The Bodyguard escrita por AloeGreen


Capítulo 10
Capítulo X - Childhood and Charpe


Notas iniciais do capítulo

Yo!
Cheguei com mais um capítulo grandão! (e os leitores vão a loucura, êêêê, uôôô!). Queria agradecer de coração a recomendação que recebi da hueMEGU, então o capítulo é dedicado para você, gata. Afinal é a primeira recomendação desde minha chegada no site e com certeza é special! Ok ok, o capítulo tá grande e pode parecer confuso, mas eu explicarei direitinho no próximo.
Boa leitura!



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Turno: Sasuke Uchiha

Qualquer um que visse percebia que Sakura estava para entrar em coma alcoólico. Tentei tirar a garrafa de conhaque dela a força, mas a baixinha era durona. Eu entendo que ela está passando por uma fase bad mas não era motivo para se trancar no banheiro com duas ou três garrafas de conhaque, não?

– Vamos Sakura, saia daí. Já são 3h da manhã, precisa dormir!- Dei três toques na porta do banheiro. O barulho da base das garrafas batendo contra o ladrilho me notificaram de que ela ainda estava viva.

– Vai embora.- Sua voz falha e sonolenta indaga a uma pré-ressaca.

– Por favor, Sakura...- Insisti, escorando a testa contra a porta do banheiro e fechando os olhos de cansaço. Por um bom tempo não houvera resposta, no entanto escuto o barulho da tranca se abrindo. Empurro um pouco a porta e percebo Sakura movimentar-se para entrar na banheira vazia, trajada e tudo. As garrafas de conhaque jaziam no fundo da banheira, junto de Sakura que abraçava os joelhos fortemente.

– Está tudo confuso para mim, Sasuke...- Encosto discretamente a porta, ruminando uma boa resposta para a rosada.

– Realmente deve estar...- Desfaço o nó dos cadarços do sapato, os retirando e fazendo companhia a Sakura dentro da banheiro. Frente a frente.- Afinal quem não faz sexo com o noivo na noite de núpcias?- Lanço a pergunta e ela parece sorrir acanhadamente em resposta.

– O que eu falei não é totalmente mentira.- Contestou, apoiando os braços envolta da banheira.- O Clã Haruno permite que façamos amor apenas e exclusivamente para dar cria. Antes disso jamais. Mamãe não seguiu a tradição...- Pude pegar uns risos abafados. Ela sempre sorria quando comentava sobre a mãe.- Mas eu decidi que seguiria a tradição; e quando contei a Sasori isso ele ficou furioso. Só que eu tinha planos para engravidar na nossa segunda lua de mel...- Não havia expressão que eu demonstra-se que limitaria os sentimentos de Sakura agora. Novamente, o silêncio parou e eu apenas a observei; brincando com os seus dedos delicados envolta de uma das garrafas de conhaque. Ela sorria sem graça e desfazia o semblante rapidamente como se não soubesse o que sentisse.

– Quando uma pessoa fala para outra que entende o que estamos sentindo, é pura mentira. Mas mesmo assim nunca deixamos de dizer pois queremos que essa outra fique bem.- Mordi os lábios e ela voltou seus olhos a mim, sorrindo mais uma vez encabulada; e momentos depois ela já livrava todo o peso nos ombros em forma de lágrimas, junto de meus braços.

~X~

Turno: Sakura Haruno

– Ah testuda, você ainda vai pagar caro por ter me deixado sozinha na quermesse.- Ino reclamava pelos cotovelos, destroçando um filé de frango com os talheres. Estávamos em um restaurante numa segunda ensolarada. Como eu ainda não havia arranjado um emprego para ocupar o cargo da manhã, encontro Ino pelos almoços para botarmos o papo em dia.

– Eu sei, porca. É que houve um contra-tempo e eu precisei sair da quermesse com o Sasuke.- Ino sabia que eu estava em apuros, mas eu preferia não tocar nesse assunto novamente com ela.

– Mas e aí, Sakura... O que você está achando do Sasuke?- Cruzou os braços em cima da mesa, mastigando rapidamente para prestar atenção na conversa.

– Bom...- Fico recordando dos momentos catastróficos que passei com Sasuke desde que ele chegara. Prisão. Boneco. Banheiro químico. Invasão de madrugada.-... ele é legal.- Disse por fim, com aquele sorriso amarelo.

