A Seleção- Uma Nova História escrita por Vic Scamander


Capítulo 2
O Funeral


Notas iniciais do capítulo

Obrigada Line Marques por favoritar e comentar, valeu a todos aqueles que estão acompanhando e estou muito feliz com as 16 visualizações dos leitores fantasmas!
Vocês fizeram uma pessoa feliz! Por isso, resolvi adiantar o capítulo.
Boa leitura!



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POV Maxon

America estava morta.

E alguém iria pagar muito caro por isso.

Fechei os olhos dela que continuavam abertos e permaneci ao seu lado. Não havia ninguém na enfermaria pois mandei todos saírem. Um dos criados que estava lá disse que iria chamar a Família Real mas eu falei que eu mesmo iria conversar com eles mais tarde. Estava soluçando alto que nem percebi quando algum tempo depois alguém chegou silenciosamente e se sentou ao meu lado, pelo canto do olho, vi minha mãe. Ela parecia estar chorando também enquanto observava junto comigo o corpo de America.

–Filho, você precisa jantar – pelo visto já era bastante tarde, não percebi o tempo passar – eu pedi para cancelarem o Jornal Oficial de hoje e pedi aos empregados que não comentassem sobre a morte de America, estava com medo de alguém da imprensa saber e anunciar ao país antes mesmo de contamos a família dela... - ela fez uma pausa antes de continuar – por falar nisso Maxon, você mandou alguém avisá-los?

Eu discordei com a cabeça, passei o dia ao lado do leito em que America estava, pensando em todos os momentos em que estive com ela que nem sequer pensei em sua família. Refletindo sobre esse assunto agora percebo que a melhor coisa a ser feita é eu mesmo ir até a casa dela e contar aos seus familiares, tenho medo do que seus pais podem fazer, mas o mínimo que pode ser feito é eu ir lá. Levantei-me e saí correndo da enfermaria deixando minha mãe só; eu precisava avisar o piloto do jatinho real que precisaria de seus serviços.

Algum tempo depois já estava tudo organizado, pedi para minha mãe avisar a todos que iria para Carolina hoje mesmo. Já estava dentro do jatinho quando avisaram que minha mãe viria. A viagem foi tranquila e silenciosa, eu precisava refletir sobre a conversa que teria com o senhor e a senhora Singer.

Chegamos tarde da noite em Carolina e seguimos por algumas ruas até que o motorista parou em frente a uma casa simples, com dois vasos de flores em frente à porta, aquela deveria ser a casa de America. Eu estava nervoso, mamãe segurou minha mão e juntos batemos na porta, alguns segundos depois um garotinho atendeu, ele devia ser Gerard. Quando me viu e depois olhou para minha mãe ele ficou boquiaberto e se apressou em fazer uma reverência. Sua mãe chegou logo depois e fez o mesmo.

– Entrem! Sejam bem vindos a nossa humilde residência! O que os traz aqui?

Sentamos no sofá que estava na sala, aparentemente, todos estavam na casa, vi uma mulher com um bebê e um rapaz que nunca vi, devem ser Kenna e Kota. Todos estavam me fitando, mas foi May que quebrou o silêncio.

– Príncipe Maxon cadê a minha irmã?

– Eu preciso contar algo a vocês. Hoje teve um ataque dos rebeldes e America acabou, acabou...

Todos na sala começaram a chorar, eles sabiam o que tinha acontecido pelas palavras não ditas. O pai de America chegou perto de mim, achei que ele ia me dar um soco pois prometi que cuidaria dela, mas o mais intrigante aconteceu.

Ele me abraçou.

Depois de se distanciar de mim e percebendo meu olhar confuso ele disse para irmos conversar em particular. Avisei minha mãe que estava consolando a Sra. Singer e o segui para o andar de cima, entramos em um quarto e ele era azul claro, a cor preferida dela, comecei a chorar e ele disse:

– Esse era o quarto dela, pelo visto você percebeu que ela gostava de azul.

– Sr. Singer, por que você não está chateado comigo? – perguntei.

– Ora Maxon, qualquer um pode ver que você está triste tanto quanto eu, você parece cansado, seus olhos estão tristes e vermelhos, deve ter passado o dia chorando – falou ele em meio às lágrimas – e se você não tivesse feito tudo o que podia para salvá-la, creio que não estaria aqui, ficaria com peso na consciência. America tinha muita admiração por você e agora eu também, porque você veio dar a notícia em pessoa. Eu ficaria feliz se vocês tivessem se casado, ela teria feito uma boa escolha ao aceitar.

