na coisa. Isso era como seu segredo, mas agora que havia aceitado esse projeto, tinha que dizer ao mundo o que achava.

Depois de que o projeto foi mandado ao meio acadêmico com quatro teorias diferentes escritas por Roberto Defreid, Malark Butt, Claire Fontaine e Tulio Maravilha; tudo, exatamente tudo que Roberto tinha escrito até agora foi esquecido para que então começassem a crucificá-lo pelo quão bizarra era sua teoria. Perdeu grande parte do respeito que tinha como biólogo e foi caçoado pelos seguintes quatro dias porque não aguentou e morreu em um acidente de trânsito. Como tributo do trabalho de Roberto pela biologia, foi feita uma homenagem lembrando-se de todos seus grandes trabalhos e argumentos ignorando completamente sua última teoria criacionista. Choraram e disseram para si mesmos no final da cerimônia “Meu deus, esse era cara demais... Nunca errou uma...”.

Não tardou para que voltassem a crucificá-lo no meio acadêmico por causa da ideia criacionista. Eram realmente poucos que acreditavam nas ideias de Roberto, que era completamente oposta a de Malark Butt que foi intitulado pelo meio acadêmico como a teoria mais próxima da origem da vida. Carlito Nuñez era um desses que acreditava em Roberto e recusava a ideia de Butt, apesar desse rapaz ser completamente alheio a toda essa história.

A Teoria de Malark Butt, 3028X.

Malark Butt afirmava que a superfície terrestre em tempos muito remotos, ainda no inicio da formação do planeta, era uma grande bola de erupções e poderosos raios solares.

Os gases que circulavam na atmosfera eram quase todos tóxicos para qualquer ser vivo conhecido pela humanidade até sua teoria ser criada – pois depois, bem depois, descobriu-se a Austrália – e a junção deles com o magma formava um suco orgânico formado por lipídios, proteínas, ácidos e sais. A partir dos impulsos de relâmpagos que caíam a cada segundo na superfície do planeta, ocorreu uma ligação química que juntou isso tudo e formou uma célula. Uma célula completamente bagunçada e a mais simples possível. Óbvio que isso foi um processo de milhões de anos, e Malark afirmava isso e sempre lembrava esse detalhe a cada parágrafo que escrevia dessa sua teoria.

Como não havia oxigênio disponível e muito menos matéria orgânica para que se alimentar, essa célula para gerar energia e sobreviver era anaeróbica e logo liberava o ácido lático. Reproduzindo-se a partir de mitose, a célula – julgada mais tarde como uma bactéria – formou vários desses mesmos organismos ainda alimentando-se a partir da fermentação. A disponibilidade da matéria orgânica liberada por essas mesmas células, o ácido lático, fez com que uma dessas bactérias que nascera de certa forma com uma mutação pudesse se alimentar livremente e aerobicamente. Obviamente que o narrador pouco sabe de biologia e por isso está tentando enrolar ao máximo o leitor, que já percebeu o déficit do narrador e está tentando entender que merda é essa já que ele aprende uma coisa completamente diferente no colégio.

Assim como Butt sempre dizia a cada parágrafo que esses eram processos de milhões de anos, o narrador quer lembrar que o seu mundinho não é o mesmo em que a história acontece – pode até ser, mas segundo as primeiras páginas dessa obra qualquer semelhança com a realidade é pura ironia do destino –, então isso pode significar que as leis da física não são idênticas nesse universo. Talvez por isso que as pessoas por aí não consigam controlar os raios ultravioletas, ou controlar os universos. Ah, que pena, o universo do narrador é muito mais divertido... Que pena...

A teoria foi muito bem aceita no meio acadêmico porque era bastante acreditável e alguns meses depois testes propuseram a mesma condição que estava a Terra e a partir de descargas elétricas realmente uma bactéria apareceu ali. O que talvez eles não soubessem é que essa bactéria estava anexada ao frasco de amônia acrescentado ali antes, logo foi dada como uma realidade – uma lei universal.

Malark Butt ganhou um prêmio Nobel da Biologia porque alguém errou no teste, não havia checado o equipamento antes de utilizá-lo e a sociedade acreditou e acredita até hoje nessa besteira.

A Teoria de Claire Fontaine, 3028X

Claire Fontaine era uma mulher que, como toda mulher, ainda era muito desrespeitada e subestimada no meio acadêmico naquele momento em que a humanidade ainda entendia que lugar de mulher é em casa enquanto o marido que está estudando e escrevendo sobre biologia. Entretanto os próprios valores foram alterados – Claire era lésbica e era sua esposa que estava em casa cuidando das crianças adotadas.

Sua teoria era um tanto quanto irreal comparada a de Malark Butt, apenas dava mais perguntas ao invés de dar à humanidade as respostas que esse projeto sobre a Origem da Vida tinha como proposta para as academias. Provavelmente caso não fosse uma teoria contemporânea à de Roberto Defreire, a bióloga seria incrivelmente ridicularizada porque no final essa teoria era apenas mais uma gama de perguntas. Era irônico porque a forma de apresentação de seu projeto era dado por perguntas e respostas, e as mais importantes questões que se formaram após o meio acadêmico ler a teoria de Claire fora completamente ignorada pelo seu manuscrito.

