Feliz Aniversário - Dramione escrita por Grind


Capítulo 4
Capítulo 4 - Conflitos




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Feliz Aniversário –Dramione / Capítulo 4 - Conflitos

Draco Malfoy~*

— Você não podia ter feito isso.Não podia

— O que esperava? Que eu me jogasse aos seus pés, e dissesse “Oh Draco, fique comigo estou grávida de você!”, por favor, não sou um de seus casos.

— Não podia, não tinha o direito de escondê-la de mim.

Ela, que estava sentada de lado, virou metade do corpo em minha direção, bateu uma mão com força na mesa e disse entre dentes.

— Eu tinha todo o direito.

— Sabe quantas vezes eu prometi para mim mesmo que não seria um pai ruim como o meu? Que eu não seria um pai ausente? Eu perdi as contas Granger - Eu também falei entre dentes.

Ela arregalou os olhos e ficou de pé.

— Não pense que pode aparecer assim - Gesticulava exageradamente - E fazer papel de pai Malfoy! Eu, nós, ficamos muito bem se você todos esses anos!

Eu também fiquei de pé.

— Eu tenho todo o direito Granger! Afinal ela também é minha filha!

— Ela é minha muito antes de ser sua! Fui eu quem a carregou no ventre durante nove meses - Apontava para si mesma - Nove meses Malfoy, e você não estava lá.

— Não estava lá? Eu não fazia se quer ideia de que estava gravida! E muito menos de que tinha um filho meu solto pelo mundo! Não venha me culpar como se a tivesse feito sozinha! 

— Você não passava de um conquistador barato! Se soubesse quem eu era, nada nunca teria acontecido! 

— Não pode ter certeza.

— Ah –Ela riu sarcástica –Posso sim. Naquela época você se quer olhava na minha cara, mais for só ver que eu tinha um corpinho bonito e que você não tinha que se preocupar com o rosto da garota, que pronto - Ela riu de cínica outra vez – Pacote completo.

— Não foi assim.

— Sempre foi assim! Você nunca teria me amado, quem dirá amado todos esses anos! Tendo plena consciência de que eu sou Hermione Granger? - Fez uma careta - Obviamente que não, eu nunca fui boa o suficiente pra você, e tudo por causa de uma porcaria de sangue e status.

— Não foi assim que as coisas aconteceram-

—Foi! E você sabe disso tão bem quanto eu, e agora - Ela riu sarcástica novamente – Contente em saber que tem uma filha com parentes trouxas? –Seus olhos brilharam em satisfação com o fato de eu não esboçar reação nenhuma.

— Os anos se passaram Hermione. As pessoas mudaram.

— Ah!- Ela resmungou revirando os olhos.

— Não me conhece. Não sabe quem eu sou, só sabe quem eu fui. Você se prende ao passado em uma tentativa de fazer o presente ter sentido, e acreditar que no futuro vai dar tudo certo. Surpresa! As coisas não são assim. Você não é mais a Granger estudiosa participante do trio de ouro.

— Aquela Hermione morreu – Disse seca sem olhar pra mim – A guerra não me beneficiou em nada. Absolutamente em nada. Todos com os seus malditos finais felizes. Por que eu não poderia ter o meu? O que tinha de errado comigo? E por fim, eu fiquei sem família, sem amigos, sem casa pra morar. - Ela me olhou de cima a baixo – Aquele maldito baile. Maldito hora em que concordei ir. Eu sabia que acabaria tudo errado, as coisas estavam boas demais para ser verdade.

— O que eu quer dizer com isso?

— O que eu quero dizer? –Ela riu, e ambos no sentamos. –Rony terminou comigo na noite anterior, e Harry estava ligado demais aos Malditos Weasley pra me ceder um ombro amigo. Nem Gina prestou pra alguma coisa. Ai me aparecem com um baile ridículo que eu nem me lembro do porquê. Então Luna Lovegood fala pra mim “Vamos, vai ser divertido.” E a tonta resolve ir. Querendo causar inveja na sociedade, gastei tudo o que ainda me restava, em vestido, maquiagem, cabelo, sapato. Não me sobrou nada. Minha última noite de luxuria.