– Ai, amiga...- Ino colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha, abrindo um sorriso sereno e rodando os olhos distraidamente pelo restaurante.- ...sinto saudades dos velhos tempos.- Encarou-me com aqueles orbes azuis mar que tanto combinavam com a mesma.

– Eu também, Ino.- Concordei com um profundo e torturante suspiro.- Eu também.

[...]

Após o almoço, eu e a loira fomos para lados opostos. Decidi no caminho fazer uma pequena visita para Naruto; e como o esperado, o baka estava dormindo no balcão da recepção. Cheguei de fininho próximo dele, esticando os dedos para fazer cócegas no nariz dele, porém o loiro acorda repentinamente apertando meu pulso.

– Estraga prazeres!- Mostro a língua com as mãos na cintura e o nariz empinando quase até o teto.

– O que devo a honra de sua visita, cabeleira rosa?- Se curva fazendo reverência como um pedido elegante de perdão. Naruto baka.

– Eu só queria saber como estava o meu amigo tão querido...- Fui passeando pela loja de instrumentos, interessando-me nas guitarras e baixos próxima a vitrine.

– Desembucha, Sakura-chan!- Deu algumas risadas, beliscando minha barriga; o que me fez tomar uma idiota doida de soca-lo continuamente.

– Argh. Ta bom. O que você fazia beijando minha aluna, Uzumaki?- Cruzei os braços novamente, esperando uma resposta convincente.

– Ah...- Foi para trás do balcão novamente parecendo se esconder de algo, coçando a cabeleira dourada reluzente.- Você sabe, eu queria beijar a Ino mas a Hinata entrou no lugar dela e eu não queria gastar os passos que eu andei até chegar lá e não gastar meu dinheiro né?- Não tinha como descordar, mas Naruto era um pilantra com respostas boas na ponta da língua. Bingo!

– Safado!- O encarei com os olhos apertados, numa tentativa inútil de parecer estar soltando raios lasers. Foi bom ver você, adeus!- Saí passando pela porta em que um sininho tocava sempre que alguém ia embora ou entrava. Quando eu era mais jovem, eu e Naruto vivíamos brincando de passar toda hora pela porta. Bons tempos.

[...]

Casa de Sakura

14h20min

Cheguei em casa jogando confete, depois de ter gastado dinheiro em algumas futilidades. Tudo bem que eu não deveria, afinal o pagamento do meu apê estava super atrasado mas faz tempo que eu não era mulher e um dinheirinho entrou na minha conta com as aulas de violão.

Sasuke lia jornal – como sempre -, sentado na mesa de jantar com uma perna apoiada na outra – como sempre – e tomando o café sem açúcar super delícia e convidativo – ironia mode on.

– Olá, Sasuke!- Fechei a porta colocando as sacolas de compras no chão, adentrando a cozinha e me apoiando no balcão que lá existia, olhando fixamente para Sasuke com um sorriso quase maníaco.

– O que quer, princesa?- Sabia que ele abusava do sarcasmo para falar comigo, mas mesmo assim não pude deixar de ruborizar após o seu elogio.

– Bom, eu estava pensando se você queria ir visitar a minha tia Kurenai comigo. Sabe, ela precisa de mim também.- Completando: Apesar de ser uma ordinária vagabunda.

– Tudo bem.- Concordou, logo deixando os jornais de lado e pondo a sair do apê junto de minha pessoa. Como a casa de Kurenai era bem próxima daqui, fomos a pé mesmo; seguindo caminho papeando sobre assuntos triviais que nos manteram presos até a casa da mesma. Ainda na calçada, pude ver de longe pelo extenso gramado a mulher fumando em um dos degraus da porta de entrada, com aquele olhar descontraído e sem brilho nenhum. Suspirou e caminhamos até lá. Pude notar seus lábios se curvarem maliciosamente reparando na silhueta esguia e musculosa de Sasuke. Mordi os lábios e decidi quebrar o silêncio.

–Esse é Sasuke Uchiha, tia. Meu guarda-costas.- O apresentei e ela jogou a última cinza do cigarro no gramado, esmagando a bituca no chão com os pés. Entramos naquela que hoje me é fantasmagórica por não conter muitas cores e quase não havia móveis.

– Certo. E o que vieram fazer aqui?- Eu já estava acostumada com aquele jeito amargo dela, então apenas continuei firme.