Por que era inviável na Terra gênese da vida?
Não havia resposta.

Como, então, a forma de vida alienígena e completamente primitiva tinha conseguido se anexar perfeitamente ao ambiente terrestre uma vez que não havia nenhuma forma de criação de vida no planeta? Isso não faz nenhum sentido, não é?
Sem resposta.

De onde veio esse cometa cheio de células primitivas unicelulares procariontes?
Não sei.

Como você então criou essa teoria?
Eu não sei.

Como era uma mulher, ninguém inicialmente a ridicularizaria até porque isso era o esperado de homens em relação às mulheres no meio acadêmico: teorias completamente sem sentidos e que apenas geravam perguntas a cabeça dos homens. “Amor, vamos transar?”, então a mulher não responde, e se responde é um “Não”. Então, havendo o silêncio, o homem se pergunta “???? HAN???? RESPONDE O QUE VOCÊ QUER????“, todavia se ela disser não o homem lembrará a teoria de que quando a mulher diz não quer dizer sim, mas como não quer magoar a sua mulher e não sabe se ela está realmente a fim de dar uma fugidinha, ele simplesmente ignora e vai dormir. Foi exatamente isso que essa teoria deu.

De inicio, como uma bela mulher, a teoria propôs esse tal cometa que vinha com células primitivas e todos pensaram MEU DEUS, COMO NUNCA PENSEI ISSO ANTES. Mas depois não houve explicação, e então todos dormiram durante a apresentação ou começaram a mexer em seus smartphones porque o joguinho do passarinho que nadava era muito mais interessante e tão sem sentido como a teoria de Claire.


A Teoria de Tulio Maravilha, 3028X.

Era um velho muito sem graça, mas muito respeitado porque já havia sido um dos mandachuvas da biologia em grandes faculdades que tinham grandes pesquisas. Era muito conservador e a sua teoria era o espelho disso. Defendia a abiogênese, ou seja, que a vida era formada a partir de matéria orgânica morta. Ou seja, pegue um pedaço de toscana e jogue em um quarto escuro, abra novamente a porta três dias depois e perceberá que haverá ratos, mosquitos e os mais diversos animais ali.

A conclusão de Tulio e de grande parte dos biólogos de sua geração, passada obviamente, era que eles surgiram a partir daquele pedaço de toscana. Não havia prova química e muito menos uma razão para isso, mas era o que parecia. Mas não, os mosquitos tinham entrado pela janela e os ratos adentraram no quarto a partir de uma rachadura na parede. Óbvio que ninguém nunca disse isso para Tulio. Porque o velho surtaria. Quase cento e vinte anos acreditando nisso e alguém subitamente diz o contrário.

Então disseram, apenas para não aborrecer o velho, que ele tinha a melhor teoria e o orador disse: “Parabéns Tulio, você é um exemplo a ser seguido para todos nós. Então é isso pessoal, o Tulio ganhou mais uma vez. Acabaram as duvidas, vamos para casa.” E então alguns fingiam que iam embora, outros apenas iam beber água e ao banheiro, e enquanto Tulio fazia a roda de sua cadeira de rodas girar, todos o aplaudiam falsamente. Parabéns Seu Tulio, você é sensacional. Mas era tudo uma farsa, assim que o velhote estava fora as pessoas voltavam do banheiro ou de beber água: estavam para ouvir a teoria mais caçoada na biologia de todos os tempos.

A Teoria de Roberto DeFreire, 3208X.

O manuscrito de Roberto será escrito por suas próprias palavras até porque é dele que esse capítulo realmente se trata.

Existe, para a humanidade até agora, duas formas de vida: A natureza e o ser humano. Seres irracionais e os seres racionais. Quanto mais o tempo passa, mais os seres evoluem. Dos peixes vieram os anfíbios, dos anfíbios vieram os répteis e as aves e os mamíferos. Do primata veio o homo sapiens: a única forma de vida racional conhecida no planeta Terra.

O que será que virá depois? É quase que impossível para que nós pensemos o que virá após os humanos. A cada dia usamos menos nossas unhas e mais nosso cérebro, e menos nosso corpo. Óbvio que mudanças climáticas e nas cadeias alimentares podem drasticamente mudar nosso comportamento, nosso estilo de vida e consequentemente como nós usamos todo o conjunto que é a nossa espécie – e posso acreditar que isso está próximo por causa do aquecimento global.

Dos seres racionais, o que vem? Seres mais racionais ainda? É possível analisarmos que a cada década o ser humano aprende a controlar mais e mais o universo. Antes apenas usávamos das frutas para o alimento, mas agora podemos escolher que fruta nós comeremos e a porcentagem que haverá de açúcares nessa mesma fruta. Podemos escolher a cor, o sabor, o código genético todo da fruta está em nossas mãos. E esse é apenas um desses exemplos.

