Facção. Dos. Perdedores escrita por jonny gat


Capítulo 38
O início da humanidade.




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Os homens de Urão, como próprios se denominavam, eram um povo de certa forma nômade. Não completamente, pois não podiam sair do arquipélago pela falta de qualquer tipo de meio de navegação, logo vagavam pelo território que chamavam de Urão. O clima era frio no inferno e na primavera, enquanto no outono e no verão havia um sol fraco. Os homens prezavam o seu conhecimento em sobrevivência, porque a natureza era vasta naquele local. Apesar de grandes florestas e longas montanhas, com um relevo acidentado em grande parte e poucas planícies e planaltos, os não viviam primitivamente como índios.

Creio que seja necessário voltar ainda mais ao tempo, em eras ancestrais e cujas histórias não estão anotadas nos livros de história. Apesar de Mario ter visto alguns dos fatos anotados aqui não será passada a visão dele, pois esse capítulo será tratado grande parte como um grande livro de história ou uma enciclopédia – baseando-se em fatos comprovados a partir da arqueologia. Mario não influenciou nada na época e nem participou efetivamente de tudo que estava por mim.

Um povo nômade no extremo Norte de Caraspattio foi fundado há aproximadamente três mil anos atrás dos homens de Urão terem migrado para o atual Urão Vilalês. Chamavam-se Guiles, apesar dos povos bárbaros conhecerem-nos como Sauliões. Tinham como agricultura o plantio de cereais durante o verão, não tinham nenhuma espécie de moeda e foi uma das primeiras civilizações a utilizar a escrita apesar da maioria do povo ser analfabeto. Era utilizada de grande parte para a gozação dos nobres em poemas e em músicas, além do teatro. O clima era bastante frio e os cidadãos moravam em iglus e outros em cavernas que, a partir de trabalho assalariado, foram expandidas. Não havia burguesia uma vez que não havia nenhuma espécie de propriedade privada, além de suas terras que nada mais serviam do que para a subsistência.

Como três das estações naquela região eram caracterizadas por um frio rigoroso, os Guiles não saiam muito de suas casas nas cavernas – cada família tinha seu espaço – enquanto a família real morava em um grande monte distante das cavernas ou dos iglus, em um lugar que pudessem observar todo o pequeno território que passava congelado por grande parte do ano em uma montanha com um clima rigorosamente frio. Mas por que deixar a família real tão distante do povo? Era muito comum a invasão bárbara naquelas regiões de planície congelada e não havia nenhuma força militar na região, então o rei escondia-se em seu castelo não tão grande assim comparado ao das outras civilizações que viviam simultaneamente na época, mas estava seguro, pois não havia rota para subir as montanhas que não fosse vigiada pelos seus homens. E, além disso, não tinha como bárbaros passarem pelas muralhas do castelo, também vigiadas.

O que fazia do rei o rei? Além de uma figura simbólica para os cidadãos, era para ele que 30% da agricultura era dada como impostos durante o verão. O solo era fértil, apesar do clima desagradável para plantio por boa parte do ano, e isso era intensamente aproveitado durante a estação de calor.

Era um reino um tanto desprotegido e inseguro, focado na subsistência e sem nenhuma força militar. Não foi de se surpreender que o reino foi invadido pelos Bolandos, império que hoje é um país e que perdeu seus territórios mais tarde para os Cesarianos que perderam seu território para outros países também – esses que perderam inclusive sua capital imperial e apenas ficaram com pequenas colônias. Enfim, antes que os Bolandos pudessem finalizar o Reino Guiles matando o rei com todo esse épico da coisa, o rei partiu para o oceano e o General Apolenão de Bolândia ficou a ver velas.

O rei Richard III fugiu com sua esposa, filhos e corte real. O destino era um território de um primo, Conde de Bangfield do falecido Império de Samara. Richard viveu como membro do conselho uma vez que era um homem de confiança do Conde – grande influência para o Imperador Xerxes. Richard morreu aos 90 anos, pouco antes da ofensiva Bolandesa contra o Império de Samara em 2870 Antes da Eletricidade. Seu filho, Richard IV, fora enviado pelo Imperador Xerxes II para governar uma pequena colônia no extremo Norte do que mais tarde foi conhecido como Urão anos antes do seu império ter sido dizimado, passando então o sangue de Richard para o território.

