"LEIAM AS NOTAS INICIAIS E FINAIS"

Já estou no meu nono mês de gestação, estou uma bolota, nem vejo mais meus pés por causa da grande barriga, não vejo a hora de ver o rostinho lindo de minha bebê. Peeta e eu decidimos escolher seu nome quando a virmos, para ver qual que combina mais.

Hoje é o grande dia esperado por Effie e Haymitch, depois do jantar em sua casa há dois meses atrás, Effie pediu para eu e Peeta sermos padrinhos de seu casamento, e Effie convidou Peeta para que entrasse com ela; ele disse que ficou muito feliz com o convite e aceitou. Ajudei no que eu pude nos preparativos, no que a gravidez deixou eu fazer.

Vou ajudar Effie a se arrumar, já que ela me pediu para fazer uma maquiagem bem simples- estranho quando se trata de Effie, mas ela mudou muito- e um penteado simples também, até porque admito que seu vestido não é nada simples, pelo contrário é chamativo de mais. Effie ficou de vir em casa já que seu vestido tive que deixar aqui porque Haymitch tentou ver como era, então disse para ela se arrumar aqui, que também é mais fácil pra mim; e Peeta foi para a casa de Haymitch.

Acordei super animada, mas minha animação diminuiu quando estava indo pegar as coisas pra arrumar a noiva e senti umas dores em minha barriga, me recompus e fui para a sala esperar dona Effie que estava atrasada.

Dez minutos depois a campainha toca e vou atender, mal abro a porta e Effie já começa com suas desculpas:

– Perdoe Katniss, deu um problema com a decoração e eu tive que ir resolver, sabe como sou.. nada pode dar errado...

– Calma, está tudo bem – interrompo Effie, se não ela não vai parar de tagarelar- Entre, e vamos tomar um café e relaxar um pouco, ok?

– Ok.. Estou tão nervosa

– Eu te entendo, mas fique calma que tudo vai dar certo. – Nisso sinto uma pontada muito forte e me curvo um pouco para ver se passa. Ao voltar vejo que Effie me encara com uma expressão de preocupada. – Não foi nada, hoje a mocinha aqui está agitada, só isso. – E tento dar um sorriso pra mostrar que estou mesmo bem; mesmo não sendo verdade. Mas sinto que acabo de fazer uma careta

– Certeza? Olha não quero que passe mal por estar exagerando nas coisas, seu médico disse que não pode fazer esforço

– Eu estou bem mesmo ta

– Ok, então vamos ao que interessa. Temos pouco tempo

– Va indo tomar um banho tranquilo Effie, que eu vou separar as coisas pra te arrumar

– Ta bom. – Effie sobe as escadas rumo ao banheiro de hóspedes e eu vou pegar minhas coisas e levar para o quarto antigo de minha mãe, onde vou arrumar Effie. A caixa de grampos cai e tento pegar me abaixando de um jeito para não cair e nem me machucar, mas ao fazer isso sinto outra dor, essa veio mais rápida e forte. Me levanto e sento na cama até a dor esperar; nisso Effie entra com seu hob rosa choque e se dirigindo a cadeira para começarmos. Ela percebe que não me mexo e vai até a cama:

– Katniss está tudo bem mesmo? Essa é segunda vez que te vejo assim..

– Eu disse que estou bem, eu fui pegar a caixa de grampos do chão e não foi uma boa ideia só isso Effie, fique tranquila que estou bem

– Ai Katniss só estou preocupada, mas se você diz então vamos começar

Passamos a tarde inteira conversando sobre tudo enquanto Effie ficava sentada e eu fazendo minhas obras de arte nela e mesmo assim as dores não passavam, então comecei a cronometrar e elas vinham a cada um hora ou duas. Terminei com Effie e fui me arrumar afinal faltava só três horas pro casamento e eu nem tinha começado me arrumar. Terminei de me arrumar e Effie veio até mim para me ajudar a descer as escadas e esperar o carro vir nos buscar. As dores estavam mais intensas e mais frequentes, com intervalos de 45/30 minutos, estava ficando preocupada, mas mesmo assim não disse nada pra ninguém, afinal hoje é dia de Effie e Haymitch, não quero que nada de errado também.

O carro que nos levaria a igreja chegou cinco minutos atrasados, Effie estava quase tendo um treco. Entramos no carro e o motorista pisou fundo no acelerador para chegarmos bem menos atrasadas.