– Eu ia anunciar hoje no jornal que ela era a minha escolhida, antes do ataque, nós estávamos falando sobre isso. Mas agora, acabou...

– Maxon, foram os rebeldes que a mataram? – perguntou ele em tom de “culpa”?! Acho que interpretei mal.

– Meri disse antes de partir que não foram eles, mas ela não viu o atirador, investigamos e os rebeldes sequer conseguiram atravessar os muros então concluíram que um deles deve ter entrado pelos jardins.

O Sr. Singer parecia estar longe, não o culpo, sua filha morreu e ele nem pôde estar perto dela... Eu me sentiria um pouco culpado também. Descemos e minha mãe estava conversando sobre o funeral, pude ouvir algumas partes, eles seriam indenizados e o funeral seria por nossa conta, não era o bastante, mas era tudo o que estava ao nosso alcance. A família dela me abraçou e senti que era hora de ir, eles precisavam de um tempo a sós. Voltamos para Illéa e chegamos lá de madrugada. Tomei banho e dormi. Fechei os olhos e vi.

Vi novamente aqueles olhos que deste a primeira vez me cativaram.

Quando acordei tomei café no quarto e me dirigi ao quarto de meus pais, onde mamãe estava preparando o funeral. Iríamos o mais breve possível, eu insisti para que America fosse enterrada como uma princesa, mamãe não questionou, ouvimos leves batidas na porta e três moças entraram, elas estavam com rostos vermelhos de tanto chorar. Reconheci-as no mesmo instante, eram as criadas da Meri, Anne, Mary e Lucy. Foi Anne que falou com voz chorosa depois de fazer uma reverência.

– C-com li-li-cença maje-jestades, nós que-queríamos pedir que a a Me-meri fosse enterra-da-da com um ve-estido que nós fizemos.

Ela pegou uma caixa que Lucy segurava e me entregou. Comecei a chorar pois o gesto delas foi lindo, era um vestido belo, digno de uma princesa e era...

Azul. America deve estar sorrindo onde quer que esteja.

Em meio ao choro das meninas, elas fizeram um último pedido, arrumarem America, consenti.

Fomos para Carolina, onde America seria enterrada. As selecionadas iriam e as criadas de Meri também. Aspen foi comunicado e disse que iria para o enterro. Chegando lá, muitas pessoas estavam reunidas, todos choravam pois America era o símbolo da esperança, principalmente para os mais pobres. O funeral foi feito de acordo com o planejado para um membro da Família Real, eu insisti que fosse assim mesmo sob os protestos de meu pai. O caixão chegou e antes de tamparem-no, todos fizeram uma filha para se despedir dela. Ela estava linda, parecia que estava tendo um sonho, pois ela morreu sorrindo, seu vestido lhe caía perfeitamente bem, ela estava com o colar de pássaro, a pulseira que dei para ela, um anel de diamante que iria dar a ela quando a pedisse em casamento e uma coroa delicada (meu pai odiou a ideia de enterrá-la como uma princesa, mas minha mãe, sentindo compaixão por mim, o convenceu a deixar-me fazer o que achava que fosse o certo). Peguei uma moedinha que ficava em um jarro ao lado de sua cama no palácio, nunca perguntei o significado mas achei que fosse importante para ela; peguei a palma de sua mão, beijei-a e dentro pus a moeda, depois disse algumas palavras.

POV Autora

No momento em que fizeram a fila, a família de America foi primeiro, seguido da Família Real, depois foram as italianas, logo atrás os amigos de America e por fim, as selecionadas.

– Você sempre me deu orgulho Meri. – disse o pai.

– Desculpe por todas as vezes que briguei com você por bobagem querida. – disse a Sra. Singer.

– Seu sobrinho iria gostar de conhecer a pessoa maravilhosa que você é. Eu dei o nome de Eduardo, você gostava desse nome. – falou Kenna.

– Eu deveria ter parado de ser egoísta e passado mais tempo com você. Saiba que nossa família me perdoou. Espero que onde quer que esteja você também me perdoe por eu ter sido tão idiota durante dos esses anos. – contou Kota.

– Você sempre vai estar em meu coração, Meri. – sussurrou o pequeno Gerard.

Por último foi May. Ela estava soluçando alto, mas em meio aos soluços disse:

– Você sempre foi uma princesa Meri. E agora está como uma – sorriu – pena que nunca mais vai me abraçar. Eu te adoro e quero que saiba que vou tentar de tudo pra fazer que seja lembrada. Eu juro!