Uma vez que os Bolandos cansaram de ficar pegando e pegando território dos outros e se voltaram para a ciência ao invés do militar, Richard viveu felizmente no Nova Samara. Não havia metrópole logo a produção era de subsistência. O solo não era muito bom em certos territórios, mas pelas vastas florestas e pela grande quantidade de matéria prima, os homens conseguiram viver tranquilamente até que um dia descobriram vida humana no meio das florestas de tanga. AI MEU DEUS ISSO É ULTRAJE PARA A EXISTÊNCIA HUMANA ESSES CARAS VIVENDO ASSIM PRIMITIVAMENTE, MEU DEUSS... MATA CLÃ. Então destruíram os índios.

Dominaram uma pequena tribo que vivia em uma região árida na região oeste da ilha e estavam para pegar toda a ilha. Porém uma guerra civil começou quando o Conde de Golior teve uma discussão séria com o rei Richard VI. Como Golior era o maior forte militar de Nova Samara e tinha o apoio daquele povoadinho que pegaram na região árida – porque prometia sua independência em relação à Nova Samara. O Conde derrotou Richard VI e exilou seu filho Richard VII para Ubiratã.

Aquela tribozinha não foi libertada, mas como o Conde não dava nenhuma singela foda para eles e seu territoriozinho de merda, eles deram alguns passos a mais para o sul e fundaram o que foi conhecido como Urão, em grandes florestas. Levaram junto com eles homens que eram contra os interesses de Golior, em 2567 A.E.

Nos primeiros anos os homens de Urão eram muito desordenados. Seus interesses político-econômicos eram distantes – uma vez que a moeda aparecera simultaneamente à que do Império de Samara. Como não tinham muito a quem decorrer, um Conde que esteve contra o Conde Golior durante a guerra civil escreveu uma carta e mandou alguns homens em seus navios para que trouxessem Golior de volta para a ilha que uma vez seu pai governou. Richard VII passou 30 anos em uma prisão e tinha ideias muito diferentes em relação aos seus antepassados sobre economia e política. Às vezes se diz que a cadeia faz das pessoas malucas ou parte da cadeia, no caso de Richard VII foi a primeira opção.

Richard VII fundou então a primeira noção que a história pôde ter do que seria mais tarde o comunismo. Sublacionismo era como se chamava. Não era um império, um reinado e muito menos uma república. Os homens de Urão viviam no que era chamado de Acladeíse.

A Acladeíse era o projeto da escolha de quatro governantes, um para cada região do pequeno território Urão até então. O conde que chamara Richard de volta à ilha – chamado Barsauls –, Richard VII e dois representantes da antiga tribo que andava pelo território árido. Tinham ações de certa forma pró-nacionalistas e não gostavam muito das outras civilizações, em geral. Richard morrera e como não havia herdeiro homem quem assumiu foi outro descendente da antiga tribo, que desde a criação de Urão tinham diferentes interesses em relação aos homens que se exilaram de Nova Samara. Com três homens de Urão e apenas um acladeto direitista, a Acladeíse de certa forma não estava de igual para igual. O acladeto de origens samarense não era mais Barsauls e sim seu filho Afilieu.

Afilieu caía facilmente no papo dos outros acladetos e aceitava as decisões dele, mesmo sendo antagônicas a sua opinião.

A sociedade em geral era separada entre os ex-samarense e os descendentes da antiga tribo tinham culturas diferentes e viviam em territórios separados. O fato era que havia um território dos exilados de Nova Samara que era representado por um dos descendentes da tribo. A figura desse homem que não compartilhava a mesma cultura da população ex-samarense e certas atitudes políticas nessa região não agradaram muito a população que declarou, junto a Afilieu, guerra contra os descendentes. Mas foram os atacados que ganharam essa guerra, pois tiveram ajuda de Nova Samara que eram contra não ao Acladeto Uranês, mas contra os interesses dos que se exilaram de seu território.

Então Urão finalmente teve uma única religião, uma única língua e uma única moeda. Foi então que tomaram medidas de expansão territorial, junto às de crescimento militar. Para Samara aquilo apenas poderia significar que estavam se preparando para ir contra ela durante os 300 anos que os Urões se fortaleceram, uma vez que toda a ilha se certa parte não era de território de Nova Samara, era Uranês.

Em 2550, Nova Samara estava sofrendo com as invasões Cesarianas em colônias no Norte do que hoje seria Caraspattio. Com a força militar completamente voltada para esse conflito, Urão foi de mansinho chegando cada vez mais perto. Quando atacaram, os soldados Urões invadiram a capital e queimaram o Grande Palácio de Solari, onde estava o rei. O território foi aderido e tornou-se Nova Samara outra parte de Urão.


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