Timber escrita por Lecter


Capítulo 3
Prometo arrancar os cabelos de Glimmer e ataco Peeta com um travesseiro


Notas iniciais do capítulo

Réeeeelou, pessoitchas.
Demorei para postar esse por causa de toda essa coisa de fim de ano e tal. Enfim, ficou curtinho.
Aliás, agora eu dei uma alterada na data da sinopse que passou de 1889 para 1915. (Porque é um saco ficar pesquisando se tal coisa existia nessa época).

Outro recadinho: fiquei meio decepcionada com o tanto de reviews do outro capítulo :s Tenho 20 leitores e só 3 comentaram no capítulo anterior. Então, para o próximo capítulo: ao menos 5 comentários para me dar uma animadinha :3

Aproveitem a leitura e tenham vontade de bater na Glimmer ♥



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Capítulo 2

– Será que dá para você parar de roncar?! – digo jogando um travesseiro na cara de Peeta, que está dormindo num divã do outro lado do quarto que eu havia ajeitado. Ele nem se mexe.

Onde eu estava com a cabeça em trazer Peeta para cá? Onde estava o meu bom senso? Ah, claro! Eu achei supernormal trazer ele para dormir aqui, já que isso é um cabaré. Péssima, péssima, péssima ideia!

Eu o trouxe para cá, cambaleando juntos devido ao seu peso e a bebedeira, porque ele me dissera que não tinha casa ou qualquer lugar para morar. Eu devia ter feito mais perguntas. Nota mental: antes de trazer um estranho completo para dentro do seu quarto, faça um questionário para ele. Aquele saco de músculos, beleza e olhares provocantes era bem pesadinho. Peeta veio murmurando coisas que eu não entendi e dando risadinhas. Quando cheguei aqui, Glimmer veio correndo fazer um comentário sarcástico:

– Oh, então é isso que você conseguiu? – ela disse e olhou Peeta de cima embaixo, soltando uma gargalhada. Ok, ele não estava na melhor das situações, mas ainda assim era bonitinho. Eu mandei ela para aquele lugar e subi ás escadas em direção ao meu quarto.

Agora, olhando-o mais de perto e com a cara de bêbado trocada por uma boa noite de sono, ele não era bonitinho. Ele era incrivelmente lindo e sexy, com a pele levemente bronzeada e o cabelo dourado emaranhado. Sua camisa branca estava com uns cinco botões abertos, revelando o seu peitoral e a barriga e... Oh meu Deus! Era perfeitamente definida.

Sacudo a cabeça já me sentindo meio mal e fico o encarando, sentada com as pernas cruzadas na cama. Eu havia vestido a minha roupa de dormir mais comportada, que consistia em uma camisola de cetim que ia até os pés e era de alcinha. Eu não queria que ele pensasse que eu estava tentando o seduzir ou algo parecido.

Olho para ele mais uns instantes e jogo as cobertas para o lado. Caminho até o divã e me ajoelho ao lado de Peeta. Sucumbo ao desejo de passar a mão em sua pele. Levo os dedos até o seu peito e o toco levemente, mordendo o lábio inferior.

– Devo sentir a minha privacidade invadida, Everdeen? – droga, droga, droga. Peeta havia acordado e sussurrado isso, e eu quase não ouvira.

Sinto-me corar até a raiz dos cabelos e mudo de assunto.

– Katniss. – digo sentindo minhas bochechas pegando fogo, morrendo de vergonha. Já ele parecia estar acostumado com isso.

– Como?

– Katniss Everdeen. Este é o meu nome – falo e vou para trás do bongo trocar minha roupa. Ele não pergunta o porquê de eu ter mentido ou sobre qualquer outra coisa. Essa é uma qualidade de Peeta Mellark. E esse é um defeito de Peeta Mellark.

Tiro a camisola e visto um vestidinho florido com cores neutras e calço minhas botas com esporas.

– Você vai mesmo se trocar na minha frente? – pergunta Peeta do outro lado.

– Pelo que eu saiba esse é o meu quarto. – levanto o dedo indicador por cima da estrutura, marcando o número um – E, pelo que eu saiba, existe uma base de madeira com alguns tecidos impedindo sua visão do meu corpo. – levanto o segundo dedo.