Se o ser humano nascesse com uma deficiência visual, apenas ignorávamos porque o homem pré-histórico pouco sabia o que é ver. Se hoje em dia você nascer míope, faremos um aparelho chamado óculos que te ajudará a enxergar completamente. Se você nascer cego, podemos operá-lo e o faremos ver o oceano pela primeira vez. É simples de entender. Entretanto nós, seres humanos, homo homo sapiens, ainda não conseguimos dominar completamente nem o universo nem o nosso corpo. Há doenças que ainda não tem cura e nem tratamento, há doenças que ainda não conhecemos, há um inteiro universo que ainda não conhecemos e estamos para conhecer. E esse processo levará milhões de anos.

E esses milhões de anos que levará para aprendermos a controlar o universo é o mesmo milhão de anos que demorou para que os peixes se tornarem anfíbios, que se tornaram répteis e assim se segue a “linha” da evolução. Essa é a evolução que a humanidade sofrerá e que nada, além da extinção, pode impedir. Se há uma evolução, o que podemos dizer que nós tornaremos? O que é um deus além do que um ser que pode controlar o universo ao seu redor completamente? Talvez não porque o criou, mas porque viveu por milhões de anos estudando-o e juntando conteúdo finalmente descobriu como que o mesmo funciona.

E se já houve em épocas passadas outra civilização humana no mesmo planeta Terra? Óbvio que não haveria fósseis e realmente não há, pois supondo que já existira, fora há uma quantidade grande de anos. E se essa civilização humana não tenha existido no planeta Terra que conhecemos, que ele tenha vindo de um outro planeta mais velho, ou que tenha vindo de uma outra dimensão, e se o universo tem mais idade do que supomos? E se já havia universo antes do Big Bang? E se o Big Bang é mentira?

Não é possível responder questões como a Origem da Vida uma vez que para que ela foi fortemente influenciada pelas outras questões como a Origem do Universo. E são várias outras questões. A teoria de Paulinho. A teoria de Mendeleev. A teoria de César. Muitas delas que se tornaram lei universal sem que haja uma prova concreta de que foi exatamente isso que aconteceu, até porque apenas podemos encontrar respostas desse cunho fisioquímico viajando vários anos atrás, para quando aconteceu o suposto Big Bang.

O que posso afirmar é que o universo pode nunca ter tido uma origem propriamente dita pelo sentido mais primordial e primitivo da palavra. Pode ser que ele sempre tenha existido, e é o que melhor se pode concluir uma vez que há a dependência dos outros ramos acadêmicos ainda incompletos. Não só o melhor, mas também o mais óbvio. Se não descobrimos a origem do universo, é porque somos burros demais ou porque realmente não houve uma criação do universo.

Logo, o universo é mais antigo do que podemos pensar e também leva-nos a outra reflexão.

E se já houve uma raça tão avançada geneticamente como a nossa? E que algum fenômeno catastrófico – o que nós estamos familiarizados no meio acadêmico, eras do gelo, meteoros que extinguem espécies por completo, terremotos que praticamente descaracterizam o relevo da terra – e então para se adaptar ao meio os sobreviventes tenham que se adaptar ao meio? Ou talvez uma mutação tenha feito o ser sobrevivido a essa catástrofe e então para a sobrevivência desse ser, dos seus filhos, de seus netos, cada uma dessas gerações ou quem sabe algumas delas tenham desenvolvido essa mesma mutação ou gerado outras, que ajudaram a serem selecionados, fazendo-os sobreviver. Entretanto, essa mutação estava tornando seus organismos cada vez mais primitivos e se tornaram então novamente bactérias.

Mas e se não eram como nós, seres humanos, mas eram mais evoluídos. E se eram como deuses? Mas então, como deuses foram atingidos por esses eventos catastróficos? Não sei, mas por mais produtivos que sejamos em nossas ciências não podemos prever tudo. Até porque o destino é irônico. Por fim, é tudo uma grande filosofia. Nada posso afirmar, poderia escrever qualquer coisa que PODE TER gerado a vida no nosso planeta, entretanto meu trabalho aqui é afirmar.


O narrador duvida que o leitor tenha sacado a ideia desse capítulo, logo decidiu colocar um trecho de uma poesia Realista Albuquerqueania de 1200x para ilustrar um pouco mais essa história, iluminando assim a cabecinha do leitor.


Mario é um Deus. Todo deus é imortal. Mario é mortal. Mario não é homem.
Logo, Mario é um Deus mas não é imortal. Logo, Mario não é um deus.
Mas também Mario não é um homem porque é um Deus.
Então Mario é o que está entre o homem e o Deus.

E foi isso, não com essas palavras ou da mesma forma que isso foi apresentado nesse capítulo, que Mario conheceu quem realmente era. Não acreditou, porque para ele tudo isso ainda passava de um sonho. Não havia caído a ficha e nem cairia, mas tinha que cair porque havia ainda muito mais para descobrir.


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