– Queria saber se você precisa de algo. Aconteceu algo com você esses dias?

– Bom, tem uma luz do banheiro que queimou e seria bem legal se aquele rapazinho a trocasse.- Apontou para Sasuke, que apreciava o único quadro na parede da sala.-... e não, não aconteceu absolutamente nada de interessante.

– Isso me alivia, e pode deixar que eu peço a Sasuke.- Kurenai serviu uma xícara de café para mim e eu logo tomei o primeiro gole. Fomos até a sala e Sasuke postou os olhos em nós por alguns instantes, voltando rapidamente para o retrato. Não pude deixar de me aproximar do mesmo, com intenção de lhe contar quem era as pessoas da foto.- Esse é meu pai.- Deslizei meus dedos no porta retrato pendurado, apontando para um homem que segurava um peixe enorme nas mãos, estampando um sorriso largo e orgulhoso.- Minha tia.- Movi o dedo para uma mulher morena com uma tiara vermelha sangue nos cabelos e ela mostrava um sorriso discreto porém meigo na foto. Acho que isso é o máximo que ela consegue sorrir.- E eu.- Eu era pequena quando essa foto foi tirada, deveria ter uns quatro anos e eu estava do lado de meu pai com um outro peixe nas mãos; no entanto muito menor.- Estávamos na casa de campo dos meus pais. Como papai sempre foi uma pessoa muito família, não deixou de convidar a tia Kurenai para participar de nosso passeio de uma semana. Meus pais sempre tiveram muito dinheiro, mas eles sempre foram muito conservadores e diferentes de outras famílias de alta classe era raro eles passarem boa parte do tempo no trabalho. Sempre estiveram comigo, acolhendo-me devidamente.- Bons tempos.

– Entendo.- Comentou Sasuke ainda com os olhos no retrato, porém a voz de Kurenai nos tirou daquele momento.

– Venha rapaz, preciso que você troque uma lâmpada para mim.- Kurenai levantara do sofá, depositando o copo de café na mesa de sempre. Sasuke me olhou com reprovação mas cumpriu com o favor. E eu fiquei alí, com a xícara de café na mão perambulando pela casa. Até que vejo uma gaveta da escrivaninha entre aberta. Sigo a passos lentos, sentando-me no sofá e certificando-me de que ninguém vinha descendo as escadas. Abri a gaveta, revelando ser um pequeno envelope. O viro e nas costas do mesmo havia o meu nome. Sakura Haruno.

– O que é isso...?- Estudo o envelope sem abri-lo, mas a pessoa que escreveu só manteve as informações dentro da mesma. Escuto uns barulhos de passos no andar superior, e então escondo aquele fino envelope dentro da blusa.

– Aquela lâmpada já estava me dando nos nervos. Obrigada, garoto.- Os vi descer as escadas normalmente e então levanto-me do sofá rapidamente, fechando a gaveta da escrivaninha de forma discreta.

– Tia já vamos saindo, obrigada pelo café. Tchau!- Puxei Sasuke pelo pulso quando o mesmo estava ao pé da escada. Não dei ouvidos ao que tia Kurenai falava, queria sair dali o mais rápido possível e ler aquela carta que era destinada a minha pessoa.

Voltamos para o apê com um Sasuke me perturbando perguntando o porquê de nós termos saído de lá as pressas. No entanto, tranquei-me no quarto com a carta em mãos. Não poderia lê-la agora, afinal já estava quase atrasada para dar aula no colégio. Mordi os lábios pensativa, guardando o envelope dentro da minha maleta. Me despi com pressa, trajando uma blusa social branca com uns bordados rosas e uma calça jeans skinny simples. Dei uma ajeitada rápida no cabelo, passando um gloss da mesma tonalidade rosada dos bordados da camisa. Escutei um “até mais tarde” de Sasuke e eu logo já estava a caminho do colégio. Quando cheguei, meus alunos badernavam e viravam a sala de cabeça pra baixo. Depois de alguns socos na mesma eles logo se alertaram e comportaram-se sentando em circulo. As aulas de violão sempre foram tranqüilas e rápidas. Todos já estavam comprometidos com o instrumento, tocando cada vez melhor. Lembro-me da primeira aula que eu dei aqui; ninguém sabia bulhufas, nem acordes, nem nada. Mas no final do ano eles já estavam bem treinados e agora só estendem suas habilidades com a minha ajuda; querendo aprender a tocar novas músicas com as cifras e etc.

