Feliz Aniversário - Dramione escrita por Grind


Capítulo 5
Capítulo 5 - Contadora de histórias




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Feliz Aniversário - Dramione / Capítulo 5 - Contadora de histórias

Draco Malfoy~*

Já estava escuro. Estranhamente, Hermione permitiu que eu passasse a noite ali, e depois de muita insistência de Aghata, meu colchão é ao lado da cama da loira.

Tudo aquilo pra mim ainda era muito confuso. Aceitar a realidade. De que havia encontrado mesmo a garota do baile, que ela era Hermione e que tínhamos uma linda menina chamada Aghata ainda não me parecia completamente aceitável.

As informações chegaram rápido demais e eu não consegui processar todas. Hermione colocou a garota – que foi a contra gosto – dormir, demorou um pouco o que presumi que estivesse contando alguma “história”. E logo, ficou apenas eu e Granger sentados no sofá da sala assistindo TV, até que ela se manifestasse.

— Estou cansada e vou pra cama, vai querer alguma coisa? – Ela se agarrou mas ao pijama com frio.

— Não, não obrigado.

Ela sorriu terna e saiu caminhando a passos lentos.

— Hermione espera-

Quando me toquei já tinha agido por impulso, já me encontrava de pé, parado diante dela segurando em seu braço, sem se quer me lembrar de como havia chego ali tão rápido.

Olhou para a minha mão que a segurava e depois para mim.

— Pois não?

Foi um ato de pura necessidade. Como ela esperava que eu me mantivesse em plena consciência quando ela ficava se agarrando ao próprio pijama com frio e sorria daquele jeito?

Como ela esperava que eu me mantivesse em plena consciência se a todo instante as únicas coisas que passavam pela minha cabeça era o quanto teria sido maravilhoso ter ela por perto todos esses anos?

A minha sorte foi dela ao ter me expulsado por ser tão rápido. Puxei seu corpo contra o meu, e ela levou uma das mãos a minha nuca, nossas línguas em perfeita sincronia, amaldiçoava o segundo que sabia que necessitaria de ar.

Enquanto isso eu aproveitava-me o maximo que conseguia. Seus braços rodearam o meu pescoço e então eu tive certeza de que não queria me soltar dali tão cedo. Eu havia a colocado conta a parede e não pude evitar sorrir quando um gemido de prazer escapou por entre seus lábios. O ar se fez necessário e dirigi minha atenção ao seu pescoço, e infelizmente ela voltou a realidade.

Colocou as mãos sobre meu peito na tentativa falha de fazer com que eu me afastasse.

— Draco, não. - Eu parei olhando em seus olhos e ela balançou a cabeça em negativo se recompondo. – Não, não.

Ela passou a mão pelos cabelos e desapareceu no corredor escuro, e eu suspirei cansado. Passei a mão pelos cabelos olhando freneticamente pelo chão tentando por a cabeça no lugar, desliguei a TV, e entrei no quarto da loira fazendo o maior silêncio possível. E assim que deitei sobre o colchão da qual eu tinha certeza que me daria dos nas costas na manhã seguinte, ela acendeu o abajur e se virou na cama para que pudesse me ver.

— Eu teria te chamado, mas mamãe não deixou, e eu nem estava com sono. - Sussurrou pra mim com os olhos incomodados pela luz. – De quartas sou eu quem escolhe a história.

— E qual você escolheu? –Coloquei as mãos por trás da cabeça ciente de que aquela conversa não acabaria tão cedo.

—  A minha predileta. A do baile.

Ergui uma sobrancelha e comecei a sussurrar também.

— E como ela é?

— Você sabe. – Sorriu brincalhona. –Por mais que mamãe conte que foi entre príncipes e princesas, que o baile foi dado pelo rei, eu sei muito bem que são vocês dois.

Permiti-me dar o mesmo sorriso.

— Então senhorita esperta, o que espera que eu fale?

— Que me conte a sua versão – Deu de ombros como se fosse obvio. – Que me descreva as coisas como aconteceram do seu ponto de vista.

Ela sorriu gentil e eu me levantei.

— Tá bom, mas depois você vai dormir. Se não sua mãe vai brigar comigo. Dá espaço ai pra mim. – Levantei o cobertor para que eu também pudesse me deitar ao lado dela.

Ela riu e abriu espaço, cobrindo a metade do rosto que sorria com o cobertor.

— Feito.

Sentei-me de lado colocando um dos braços por trás da sua cabeça.

—Tá – Comecei a sussurrar novamente – Estava de noite. E eu impaciente. Não que eu estivesse esperando por alguém, pois não estava. Nem sabia exatamente o porquê de estar realmente indo, não haveria ninguém de interessante de qualquer forma. Meus amigos deviam estar enfurnados em algum lugar se embebedando e “caçando” garotas como eles mesmos diziam, mas eu não estava a fim daquilo.  - Ter dito tantas coisas me obrigou a reformular o rumo dos pensamentos, Aghata ainda tinha só seis anos - Os casais foram chegando, os grupos foram se formando e com o tempo percebia que precisaria mais cedo ou mais tarde de uma companhia.

Ela sorriu.

— Quando de repente o salão ficou em completo silêncio. Como se o mundo tivesse parado, e me encontrei perdido, até perceber que todos os olhares tinham apenas uma direção... – Eu parei por um segundo quase como se ainda pudesse vê-la, e até mesmo toca-la a minha frente. – Lá estava ela. Naquele vestido bege. De mangas compridas, o pulso, os ombros e parte das costas eram de renda, assim como pedaços da barra, do busto até ao quadril, desenhos, aleatórios, como linhas. Que subiam, desciam, rodopiava e enroscavam se uma nas outras, em um cabimento perfeito nas ondas de seu corpo. E eu fiquei sem ar.

Aghata se virou de lado na cama sorridente.

— Ela desceu míseros 3 ou 4 degraus e o salão aos poucos foi voltando ao normal, mas eu não tirava seu rosto coberto pela mascara da minha cabeça. Quando a encontrei. –Dei de ombros - A chamei pra dançar.

Aghata fechou os olhos sonolenta e hesitei em continuar.

— Quer que eu continue?

Ela se abraçou ao urso de pelúcia e sorriu.

— Pode continuar – Bocejou – Eu estou ouvindo.

— Está nada pilantrinha. –Me aconcheguei como pude ao seu lado também sentindo o sono me invadir – Nós dois não nos aguentamos de sono. – Fechei os olhos falando cada vez mais baixo.

— Não estamos não.

— Estamos sim.

— Não –Ela bocejou me abraçando – Não estamos.

— Sim. – Acabei por bocejar também – Estamos sim.

Ela riu.

— É, acho que sim.

 


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