Entre Otakus escrita por Van Vet


Capítulo 95
Hermione e Rony


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo! Espero que gostem e comentem!
Beijão, queridos o/



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Rony tinha um bom pressentimento naquele dia. Obviamente que uma ansiedade carregada de dúvida lhe fazia companhia, mas o interessante era saber como conseguia lidar com ela, contorná-la e estar disposto a assumir a sua decisão para o caso de nada sair como o almejado.

***

Na mesma Londres nublada e molhada, em uma bela casa do subúrbio, Hermione entrava no armário embaixo da escada para pegar um guarda-chuva que abrigasse a quantidade de água que a previsão do tempo profetizava para a tarde. Seu pai, com um descanso do trabalho, estava sentado no sofá enquanto via a filha passar para hall e preparar-se para sair.

— Onde minha princesa vai?

— Dar uma volta.

—Nessa promessa de temporal?

— É só água, pai.

— Ahh... na semana passada, quando te chamei para me acompanhar no mercado, não era só água.

— É um pouco importante meu compromisso hoje.

— Percebi. Você está maquiada e cheirosa. É um encontro? - questionou o Sr. Granger querendo soar despretensioso, escondendo seu ciúme protetor por sua única filha.

— Eu não me sinto a vontade com essa conversa - ela deixou claro jogando um sorriso ligeiro para ele — mas digamos que não vou encontrar uma amiga exatamente.

— Tudo bem. Só quero que se cuide. - ele devolveu com seu sorriso de conformado.

— Eu sou uma Granger. Sei me cuidar! - disse a jovem com otimismo e sagacidade.

***

Por mais que o tempo mostrasse sua disposição em ensopá-lo a qualquer momento, Rony não conseguiu sair de casa de carro. Se sentia mais autêntico e vívido na bicicleta e, com ela, pedalou ferozmente pelas grandes avenidas do centro.

Seu coração palpitava loucamente dentro do peito e o corpo ignorava o frio fazendo o suor brotar nas têmporas. Foi então que, ainda no meio do caminho, o mundo desabou e ele foi arrematado por uma tromba d'água. Já era tarde demais para voltar para casa e desistir daquele encontro jamais seria uma opção.

***

Hermione completava seu trigésimo minuto estacionada em frente ao parque. A chuva não dava trégua, tanto que foi obrigada a fechar as janelas e ligar o desembaçador de vidro a cada cinco minutos. A espera logo a consumiu e levou parte daquela confiança. Rony já havia atrasado nos outros encontros, mas se aquilo não fosse um futuro "bolo" estava realmente alcançado seu recorde.

De relance, ela fitou a bolsa cheia dos mangás dele, já questionando se ela não ficara obsoleta demais para ele. Obsoleta a ponto dele nem se importar em resgatar sua preciosa coleção. Neste instante Hermione levou um baita susto, porque um maluco ensopado batia freneticamente na janela do passageiro.

— RONY! - exclamou chocada.

Ele entrou pingando e tremendo quando a garota lhe abriu a porta. Molhado e congelando da cabeça aos pés.

— Meu Deus! Como foi se molhar assim? - percebendo como ele trincava os dentes adiantou-se em ligar o ar quente do veículo.

— Eu... vim... de bike. - disse pausadamente.

— Caramba. Cadê seu carro?

— Achei isso mais... aventureiro. - contou e aproximou as mãos na saída do ar. — Não sabia que essa água descia tão gelada.

Hermione balançou a cabeça e apoiou os cotovelos no volante.

— Seu doidinho.

Rony tirou a touca e a blusa pingando e depositou-as no chão do carro.

— Nossa! Me desculpe por isso... - agora que a temperatura retornava vagarosamente ao seu corpo, se deu conta que inundara o banco do passageiro.

— Se preocupe em se aquecer. - ela pediu reparando ligeiramente como a camiseta, única peça restante na parte de cima de seu corpo, colava-lhe no abdômen. E a garota lembrou-se como aquela silhueta esguia, mas sólida, a agradava.

Da mesma forma, Rony notou, usando sua habilidade masculina de olhar o que importava em poucos segundos e gravar como uma máquina fotográfica os detalhes principais, o contorno sensual e justo, que o vestido de inverno da morena fazia em sua cintura esbelta. De repente ambos acabaram se encarando e ficando terrivelmente sem graças. Sorriram um para o outro deixando a mudez assentar-se sobre o pequeno ambiente embaçado. Hermione ligou o desembaçador de vidro pela sétima vez.

