Carrie você está bem? -Marie sussurrou para que somente eu pudesse escutar, e isso acabou fazendo com que eu voltasse a realidade.

Estou sim - forcei um pequeno sorriso, para que desse um pouco de ênfase na minha afirmação, ela apenas assentiu e voltou a se sentar normalmente na cadeira.

Eu sabia que Marie não havia acreditado e sua expressão dizia claramente que estou certa, mas sei também que ela não me confrontaria agora, pelo menos não enquanto ainda estivermos na classe. Por isso assim que o sinal bateu me apressei em sair da sala, segui para meu dormitório e por lá fiquei.

Fiquei jogada na cama fitando o teto por um longo tempo, Megan não apareceu, ela me conhecia o suficiente para saber que eu precisava de um tempo somente para mim. Não estava me sentindo bem, na verdade me sentia meio depressiva.

Escutei batidas na porta, mais não fiz menção alguma de ir abri-la. Assim que as batidas pararam, achei que a pessoa que estava do outro lado havia desistido, me enganei completamente já que cinco minutos depois as batidas recomeçaram, porém como antes não fiz nada além de cobrir meu rosto com o travesseiro.

As horas foram se passando e eu continuava lá, mas que raiva, por que mesmo eu estava assim? Ah é, eu não tenho a mínima ideia. Cansada de ficar trancada naquele cubículo decidi dar uma volta pelo jardim, sabia que não haveria ninguém lá, afinal provavelmente eles estavam em sala, pois é hoje matei aula, me sinto uma adolescente de novo, uhul (curtiram a animação?)

Andei admirando todas as flores que haviam no jardim, havia alguns arbustos, porém o que mais me encantou foi o caminho que tinha entre eles, a parede de folhas terminava bem depois da minha altura, me privando de observar o que havia do outro lado, se havia algo do outro lado, além de folhas , sabia onde ele daria, ao final dele, estava a fonte.

Parei de andar assim que meu celular vibrou, olhei para o visor e vi que Dean estava me ligando, ignorei a chamada o colocando de volta no bolso, não queria falar com ele, e bem fazia dois dias desde do nosso encontro. Desde de que falei com o pai dele.

Pensar na conversa em que tivemos, me fez finalmente abrir os olhos, era exatamente isso o que me incomodava. E isso me deixava extremamente confusa. Nunca me importei com o que as pessoas achavam de mim, mas era isso que eu estava fazendo agora, estava me importando com o que o Sr. Miller havia me dito. Isso é simplesmente frustrante.

E novamente me vi fugindo, como quando ocorreu aquilo com Josh, estou evitando tudo e a todos, principalmente a mim mesma, estou fugindo de mim. Meu celular novamente voltou a vibrar, cansada de fugir o atendi, quer dizer achei que tivesse atendido né, por que tipo tava tão desligada que mal havia percebido que tinha era recebido uma mensagem. Suspirei alto, e logo a li.

Me encontre 00:00 hs no caminho para a fonte...

D.

Acho que só foi coincidência eu está no local marcado agora, certo? É acho que sim. Voltei para meu dormitório logo em seguida, queria matar o tempo de alguma forma e assim o fiz. Peguei um dos meus livros e comecei a estudar, precisava de alguma forma entender a matéria que eu havia matado hoje.

Depois de longos minutos tentando aprender o que se encontrava em meus livros, desisti. Me joguei na cama ao mesmo tempo em que a porta foi aberta, revelando Megan juntamente com Marie.

Olha Carrie, eu sei que precisa de um tempo sozinha por que te conheço, mas acho que você ficou tempo demais assim, não pode ignorar seus amigos -Megan murmurou.

Estamos preocupadas com você Carrie -dessa vez Marie foi aquela a se pronunciar.

Eu sei -respondi num suspiro -, e sinto muito por isso, não queria que ficassem preocupadas, é só que... -deixei que a frase morresse.

É só que o que Car? Tente contar pra gente, talvez possamos lhe ajudar.

Só estou bolada -elas me olhavam com curiosidade e eu novamente naquele dia desisti, desisti de tentar esconder o que se passava na minha mente -, eu falei com uma pessoa a dois dias atrás e bem, ele me disse... -não pude evitar que as lembranças invadissem minha mente.