— Poderia ter me pedido ajuda-

— E meu orgulho ficava aonde? –Ela estava com raiva de novo – Eu me sentiria completamente humilhada em ter que precisar bater na sua porta pra pedir ajuda.

Eu respirei fundo, mas ela continuou.

— Ai, você apareceu. –Franzi o cenho, e apesar de não estar olhando para mim ela sorriu, como se pudesse reviver a lembrança – Todo arrumado, naquele paletó preto e a camisa vinho por baixo. A mascara apesar de simples esbanjava sensualidade. E quando vi seus olhos, tive certeza de que era você. Então eu pensei “Por que não?”. E então você me tirou pra dançar.

Ela fechou os olhos, como as lembranças a confortavam, ela sorria.

— Ah... – Ela suspirou alto – Estava tocando... Have You Ever...

— Really Loved a Woman –Completei sorrindo cabisbaixo –Bryan Adams. Eu me lembro.

— E de repente, você me pareceu tão gentil, tão encantador.

O silêncio dominou a mesa.

— E eu engravidei. – Ela voltou a seriedade.

— Tinha dito que não precisávamos de preservativo. Você disse que eu não tinha com o que me preocupar, que tinha cuidado disso.

Ela sorriu falsamente.

— Foi, eu disse.

— Por que? – Eu não me conformava com os fatos.

— Por que eu queria. Queria ter um filho que eu nunca teria com Ronald. Que não teria com homem algum. E você estava ali, entregue aos desejos do corpo, que não conseguia raciocinar direito, eu poderia ter lançado um feitiço em você, poderia tê-lo matado, e ninguém ficaria sabendo. Não havia resquícios de que eu se quer passara naquela festa, quem iria desconfiar?

— Então, quer dizer que durante alguns minutos você sentiu uma vontade incontrolável de me matar.

— Não. Eu estava passando as possibilidades do que eu poderia ter feito com você, já que estava na palma da minha mão aquela noite.

— E optou por outra coisa. –Sorri sarcástico – Considera-se então, que abusou da minha pessoa.

— Interprete como preferir. Só sei, que se não fosse por Ag, eu não sei o que será de mim hoje. Não vejo minha vida sem ela.

— Se diz que gastou tudo o que tinha. Como sobreviveu?

— Eu trabalhei. Durante todos os meses da gravidez- Ela riu –Minha bolsa estourou no escritório, me chefe quase desmaiou - Ela começou a rir, mas logo parou - Foi uma gravidez de risco, os médicos acharam um milagre que nós duas tivéssemos sobrevivido, eu trabalhava tanto e descansava tão pouco. Tive duas paradas cardíacas.

Respirei fundo tentando não imaginar o tamanho do meu desespero se eu estivesse presente.

— Ai, quando eu acordei, não tinha ninguém na sala. Nenhum parente ou amigo pra elogiar pelo nascimento do bebê. E foi ai que eu vi que estava sozinha. –Seus olhos se encheram de lagrimas – Eu odiei aquela criança durante todos os meses em que esteve dentro de mim, e quando o médico entrou e a colocou no meu colo, Eu... Eu... Descobri que a amava tanto. Tanto. Meu raio de esperança, eu começaria do zero, só eu e ela. –Ela passou a mão no rosto impedindo que as lagrimas caíssem.

— Ah Hermione, jamais desejaria que passasse por tudo isso. Nunca deixaria ninguém fazer mal a nenhuma de vocês duas.

— Não comece.

— Não começar? Hermione, ela também é minha, se eu quiser passar mais tempo com ela, eu irei passar.

— Não vai tira-la de mim-

— Não.

Ela franziu o cenho.

— Jamais faria uma coisa dessas. Você e sua vida perfeita Granger. – Falei com escárnio - Eu dizia mim mesmo que não me importava com os atrasos do meu pai pra chegar em casa quando pequeno, que não precisava dele pra viver. –Olhava em seus olhos completamente sério - Mentiras. Sempre presentes. Ela precisa de mim mais do que nunca. Você não sabe o que é passar por isso. Eu sei.

Ela se sentou arrependida, e seus olhos se encheram de lagrimas.

— Eu tive tanto medo, tanto medo de que você um dia aparecesse, segurasse em sua mão e nunca mais aparecessem.

Eu também me sentei. Coloquei uma de suas mãos entre as minhas.

— Hermione, como foi que chegamos a esse ponto?

Ela fechou os olhos, permitindo que lagrimas escorressem e balançou a cabeça em negativo.

— Eu não sei - Sussurrou.

Aghata veio correndo na nossa direção. Olhou para mim com um certo brilho nos olhos, depois para minhas mãos que cobriam a da mãe dela e sorriu na minha direção. Em seguida chacoalhou a mãe que estava de costas pra ela.

Hermione recuperou-se como pode, virou-se para a garota e seu rosto se iluminou como se nada tivesse acontecido anteriormente.

E por um instante eu vi a minha cópia franzir o cenho igual. Literalmente igual a mim.

— Mãe? Estava chorando?

— Não. Que isso, eu só... Tomei sorvete demais. – Ela apontou para a sorveteria atrás de nós - estávamos em uma das mesas do lado de fora de frente há um parque para crianças – e sorriu.

— Não pode mentir pra mim mãe. Mentiras são feias. - Ela olhou pra mim ainda de cenho franzido, e completamente séria. Uma mini Hermione agora. –Você não a fez chorar né?

Eu arregalei os olhos e ergui as sobrancelhas. Ai meu Deus, eu estava recebendo bronca da minha própria filha? Hermione riu com a minha situação e fungou um pouco, passou a mão no rosto e colocou a garota no colo.

— Não meu bem, ele não tem nada a ver com isso.

Eu e a minha outra versão franzimos o cenho em sua direção e dissemos em uníssono.

— Não?

Hermione riu outra vez.

— Não. –E sorriu.

— Acho que nós não fomos devidamente apresentados – Olhei para Hermione e depois para a loira, e estendi a mão. A garota olhou pra mim, pra minha mão, pra mim, pra minha mão.

— Aghata Granger Malfoy.

Ela esticou a mão me cumprimentando.

— Eu sou-

— Eu sei quem você é.

Eu ergui as sobrancelhas de novo.

— Quem sou eu?

— Draco Black Malfoy, o príncipe da mamãe.

Hermione subitamente começou a se interessar pelas crianças dos outros no parque e eu tentei ignorar isso.

— Príncipe? - Eu tentei parecer calmo, apesar da situação parecer louca demais para meus ouvidos.

— É. Nas histórias, eu sempre imagino você como um príncipe.

Eu estava começando a me interessar.

— Que histórias?

— As que mamãe conta pra mim antes de dormir – Disse como se fosse a coisa mais obvia do mundo – Devia dormir lá em casa um dia desses, né mãe? – Ela pulou no colo da mãe toda sorridente, trazendo Hermione de volta a realidade.

— O quê?

— Draco pode dormir lá em casa? Ai quando você for contar a história pra mim, ele também já escuta.

— O quê? –Hermione ainda não estava entendendo. Ela olhou pra mim. – Isso foi ideia sua?

— Eu não tive nada a ver com isso! –Ergui as mãos para o alto com em um gesto de rendição me desapoiando da mesa. Aghata olhou feio pra mim.

— Você tem que concordar. Se só eu pedir, ela não deixa. -Ela olhou pra mãe de novo -Ele pode dormir lá em casa hoje mãe? Ele é legal.

Tanto eu quando Hermione erguemos as sobrancelhas.


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