A família de America ficou mais um tempo próximo ao caixão e depois foi a vez da Família Real. Rainha Amberly e Rei Clarkson se aproximaram juntos do caixão.

– Você teria dado uma boa nora. Eu ficaria honrada. – disse Amberly, ela cutucou o marido que apenas falou:

– Espero que esteja em um lugar melhor. – Amberly deu um sorriso, mas o que ela não ouviu foi o que o rei disse em seguida – Pelo menos não está mais aqui.

Eles saíram e Maxon se juntou ao lado do caixão.

– Eu te amo America Singer, nunca vou te esquecer. – ele falou mais, porém em meio aos soluços e lágrimas isso foi tudo que deu para entender. Ele pegou a sua mão, beijou-a e pôs algo dentro.

As italianas se aproximaram e Nicoletta falou em nome de todas, dela, de Orabella e de Noemi.

– Você seria uma ótima rainha, teria feito uma grande diferença.

Aspen foi em seguida.

– Você foi meu primeiro amor, Maxon teve muita sorte.

Atrás dele, Anne, Mary e Lucy vieram.

– Teríamos muito orgulho de vê-la como nossa rainha senhorita. Nós te amamos, obrigada pela amizade. – disseram em uníssono.

Logo depois, uma moça usando óculos e um lenço cobrindo a cabeça se aproximou.

– Obrigada por ter sido essa pessoa maravilhosa Meri. Saiba que eu estou grávida de uma menina e eu vou dar a ela o nome de Louise America – essa era sem dúvida a voz de Marlee.

Chegou a vez das selecionadas se despedirem.

– Eu sempre soube que ele iria te escolher, mas não esperava que isso acontecesse, eu nunca me imaginei em seu funeral. – falou Elise.

– Agora você está fora da competição, vou poder enfim ter uma chance com Maxon, mas juro que não queria que fosse dessa forma, não desejaria, nunca, a sua morte. – contou Kriss, ela chorava, pois de certa forma se sentia culpada já que queria que Maxon fosse seu marido.

– Olha, eu queria me desculpar por tudo o que fiz – sussurrou Celeste, ela não queria que alguém ouvisse o que tinha a dizer – e eu queria que você me perdoasse, no fundo eu não sou assim, mas quando eu descobri que era uma selecionada eu fiquei feliz por enfim poder me apaixonar por alguém que poderia se tornar meu marido. Toda a minha vida eu me joguei nos braços de qualquer um que dissesse que me amava mas, o que eles queriam era que eu ficasse com eles para depois saírem por aí dizendo que conquistou Celeste Newsome e quando eu conheci Maxon eu vi que ele era diferente de todos aqueles que eu conheci e senti ciúmes de todas as selecionadas. Mas você, você sempre foi a escolha dele, os olhos de vocês dois brilhavam quando se encontravam e eu sentia muita inveja de você America, porque eu sempre quis que alguém olhasse com tanta paixão e ternura para mim. Eu espero encontrar alguém que me ame, da maneira que Maxon te amava, espero que me perdoe, de onde quer que esteja, por tudo que fiz e realmente estou triste por você ter partido pois você era perfeita para ele e eu gostaria que Maxon fosse feliz, mesmo que a razão da felicidade dele não fosse eu e sim você. Adeus.

Depois que Celeste se despediu, Maxon contou que ia se casar com America, falou sobre quem era a America que ele conheceu e depois May disse algumas palavras, seguida por Aspen que disse sobre a ótima amiga que America foi. Todos que estavam no funeral jogaram flores enquanto o caixão era fechado e America era enterrada. As flores eram hortênsias.

Nesse dia, não só os que conheciam America choraram. Toda Illéa derramou lágrimas, pois America os representava e agora, ela se fora, junto com a esperança de dias melhores.


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Notas finais do capítulo

Comentem! O que acharam do rei e da Celeste? Eu realmente acredito que ela no fundo, bem lá no fundo mesmo, ela não seja a vaca que todos achamos que é.
Guardem na memória a parte em que o Sr. Singer ficou um pouco misterioso e a promessa de May, eles vão ser importantes.
Obrigada por lerem!
Confesso que me emocionei quando reli o capítulo, nunca imaginei que escreveria algo que me fizesse lagrimar. Acho que tô que nem a hospedeira, com outra pessoa dentro de mim que fica no controle de vez em quando.
FELIZ NATAL!!!