– Mas ainda assim eu posso ver a sua silhueta. – ele arqueia uma sobrancelha quando eu coloco a cabeça para fora.

– Só... Só cala a boca, hombre – sinto meu rosto vermelho de novo. – Aliás, você deveria lavar essa sua cara de ressaca. – aponto para uma bacia na penteadeira.

Dou uma ajeitada no meu cabelo com os dedos em frente ao espelho emoldurado do quarto enquanto Peeta se arruma. Prendo minhas madeixas em uma trança frouxa e a jogo no ombro esquerdo. Pego meu casaco que estava pendurado no cabide e saio do quarto.

Estamos descendo as escadas quando ele para no meio do caminho e pergunta:

– O que é isso aqui?

– Um cabaré. – a afirmação sai como uma pergunta e ele acaba respondendo:

– É, acho que sim.

Depois de mais um longo momento de silêncio e mais doze degraus, ele fala novamente:

– Então... Como eu posso perguntar isso sem te ofender? – ele indaga – Isso aqui é um cabaré, né? E... E você faz aquele tipo de dança e trabalha em um bar. Então você... – eu o interrompo.

– Se eu sou uma mulher da vida?

– É... Bem, isso só me passou pela cabeça...

Eu estou seriamente ofendida agora. De onde ele tirou aquela ligação? Só por que eu trabalho em um bar, faço as danças para conseguir um dinheiro extra e moro num cabaré não significa nada. Ok, pensando melhor agora significa sim.

– Não, hombre, eu não sou uma delas! – falo ultrajada.

– Você fala isso como se fosse algo ruim.

– Na verdade é algo ruim. A maioria só faz isso por não ter outras oportunidades na vida, o que é trágico.

– Realmente. – ele concorda – Mas garanto que você ficaria rica com isso. Eu só digo isso...

Giro o corpo e o meu punho voa em direção a sua cara antes de ele terminar a frase. Prevejo um hematoma bem feio ali depois do café da manhã. Antes de eu conseguir acertar a sua face, Peeta segura a minha mão e a encosta na parede, prendendo-a.

– Eu só digo isso – repete ele – por que eu gosto de você. E pelo visto, o único jeito de te ter seria dessa maneira. – Peeta deposita um beijo na minha bochecha e entra na porta que dá para a cozinha. Mal sabe ele que existe mais uma escada para chegar ao cheiro delicioso de pãezinhos.

Deixo o braço cair ao lado do meu corpo e apoio a cabeça na parede, olhando para cima.

– Ei, se você continuar ai, creio que irá comer comida fria – diz Johanna Mason, a garota com que mais eu tenho contato aqui.

Dou um sorriso de canto para ela.

– Meu Deus, menina! Quem era aquele sarado que estava aqui? Está todo mundo comentando...

– Não estou nem ai se elas estão comentando. Não devo satisfações a elas.

– Aham. Então... Quer dizer que aconteceu alguma coisa. – ela me cutuca.

– Johanna! – digo rindo sem me conter – Não, não aconteceu nada. – Não que ele não queira.

– Aham. – repete ela – Vamos, vamos – me cutuca de novo. - Capaz de não sobrar comida, por que essas garotas parecem gatas, mas na verdade comem feito porcas.

Consigo ouvir Effie, a organizadora de tudo isso, dando bom dia às garotas - e a Peeta de uma forma bem diferente que o “bom-dia” das demais – uns quinze degraus antes.

Sento-me em uma cadeira ao lado da de Peeta, coloco meu casaco na cadeira e sorrio para ele, que parece não perceber, já que está conversando animadamente com Glimmer. Loira águada. Blergh.

– ... É, bem... Eu não tenho um lugar para morar. Meu pai morreu e eu acabei deixando minha mãe em casa quando tinha dezesseis anos. Desde então eu venho vagando pelo velho oeste. – ouço Peeta falar enquanto gesticula ao mesmo tempo.

– Nossa, sério? – diz Glimmer jogando os cabelos para os lados e puxando um pouco o decote da blusa mais para baixo. Ela realmente não estava prestando atenção no que ele falava. – Você poderia ficar aqui.