Flashback on

Desculpe-me os maus modos, sou Daniel Miller -me surpreendi ao constatar que aquele senhor era o pai de Dean, e me censurei por tal ato já que a semelhança era de extrema evidência, porém de qualquer forma a surpresa ainda permanecia em meus olhos, assim como uma pitada de curiosidade, o que o aquele homem queria falar comigo?

Olha senhor Miller, Dean esta lá dentro -falei.

Na verdade não quero falar com meu filho, pelo menos não agora.

Não? -Perguntei confusa.

Olha Carrie, sei que você pode ser bem mais inteligente do que parece e pelo menos agora deve ter notado que eu quero mesmo é falar com você -assenti-,não gosto de errolações, por isso vou direto ao ponto... quero que fique longe dos meus filhos, principalmente de Dean.

Perdão?

Foi exatamente o que ouviu, quero que fique longe, você não é uma boa companhia para eles.

Eles que tem que decidir isso- murmurei.

Eles não enxergam quem você é de verdade, eu sim. E seu passado colaborou muito com isso... -ele disse, engoli em seco, ta que eu havia sido presa antes, mas qual é? Foi uma fase difícil, todo mundo já passou por isso, quer dizer, não a parte da cadeia, ah vocês me entenderam - Não quero que se relacione com meu filho, ele merece o melhor e você é simplesmente... patética, não serve para ele.

Não irei me afastar dele ou de Marie, somos amigos -Sr. Miller estreitou os olhos e me olhou como se eu fosse um desafio que não perderia por nada.

Por que se rebaixar tanto, senhorita Cooper? Sabe que não é uma boa influência...

Eu... - tentei formar uma frase coerente, mas logo ele me cortou.

... olha só pra isso -falou e indicou com as mãos a delegacia-, graças a você meu filho foi preso, a culpa é toda sua, se eu não fosse o dono do parque, Dean teria ficado preso, e a ficha dele ficaria marcada, e isso é tudo culpa sua frisou bem as palavras, naturalmente eu não me importava com que as pessoas acham e isso era fato, eu realmente não ligava, por que o que vinha de baixo nunca havia me atingido, mas aquelas palavras de Miller me incomodou e muito, eu não esperava por aquele ataque verbal e não foi isso o que me frustrou, fiquei frustrada pelo fato que eu nunca havia ficado sem palavras, e aquele momento me pegou totalmente desprevenida-, não quero que se relacione com eles, esta avisada.

Não consegui dizer nada, ele apenas se virou e foi embora. Fiquei um tempo lá fora, olhando a lua e pensando em tudo o que ele havia dito, enquanto o vento castigava os meus braços nus, me abracei por instinto.

Esta com frio? -Me assustei ao ouvir Dean, pensava que ele ficaria mais tempo lá dentro, não respondi, isso não o impediu de tirar sua jaqueta e colocar por cima dos meus ombros.

Obrigada -respondi baixo.

Você esta bem? -Assenti minimamente.

Só estou... cansada.

Oh sim, claro, acho melhor voltarmos para o campus novamente assenti.

A volta foi extremamente silênciosa, na verdade não conseguia parar de pensar na conversa que tive com o pai de Dean. Assim que chegamos ao campus, Dean me acompanhou até a porta de onde começava a ala feminina.

Obrigada Dean, nos vemos amanha -falei, ele se inclinou para frente e deu um beijo casto em minha bochecha.

Boa noite, Carrie.

Boa noite, Dean -suspirei e entrei no corredor, me apreçando para encontrar meu dormitório.

Flashback off

... a verdade completei.

Que verdade Car?

Sou uma má influência - bufei e afundei meu rosto no meu travesseiro.

Para de besteira Carrie -Marie me censurou -, quem foi o idiota que lhe disse isso.

Não acho uma boa idei...

Quem foi? -Ela me cortou, suspirei pesadamente.

Seu pai -não olhei para expressão de Marie, só pude ouvir um suspiro cansado.

O. Que. Aquele. Bastardo. Lhe. Disse Carrie? -Perguntou pausadamente.

Isso não importa -murmurei e me virei para encara-la-, serio.

É claro que importa, conte-nos o que ele lhe disse -cansada da insistência e tendo a certeza de que mais cedo ou mais tarde elas ficariam sabendo, contei -, não acredito que aquele cretino teve a coragem de lhe dizer isso -Marie esbravejou-, não acredito que aquele idiota...argh.

Não fica assim Marie, e não fale dele desse jeito, Daniel ainda é o seu pai.

