Octoni escrita por Oni


Capítulo 5
Deniu Walker: ... Até que eu conheci os fantasmas.


Notas iniciais do capítulo

Esse é o fim do começo da história do Deniu Walker... Espero que gostem :p



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– Olha cara, eu simplesmente não consigo descrever o quanto o que eu vivi naquele dia foi bizarro, louco e ridiculamente assustador. Wow, tudo começou com um maldito beco. Olha, eu vou te dizer algo, se algum dia, você puder pegar um caminho longo ao invés de entrar em um beco escuro tarde da noite, ACREDITE, o caminho mais longo é melhor. Eu me lembro de uma garota, uma tal de Capuzinho Vermelho, ela é a prova viva disso. Aliás, morta. Ela só se fodeu por isso, tá me entendendo aqui cara? Olha, não é como se eu fosse um covarde cuzão ou alguma coisa assim, mas.. Nossa!! Eu vi uma mulher fantasma, uma garotinha mais forte que uma porra de um maldito mamute e aquele cara esquentadinho com uma labareda na cabeça... PUTA QUE PARIU! E AQUILO TAVA FAZENDO MUITO FRIO! Ah, você é o chefão não é? Desculpe. Mas bem, até que teve uma parte legal naquela coisa louca toda...

– Você vai ter que deixar a morte te comandar... - Dizia Lina Bors, como se fosse algo bastante comum. Naquele momento eu pensei ''Essa vadiazinha fala isso porque não é a vida dela!'' mas eu berrei:

– O QUÊ? - Ah, a Lina é a sua filha não é? ''Merda'' Hm.. Então quem falhou como pai foi você, não eu. O quê? Me acha ofensivo? Eu acho ofensivo você dizer que eu sou ofensivo... Tá bom, tá bom, vou contar a história. - Mas a gente não era amigo? Quero dizer.. Você pediu pra ser minha amiguinha.. - Começava a sair uma fumaça vermelha das pedras onde a criatura estava afundada. A Lina estava sem aquele machado, falando nisso, você sabe onde ela guardava aquilo? Não.. Eu não estou insinuando que a bunda dele tinha esse tamanho todo mas..

– CALA A BOCA, BOBÃO! - Ela colocou a mão na barriga e começou a rir, jogando a cabeça para trás, logo depois, balançando para os lados como se negasse balançando seus cabelos negros longos. Acho que ela me achava burro. Bem, o que dizer não é? Não existe algo como Engenharia de Privadas na faculdade. Ou Administração de Navios Piratas. Quer dizer, pirata não.. Hm.. Eu sou Exportador de Produtos Exóticos Ao Olhar da Lei. - Você não vai morrer de verdade. - As pedras que cobriam a criatura começaram a afundar, como se o que estivesse abaixo delas evaporasse enquanto a fumaça vermelha saía. Parecia haver um incêndio ali dentro, e uma grossa linha de fumaça flutuava dali de dentro. ''Eu não posso morrer ainda, eu tenho que enfiar uma espada na bunda do meu chefe'' Eu pensei. Odeio o sistema de Bohruns. - Olha, eu tenho que te ensinar rápido as regras desse jogo, se não pode ficar chato pra você jogar.. Hm... - Ela colocou o dedo indicador e o polegar no queixo e virou os olhos de lado, em uma posição pensativa. - Assim, tudo morre um dia. Dentro de você, existe uma coisa chamada alma. A alma é como a caixa onde você joga os brinquedos que você não quer brincar; Você guarda as suas bonecas nela. Sempre que você quiser, você pode simplesmente chamar o poder das suas bonecas, entendeu?

– Não, não.. Pera, pera, pera, pera... Você quer que eu invoque um fantasma?

– Não, eu quero que você seja possuído por um. - Eu levantei o queixo e bati nas minhas pernas com as mãos virando meu olhar para trás, revoltado.

– Você tá me zuando.. - Eu disse olhando para trás. Não era possível. Me deu vontade de rir. O quão bizarro aquele dia podia ficar? Olhei de novo para ela. - Você quer que eu seja.. POSSUÍDO?

