Hermione encontrou o namorado de jeans desbotado, uma amarrotada camiseta branca e calçando apenas meias cinzas, quando foi para sua casa num sábado à noite. A extensa família Weasley havia ganho convites com tudo pago para Madri, onde veriam uma apresentação internacional de dança de Gina com Erik. Rony fora o único que ficara para trás, tanto por o primeiro período da faculdade já o estar consumindo nos estudos como porque ainda não saber passar um fim de semana sem ver sua morena.

— Oi Ron. – ela tirou o cachecol e a blusa e colocou no aparador do hall enquanto ele trancava a porta.

— Me dá um beijo. – o ruivo pediu abraçando-a carinhoso e aproximando o rosto do dela. Trocaram um suave selinho. — Como foi no aeroporto?

Ele queria saber do reencontro de Hermione com Marvin e Córmaco após a longa viagem dos dois. Caminharam em direção a sala e ela foi contando:

— Eles estão super bem. A Marvin cortou o cabelo curtinho, pintou de rosa e raspou dos lados, parece que é a última moda no Peru ou sei lá o que... A Tremelique vai adorar quando vir. – riu maliciosamente — E Córmaco... bem... O Córmaco tá emanando uma aura tão diferente.

— Hum. – ele olhou para o vazio indiferente e foi esparramar-se no sofá.

— Hum o que? – Hermione disse desconfiada e sentou ao seu lado.

— Nada, Mione. – ergueu os braços para tomá-la num abraço. Ela se desvencilhou.

— Que nada, o que? Tem a ver com Córmaco? Por que eu disse que ele tá diferente?

— Não... Talvez. – Rony mexeu impacientemente no cabelo ruivo — Acho que posso ser um cara inseguro de vez em quando...

Ela sorriu complacente com o jeitinho tímido dele demonstrar ciúmes. Para deixa-lo tranquilo, e também porque amava o cheiro e a quentura dele, abraçou-o pelo pescoço e sentou em seu colo, de lado, com as pernas estiradas no sofá.

— Nem vou comentar esse seu ciuminho. – relevou — Como vão os estudos?

Ele suspirou.

— Tô cansado. Já estudei pela enésima vez essa matéria mas fico com a impressão que vou me dar mal no exame de segunda.

— Pare de ser negativo com você! Cadê as apostilas? – olhou para o chão da sala e viu dezenas de cadernos e livros estirados e a televisão ligada numa maratona de animes. — Com isso ligado dificilmente você vai conseguir prestar atenção em algo!

— Eu...

Decidida, Hermione saiu do colo dele e foi desligar o televisor. Caçou pela sala os cadernos e trouxe tudo para perto deles.

— Tô cansado de estudar - o ruivo choramingou.

— Nada disso. Vamos rever os principais tópicos da matéria pelo menos.

— Mi...

— Ronald!

Sorrindo pelo seu jeito mandão, ele deu um jeito de tirar os cadernos da mão dela e trazê-la novamente para seu colo. Uma posição que o favorecia de tantas formas, em todos os sentidos.

— Amanhã eu deixo você ficar aqui o dia inteiro tomando nota comigo sem eu poder te dar um beijo que seja, combinado?

— Mas Ron...

— Mione, vamos curtir um pouco. Você, por um acaso, se deu conta que hoje é a primeira vez que estamos sozinhos de verdade dentro da minha ou da sua casa, sem a possibilidade de nossos pais ou meus irmãos aparecerem de supetão?

Claro que ela se deu conta, e isso a deixava com um friozinho alucinante na barriga.

— Vamos curtir? – ele pediu. Seu rosto sardento corado e apaixonado, encarando-a cheio de expectativa.

Ali estava ela, no colo do rapaz da banca, o que lhe vendia mangás. O mesmo que tinha tudo de sexy e que ela fingiu por meses não enxergar. O que ela beijou, quase se rendeu, mas retrocedeu na decisão e voltou para trás, bem atrás, num passado doloroso, para não se entregar. O rapaz que tomou conta de sua vida no fim das contas e tornou-se seu namorado. Um namoro que crescia e se nutria dos melhores sentimentos há meses. E sim, agora ela podia curtir com ele. Eram um do outro e aquela relação não tinha nenhum prazo de validade à vista.

— Você joga sujo, Weasley. – mordeu o lábio.

