Logo após o surto de James, Lily e Hugo foram para a sala, seguidos por Alvo e Scorpius. Ficaram lá assistindo um filme trouxa, agora com a companhia de Harry e Gina.

Alvo levantou-se se dirigindo ao banheiro, mas quase teve um ataque cardíaco quando a campainha tocou. Ele olhou para o relógio 00:45, “quem seria essa hora?” pensou o garoto. Ele olhou no “olho mágico”, e fora de sua casa se encontrava Rose Weasley. Alvo abriu a porta rapidamente.

–Rose? – A garota estava com a cabeça baixa, mas quando o primo a chamou ela rapidamente a levantou, mostrando os olhos vermelhos, e as lágrimas que caiam sobre sua face. –O que aconteceu?! – Perguntou ele assustado.

Mas a garota apenas o abraçou, fortemente. E ele a retribui.

–Foi horrível Alvo, horrível!! – Ela chorava e tremia ao mesmo tempo. – Eu tenho nojo de mim mesma.

–Ei... Ei... Calma, não fale essas coisas Rose. – Falou ele acariciando os cabelos da garota, enquanto ela molhava todo seu ombro com lágrimas. – Você é incrível.

–Não, eu não sou. Nunca fui... – Então ela o soltou, e deparou-se com os olhos verdes brilhantes do garoto. Mas logo baixou o olhar, percebendo assim, que Alvo estava sem camisa, apenas com uma calça de moletom. Rose ficou pior que seus cabelos. Ele ignorou o vermelhão da prima e perguntou novamente.

–O que aconteceu com você? – Vendo os olhos da garota se encherem de lágrimas novamente.

–Eu briguei com minha mãe... – Ela deixou um lagrima cair, Alvo estranhou.

–Tá mas... Precisa chorar por causa disso? – Talvez o garoto tivesse herdado o coração duro de seu tio Ron. Rose revirou os olhos, mas ela ignorou a frase do primo.

–Ela falou que não tinha orgulho de mim, Alvo. – Falou com a voz tremula. – Eu sempre dei o melhor de mim, me esforcei todos esses anos para tirar boas notas... Para ela me dizer isso agora? O que tem de errado comigo, Alvo? – Ela baixou a cabeça e encarou o chão.

–Rose...- Ele começou com a voz rouca. De alguma forma ele estava espantado. Vendo que a garota não o olharia, colocou sua mão no queixo da prima, a fazendo o encarar. –Não há nada de errado com você... Você é incrível do jeito que é... – Outra lágrima solitária desceu dos olhos da garota, agora as mãos de Alvo seguravam o rosto da ruiva. – Não chore, por uma pessoa que não mereça seu sofrimento... Mesmo que essa pessoa seja sua mãe.

–Porque dói tanto? – Ela perguntou.

–Porque você não esperava ouvir isso dela... – Rose sorriu. – Gosto de te ver sorrir, então não chore mais...

–Obrigada, Alvo. Eu fiquei sem chão... – Ele a abraçou, e ela apenas sentiu o calor do corpo do garoto.

–Vem, vamos lá para a sala... – Ele a puxou pela mão. – Lá está quentinho... E você está pior que um cubo de gelo, prima.

Quando entraram na sala, todos ali presentes o encaram. Gina logo percebendo o rosto inchado da sobrinha, foi até ela.

–Rose, querida, o que aconteceu? – Ela lhe deu um abraço apertado.- Meu Mérlin, está nevando lá fora e você com esse casaquinho de lã. – Rose sorriu, pela preocupação da tia. Seus olhos forram para Hugo, que a encarava, com Lily deitada em seu colo, dormindo, enquanto ele fazia carinho no cabelo da ruiva.

–Rose... Está tudo bem? – Ele perguntou do sofá.

–Depois conversamos, Hugo. – Ela sorriu, mas ele ficara bastante preocupado.

–Rose, sente-se aqui... – Gina falou apontando para o sofá, onde Scorpius estava sentado, a encarando firmemente. – Que eu vou lá no quarto de Lily, pegar uma roupa quentinha para você. – Rose se encaminhou para o sofá de dois lugares, onde Scorpius estava sentado.

Minutos depois Gina voltara com um moletom, que Rose julgou ser de James não de Lily, pois o moletom era enorme.

–Tome querida, é do James, mas quem usa é a Lily, ela diz ser confortável e quentinho, então use-o. – Rose pegou o blusão e sussurrou um obrigado a Gina, que sorriu. Gina olhou para o marido, que estava quase caindo no sono. – Harry, acho melhor nós irmos deitar... – Ela ajudou Harry a se levantar, pois ele ainda estava sonolento. – Boa noite crianças... – Gina falou, e logo depois sumiu junto a Harry.

Logo depois que eles subiram, todos voltaram a atenção ao filme. De repente Lily acorda, quase com um pulo. Todos a olham assustados. Lily olha para Hugo.:

–Hugo, eu quero uma pizza? – Todos riram, Hugo a olhou incrédulo.

–Pizza, Lilian? A uma e pouco da manhã?

–É. – Ela fala normalmente.

–Tudo bem, eu vou lá preparar... –Hugo falou entediado. Alvo e Scorpius riram.

–Está no congelador. – Lily falou. E de repente ela viu Rose. – Rose, o que esta fazendo aqui? Pensei que só viria amanhã.

–Aconteceu umas coisas em casa, Lily... Depois conversamos! –Lily assentiu.

Passou-se alguns minutos, e Hugo voltara com a bandeja de pizza.