– Uhum. - Falou acenando com a cabeça e sorrindo. Ela estava feliz por eu ter entendido, mas não percebeu a minha ironia. ''Fodeu'' - Agora quer saber como fazer isso? - Eu ouvi o som da fumaça saindo cada vez mais rápido do chão, e aquela coisa diminuindo muito mais. - Eu posso te ensinar. Se você não conseguir aprender, a gente perde. - ''Perder'' para ela, com certeza era morrer. Meu Deus, como você criou a sua filha?!? Me perdoe de antemão mas.. Vai se foder, seu pai desnaturado filho de uma puta!!

Eu comecei a sentir minhas pernas tremerem e soltei um sorriso irônico. Eu estava me cagando na frente de uma garotinha de oito anos que tinha acabado de derrubar um maldito fantasma do tamanho de uma maldita baleia! E, porra, eu era um PIRATA! Digo.. Pirata não é bem o termo certo.. Ah, foda-se! Eu era um pirata! Não podia arregar naquele momento, tudo bem que era completamente diferente de ter uma espada no mar, em cima de um navio, cercado por canhões e matando pessoas do meu tamanho, mas eu deveria conseguir. Só precisava dizer isso pra minhas pernas, pro meu coração, e pra minhas mãos que teimavam em hesitar e não tomar uma atitude.

– Tá, tá, mas eu vou querer um machadão como o seu - Eu disse para ela, e ela ficou mais feliz. Sabe quando você diz ''Depois te levo pra sorveteria'' para uma criança de cinco anos? Era algo como aquilo, mas bem, ela queria que eu matasse um fantasma, e eu nem sabia como ele era.... Ainda. E, sinceramente, não estava ansioso para descobrir.

– Você pode ter a sua. - Ela se aproximou de mim e esticou a mão, e, cara, naquele momento, eu fiz algo que mudou a minha vida inteira.

Eu segurei aquela pequena mão dela, e a apertei com força, senti um frio maior ainda percorrer todo o meu corpo, como se uma camada de neve crescesse em meu braço. Aquele frio passou pelo meu antebraço, subindo como uma enguia, se rastejando sobre mim. Ele passou do meu cotovelo, subiu até meus ombros, e meu corpo todo estava se arrepiando conforme ele passava. Ele era como uma corrente elétrica lenta, que passava devagar pelo meu corpo, fazendo ele mexer. Um vento forte nos pegou, e o vestido de Lina - que me lembrava muito o de uma sacerdotisa com todos aqueles malditos ornamentos - começou a se balançar. Os cabelos dela subiram, assim como as minhas roupas e minha vontade de arregar. Meu cabelo negro e liso também subiu, sendo chacoalhado violentamente. Eu sorri, mas aquilo era um sorriso de medo. Minha sobrancelha estava franzida e eu queria desistir. ''Droga Deniu, onde está o seu maldito coração pirata? Limpar privadas o tornou um covardão?'' O frio percorreu todo o meu corpo, e quando ele alcançou o meu rosto, meu mundo simplesmente não era mais o mesmo. Eu via as coisas a minha frente completamente verdes, era como quando você afunda em uma piscina e vê o mundo azul ao seu redor, mas tudo era verde. Aquele não era o meu mundo... As paredes antes brancas por causa da neve, podiam ser vistas liberando energia verde para fora de si, talvez por isso aquela parede machucasse o fantasma; Elas estavam cheias de ectoplasma. Eu via muito mais neve, era como se ela dobrasse diante de minha visão. A neve verde era muito mais fria que a neve branca. Era a neve morta, o outro lado da neve.

Na minha barriga, eu senti a fome de milhares de mortos, ou centenas, eu não sabia. Eu sabia que alguns deles estavam sumindo. Eu não sei como dizer... Alguma vez você já teve a sensação de estar sendo observado? Era como essa sensação, mas ela era menor em alguns espíritos. Eu sentia o poder de milhares de espíritos percorrendo meu corpo, enquanto o vento me tomava. Levantei uma mão e a encarei, vendo que ela brilhava com um tom pálido de verde. Eu deveria estar impressionado, mas quando eu olhei para ela, eu não consegui pensar em outra coisa além de ''Parabéns Deniu. Você acaba de cair na merda. E sabe uma coisa sobre a merda? Quanto mais você mexe nela, mais ela fede. E logo você, que deveria ser mestre no quesito merda..'' com a sobrancelha franzida, eu confesso, estava um pouco assustado.

