Segurei-me para não suspirar, oh, a vontade de dizer que senti saudades, que quase morri de saudades. Oh, por pouco não me joguei em seus braços, se ele sequer soubesse.

            Ele deu um passo para a frente me prensando contra a estante e eu sorri imaginando o que viria a seguir. Querendo que acontecesse logo.

            - Então – ele murmurou com a boca próxima demais de meu ouvido. – Você não me respondeu! Sentiu saudades?

            Senti como minhas bochechas coravam e me segurei novamente para não suspirar. Não! Eu me manteria forte, pelo menos em sua frente.

            Mas internamente sentia vontade de gritar para que Draco andasse logo e me beijasse, do jeito que só ele sabia fazer. Do jeito dele.

            Sorri passando meus lábios em seu ouvido, sussurrando em seu ouvido, ciente do estrago que poderia fazer. Mas Hermione não cedia de jeito algum, pelo contrário, mantinha-se ali, firme, me encarando, o corpo prensado contra a estante.

            Pelo menos não me afastara, isso já era grande coisa.

            Dei um selinho e senti como as mãos dela, que até então estavam se segurando em uma prateleira, ficavam moles e caídas do lado do corpo. Seria só questão de tempo para que ela me agarrasse.

            Ilusão a minha, ela não o fez, só manteve-se ali, piscando os olhos lentamente e me observando. Dei outro selinho, e a reação dela continuou igual. Por Deus, como podia manter-se tão forte?

            Por Deus, por quanto tempo mais ele me testaria?

            Não era fácil manter-me forte quando minhas mãos contorciam-se por agarrá-lo pelos cabelos e grudá-lo ao meu corpo. Mas não, Draco Malfoy tinha que ter tudo ao seu jeito, fazendo-me esperar, querendo me enlouquecer.

            Mas se ele pensava que assim eu cederia, estava muito enganado!

            Creio eu.

            Oh! Eu não podia mais me controlar, que se danasse todo meu auto controle, minhas provocações e o auto controle dela, que fosse tudo ao inferno e não retornasse! Eu a queria e pronto. Assim que não me aguentei mais e pus as mãos em sua cintura colando-a mais ao meu corpo, se é que isso era possível, meus beijos começaram em seu pescoço e eu a senti amolecer, seu controle se esvaindo quase que por completo. Logo meus lábios tomaram os seus e tudo foi para o espaço de vez. A abracei, a senti passar as mãos em minha nuca agarrando-me pelo pescoço. Nada mais importava, só a entrega.

            E que aquele momento se tornasse eterno.

            Nem eu e nem ela ousou dizer algo, e eu tinha noção do porque, não iríamos arriscar acabar com o momento, eu não poderia falar algo e arriscar acabar com tudo, porque falar seria recobrar a consciência, e era melhor não. Que continuássemos assim!

            Não sabia mais o que era tempo nem quanto havia passado, não me importava, só me importava o agora, e o meu agora era tê-la entre meus braços.

            Gemi ao separar nossos lábios, isso quando o ar já nos faltava, e a vi manear a cabeça também frustrada, isso me fez sorrir, mesmo que aos poucos eu ia conquistando-a.