Entre Otakus escrita por Van Vet


Capítulo 92
Rony


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!
Desculpem meus hiatos e a falta de resposta aos comentários de vocês. Estou trabalhando muito e meu tempo tá limitado. Contudo, tenham a certeza que leio e amo todos os comentários e Entre Otakus acaba ainda esse ano!

Beijão!



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— EU PASSEI! EU PASSEI! — Rony entrou gritando no carro.

Harry o olhava espantado.

— Passou mesmo?

— EU PASSEI! EU PASSEI!

— Achei que nunca ia viver pra ver esse dia. — Harry debochou do amigo. Rony passou o cinto de segurança, ligou o motor, mas não dirigiu. Ficou olhando o envelope, incapaz de acreditar na notícia.

— Sorte. Ela vem quando menos esperamos. — reconheceu, animado.

— Qual faculdade? — o outro pegou o papel de suas mãos.

— South Maniege. Eles possuem um laboratório de fotografia muito bem equipado. — disse orgulhoso — E ano que vem o papai aqui vai tá entrando lá, tá ligado?!

— É isso aí. Finalmente. — Harry argumentou destilando todo seu mau-humor.

Fazia quatro semanas que Rony pagava penitência no lugar de Gina, depois da irmã ter dado um homérico chute na bunda do seu amigo de infância. Contudo ele relevava, afinal amizade era para esses momentos também.

— Você vai ficar aí parado com cara de palhaço tendo um AVC ou vai dirigir? Não tem que passar no estúdio ainda? Vamos!

— Tá bom. Fica frio. — o ruivo pediu.

Eles avançaram pelas ruas londrinas. O caminho para o seu atual emprego, o estúdio do amigo de Tamara, ficava há uma boa distância de sua futura faculdade, logo, enfrentaram congestionamento pelo caminho, que tinha como rota obrigatória o centro da cidade. Em determinado trecho um caminhão de sorvete bloqueou Rony e Harry, irado, colocou a cabeça para fora da janela, xingando o motorista.

— Caramba, Harry. Se esse cara sair com taco de baseball vou deixar você apanhando sozinho. Para com esse estresse!

— Então dirige direito esse calhambeque. — retrucou — Quer que eu dirija?

— Não. — retorquiu ele, revirando os olhos. Tentou mudar de assunto — Lembra quando eu era pequeno e queria comprar um caminhão desses só pra ficar tomando sorvete o dia inteiro?

— Aí você cresceu e fez quase a mesma coisa, mas foi com os mangás.

— Tá. Desisto de bancar o compreensivo contigo. — disse Rony, desapontado pela forma ofensiva do seu amigo de levar a conversa.

Chegando em frente ao estúdio, Rony perguntou se Harry queria descer também. O que ele tinha para fazer naquela hora, fora do seu horário de expediente, era rápido, mas esperava que o garoto conhecesse seu local de trabalho. Rabugento, este aceitou segui-lo, mas somente porque lhe fora prometido um café.

No estabelecimento, bem mais modesto que o de Tamara em tamanho e magnitude, o ruivo encontrou apenas o balconista e a outra estagiária. Sua amiga, Cho Chang. A japonesa terminava de arquivar alguns negativos e já se preparava para sair. Avistou Rony chegando e ergueu as sobrancelhas, como se esperasse a resposta. Ele acenou o envelope com o resultado dentro e fez um sinal positivo de polegar.

— Ahhhh! Não acredito! — Cho pulou na cadeira em que trabalhava e deu um abraço afobado nele. O rapaz quase caiu pra trás.

— Ei, calma né...

— Calma, o cacete! Você passou, seu maluco! Passou no curso de fotografia! Você e eu na mesma classe. Inacreditável como me persegue. — ela aplicou-lhe um tremendo soco no ombro.

— Aí! — ele gritou, massageando no local da pancada.

— É sua nova namorada? — perguntou Harry com desdém, entrando no estúdio logo atrás dele.

— Claro que não! É só a Cho. — exclamou Rony chocado pela possibilidade de ter algum relacionamento com sua amiga de trabalho.