Eu não estou acreditando Carrie, como ainda pode defende-lo? -Perguntou-me incrédula.

Ele é seu pai, e só estava querendo o melhor pra vocês dei de ombros -, e ele tem razão eu não sou uma boa influen... -não pude terminar já que meu rosto virou pro lado com força. -Por que fez isso? -Perguntei a Megan, enquanto massageava minha bochecha. -Por que me deu um tapa Megan? -Estou deprimida e não morta, ainda posso devolver -ela fez uma careta.

Eu sei disso, também sei que seria incapaz de me bater, e só lhe dei um tapa por que... bem você viu o que estava falando Carrie? Desde quando você se importa com que os outros acham de você?

Eu não me importo -digo rapidamente.

Ah não? -perguntou irônica- então isso tudo aqui falou fazendo gestos com as mãos -, foi só encenação?

Não claro que não.

Foi o que eu pensei.

Eu me incomodei ok? Foi apenas isso.

Sério? Por que se fosse somente um incomodo, você não teria se isolado do mundo.

Eu não me isolei me defendi -, só precisava pensar.

E você já pensou assenti -, e qual foi sua conclusão em relação a isso?

Perdoar e esquecer? -Brinquei, Marie assentiu ao mesmo tempo que Megan negou com a cabeça e logo Marie negava também, sorri, somente elas para me fazerem sorrir nesses momentos ativar o modo foda-se? -Falei, era mais uma afirmativa do que uma pergunta e logo Marie e Megan gritaram juntas.

ATIVAR O MODO FODA-SE.

Ficamos conversando por horas, foi simplesmente incrível o modo como elas conseguiram me animar, não me sentia a garota deprimida que eu era quando minha mãe morreu, só que o incomodo ainda não havia sumido totalmente. Marie dormiria em nosso quarto hoje, por isso colocamos meu colchão e o da Megan no chão os unindo, daria trabalho demais juntar as camas e essa foi a maneira mais fácil.

Carrie... -Marie me chamou- sobre meu pai, eu queria lhe pedir desculpas.

Não tem por que Marie, você não tem culpa de nada.

Mesmo assim gostaria que me desculpasse, peço isso em meu nome e do meu irmão.

Desculpas aceitas- falei e ela abriu um pequeno sorriso.

Dean vai pirar, quando souber o que o papai falou pra você...

Marie não, ele não pode saber que conversei com seu pai falei com firmeza.

Por que?- Perguntou confusa.

Só prometa que não vai contar, prometa que não dirá nada a ele.

Eu prometo.

Que horas são?-Perguntei, mudando rapidamente de assunto.

Acho que são 23:55hs -respondeu Megan, 23:55hs repeti mentalmente.

O que? -Me levantei apressadamente, vesti uma calça jeans rapidamente e coloquei uma blusa baby loke branca - Preciso ir falei.

Pra onde vai com tanta pressa? -Megan perguntou cerrando os olhos- E a essa hora da noite?

Vou me encontrar com Dean - lhes disse -, quando voltar eu explico, beijos - falei enquanto saia porta a fora.

Assim que cheguei ao local marcado utilizei meu celular como uma espécie de lanterna, não estava muito escuro já que a lua ajudava com a claridade, mesmo assim a luz que emanava do celular ajudava bastante. Dean não estava lá, e talvez ele não fosse aparecer ou já tivesse ido embora, já que bem eu cheguei atrasada.

Andei somente mais um pouco, ficando cada vez mais perto de onde estava a fonte, novamente quando parei voltei a admirar o céu, que estava extremamente estrelado. Levei um enorme susto quando sinto algo pegando em meu braço e me puxando para dentro daquela parede com folhas. Abri os olhos somente quando estava do outro lado, dando de cara com um par de olhos extremamente azuis.

Assustei você? -Perguntou-me baixo.

Talvez -respondi no mesmo tom.

Essa não era minha intenção -abriu um sorriso de canto e continuou -, ou talvez essa realmente tivesse sido minha intenção.

Idiota -murmurei enquanto me soltava -, afinal o que quer? -Perguntei - E que lugar é esse? - Olhei ao meu redor com admiração, ali as flores eram ainda mais lindas do que a do campus, o espaço não era muito grande, porém caberia mais de três pessoas lá dentro, a possibilidade deste local não havia passado pela minha mente quando eu havia passado por lá hoje. - Como você o encontrou?

Tantas perguntas - balançou a cabeça como se tivesse pensando em algo -, acho que seria melhor se estivéssemos sentados balancei a cabeça -, vem ele segurou minha mão e me levou para sentar em uma pano que só agora reparei que cobria o chão, assim que nos sentamos ele se pós a falar novamente-, achei esse lugar nos primeiros dias que entrei no campus, estava indo pra fonte encontrar alguns amigos, quando eu tropecei. Achei que acabaria me machucando já que eu iria cair em cima do arbusto não foi exatamente assim que aconteceu, eu acabei atravessando.

"E desde então venho aqui quando quero ou preciso pensar, ninguém mais sabe sobre esse lugar, pelo menos não que eu saiba, passo boa parte do tempo aqui e nunca vi ninguém. "

Essa parte eu entendi, agora quero saber o motivo de esta aqui.

Achei que você iria gostar, por isso quis que visse - dei de ombros -, é a primeira pessoa que trago aqui.

Por que eu? -Perguntei curiosa - de todos os seus amigos, por que logo eu?

Posso ser sincero? -Assenti como resposta -Eu não sei - e isso fez com que eu olhasse pra ele, Dean não olhava pra mim, ele olhava para o céu assim como eu fazia a minutos atrás -, queria falar com você e achei o lugar perfeito. Só isso.

O que nos leva a pergunta número 3: o que quer comigo Dean?

Quero saber o motivo de esta me evitando -dessa vez ele olhava diretamente em meus olhos.

Não estou te evitando menti.

Eu sei que esta Carrie, só... queria saber o por que - não consegui olhar em seus olhos, não diria a verdade claro. Mas aquele estava sendo o momento mais difícil para se inventar uma mentira.

Olha Dean, estou aqui não estou consegui falar -, se realmente eu estivesse te evitando eu não teria vindo.

Não vai contar, vai? -Neguei com a cabeça, ele suspirou cansadamente.

Não a o que contar Dean -falei somente, ele pareceu não acreditar nisso, mesmo assim não falou nada, voltou a encarar o céu e um silêncio tomou o local, ficamos um tempo assim.

Só queria um motivo, um motivo pra achar que a culpa disso tudo não é minha -ele murmurou, aquelas palavras me incomodaram, ele estava realmente se culpando? - Sabe, realmente pensei que depois que fomos presos você não falaria mais comigo, meu pai disse que não sou uma boa influência pra você aquilo me chocou, então Miller estava jogando dos dois lados, disse que o melhor que eu tinha que fazer era me afastar, que assim você ficaria bem, disse que...

Dean -o chamei e sua atenção voltou pra mim -, para. Eu não estava te evitando por isso. Desculpe-me mas na real? Eu não dou a mínima para o que o seu pai disse ao menos não mais -, e você não tem que ficar se culpando, afinal foi divertido - ele sorriu -, mas qual é a sua opinião em relação a isso, vai se afastar? -Perguntei hesitante - sabe eu vou entender se o fizer -apesar de não querer completei mentalmente.

Agora você assume que estava me evitando.

De tudo isso que falei, você só digeriu essa parte? -Perguntei de brincadeira.

Não -falou somente.

Então quais delas que entraram nesse cérebro de minhoca?

Você não entendeu Carrie, a resposta é não.

Não o que? -Perguntei confusa.

Eu não vou me afastar de você -ele disse e sem perceber um sorriso idiota se instalou em meus lábios, virei meu rosto para que ele não pudesse perceber -, mas fiquei curioso com algo.

O que? -Perguntei.

Por que você havia sido presa?

Sabe -comecei, enquanto novamente olhava o céu -, dizem que para um segredo ficar guardado entre duas pessoas, uma delas tem que esta morta.

Então é um segredo? -Perguntou e pela minha visão periferia pude vê-lo levantar uma sobrancelha.

Não.

O que quis dizer com esse lance de segredo então?

Nada -falei dando de ombros.

Nada?

É, nada.

Você é doida -ele murmurou rindo.

Eu sei.

Vai me contar o motivo de ter sido presa? -Perguntou esperançoso.

Quem sabe um dia - pude ouvi-lo bufar e me segurei para que não começasse a rir, voltei a me concentrar no céu e pensei em tudo que havia acontecido até agora, suspirei alto -, Dean posso te fazer uma pergunta?

Pode.

Naquele dia que estávamos em meu quarto conversando... você estava incomodado com algo, era por causa do seu pai, não era?

Você lembra?