Quando mordia o lábio, quando o encarava com aquele tesão enrustido e quando fazia praticamente qualquer gesto lascivo e doce, ele delirava. Rony vivia numa roleta russa de tesão contido toda vez que via a morena, que eles iniciavam uma provocante sessão de beijos e amassos aos fins de semana e depois eram obrigados a se desgrudavam para viverem uma semana inteira como adultos responsáveis e ocupados.

— Te amo. – ele confessou baixinho acariciando o queixo dela com o dedão. — Me beija.

Ela obedeceu carinhosa. Mordiscou o lábio inferior dele com cuidado e repetiu o gesto com o superior. Quando mordida, sua boca ficava muito vermelha e ainda mais convidativa. Ela sorveu dos dois lábios unidos então e depois permitiu que ele brincasse com sua boca de forma semelhante.

Atada ao seu corpo, sentiu ele puxá-la para o mais próximo possível dele, agarrando seu pescoço para induzir beijos mais ardentes. Hermione arfou dominada pela paixão desesperada do namorado, experimentando o rosto e peito queimarem.

A língua de Rony deslizou sobre a dela. Tinha firmeza e uma experiência que não combinavam com o seu rosto acanhando. Sozinhos e dividindo a intimidade de seus corpos, cada um se mostrava e revelava pouco a pouco seus instintos mais primevos.

Como de costume, ele começou a endurecer próximo as nádegas dela. Não sentia mais vergonha como das primeiras vezes, mas também esperava que ela ditasse sempre o que aconteceria diante da evidente vontade de prosseguir dele.

Hermione sentia-se mais ousada e desejada do que de costume e queria conhecer e apalpar o pênis do namorado plenamente. Em outros episódios foram apenas leves roçadas por cima da calça e apenas uma vez um escorregar de dedos por sua cueca, no jeans apertado.

Resoluta, Hermione afastou um pouco o corpo e preparou-se para deslizar o zíper da calça dele para baixo. Ele a impediu docemente, o rosto esbaforido, os cabelos bagunçados pelas mãos dela.

— Mione... Ele tá duro...

— Não me diga. – ela sorriu maliciosa tentando alcança-lo. Rony cedeu, ansioso por ela abrir sua braguilha.

A cueca ainda pressionava seu membro densamente lubrificado. A garota puxou a peça intima para baixo e seu pênis saltou ereto para fora. Ela o acomodou entre seus dedos e começou a massageá-lo de leve. Rony suspirou como se o ar fosse algo em extinção e inclinou a cabeça para trás revelando seu pescoço alvo com o gogó masculino. Totalmente à vontade em explorá-lo, Hermione aplacou beijos quentes naquela pele.

— Caramba, Mione...

— Tá gostando? – ela perguntou entre um beijo e outro. Ele só conseguiu grunhir em resposta.

Hermione resolveu mudar de posição ficando com as pernas abertas entre as coxas dele, a masturbação no ruivo mais vigorosa. Rony endireitou o pescoço, os olhos embotados de tesão, e acariciou-a no seio através da camisa de botão ainda firmemente vestida no torso dela.

— Para um pouco. – o ruivo pediu, parando a masturbação dela para não gozar antes da hora.

A morena então levou as mãos dele para o botão de sua camisa, dando permissão para que ele desabotoasse cada um. Ansioso Rony foi deixando à mostra mais pele e menos roupa da sua namorada. Terminou com todos os botões e com as duas mãos em seus pequenos ombros deixou a camisa escorregar para o chão deixando Hermione apenas com um sutiã de estampa de morangos. Uma peça simples e quase ingênua não fosse pelos volumes médios e turgidos acomodados dentro dele. O mais longe que ele tinha estado naqueles seios foram prazerosos beliscões nos mamilos com os dedos por debaixo da roupa.

Hermione não demorou para lhe dar aquele presente, encostando o queixo no pescoço dele e implorando para que ele desatasse a lingerie das costas dela. Com as mãos um pouco trêmulas ele obedeceu, mas não sem antes beijar compulsivamente o ombro dela e friccionar as palmas por suas costas macias. Agora ele tinha certeza que a primeira vez estava prestes a acontecer.

Sem o sutiã, a garota sentiu-se livre e muito sexy, provocando o namorado de todas as formas, roçando os seios pelo tórax sob a camiseta dele, peça esta que precisava ser abandonada com urgência.

Levantou a roupa de Rony, ajudando ele a ficar desnudo enquanto expunha os seios para os olhos dele ineditamente. Ele praticamente disse “gostosa” com aqueles olhos azuis cobiçosos e a morena ergueu-se elevando seus mamilos na altura dos lábios dele. Rony percebeu estar ainda mais duro e latejante abocanhando um mamilo da namorada. Entre mordiscadas e chupadas, tudo era mais que perfeito.