– Isso é o ectoplasma, tudo tem ectoplasma. - A fumaça começava a sair menos das pedras. O que não era nada bom. - Mas eu não posso explicar tudo agora. Está vendo toda essa neve? Você pode usar ela, é a parte mais fácil do treinamento. Eu só demorei cinco horas para aprender. - Ela riu, como se com aquele sorrisinho que ela dava com os olhos fechados, ela quisesse dizer com a sua maldita vozinha fina.. ''O jogo vai ser difícil pra você, quase impossível. Se fodeu.'' Eu estava apreensivo. - Tente concentrar a energia nas duas mãos e imagine um formato, o ectoplasma vai seguir a sua mão assim, a partir daí, é só forjar a sua arma no formato. - Eu estiquei a mão para a frente, e me imaginei segurando uma espada. As partículas de ectoplasma que pareciam neve se juntaram entre meus dedos, eu me concentrei com força, pois eu tinha certeza que algo, ali embaixo daquele monte de pedras, estava louco para me motivar...

Em um instante, uma esfera daquela energia verde se formou entre meus dedos. Aquela esfera começou a se transformar, começou a se retorcer como fogo faz quando você tenta mexer nele, e as partículas de neve se juntaram ao redor dela, enquanto sua ponta aumentava, um tornado de ectoplasma se formava em torno da minha bola de morte, e o frio aumentava ainda mais. Eu estaria com o cu na mão, mas a minha mão estava ocupada. O tornado se formava, balançando mais meus cabelos, enquanto eu ainda segurava a mão de Lina. Eu soltei a mão dela e coloquei a mão bem ao lado da esfera, vendo enquanto uma ponta saía da esfera, por baixo. Eu virei a mão e segurei aquela ponta, vendo enquanto a esfera diminuía e os flocos de ectoplasma comprimiam a esfera. Eu estava maravilhado, e tinha uma sobrancelha ainda franzida. Como eu estava fazendo aquela merda? Eu já tive muitos pesadelos bizarros, mas nossa...

Quando os flocos terminaram de se comprimir, eu tinha uma espada branca como gelo em mãos. Ela era tão fria quanto a morte, e uma fumaça quase invisível e gélida saía da ponta dela, descendo.

– WOOOOOWWW - Eu dizia, agora eu poderia apanhar menos.

– Nossa! - Ela abriu a boca, impressionada - Eu nunca vi ninguém fazer isso tão rápido! Vai ser divertido brincar com você... - Aquela coisa lá dentro fungou, as pedras começaram a se mexer e a fazer barulho. Agora a minha mão estava ocupada com uma espada, ou seja, sem cu na mão.

A minha espada se despedaçou e caiu no chão, em forma de neve.

– Ah, esqueci de te dizer. Se você usar a neve morta pra fazer ela, ela vai ser feita de neve. HAHAHAHAHAHAHA! Parece que você vai ter que lutar de mãos nuas! - Eu não achei engraçado. Estava com o cu na mão.

Uma criatura vermelha se ergueu das pedras. Ela devia ter dois metros, e possuía dois chifres vermelhos, um anel no nariz, e quatro patas, com músculos bem definidos. Aquilo não era um boi, era um maldito touro! Oh.. Eu disse que te achava ofensivo? Aquilo sim era ofensivo! Os chifres dele podiam bem ter meio metro, e eram bastante grossos. Ele começou a arrastar os pés nos escombros da parede que a Lina havia derrubado sobre ele.

– Er.. Hm.. - Eu falei, querendo me virar para Lina, mas meu pescoço travava e encarava o touro de volta. Medo? Não.. Não era medo.. Exportadores de Produtos Exoticamente legais não sentem medo... Aquilo era.. Hm.. PORRA! EU ESTAVA ME CAGANDO! AQUELA COISA FUNGAVA, ARRASTANDO OS PÉS, COM AS PATAS DIANTEIRAS BEM ESTICADAS, PRONTO PRA ENFIAR AQUELES CHIFRES NO MEU RABO! HÃ? NADA DEMAIS? OLHA, EU VOU VOLTAR A LAVAR AS MINHAS PRIVADAS, ESSA NÃO É MAIS UMA VIDA PRA MIM! AARGH! TÁ BOM, VOU RESPIRAR FUNDO E.. Respirar fundo e continuar a contar a história. Droga de mundo bizarro. Maldito azar. - Lina, não tem mais nenhum truque pra me ensinar?