Por que não me lembraria? -Rebati, ele apenas sorriu.

Era, ele queria que eu trocasse a faculdade que estou fazendo, ele queria que eu fizesse direito.

E você não quer -murmurei.

Desde quando eu era criança, Daniel sempre me obrigava a fazer o que ele queria. Cansei de ser seu fantoche. Por isso estou aqui, cursando o que quero...

Nunca perguntei o que estava cursando, e bem temos algumas aulas juntas... então acabei deduzindo que cursava fotografia.

Esta certa, desde de garoto sempre gostei de tirar fotos, eu sei que não ganha muito mas... eu realmente gostaria de tentar -assenti.

Ainda estou indecisa com que quero fazer, sempre gostei muito de escrever, sou extremamente apaixonada por livros e no inicio queria fazer letras, quer dizer ainda quero, mas...

Por que sempre tem que existir um mas? -Ele perguntou de repente- Por que apenas não segue os seus sonhos?

A vida não é tão simples assim, Dean.

Por que não? Carrie a vida é simples, são as pessoas que a complicam. -Parei por um momento, não tinha ideia do que argumentar agora, ele estava certo. - Você só esta com medo de se entregar e futuramente não der certo, mas e se der? Como você vai saber se nunca tentar? -Não respondi, eu nunca havia imaginado que Dean fosse assim, e me arrependi por ter o julgado antes de realmente conhece-lo, sem pensar o abracei.

Obrigada -sussurrei em seu ouvido, me afastei um pouco, porém não completamente, olhava diretamente em seus olhos e por mais de um momento me perdi neles. Logo meu olhar seguiu em direção a sua boca, ambos revezávamos olhar, dos olhos para a boca, quando vi estávamos nos aproximando ainda mais, nossos narizes se encostaram e Dean tocou calmamente seus lábios nos meus, num selinho simples. Abri mais a boca para que aprofundássemos o beijo e isso teria acontecido se o celular de Dean não começasse a tocar -, não vai atender? -Perguntei ainda com os lábios muito próximo ao dele.

Não deve ser nada importante -falou já selando nossos lábios, porém novamente seu celular começou a tocar e eu me afastei.

Acho melhor você atender -ele resmungou baixo e por fim atendeu o celular.

Alô? -Murmurou Por que diabos esta me ligando esta hora Marie? Sim, ela esta aqui... não... por que? Por que você esta atrapalhando, por isso ele revirou os olhos qual é Marie? Por que não fala com Carrie amanha? -Seu tom parecia esperançoso Eu sei que já esta de manha Marie, você me entendeu, por favor Marie... ta, ta vou passar pra ela ele me entregou o celular e murmurou carrancudo -, é pra você soltei uma pequena risadinha e peguei o celular que estava estendido pra mim.

Fale amoré mio murmurei -, o que quer?

Posso falar a verdade?

Claro.

Não quero nada pude escuta-la rindo-, queria irritar um pouco meu irmão e parece que liguei na hora certa corei e dei graças a deus que ela não podia ver -, então agora me conta o que vocês estão aprontando?

Nada.

Nada? -Repetiu cabisbaixa.

Nadica de nada, se eu não a conhece-se acharia que esta tentando me empurrar pra cima do seu irmão - Dean se inclinou em minha direção e sussurrou em meu ouvido.

E eu iria adorar.

Dean? -O reprendi e ele riu e Marie também... calma ai, puta merda ela havia escutado - Marie já estou voltando para o dormitório ok? Já, já a gente se fala.

Ok bye -falou e desligou.

Já esta indo? -Perguntou Dean e havia algo em seu olhar que não consegui identificar.

Sim, esta tarde - me levantei e ele fez a mesma coisa, porém antes de ir eu tinha que fazer uma coisa -Dean? -O chamei e sua atenção se voltou pra mim -Aquilo que acabou de acontecer, não deveria... foi um erro e não quero que se repita, somos amigos e não quero estragar isso -murmurei, e novamente aquele olhar voltou ao seu rosto, porém foi mais rápido do que da última vez e logo uma máscara de indiferença tomava seu lugar.

Como queira -falou e saiu de onde estávamos me deixando sozinha, aquilo de certa forma fez meu coração apertar, assim como aquele olhar que a minutos estava em seu rosto. Eu não queria ver aquele olhar novamente e faria de tudo para que ele não voltasse ao seu rosto.

Mas que... merda.