Desci, falei brevemente com Peeta e fui ao meu lugar no altar, para esperar começar a cerimonia. Dava para ver que Haymitch estava prestes a ter um colapso, então resolvo falar com ele antes de começar

– Hey, fique tranquilo, ela não vai sumir e te deixar aqui, ela só está esperando para começar, relaxe..

– Eu sei lindinha, mas mesmo assim, nunca me imaginei casando prestes a criar uma família, mesmo que já esteja um pouco tarde, isso não é tão meu tipo. Mas por essa mulher eu faço qualquer coisa, sou louco por ela. – Nesse instante os músicos começam a tocar a música para Effie entrar; volto para meu lugar e Haymitch se prepara para receber Effie. – Agora é a hora – ouço ele dizer assim que as portas se abrem e aparece uma Effie já chorosa, e um Peeta lindo de mais e segurando muito bem Effie para que ela não caia.

A cerimonia estava indo muito bem, até as dores começarem a ser em 5 em 5 minutos, a cada dor eu apertava o braço de Peeta e o mesmo me lançava um olhar de preocupado, mas sempre fazia que não era nada com a cabeça.

Tento voltar minha atenção aos noivos

– Eu Haymitch, te aceito Effie como minha esposa, para amar-te, respeitar-te, na alegria.... – nisso sinto uma dor insportavel e não me contenho e grito o mais forte que consigo, me esquecendo até onde estou

– AAAAAAAAAIIIIII- me curvo e seguro minha barriga como forma de me proteger. Todos param e olham pra mim e eu grito de novo – AAAAAAAHH – me viro pra Peeta pra ele me ajudar, mas não dá tempo, tudo fica escuro sinto que vou cair no abismo e não me lembro de nada mais.

Abro um pouco os olhos e vejo que estou em um quarto branco e já deduzo que estou no hospital , olho para o lado e vejo Peeta encostado na poltrona, quando seus olhos encontram-se com os meus ele vem até a cama e passa sua mão pelo meus cabelos

– Oi, que susto Kat, quase tive um treco quando vi você desmaiando, porque não me contou que estava com dores, Effie me disse que você passou o dia inteiro de contorcendo de dor e sempre dizia que não era nada..

– Oi, me desculpa, não contei porque não queria estragar o grande dia de Effie, e não achei que fosse piorar

– É você quase estraga mas porque você quase morre e perde nossa bebê – Assim que ele fala entro em choque e o interrompo

– Nós a perdemos!? – Digo com lágrimas nos olhos

– Não graças a Deus, mas mais algumas horas sem saber o que você tinha e não daria pra salvar as duas. O seu médico disse que você está com 5 ou 7 dedos de dilatação, o médico fez uns exames e vocês duas estão bem, ele deu um remédio no seu soro para que as dores se sessem um pouco.

– Ai meu Deus Peeta, me perdoa. Não achei que fosse tao grave. Nossa estraguei o casamento da Effie e do Haymitch, quase perco minha lindinha, tudo porque não quis falar nada pra ninguém – Digo já chorando de novo

– Shhhh meu amor, já passou, e não se preocupe depois que trouxe você pra cá Effie e Haymitch continuaram pelo menos a cerimonia a festa só irá acontecer quando nossa pequena nascer, eles que quiseram, fiquei sem saber o que falar então concordei – Nisso sinto uma dor dão forte quanto a que senti na igreja e grito a toda força

– AAAAAAAAAAAAAHHHHH, dói Peeta AAAAAAAAAAAAH

– Shhhh calma, estou aqui, aperta minha mão quando sentir dor, não vou sair do seu lado pra nada está bem?

Apenas assinto com a cabeça, porque a dor está tão intensa que não consigo dizer nada. Assim que a dor passa um pouco eu relaxo na cama e fico observando meu lindo marido que me encara com um sorriso pequeno mas verdadeiro nos lábios. Sei que sua alegria de estar aqui é muito grande, mas vendo o meu sofrimento parece que quer tomar toda minha dor; mal termino meu pensamento e Peeta me interrompe

– Ah se eu pudesse te poupar disso meu anjo – E estava certa.

– Não tem problema, sei que no final essas dores serão recompensada pelo fato de poder ter minha amada aqui nos meus braços – O tranquilizo e sorrio. E ele sorri de volta agradecido.

Ficamos horas no hospital, sempre as enfermeiras vindo e me perguntando das dores e vendo quanto de dilatação. Ate que uma hora a dor veio tao forte e profunda que Peeta teve que chamar as enfermeiras.