Agora era ela quem suspirava ao limite do gemido. Sonhou com a boca daquele ruivo nela por muito tempo e nos seus sonhos noturnos desejava dormindo e acordada ser dominada por ele. Agarrou-se ao seu pescoço e deixou-o deliciar-se por longos minutos. Não demorou para notar que estava úmida em sua intimidade também.

Pouco a pouco, Rony foi tornando-se mais ousado e deslizou as mãos para dentro da calça dela, apertando moderadamente o bumbum. Fez suaves movimentos contra o seu cós mostrando claramente sua intenção de deixá-la nua.

Participando de suas intenções, a morena saiu de cima dele e acomodou-se deitada no sofá, esperando que ele viesse por cima. Rony levantou então e terminou de tirar as calças, uma visão de tirar o fôlego. Nu completo, com selvagens pelos avermelhados na região púbica e um pênis pulsante de desejo por ela. Ela ergueu as pernas enquanto ele retirava sua calça também, junto a calcinha, deixando-a na mesma condição que ele.

Ainda deitada, abriu as pernas e chamou-a para encaixar-se entre elas. Rony foi ao seu encontro, continuando as lambidas em seus mamilos e roçando tentadoramente sua glande sobre a vulva dela.

A garota agarrou com força os cabelos do namorado e com os calcanhares em suas nádegas o incentivou para baixo, a penetrá-la. Ele usou outra tática, queria muito estocá-la com força e vigor, mas também queria ver Hermione ditar as regras. Isso simplesmente o excitava. A surpreendeu trocando de posição, sentando-se e fazendo com que ela ficasse sobre seu colo comandando o ritmo da penetração.

Ela aceitou seu desejo cheia de igual tesão e abriu-se mais para o momento, pegando a base de seu pênis e mirando para dentro dela. A glande dele foi entrando lentamente, no início desconfortável, afinal fazia muitos meses que Hermione não transava. Rony também gemeu entre o desconforto e o êxtase enquanto a cabeça de seu membro ia abrindo espaço na apertada cavidade de Hermione.

Quando tudo finalmente entrou pela primeira vez, ambos gemeram e se abraçaram. Rony segurou Hermione pela cintura, servindo de apoio, enquanto ela entrava e saía dele muito lentamente.

Ele já não lembrava ou se importava mais como o quão perfeito haviam sido suas outras transas. Ali, com sua morena, parecia que aquele era, de longe, o melhor momento da vida dele. Ela rebolava num ritmo cada vez mais constante e determinado com ele dentro. Era incrível, intensa e maravilhosa em todos os momentos. Rony a segurava no ar por alguns segundos porque seu corpo estava rebelde e impaciente, querendo gozar a todo custo.

— Vai com calma, Mi. – implorou ele.

Hermione sorriu, densa e travessa, também encontrando os limites de seu corpo e tentando ultrapassá-los, e obviamente, correta como era, tentando não pensar que esquecera de colocar a camisinha nele. Teoricamente não estava em seu período fértil e confiava profusamente no amor daquele rapaz, mas nas próximas vezes esperava contar mais com sua responsabilidade, perdida e abandonada naquele momento pelos encantos dele.

O garoto decidiu tomar a frente do sexo e trocou de posição, segurando ela pelas coxas, erguendo-a e encostando-a no umbral maciço que divisava a sala de estar da de jantar. De pé, penetrou Hermione ao seu gosto e intensidade, vendo satisfação nas expressões dela por finalmente estar completamente dominada pela vontade dele.

Começaram a suar, os corpos úmidos e frenéticos, numa penetração mais e mais concentrada. Rony gozou primeiro, preenchendo-a num jorro fervilhante e viscoso. Para não deixá-la de fora da emoção, o ruivo abraçou-a pelas costas e terminou por masturbá-la magistralmente no clitóris até ver seu corpo todo estremecer.

Tudo durou segundos, mas exigiu de seus músculos a intensidade de uma caminhada de dias. Foram abraçados e pelados, trançando as pernas para o sofá onde caíram agarrados e ofegantes. Dormiram logo depois.

No meio da noite Rony acordou com frio, percebendo que estava servindo de coberta para Hermione, toda encolhida e quentinha debaixo dele. Lamentou ter de levantar, mas estava com a pele gelada. Vestiu apenas a cueca, correu para pegar um cobertor no quarto e voltou para sua namorada, cobrindo a ela e a ele. A morena não acordou, resmungando alguma coisa incoerente no sono.