Graças ao deuses eu já me livrava dali, pegando o ônibus e partindo para meu curso de inglês. Vivo me dizendo que deveria fazer inglês online, assim não gastaria dinheiro e economizaria. Dou três toques na porta adentrando a sala de aula. Havia poucas pessoas hoje; apenas a Konan, o Hidan e seu amigo Kakuzo, Temari, Tayuya e o Yahiko. Sempre me dei bem com eles, apesar que nunca foi meu objetivo fazer amizades com as pessoas do curso de inglês. Mas acabaram sendo boas pessoas para mim.

– Sakura-chan!- Hidan e Kakuzo levantavam-se e acenavam para mim, pedindo que me sentasse próximo aos dois. Forcei um sorriso agradecida, mas eu não queria muito papo hoje, afinal aquela carta não saia da minha cabeça e eu só queria ir para casa correndo.

– Sakura, que bom que veio! Você não tem vindo muito ultimamente e a gente até pensou que você havia cancelado as aulas.- Konan juntou-se a nós, entrando na conversa.

– Ah, me desculpem, gente. Minha vida deu um mortal para trás e agora eu estou bem ocupada.- Respondi ainda com aquele sorriso forçado.

– Você veio.- Desvio meus olhos do pessoal, parando na porta da sala. Era Kakashi-sensei, nosso professor. Ele era um homem grisalho muito galanteador e seduzia todas as meninas da classe. Tinha uma afeição muito grande por mim, o que eu sempre estranhei. Afinal que professor usa o “tan” para nomear uma aluna?- Já estava começando a ficar preocupado.- Sentou-se na sua grande mesa, apoiando os cotovelos na mesa e segurando a cabeça nas mãos entrelaçadas.

– Tem ocorrido muitos imprevistos, sensei.- Respondo com a intenção de fazer a aula correr.

A aula corria junto do ponteiro do relógio que ficava exatamente em cima da lousa. Eu não desgrudava os olhos daquele bendito relógio, esperando em vã que ele acelerasse a cada piscada. Finalmente, o sino bate e todos correm para a porta como eu. Verificando se o envelope estava na minha maleta, pego um táxi pois já era tarde e eu sempre tinha medo que me seqüestrassem no ônibus ou algo assim. Entreguei o dinheiro que marcou no taxímetro, passando pelo portão do apê; no entanto, escuto o porteiro chamar meu nome e o infernizo mentalmente por isso.

– Senhorita Sakura, deixaram uma encomenda para a senhora depois que você saiu.- Estranhei, me aproximando do mesmo e pegando a encomenda, agradecendo. No caminho, estudei aquela espécie de caixa que era decorada por um laço rosa e nada mais. Chegando em casa, vejo Sasuke dormindo no sofá. Aprecio seu corpo bem definido com intenção de toca-lo, no entanto me nego a isso, comentando baixinho:

– Bobo, nunca dorme de blusa.- Soltei uma risada abafada, o cobrindo com a manta que vestia o sofá. Caminhei pelo corredor, entrando no quarto e fechando a porta. A primeira coisa que eu fiz foi abrir aquela caixa, arrancando o laço e tirando de lá uma boneca de porcelana com cabelos encaracolados róseos e vestida com um vestido de noiva espalhafatoso. Assustei-me. Era eu no dia do meu casamento...

“Está linda com estes cachos rosados, Sakura.”

Algumas lembranças invadem minha cabeça, lembrando das palavras de Sasori quando ficamos lado a lado, frente ao padre. Tinha certeza que fora ele que mandara. Droga, é tão linda...

Deixei a boneca de lado, abrindo a maleta e tirando o envelope cuidadosamente de lá. Passei os dedos pela mesma, rasgando a abertura de cima e puxando a carta que havia dentro. Era extensa e então comecei a lê-la calmamente. Fora meu pai que escrevera, contanto sobre os fatos que levaram ele e mamãe terem de participar do Transatlântico. Alguns problemas nos trabalhos, clientes europeus, essas coisas. Só que, com o rumo que a carta ia levando, meu coração acelerava mais e mais...

“...estamos sendo ameaçados.”

“Não sabemos se iremos voltar, por isso declaro aqui a sua herança que está guardada no cofre dos Harunos”

“...declaro aqui a sua herança...”

“...sua herança”

– Mas oquê...?


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