A enfermeira me examinou e disse – Você está pronta, vou chamar o seu médico e preparar as coisas é bem rápido, já volto. – Assinto com a cabeça e ela sai quarto a fora. A enfermeira volta nem cinco minutos depois com mais uma enfermeira e meu médico

– Bom querida, vamos lá. Vou pedir que empurre com toda a sua força assim que eu pedir. – Assinto com a cabeça e Peeta vem ao meu lado segurando minha mao de um lado, enquanto uma enfermeira fica do outro me auxiliando. – Empurre

Empurro o quanto eu posso e o médico diz – Vamos lá Katniss, eu sei que você pode colocar mais força, empurre – E empurro de novo, ele fala de novo e empurro mais uma vez; já estou exausta não consigo mais fazer força quando o médico diz – Já está quase acabando, a cabeça já está quase pra fora, agora quero que com toda a sua força empurre mais uma vez

E com toda a força que eu já não tinha assim fiz, empurrei e junto saiu um grunhido meu de tanta dor, assim que sinto um alivio escuto um chorinho bem fino e estridente, caio na cama de exaustão e quase adormecendo e a enfermeira coloca um bolinho nos meus braços. Assim que coloco os olhos na minha pequena lágrimas e mais lágrimas estão rolando no meu rosto, olho para olhando procurando Peeta e assim que o vejo ele também esta chorando e admirando a imagem a sua frente.

Com a voz meio fraca eu digo

– Olá minha princesa – Ela tem os cabelos escuros e finos, e assim que ela ouve minha voz ela abre os olhinhos mostrando um par de imensidão azul, os seus olhos são tão azuis como os de Peeta. Fico a admirando e Peeta vem ao meu lado fazendo carinho no meu braço e admirando sua pequena. Então pergunto – Qual será o nome de nossa princesa?

– Que nome você está em mente meu amor?

– Não sei, Nalu*, talvez?

– Então será minha pequena Nalu

A enfermeira vem e tira Nalu dos meus braços para dar um banho e limpar toda a sujeira e sangue dela e para eu poder descansar um pouco.

Acordo com um chorinho e olho ao lado, no bercinho minha Nalu chorando, ainda deve ser de noite porque Peeta esta todo desajeitado na poltrona. Me estico para pegar minha pequena, afinal ainda não a amamentei então deve ser fome. E estava certa assim que que coloco sua boca em meu seio, sua sugada até me assustou e me doeu, afinal nunca tinha feito isso. Mas a sensação era maravilhosa, pois só eu poderia dar a ela o seu alimento por enquanto. Sua pequena mãozinha segurou firme meu seio, como se fosse ser tirado dela logo mais e achei lindo, fiquei passando a mão em seu cabelinho fino e ralo até se sentir satisfeita. Feito isso retiro meu seio de sua boca e ajeito ela para poder arrotar antes de deita-la novamente, me lembro de minha mãe fazendo isso com Primm. Sinto o sono chegando novamente e quando vejo que minha pequena está dormindo a coloco no bercinho e volto a dormir, feliz.

Sinto um cheiro que tanto conheço e mão acariciando meu rosto, abro os olhos e o vejo la sorrindo pra mim, assim que me dou conta abro melhor meus olhos e sorrio de volta para meu marido, e vou me sentando para ver minha pequena

– Nalu está dormindo, ela acordou uns 20 minutos atrás chorando, daí acordei e fui ver o que era, e era apenas fralda cheia, e não quis te acordar, você dormia tão profundamente.

– Ainda estou cansada mesmo. Mas e quando vamos poder sair daqui?

– Esperava você acordar pro médico vir te examinar e Nalu pra vocês poderem serem liberadas. Vou chmá-lo.

– Ok. – Peeta sai porta a fora. Depois de uns dez minutos Peeta volta com o meu médico

– Você está bem? vou só te examinar e ver a pequena e vocês poderão ir embora

– Estou sim, só estou um pouco cansada.

– Isso é normal mesmo, mas ficando de repouso e não abusando amanha você estará novinha em folha – disse pra mim enquanto examinava minha filha ainda adormecida. Depois de um tempo ele diz – Estão liberadas. E nada e esforço, abaixar, ficar nervosa. Do resto pode aproveitar. Só sugiro que hoje ainda fique de repouso total em sua casa, está bem?

– Tudo bem doutor.

– Então tchau, ah vou deixar o numero de uma pediatra e quero que a leve daqui um mês mais ou menos, para fazer o acompanhamento para ela crescer bem e saudável

– Tudo bem. – O médico sai da sala, e Peeta vem me ajudando a levantar para me trocar e poder sair daqui. Nalu já estava pronta e no bebê-conforto para irmos para nossa casa.