— Sei lá. Você tem um harém.

— Quem é esse? Seu amigo que levou um pé na bunda da sua irmã? — a moça apontou, curiosa.

— Obrigado, Rony! Será que vou descobrir a história da minha vida com Gina Weasley em algum outdoor por aí? — Harry olhou para ele de um modo psicopata.

O rapaz desconversou deslizando para o outro lado da sala e abrindo alguns arquivos em busca do material fotográfico que viera buscar.

— Não liga não. Todo mundo já levou um pé. — Cho riu e piscou para Harry. Este ajeitou os óculos e ficou ereto, abandonando ineditamente sua posição corcunda de mártir do ano.

— Hã... Cho, tem café na cozinha? — Rony lembrou de perguntar.

— Tem que passar um novo. Aquele já tá com gosto de água de privada.

— Já bebeu água de privada?

— Não. Mas quando eu era mais nova e estava na escola, afundei muito nerdezinho de gibi igual você nas privadas da escola. Eles me contaram como era o gosto.

— Tá vendo, Harry? E você ainda achando que tenho algo com essa garota! — ele justificou para o amigo.

— Quem quer café? Você?

— Não. É o Harry. Ele tá muito amargo e precisa de uma bebida doce pra tirar um pouco desse sal. — Rony pegou alguns pendrives de uma caixa repleta deles e sentou em frente ao computador, verificando qual era do evento da semana passada. Aquele que ele tinha de terminar de arrumar as fotos no photoshop para entregar a Mike.

— Vamos lá na cozinha então. Eu faço mais. — a japonesa convidou o amigo. Ele aceitou de bom grado e desapareceram no corredor.

Enquanto trabalhava na pesquisa, o fotógrafo aspirante escutava conversação animada e risinhos cúmplices dos dois. Retornaram muitos minutos depois, Cho corada e Harry terminando de tomar seu café numa caneca de porcelana.

— Vou indo, rapazes. — terminou de fechar as gavetas dos arquivos que vasculhava e pegou sua bolsa. — Até amanhã, Rony. — ia virando as costas, contudo retornou para ele mais uma vez — Ah, e parabéns de novo.

— Valeu! — este sorriu, sinceramente agradecido.

— Tchauzinho, Harry...

— Potter. — o garoto estendeu a mão para ela.

— A gente se vê. — disse Cho, partindo.

Uma vez sozinhos no estúdio, Harry foi sentar na cadeira, de frente para escrivaninha do ruivo.

— Ela... ela é sensacional. — confessou ele terminando de tomar o café.

— É legal sim. Quer que eu arrume o esquema pra vocês?

— Não sei... E a Gina?

— A Gina tá viajando com o Erik, sabia? Duvido que vá voltar atrás no que confere a você e ela. Conheço minha irmã, portanto desencana, amigo.

— Vou tentar. — Harry respondeu num muxoxo.

— E pare de odiar tudo e todos por isso. Olha, eu sei o que é fossa, mas se tem uma coisa que aprendi com elas é que não existe nada pior que descontarmos em quem continua do nosso lado.

— Falando em fossa e a Hermione?

— O que tem ela? — perguntou suspirando longamente.

— Nada?

— É cada um na sua. Talvez role... ou, sei lá, provavelmente não.

— Ok.

O silêncio instalou-se no recinto. A conversa aparentemente se encerrou. Harry ficou rodando sua xícara vazia nas mãos e Rony continuava sua investigação, na busca pelas fotos certas.

De repente, Harry levantou e contornou a mesa até o ruivo:

— Desculpe ser esse trouxa com você.

— Tá com algum problema? — o rapaz ergueu o rosto e encarou o amigo assombrado.

— Não. Estou orgulhoso e feliz por ter passado na faculdade. Agora vai, anda, levanta aí para eu te abraçar e te parabenizar apropriadamente.

Rony foi levantando para ganhar seu cumprimento.

— Sabe que isso pode pegar mal se meu chefe aparecer do nada e ver dois marmanjos agarrados no estúdio dele?

— Provavelmente.


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