— Eu fui bem mané com essa de bicicleta, eu confesso.

— Teve suas vantagens.

— Quais seriam elas, que eu não vejo em lugar nenhum?

— Seu cabelo molhado, caindo no seu rosto.

— Tô com cara de emo? - ele tentou ajeitar para trás.

— Não. Só uma gracinha. - Hermione começou a jogar seus dados.

— Humm... legal. - Rony ficou desajeitado. Enquanto o aquecedor ia aquecendo seu cérebro lento, formulou um elogio que dissesse que ele estava no jogo também — Mas espero, sinceramente, que não seja apenas uma gracinha. Sei ser mais que isso pra você.

— Eu sei, Rony.

— E então... Como tá as coisas? A vida? Tudo bem?

— Vamos pular esse papo hoje. - a jovem começou a sentir-se providencial, numa urgente sensação que o que precisava ser dito precisava ser dito logo — Eles estão em você.

O ruivo controlou aquela emoção e apenas ergueu o rosto curioso, dando permissão para ela dizer mais.

— Minha cabeça, meu coração. Acho que passei no teste e agora posso ganhar aquele beijo.

E Rony então pôde descartar a decisão de mais cedo, aquela que fizera com muita determinação. Se Hermione ainda não o quisesse naquele encontro, ele fecharia aquela porta definitivamente. Não era mais o caso.

— Já que estamos numa de palavras free, eu não vou levar um tapa na cara se disser que seu corpo tá sexy demais nesse vestido?

Ela desencostou do volante e inclinou-se para perto dele com olhos que tudo queriam e tudo explicitavam.

— Droga. Eu fiquei meia hora passando as pregas dessa roupa. - informou a ele, mas só para que soubesse o que suas ideias malucas de andar de bicicleta em um temporal causavam.

— E agora, como eu vou te agarrar e dar aquele beijo prometido, você vai ficar molhada e amarrotada.

— É.

Rony chegou bem perto dela, sussurrando em seu ouvido:

— Lamento por você. - e, aproveitando a proximidade apenas inclinou a cabeça levemente e já estava resgatando o beijo dela, suave e demoradamente.

Beijaram-se naquele ritmo doce por muito tempo. Aos poucos, a intimidade voltou e o ruivo deslizou os dedos, depois a mão inteira para um carinho quente no braço dela. Hermione aprovou o gesto, mais do que isso, o elaborou, pouco se importando com as roupas molhadas dele e acomodando-se em seu colo.

Naquela posição as nádegas dela comprimiam as pernas dele e sua cintura feminina estava ao alcance de um abraço. Rony foi gentil por todo o momento, e tentou ser respeitoso também, entretanto mesmo aplicando beijos calmos acabou ficando rijo entre as calças. A morena percebeu, afastando o quadril sutilmente.

— Desculpe... não consigo controlar. - ele disse.

E foi surpreendido pela ação dela, que maliciosamente encostou os dedos em seu membro através do jeans.

— Caramba... por essa eu não esperava. - o ruivo suspirou e encostou o corpo no banco.

Hermione aproveitou-se da posição e aplacou beijinhos molhados no pescoço sardento ao seu alcance. Ele suspirou novamente pelo gesto, e aqueles suspiros eram descargas de tesão para o corpo dela.

Não demorou para Rony perceber que Hermione veio disposta aos toques plenos, e avançou na partida de toques tocando em seu seio direito através do vestido. Era pequeno, firme e tudo que ele desejava ter nas mãos naquele exato momento.

Aquela tarde chuvosa não foi a primeira transa deles. Mesmo sendo adultos e tendo certeza de seus sentimentos um pelo outro, apenas uma dose extravagante de amassos ocorreu dentro do carro. Carro que, por sinal, era do pai de Hermione. Hermione, que por sinal, teve de dar boas explicações sobre o porquê do banco do passageiro e ela encontravam-se molhados. Em outra casa, um rapaz ruivo voltou para a sua família espirrando bastante. Não precisou dar justificativas sobre por que saiu de bicicleta na chuva. Sua família o conhecia bem demais para saber que ele era dado a fazer coisas sem sentido para não perder o costume.

Hermione foi conhecer a família Weasley como a namorada de Rony. Os Granger foram juntos e tudo correu muito bem, exceto que não houve beijos ou namoro naquele encontro porque Rony ficou de cama com uma gripe forte beirando aos quarenta graus.

Entretanto, eles não precisavam mais de pressa, urgência ou medo de qualquer contato ser o último.

Não mais.


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