–Pensei, que estava colocando fogo na cozinha, Hugo, com essa demora. – Lily brincou.

–Há há, olhem só como ela é engraçada gente... – Ele começou a dar uns beijinhos no pescoço de Lily, e fazer cocegas, a garota ria sem parar.

–Para... Hugo... – Ela falava tentando recuperar o folego. Então ele parou. E ela deu um rápido beijo nele antes de pegar uma fatia de pizza.

Voltaram a assistir o filme. Conforme o tempo ia passando, eles ficavam mais cansados e acabaram adormecendo ali na sala mesmo.

Rose abriu os olhos lentamente, e sentiu sua garganta seca, ela percebeu que a TV ainda estava ligada, tentou levantar-se mas algo envolvia sua cintura. Olhou para o lado e ali se encontrava Scorpius, e o “algo” era nada mais que a mão do loiro. Rapidamente as suas bochechas começaram a ficar vermelhas. Tirou cuidadosamente a mão dele de si, e levantou-se, desligou a TV e foi em direção a cozinha.

Pegou um copo e o encheu de água, ela olhou pela janela, que havia na cozinha. A paisagem lá fora, estava linda. Abriu a porta, que dava da cozinha para o quintal, os flocos de neve caiam lentamente do céu. A ruiva abriu os braços e rodeou-se, de certa forma ela estava feliz. O vento frio batia em seu rosto, fazendo seus fios de cabelo esvoaçarem. Porém ela se desequilibrou e "caiu", ela não sabe como mas Scorpius estava atrás dela, e ele a segurou.

–Você deveria cuidar por onde anda Weasley! – Ele falou com sua doce arrogância, talvez fosse isso que Rose adorava tanto no loiro.

–Você tinha duas opções, Malfoy, me segurar ou me deixar cair... E escolheu a primeira, então não me culpe. – Ela falou ao mesmo tom que ele. Scorpius endireitou Rose, a fazendo ficar de pé novamente. – Mas mesmo assim obrigada. – Ele sorriu cinicamente. Um silêncio se instalou sobre os dois. Mas ele o quebrou.

–Porque você me odeia? – Ele perguntou rouco, olhando para o chão.

–O fato de você me irritar, me fazer quase perder a cabeça e falar só merda... – Ele riu com a última opção. - Não significa que eu te odeie, Malfoy. Agora você já não pode falar o mesmo, não é...

–O quê? Eu nunca disse que te odiava! Não que eu me lembre... – Ele falou convincente.

–Ah não? Deixa eu te relembrar então, foi no segundo ano, e você disse que tinha nojo de mim por eu ser uma Weasley, e que nunca faria um trabalho de aula comigo, por causa disso... Porque o professor queria colocar nós dois em dupla... Você me constrangeu na frente de todos, e no final falou que me odiava. – Ela sorriu em arrogância e ele arqueou a sobrancelha.

–Okay eu retiro o que eu disse... Mas você deu importância aquilo?

–Óbvio, que não né! – Ela revirou os olhos.

–Então porque ainda se lembra? – Ele a pegou de surpresa nessa pergunta. Mais uma vez o silêncio se instalou sobre os dois. Rose encarou o chão. -Admita Rose... – Ouvir Scorpius a chamando pelo nome foi um tanto assustador, mas ela deixou quieto.

–Admitir o que Malfoy? – Ela perguntou como se não estivesse entendendo nada. E não estava.

–Admitir que desde que você me viu pela primeira vez na plataforma... Não parou de pensar em mim um segundo... – Ele estava certo, porém o orgulho de Rose interferiu.

–Há, ta bom. Porque eu perderia meu tempo, pensando em uma doninha albina feito você? – Ela falou cruzando os braços e batendo o pé.

–Porque você se faz de difícil? Porque tenta esconder as coisas que sente?

–Porque quer saber?

–Porque... Talvez eu me importe com você... – Ele falou em sussurro.

–Hã? Desde quando?

–Desde que parei de dar importância para o que meu pai dizia. – Rose ficou feito uma estátua, e não falou nada apenas o olhou. Ele levantou o rosto e a olhou também. – Eu não tenho nojo de você, nunca tive. – Ele falava tudo em sussurro, vendo os olhos da garota se encherem de lágrimas, mas ela as segurava, e ele prosseguiu. – Eu cansei Rose, cansei de brigar com você, de te ofender... Eu cansei de esconder o que eu sinto, cansei de ser uma pessoa que não sou.

–E quem é você? – Ela perguntou com a voz tremula.

–Eu sou aquele que esta perdidamente apaixonado por você, Weasley! – Então uma lágrima desceu pelo rosto da garota. Ele com seu polegar limpou-a. Scorpius passou o dedo pelo lábio da ruiva, e foi se aproximando da garota. Porém ela desviou-se.

–Porque você mente tanto? – Ela o encarou, e ele a olhou incrédulo.

–Quê? Você está maluca garota, ouviu o que eu acabei de dizer? –Vendo que ela não falaria nada, ele virou-se, com a intenção de entrar em casa. – Ah deixe para lá.

–Malfoy?! – Ele não se virou, apenas ficou parado, de costas para a garota.

E como se o mundo fosse acabar, Rose correu até o garoto, pegou no ombro do loiro e o virou para si, eles se encaram por uns segundos, e Rose fez o que estava querendo fazer a um bom tempo. Ela o beijou. Foi como se todas tristezas do mundo houvessem acabado, e o que importava no momento era o amor que ambos sentiam um pelo outro.

Personagem:

Longan Lerman as Albus Severus Potter: