One and Only escrita por Jessie Austen


Capítulo 16
Décimo Quinto Capítulo


Notas iniciais do capítulo

I'm back! :D Dedico esse capítulo à Chatinha! :* E a Sweetie pela linda dedicatória da fic!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/452782/chapter/16

Uma semana depois...

Sherlock tocava de maneira devota seu violino quando ouviu a campainha tocar. Era uma manhã de domingo fria, porém ensolarada e ele estava satisfeito por ter resolvido o seu último caso que envolvia um plano mirabolante entre uma parte da máfia russa organizada e um sultão árabe que viajava a negócios em Londres.

Um tempo depois alguém bate a porta. Era Mrs. Hudson.

– Querido...olha quem está aqui...pode entrar, Victor! Aceita chá?

– Obrigado! Só vim ver este desnaturado...meu namorado lindo e italiano está me esperando no carro. Vamos no Hyde Park! – Trevor respondeu sorrindo enquanto via Holmes tocando seu violino de frente para o espelho e de costas para eles.

Assim que a senhora saiu, este se aproximou, sentando-se na poltrona, de maneira preguiçosa.

– Bom dia, né? Fico feliz que esteja vivo e bem.

– Como vai, Victor? – este respondeu parando de tocar e virando-se para ele com um semblante muito calmo.

– Bem, agora estou melhor e um tanto quanto revoltado. E nos últimos dias estive preocupado. Achei que tivesse morrido! Você não respondeu meus telefonemas ou mensagens! Seu ruim!

– Isso seria improvável. Eu morrer e você não ficar sabendo. E ruim é um conceito amplo. Seja mais específico.

– Está no seu estado normal. Isso me alegra. Aconteceu algo? – Victor questionou tentando decifrar o amigo.

– Muitas coisas. Estive ontem em Bournesm...

– Não quero saber de trabalho! Eu vi no jornal ontem, ok? Eu quero saber sobre você...e o John.

Sherlock então o encarou ainda muito calmo antes de responder:

– Está tudo perfeitamente bem.

– Você quer me causar um ataque do coração, não? Vocês se falaram? Brigaram de novo? Me conta, por favor...Sherlock, eu me sinto mal porque fui que...

– Ele chegará daqui a pouco com as coisas dele. Voltamos a morar juntos. – Holmes respondeu tentando não sorrir.

Trevor hesitou por um momento e depois abriu a boca como se fosse dar um grito, mas a tampou com uma mão antes disto, de maneira teatral.

– Está tudo perfeitamente bem. – o detetive repetiu já se preparando psicologicamente para o ataque que viria a seguir.

Victor então se levantou e foi até ele, puxando-o pelos ombros.

– Vocês...vocês se entenderam? Você e o John estão juntos! Meu Deus, vocês se beijaram!

– Bem, isso também. – Sherlock respondeu sentindo-se mais alegre do que gostaria de demonstrar naquele momento.

– Isso também?! Como assim isso também...ah, meu Deus! Como eu sou inocente! Vocês transaram! Oh isso é tão bom! – Victor dava pulos de alegria, se apoiando nele.

– Fale mais alto, a Escócia não ouviu você.

– Oh meu Deus! Uau...gente! Vocês dois finalmente juntos e pelados! Melhor não pode ser! E como foi?!

– Não.

– Não o quê, homem?!

– Eu não vou contar, você ao menos pensa antes de falar, Victor? – Holmes respondeu tentando parecer sem paciência.

– Ah, que sem graça...mas ao menos me conte, ele é mais para médico ou mais para soldado? Ai, ele tem cara de ser os dois! – Victor brincou fazendo Sherlock sorrir enquanto virava os olhos.

Neste momento John chegou com duas malas e algumas sacolas.

– Bom dia. – este disse sorrindo e olhando para Sherlock, que retribuiu indo em sua direção e fechando a porta.

– Oh. Meu. Deus. Ok, John. Não me bata, eu não estou fazendo nada com o Sherlock. É sério. Estou com o Giovanni agora, eu não entendo muito o que fala...meu italiano ainda é bem rudimentar. Não me bata, meu nariz finalmente está lindo de novo. Apesar de grande, eu sou sensível... – este disse se escondendo atrás da poltrona e isso fez o médico sorrir.

– Pelo contrário, Victor. Eu tenho que pedir desculpas, você sabe, eu...fique descontrolado e, bem. Desculpe pelo soco. E pelo seu nariz. E por você ter ficado quase um dia no hospital. – Watson disse sinceramente.

– Ah ok. Isso é inesperado. Ok. Foi até que divertido...não, não foi. Eu estava em uma toalha de mão quando você me golpeou. Foi humilhante na verdade. – Trevor lembrou fazendo os outros dois rirem.

– Desculpe-me mais uma vez. – John pediu estendendo sua mão para este que ainda surpreso respondeu ao gesto.- Bem, agora que está tudo bem...quer tomar café com a gente? – o médico perguntou levando as sacolas para a cozinha – Eu comprei algumas coisas, Sherlock. A geladeira só para variar está vazia. Bem, tem dedões no congelador, mas acho que isso não conta como refeição...

– Experimento, John. Não dedões.

– Hm. Aposto que você está cuidando muito bem dele. – Victor disse em voz alta para o loiro fazendo os dois olharem de volta para ele que sem graça continuou: – Me ignorem. Já tomei café mais cedo. Acho melhor eu ir. Se quiserem e não forem ficar ocupados o dia todo...me liguem! Vou ir ao Hyde Park! Apreciar a natureza...se é que me entendem. Deixa pra lá! Eu falo muito e sem parar quando estou animado! Vou indo...tchau!

Assim que saiu porta afora de maneira apressadamente, Victor entrou no carro contando a tal novidade para Giovanni, que o ouviu atentamente, apesar de ainda não entender quase o que o este falava.

No apartamento, John agora guardava as coisas calmamente quando Sherlock se aproximou por trás abraçando-o, sentindo o perfume levemente cítrico e convidativo em seu pescoço.

– Você demorou. – disse enquanto o médico virava de frente para ele, puxando-o pelo cinto, encarando seus lábios.

– Alguém tem que cuidar da parte chata. Tipo, pagar o aluguel, limpar o apartamento antes de entrega-lo...fazer compras.

– É. De fato, chata.

– Sim, muito. Mas estou aqui. Finalmente. De novo. Definitivamente. – o médico sussurrou dando beijos curtos no detetive que se inclinou sobre, prendendo-o contra o armário.

– Sim. Finalmente. – Sherlock sorriu permitindo os beijos do loiro.

– Quer fazer o que hoje? É domingo...acho que podemos relaxar, certo?

– É. Bem, se isso não for querer ficar abraçados assistindo filmes juntos. Tédio, John. – Holmes respondeu se afastando-se enquanto sentava em sua poltrona.

– Hm. Na verdade era exatamente isso que eu ia sugerir. Ei, Sherlock...eu também queria te contar uma coisa...o motivo pelo qual eu demorei mais do que o planejado para chegar aqui hoje.

– A Mary te procurou. Sim, pode prosseguir...

– Ela te procurou também? – John questionou enquanto arrumava as sacolas do mercado.

– Não, mas eu presumi pela forma como você dobrou a manga...não importa. O que ela disse? – Sherlock questionou cruzando suas mãos sobre seu rosto observando o médico sentar na sua frente agora.

– Bem, quando eu a procurei...logo depois que eu e você nos acertamos, ela naturalmente não quis conversar. Eu não esperava que ela fosse querer. Não agora. Falei com os pais dela que me disseram que estava fora do país, ainda na Grécia com umas amigas. Hoje, quando sai do apartamento, lá estava ela me esperando. Ela está bem, mas mal queria me olhar. E bem, isso foi um pouco...

– Contraditório? Precipitado da parte dela?

– Constrangedor, Sherlock. Para mim e para ela. Enfim. Ela disse que havia recebido meus recados, meus e-mails. Ela não quer me ver. Ainda. Não agora.

– Ela foi se encontrar com você para dizer que não quer te ver. Hm.

– Não, Sherlock. Ela quer TE ver.

– Me ver? Por que? – Holmes perguntou surpreso.

– Ela não quis me dizer. Você irá, Sherlock? Por favor. Por mim.

– Você se preocupa com ela. – o detetive constatou.

– Claro. Ela...Sherlock, eu...

– Explicações são desnecessárias, John. Eu vou. Por você. Ela disse quando?

– Não. Na verdade, ela pediu para você ligar e avisar quando pode.

Sherlock assentiu, percebendo quanto John sentia-se culpado. Era da natureza do médico se preocupar e se culpar por tudo e por todos. Ele iria se encontrar com Morstan. Não haveria motivos para negar tal pedido. Sabia que talvez tal ideia não terminasse tão bem. Ele nem ao menos sabia o que falaria a ela.

“Sim, estou com o homem que algumas semanas atrás você acreditava que seria o pai dos seus filhos”,“Eu estou apaixonado pelo meu amigo que coincidentemente foi seu noivo” e “Finalmente não terei que ouvir suas risadas irritantes no quarto ao lado, porque na verdade John dorme comigo agora”.

– Sherlock? – o detetive voltou de seu palácio mental com o toque quente da mão de John que agora estava ao seu lado.

– Eu falarei com ela, John. – sorrindo, ele tentou respirar fundo. O médico valia todo o esforço e sacrifício do mundo. E ele demonstraria isso sempre que necessário.

–-----------------------------------------------------------------------------------

Quando Sherlock avistou Mary no café, três dias seguinte esta lhe pareceu incrivelmente bem.

Apesar de séria, coisa que está nunca ficava, ela tinha um expressão descansada além de um bronzeado que lhe caiu muito bem.

– Mary...- ele disse estendendo sua mão enquanto sentava à sua frente.

– Sherlock. Obrigada por vir. Sinceramente achei que nem me ligaria.

– De nada.

Morstan então lhe deu um sorriso sem graça e encarou sua xícara de chocolate quase vazia quando disse:

– Serei breve. Porque eu sei que você não gosta desse tipo de assunto e porque deve ter uns 50 crimes pra resolver...

– Quem me dera se eu tivesse. – Holmes disse sério, mas isso fez a loira rir.

– Sim, bem...ok. Eu quero dizer que eu não tenho absolutamente nada contra você, apesar do que aconteceu.

– Isto é bom. – ele respondeu após perceber que a situação exigia uma resposta.

– E que eu quero que o John seja muito feliz. Sherlock, a questão é...você sente o mesmo? E você deve estar se perguntando quem eu penso que sou ou o que estou fazendo, mas acredite...eu preciso ouvir, sentir isso. John é forte, muito forte, mas é vulnerável o bastante também. Ele falhou comigo em muitos aspectos, mas Sherlock...ele foi verdadeiro de uma maneira que é difícil se encontrar hoje em dia. Você sabia que toda a família dele, exceto sua irmã, não estão falando com ele, por conta do que aconteceu? Ele vai ainda enfrentar muitas coisas por conta dessa decisão e por conta de quem ele descobriu ser e das coisas que ele decidiu ter. Mas Sherlock, de nada valerá se você não estiver ao lado dele. Você é absolutamente tudo para ele. Ele não hesita nenhum momento quando o assunto é você. Eu deveria ter percebido isso.

O detetive não conseguiu encontrar palavras para responder. Sim, ele sabia o que causava no John. Sabia explicar com detalhes as reações no corpo e no comportamento do médico.

Mas sentimento?

Sim, ele teria que lidar com isso agora de uma maneira como nunca havia feito antes. E ver Mary dizer tais palavras o fez de certa forma ver com uma clareza até então desconhecida.

E ele sentiu o que era ser comprometido com alguém. E ele descobriu que já se sentia assim com John há muito tempo.

– Eu sinto o mesmo, Mary. Tenho certeza. – foi o que ele conseguiu responder após ver que esta o encarava ansiosa.

Ela então sorriu e seus olhos se encheram de lágrimas.

– Então eu fico feliz. Você sabe...eu o amo. E provavelmente vou amar até o fim. Mas saber que ele está sendo amado, cuidado...como ele deve, isso me deixa realmente feliz. Agora eu vejo...sempre foi você.

– Obrigado. Obrigado, por tudo. – Holmes respondeu sem saber o que fazer ou para onde olhar.

– Bem...é isso. Fiquem bem como eu sei que ficarão. – esta finalizou a conversa levantando-se apressadamente, dando um beijo em seu rosto e saindo do lugar e ele sabia que ela estava chorando.

O detetive suspirou e quando se levantou parecia que ia desabar. Sim, ele se sentia bem. Mas a realidade de seus sentimentos haviam o atingido com tudo dessa vez e ele só pensava em correr para a Rua Baker e ver John, ouvir sua voz.

Ele poderia ter ido de metrô ou a pé, mas isso demoraria e então ele pegou um táxi. Ao chegar subiu as escadas correndo e encontrou o médico cozinhando enquanto ouvia música clássica, um dos seus discos favoritos.

– Então, como foi? – Watson o encarou, experimentando o molho.

Holmes não conseguia dizer nada, só pensava em tocar o médico e se certificar que ele e que tudo aquilo estava acontecendo de verdade.

Aproximando, ele agarrou um dos pulsos do loiro e o puxou com força, beijando-o de maneira que quase desmontou o médico.

– Eu te amo. – Sherlock sussurrou enquanto John recuperava seu fôlego.

Quando os dois se encararam, ele viu que este sorria emocionado. Este era John Watson.

– E eu amo você...- respondeu deixando a colher de lado e abraçando-o o forte.

Sherlock fechou os olhos. Sentia-se em uma queda livre...sem proteção e sem volta. Sentia a emoção e o medo. O frio na barriga e vontade de dizer para todos o que sentia, mesmo que isso não fizesse sentido ou tivesse necessidade.

Aquele primeiro “Eu te amo” que havia falado também tinha outros pesos e significados. Era “Eu vou cuidar de você”, “Eu sinto muito pelo tempo que perdemos”, “Eu sempre te amei”, “Eu vou enfrentar isso com você”...”Eu quero você comigo, para sempre”.

E ele sorriu ao sentir que John havia compreendido isso. Como sabia disso? Ele não tinha a menor ideia.

–--------------------------------------------------------------------------------

Sherlock observava John e apenas isso lhe causava uma sensação de leveza, uma estranha felicidade, pois ela era como nenhuma outra...completa.

Eles andavam pelo parque à noite e este estava iluminado pelas luzes do Natal que seria no dia seguinte.

Dando um contraste belo com a neve que tinha no chão e caía levemente agora, o médico olhava a tudo e a todos que passavam por eles, cumprimentando e desejando boas festas.

Watson de repente parou e ficou observando o lago congelado e as pessoas que esquiavam nele.

Com sua touca verde musgo e casaco de lã cor vinho, o loiro parecia um dos enfeites de Natal tanto pelos tons de sua roupa quanto por seus modos e isso deixava Sherlock estranhamente feliz. É, talvez o Natal tivesse ganho um significado no final das contas.

John se virou e sorriu, chamando-o. Assim que ficaram de frente para o lago, o loiro o abraçou muito forte, paralisando-o.

– O que? – Holmes perguntou ao perceber que este sorria.

– Seu coração. Está batendo muito forte.

Sherlock sorriu de volta de volta, ainda que John não visse e deu um leve beijo em seus cabelos.

– Sempre soube que você era o Grinch disfarçado. Viu, seu coração até cresceu com o espirito de Natal! – John gargalhou virando-se para ele e beijando-o de maneira divertida.

– Muito engraçado, John.

– Vamos, a ceia da Sra. Hudson já deve estar nos esperando. Acho que não será este ano que verei você caindo na pista de gelo, certo?

– Definitivamente não. E nem nos outros anos...sou muito bom em patinação. – Sherlock respondeu orgulhoso.

– Ok, essa é uma cena que não consigo imaginar. Vamos, estou começando a ficar faminto...- Watson piscou, puxando-o pela mão, e Sherlock soube que ele não se referia apenas à comida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Era pra ser um capítulo de Natal, mas só consegui postar hj :( O próximo cap. é o último! Beijo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "One and Only" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.