***

Hermione acordou com seu celular tocando loucamente dentro da bolsa. Olhou por cima do ombro e viu Rony dormindo de boca aberta, o braço molemente jogado pela cintura dela. A jovem deslizou para fora do cobertor e do sofá, um pouco encabulada por estar peladona na sala dos Weasley. Aquela sala onde seus sogros assistiam televisão aos Domingos e cochilavam naquele exato estofado. Preocupada em não acordar seu namorado, ela correu com sua muda de roupa e sua bolsa para a sala de jantar. Pegou o telefone e atendeu-o ao sexto toque:

— Oi mãe...

— “Oi mãe”? Você sabe que horas são?

Hermione não fazia ideia. Esticou o pescoço para o grande relógio que ficava na parede da sala e deparou-se com cinco para as cinco da manhã.

— Agora sei... Desculpe por não ter avisado nada. Perdi a hora.

— Está no Rony? – perguntou Jane.

— Isso...

A mãe suspirou.

— Você vem que horas?

— Ainda não sei. – disse, ainda nua procurando a camisa no bolo de roupas.

— Seu pai já está pensando as piores coisas. Você tem que se justificar minimamente enquanto morar conosco, filha.

— Eu sei, mãe. Desculpe mesmo. Volto ainda esse Domingo.

— Ainda esse Domingo? Hermione, o que está acontecendo?

— Estou ajudando Rony a estudar, ele tem uma prova muito importante amanhã! – inventou — Agora preciso desligar.

— Por que precisa desligar?

— Mãezinha, estou bem. Beijos!

Tremendo de frio, a morena vestiu sua camisa e foi furtivamente para o andar de cima. Entrou no banheiro de serviço e resolveu tomar um banho quente para espantar a friagem da madrugada e o cheiro adocicado de suor e sexo na pele. Após poucos minutos de ducha ouviu a porta abrindo e o boxe deslizando.

— Oi. – disse um pouco tímida, ensaboando os ombros.

Rony entrou junto com ela e foi para debaixo da água ensopando os cabelos.

— Resolvi me convidar. – anunciou também um pouco retraído e com a voz rouca de sono.

Era incrível que mesmo com todo esse tempo de convivência eles ainda se sentiam encabulados e ainda tinham muitos momentos íntimos a descobrir e explorar um sobre o outro.

— Achei que estava dormindo.

— Meu corpo sentiu sua falta. – ele confessou ensaboando as mãos e passando na cintura dela. Trouxe Hermione para a ducha também e ficaram se beijando debaixo d'água. O desejo não demorou a eletrizá-los novamente.

— E meus pais sentiram a minha. – ela quebrou o encanto rindo de como eles permeavam entre a adolescência e a fase adulta, mesmo já passando dos vinte e tantos anos.

— Espero que meus sogros sejam complacentes e se acostumem com o fato de que eu pretendo te roubar para mim muitas e muitas vezes. – brincou, embora um pouco tenso.

— Ron... – ela disse com um ar grave, tão grave que ele achou que a conversa tomaria um rumo ruim agora.

— Sim? – perguntou ansioso.

— Eu estava pensando... Há algumas semanas, acho que mais de um mês na verdade, eu encomendei uns mangás para você procurar pra mim. O que houve? Não chegaram ainda?

Ele quase gargalhou.

— Eu acabei esquecendo. Eles estão no meu armário há algum tempo.

— E só agora você diz?! – ela pareceu realmente irada. E sim, tinha seus motivos, afinal era a coleção completa de Dragon Ball Z.

— Foi mal!

— Foi muito mal! – ela retorquiu dando-lhe um tapa no ombro que estralou na água e chegou muito mais dolorido.

— Mione, amor... É só um mangá!

Ela saiu do chuveiro, se enxugou, vestiu-se e saiu pisando duro para fora do banheiro, provavelmente indo para o quarto dele atrás de seus “filhos” rendidos.

Rony continuou no chuveiro, sorrindo feliz. Daqui a pouco arrumaria um jeito de lidar com a ferinha da sua namorada. Era assim que começava a história deles. Romance perfeito, briguinhas bobas e gostos em comum. Era somente um começo, dali em diante eles descobririam todos os dias que estivessem juntos que tinham mais e mais em comum do que qualquer outro par que pudessem encontrar. Eram Rony e Hermione, sobre tudo amantes e adoradores de desenhos com personagens de olhos gigantes e sentimentos exagerados.