Johanna pigarreia do outro lado da mesa e solta uma risadinha.

– Mas é claro, querido! – Effie afirma animadamente. – Você...

– Você vai ter que pagar como todas as outras garotas. – a interrompo e dou uma garfada firme na panqueca.

– Claro que não... é...– ela o encara – Como é o seu nome?

– Peeta Mellark. – seu sorrisinho volta ao rosto.

– Então, Peeta Mellark. Você pode pagar de outras formas. – Effie pisca e sai rebolando – sim, rebolando! O que é pior do que uma velha de 50 anos rebolando com uma saia que quase aparece a bunda? – em direção as escadas.

Eu engasgo e começo a tossir feito uma louca. Sinto que aquele maldito pedaço de massa não vai voltar e ir para o lugar certo. Sei que a morte está chegando e me envolve com os braços por trás. Pera aí. Não é a morte, e sim Peeta.

– Mas que merd... – falo entre os engasgos.

Peeta começa a me puxar em sua direção repetidas vezes e começo a entender o que ele queria fazer: mandar o pedaço daquela panqueca imbecil voltar, mesmo que não seja por contra própria. Vejo Glimmer, meio vultuosa, do outro lado da mesa me encarando e... rindo. Peeta faz força uma última vez e vejo a comida voando até o outro lado da mesa, toda babada. Ela cai bem na cara de Glimmer, que começa a soltar gritinhos.

– Na sua cara, loira. Literalmente. – fala Johanna entre as risadas.

Me apoio na mesa e sussurro um obrigada para Peeta, enquanto as outras ficam na dúvida se riem ou ficam com cara de bunda. Ele assente, olha para trás de mim e solta uma risadinha. Sorrio de volta.

A ruiva que nunca sei o nome, Clove e Cashmere se retiram para o quarto. Clove irá trabalhar daqui a alguns minutos, já que ela fica no Saloon em algumas manhãs para mim. Johanna pesca mais alguns docinhos da mesa, engata o braço no meu e me puxa para cima, deixando apenas Peeta e Glimmer na cozinha.

Quando já estamos na metade da escada – sempre na metade da escada – me lembro de ter deixado o casaco na cadeira.

– Ei, pera aí. – digo para Johanna e volto os degraus. Eu sei que disse para ela ficar ali, mas sinto seus pés roçando meus calcanhares.

Abro a porta sem hesitar e me deparo com uma cena inacreditável depois da situação da hora do café: Peeta sentado em uma cadeira. Até ai tudo bem, tirando que Glimmer estava sentada de frente para ele – na mesma cadeira e em seu colo -, praticamente o engolindo com os lábios. Ouço Johanna sussurrar um pequeno “Oh” atrás de mim.

– Hm... Com licença. – pego o casaco e dou meia volta.

– Kat... – sua voz é abafada pelo cabelo de Glimmer – Katniss?

Glimmer da um sorriso irônico por entre suas madeixas tingidas, contando vitória. Aperto com mais força a gola do casaco em minha mão. Oh, não. Isso não vai passar assim. Como ela ousa zoar de mim ontem e estar se agarrando com ele hoje!?

– É. Oi. - dou um pequeno tchauzinho com os dedos e vou correndo-barra-andando o mais rápido que posso até o batente da porta.

– Uou. Isso foi estranho. – eu encaro Johanna, que fecha a porta atrás de mim – Ok, foi nojento e blá-blá-blá. Mas o que importa? Você não tem nada com ele, não é?

Percebo naquele instante o que aquele sorriso significou. Aquilo foi um desafio. Para Glimmer, eu perdi Peeta. Apesar de eu realmente não querer nada com ele – talvez só um tiquinho -, ela atingiu em cheio o meu instinto de fêmea: domínio de território.

Glimmer pode até ter ganhado essa. Mas, quando eu cortar os seus cabelos com a minha faca, veremos quem sai ganhando.

– Eu não tenho nada até agora. – dou um sorriso diabólico – E Glimmer não terá até à tarde. – tanto Peeta quanto os cabelos.


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Notas finais do capítulo

Digam o que acharam e até a próxima!

Xô fantasmas! (Ou comentem :v )