Chegando lá tenho uma grande surpresa, todos estão lá e até tem duas faixas uma escrita “Seja Bem-Vinda Nalu” e a outra “Sejam Bem-Vindas De Volta”. Fiquei emocionada com essa pequena surpresa, mesmo não gostando isso me mostrou o quanto meus amigos que são minha nova família se preocupou e me ama e estará comigo sempre.

Uma Effie toda chorosa veio até meu encontro e de minha filha – Oh, Katniss, você nos assustou! Estou tao feliz!

– Me desculpa, mas o susto já passou. Também estou muito feliz

– Que linda essa pequena. – Nisso todos os outros veio me cumprimentar e ver a pequena nalu.

– Docinho ela não é nada parecida contigo, a não ser os cabelos – Diz Haymitch

Dou risada e concordo – É mesmo, Nalu é Peeta por inteiro, vamos só ver como será sua personalidade, se será igual ao pai – Dou uma risada

– Se ela for como você quando for maior, Peeta terá um problema em aguentar duas Katniss – ele gargalha e todos riem também.

A festa foi acontecendo, todos perguntando o porquê do nome, como que eu me senti, e outras perguntas, respondi a todos. Acabou a festa e todos já foram, estava eu e Nalu no seu quarto e eu terminando de amamentar minha pequena, quando vejo Peeta me observando encostado na porta. Olho pra ele e sorrio e que me responde dando um sorriso maior ainda.

– Amanha será a festa de Effie e Haymitch e da Nalu. Effie insistiu de mais e não quis desapontá-la. Como eu sei que vocês duas não podem abusar eu disse que íamos ficar só um pouco, não tem problema? – Peeta sempre preocupado em não decepcionar os outros

– Sem problema – Disse me levantando e colocando minha pequena no berço. Beijo sua testa e digo – Eu te amo minha Nalu. – Me afasto e saio do quarto abraçada a Peeta.

Eu e Peeta nos deitamos, ele puxando para eu me deitar em seu peito, e podendo relaxar. Ficamos assim o dia inteiro, como tinha que comer de três em três horas na hora do café da tarde Peeta preparou uma grande bandeja que tinha de tudo um pouco, bolo de cenoura, suco de laranja, paes de queijo, torradas com geleias de amora, chocolate quente, panquecas, bolo de laranja, café. Ele trouxe ate a cama dizendo que tinha que descansar e que ele queria me mimar o quanto pudesse. Nalu acordou duas vezes só nesse tempo, e não deu nenhum trabalho. Essa menina é quietinha de mais, tranquila, totalmente igual ao Peeta. E isso me deixa ainda mais apaixonada e encantada por ela.

A noite nós jantamos e fomos direto pro quarto para podermos tomar um banho e já dormir, que eu ainda estava muito cansada. Assim que termino o banho e volto para o quarto Peeta está deitado só me esperando assim que me ve, me puxa para seu peito e assim que me ajeito ele começa a mexer em meus cabelos, e como estou muito cansada acabo dormindo logo em um sono profundo, leve e sem pesadelos. E assim termino o meu primeiro dia com a minha família; primeiro de muitos.

Vejo que é de madrugada ainda, desligo a babá-eletrônica e vou até seu quarto para ver o porque de minha pequena está chorando, assim que seus olhinhos me vê quase para de chorar; vejo sua fralda se precisa trocar e vejo que está limpa, então ela volta a chorar mais forte e intenso quanto antes, a pego no colo; fome não é porque faz só uma hora que a amamentei, então a balanço e começo a cantarolar alguma cantiga, mas nada surge efeito, ela chorava cada vez mais e eu comecei a me preocupar, estava chorando já; não sabia mais o que fazer. Então um Peeta totalmente sonolento aparece e toma nossa pequena nos braços e assim que ela percebe quem é para de chorar e fica o encarando enquanto da um sorriso pra ela. Me senti meio ofendida, mas logo depois fiquei bem feliz, já que não sabia mais o que fazer pra Nalu parar de chorar.

– Pode voltar a dormir eu fico com ela aqui – Peeta me diz

– Tem certeza – Mesmo eu querendo dormir, eu fico meio assim, se ele precisar de algo

– Tenho sim, está tudo sob controle.

Então eu volto e não da nem dez minutos sinto os braços de Peeta me envolvendo e assim caio no inconsciente de novo.

*Nalu em havaiano significa onda e as ondas do mar são azuis achei combinação perfeita