Entre Otakus escrita por Van Vet


Capítulo 65
Gina


Notas iniciais do capítulo

Já fiz a propaganda aqui, mas vou fazer de novo porque sempre tem leitor novo.
Acompanhem minha fic "Tequila Branca". Será pequena, uma média de 20-30 capítulos. Uma Romione baseada no filme Como Perder um Homem em Dez Dias.
Link: http://fanfiction.com.br/historia/492045/Tequila_Branca/

Beijos, boa leitura!



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Suas unhas estavam pintadas de azul escuro. Em cada dedo o esmalte estava descascado porque os roera a maior parte do tempo enquanto afundavam-se em divagações. Harry conseguiu, como de costume, infiltrar-se na mente dela e martelá-la com as palavras de noites atrás. Foram frases das quais sonhara ouvir tantas e tantas vezes em sua adolescência, mas que no momento somente a perturbavam. Algo dentro de Gina custava a acreditar se havia sido real ou não, parecia afinal que era ele querendo distraí-la para si novamente pelo puro prazer de vê-la rastejar ao redor dele.

Erik passou o braço ao redor dos seus ombros e a fez aninhar-se no peito dele. Estava na casa do professor, um apartamento pequeno e pobremente mobiliado, perto da escola de dança, e que era o estilo do rapaz. Pouco havia na cozinha ou no quarto, entretanto na sala existia um aparelho de som potente e uma coleção invejável de CDs.

Na televisão eles assistiam a Eu, Eu Mesmo e Irene, e a ruiva se pôs a refletir que também tinha uma dupla personalidade quando na presença de Erik ou de Harry. Com o primeiro ela era manhosa, sedutora e curiosa. Já com o segundo ficava transtornada, neurótica, irritadiça, e logo aquilo não podia lhe fazer bem.

Gina levou a mãos os lábios para roer mais um pouco a unha do dedo indicador e foi brecada pelas mãos habilidosas e suaves de Erik.

— Tá nervosa?

— Não. — desconversou.

Ele abaixou o som da tevê.

— Seus pais sabem que está comigo?

— Eu disse que ia estar na casa de uma amiga hoje a noite. — deu de ombros.

— Isso não me deixa nem um pouco relaxado. Contou mesmo da gente para sua mãe?

— Contei.

— O que disse exatamente?

Gina se encolheu mais no sofá e respondeu:

— Eu disse que estava namorando.

— Namorando um cara mais velho?

Ela deu de ombros:

— Minha mãe não perguntou sua idade e eu também preferi não entrar em detalhes.

Erik passou os dedos entre os cabelos dela e beijou-a na cabeça.

— Eles estão querendo me conhecer?

A ruiva ergueu os olhos para o namorado. Os lábios deles estavam entreabertos.

— Quer conhecer eles? Eu tenho seis irmãos, só pra começar.

— Se eu estou te namorando, quero participar de tudo. Fico meio incomodado de estarmos sozinhos aqui sem ninguém saber.

— Rony sabe. Isso te deixa mais tranquilo? — beijou-o de leve. Erik correspondeu.

— O amigo dele também?

Ele estava com ciúmes! Deu essa volta toda para me perguntar do Harry.

— E como eu vou saber? Harry não me interessa, não faz parte do meu dia-a-dia e não é nada meu. — ela resmungou e se sentou ereta, afastada dele. — Aumenta o som, quero ver o filme.

Falar sobre Harry estava fora de cogitação para a moça. Quando Erik foi consolá-la dentro do saguão depois de espantar o outro na fatídica noite, Gina apenas lhe acenou dizendo não querer discutir mais sobre aquilo. Em seguida ele a levou para casa, se despediram e seguiram as semanas sem tocarem no assunto.

— Gina... — ele sussurrou passando o dedo no pescoço dela. — Estou meio desorientado de imaginar que esse carinha ainda está cercando sua casa. Ele é amigo do seu irmão, já tem pontos com seus pais. Eu não.

A jovem não estava acostumada a um homem sentir ciúmes dela, e Erik era um homem e tanto. Não pôde negar que tinha sua diversão vê-lo dependente assim.

— Quer instalar uma câmera em mim pra monitorar possíveis investidas dele?

— Suas escolhas não podem ser monitoradas, ruiva. Eu só posso esperar que esteja dançando no seu ritmo e ele não. — em seguida passou a mão para as costas dela, percorrendo lentamente os dedos pela espinha.

— Escuta aqui. — Gina segurou a mão de Erik antes que parasse no cós de sua calça. — Primeiramente, Harry não sabe dançar. Segundo, eu quero namorar você. Você me faz bem, não ele.

Então se virou para o dançarino, sentou-se nas pernas dele e o abraçou.

— Seu cheiro me sufoca de desejo, sabia? — ele confessou beijando-a no pescoço. Foram beijos lentos, com suaves chupões e delicadas dentadas. Ela não demorou a se arrepiar.

— Cuidado para não deixar marca. — resmungou concentrada no carinho — Aí sim não terei como explicar para meus pais. E meus irmãos.

— Sou habilidoso nisso, não há com o que se preocupar. — sussurrou no ouvido dela.

A garota não demorou a ficar úmida em resposta aos toques. Era a segunda vez que estavam na casa dele e sabia que estarem sozinhos poderia ser perigoso. Quando tinha a boca e as mãos dele sobre o seu corpo ficava no limite de perder todo pudor e entregar-se da cabeça aos pés. A experiência dele a excitava densamente, de uma forma tão incontrolável, que, da outra vez, ali no apartamento, pedira por sexo oral. E estava prestes a pedir uma terceira vez.

— Me chupa. — segredou em seu ouvido.

Aconteceu no sofá. Prazeroso, elaborado e torturante. Quando a moça chegou ao seu orgasmo percebeu que nesta ocasião estava quase sem peças de roupa. Apenas o sutiã a impedia de ficar completamente nua. Erik a observava com apetite, totalmente rijo embaixo das calças. Ponderou se tirava sua última peça logo, para que ele pudesse lhe admirar os seios pela primeira vez e penetrá-la finalmente. A cada dia tinha mais certeza que queria que ele fosse seu primeiro.

— Quer vir? — o convidou aumentando o ângulo das pernas.

O namorado roçou os dedos em sua intimidade.

— Sabe que sim.

— Então vem.

Ele beijou-a no colo delicadamente e se afastou, sentando.

— Hoje não. Você ainda não está preparada.

A rejeição a deslocou. A ruiva levantou, recolheu suas roupas e vestiu-as rapidamente. Quando terminou estava frustrada. Ele puxou-a pelo braço a fazendo sentar-se ao lado.

— Vai ficar emburrada porque tive de fazer uma força sobre-humana para não transar com você? — perguntou.

— É bem por aí. — ela franziu o cenho e encarou a tevê.

— Será que entenderá meus motivos?

— Nem tente explicar.

— Tudo bem, não tentarei.

O silêncio instalou-se entre eles. Estava quase no fim do filme quando Erik voltou a falar.

— Vai acontecer um concurso de dança daqui uns meses. Eu queria inscrever nós dois. Os vencedores ganham um cheque no valor de 20 mil libras e um curso na Espanha durante um ano. Topa?

Ela mirou-o de soslaio.

— Eu poderia dizer que "não" só pra te castigar.

— Pode me castigar de outras formas. Formas prazerosas para nós dois.


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