"Eles dizem que todos os adolescentes cagam de medo de mim, eles poderiam se importar menos contanto que alguém sangrasse. Então escureça as suas roupas ou faça uma pose violenta, talvez eles te deixem em paz, mas não a mim"– Teenagers, My Chemical Romance.

– O-oque você disse? - foi o que Naruto perguntou, completamente perplexo. Hinata mantinha o seu sorriso e, além disso, levantou uma das mãos, levantando o seu dedo indicador, mais especificamente da mão direita.

– Quero que você seja o meu namorado por um dia - ela dizia com um sorriso brincalhão, mas Naruto imaginava o quão sério aquela garota doentia falava. Ela realmente queria... bem, ao pensar nisso, ele engoliu em seco. Obviamente, ele recusaria, desde dois anos atrás ele não se imaginava namorando ninguém.

A sua única vontade era permanecer sozinho, em seu canto, sempre em seus devaneios, sempre no Mundo dos Sonhos Eternos, que ele não fazia ideia ser assustador para a garota em sua frente. Ele não tinha como saber, mas mesmo assim tinha que recusar, aquela garota realmente não batia bem, foi o que Naruto pensou e com certa razão. Ele não foi capaz de encarar aquele par de pérolas oculares, pois não conseguia admirar os olhos de ninguém, era um de seus principais defeitos que denunciavam sua doença. Hinata ficava com um brilho satisfeito quando notava que Naruto não conseguia encará-la, parecia que ele se tornava mais interessante, quase um enigma.

E uma risada. Todos puderam contemplar com seus ouvidos uma risada bem cruel. Notando bem, não era só uma risada, eram várias, Naruto olhou para trás e viu o grupinho de Yamanaka Ino rindo, conseguiu ver até mesmo a carteira de Uchiha Sasuke, que mantinha um sorrisinho nos lábios. Mas algo o irritou, algo o deixou enfurecido, foi culpa de Ino, ela não deveria ter feito o que fez. Digo, Naruto sentiu um tapinha nas costas, mas um tapa fraco repleto de um veneno psicológico mortal. Um tapinha, depois outro.

– Haha! Parece que o lesado e a maluca vão sair! Gente, que lindo namoro! - Ino dizia, entre risadas. Os olhos de Naruto se arregalaram de uma forma animalesca, um par azul e brutal. Quando Ino ia dar um terceiro tapinha, eis que a mão de Naruto segura firmemente o braço da loira.

– Nunca mais encoste essa sua mão em mim!– o loiro vociferou. Ino, imediatamente, tentou empurrar o braço de Naruto, uma tentativa frustrada, pois a força que ele teve naquele surto foi anormal.

– Me solta, tá me machucando! - ela ordenava, mas Naruto apenas segurava mais forte.

Uma legião a defendeu, dizendo coisas como "solte ela, seu lesado!", "seu maldito machista!", mas Naruto não os ouvia, tudo que havia era o sentido da raiva. O verdadeiro sentido da raiva. Ele não se irritou pelo o quê Ino fizera, se irritou apenas com o como ela o tratava, como ela achava que tinha o direito de o tratar. Ino era irritante, ao menos para o loiro, Ino era uma maldita normalfag que se achava superior por manter uma máscara social. Uma gota no oceano, mas mesmo assim ela não tinha o direito de se achar superior, se ele pudesse usar um termo para ela usaria "superficial". Ele sentiu mais uma mão puxando o seu braço, olhou para o lado e viu que era Haruno Sakura.

– Naruto, solte ela! - Sakura dizia.

– Naruto-kun! - uma outra voz, ele pôde ouvir uma outra voz. O loiro começou a olhar para onde vinha a voz e viu que pertencia justamente àquela pessoa, àquela habitante de Isnospsia com uma voz tão doce e angelical, mas com um brilho de frieza. Era a voz de Hyuuga Hinata. - Não vale a pena - ela terminou.

Naruto voltou a si e logo soltou o braço de Ino, inicialmente afrouxando o aperto, mas em seguida retirando a mão de tal braço. Ele abaixou a cabeça, inspirando e expirando ar profundamente e com muito esforço. Mas algo o forçou a dar sua atenção para acima do solo, foi o fato de Hinata se levantar da carteira, se levantar rapidamente. Se tal cena fosse de um desenho animado ou ilustração, Naruto estaria com um ponto de interrogação na cabeça, mas obviamente ele não estava - ou será que sim? - Hinata pegou em seu braço e o puxou pela a sala, ela se dirigia até a porta da saída de tal lugar social.

Ela deixou escapar um:

"Venha comigo!".

Ela abriu a porta e a fechou, ambos já estando fora daquele lugar torturante.