– Hm.. Podemos continuar pela possessão?

– Ah, possessão.. Claro.. Eu não vejo motivos para não.. - Uma tristeza tomou conta de mim. Confesso que choraminguei.

– Na sua alma, tem centenas de espíritos, deixe eles tomarem conta do seu corpo. Procure o mais confiável. - O touro partiu em disparada na nossa direção, e eu não tive outra reação, senão, escolher o espírito menos confiável que tinha na minha alma. Mas ele parecia fortão, mas droga, acho que eu escolhi um fraco demais pois...

– ROAAAAAAAARRRRRRRR - Eu me vi gritando e dobrando os braços, olhando para cima com a boca aberta, mas eu não quis fazer aquilo. O touro vinha na minha direção, e eu corri de volta na direção dele. Mas eu não queria fazer aquilo. Eu estava quase chorando correndo contra aqueles chifrões. Aqueles dois chifres tentaram se afundar em mim e eu estava com o coração batendo cada vez mais rápido. Eu estava correndo na direção dele... Pelos Céus.... Eu estava correndo na direção de um touro vermelho e brilhante com aqueles chifrões... Mas eu não queria, como eu disse, eu NÃO QUERIA! Tentei parar e não consegui. Sentia meu corpo inteiro formigar.

– SE TUDO DER ERRADO, A GENTE AINDA PODE BRINCAR DE ESCONDE-ESCONDE! - Mas que droga aquela garota estava dizendo?!?

Encarei o monstro, olhando para seu olhar raivoso. Nós estávamos a três metros, e ele abaixou a cabeça mirando os chifres em mim, ainda me olhando. ELE TINHA DOIS METROS! Eu não fazia ideia do que meu corpo queria agindo sozinho..

Os chifres ficaram cada vez mais próximos. Eu levantei as duas mãos e segurei eles, certo de que eles atravessariam meus ombros. Aquilo foi instinto, mas quando eu percebi, a força da investida do touro diminuía. Meus pés começaram a se arrastar para trás e levantar neve, e os chifres simplesmente não se aproximaram mais de mim. Quando meus pés pararam, eu tive certeza de que tinha parado aquela investida.

As batidas do meu coração começaram a diminuir, eu sorri e olhei para ele. Encarei a cara dele com um olhar maldoso. Eu estava detonando!

– Eu entendo o motivo de você estar raivoso, sua mulher, aquela vaca, te pôs chifres, né? - Aquilo pareceu ofender ele. Seu olhar ficou mais raivoso. - Mas está tudo bem, eu posso acabar com essa sua angústia! - Segurei seus chifres com mais força e comecei a forçar eles para baixo, ele tentou impedir, mas os chifres desceram. Eu forcei as minhas pernas para frente e levantei meus braços, e quando eu vi, o touro estava acima de mim, e eu caminhava para frente. - EU SOU DENIU WALKER, O GRANDE PIRATA DE PENTAIRO, FILHO DE DAVY WALKER E O TERROR DE HEIWA!! E AGORA EU VOU ENFIAR SEUS CHIFRES NO SEU RABO!

Virei meu corpo de lado para lançá-lo longe. Se lembra que eu achava que aquele espírito que estava comigo era fraco? Pois é, antes, eu não conseguiria falar, pois ele estava com completo controle sobre mim. Mas aquela sensação de estar sendo observado sumiu. A força permaneceu.

Até eu terminar de dizer aquilo.

Eu senti meus braços fraquejarem e os chifres do touro começarem a cair na minha direção. Forcei meus braços para cima, mas não adiantava. O touro forçou todo o peso dele para baixo.

– AAAH, CARALHO! - Eu sentia ele chegando mais perto de mim. Soltei ele e saltei para a frente, me virando de costas ainda no ar e caindo deitado, escorregando na neve e o vendo enfiar ambos os chifres no chão. A neve se levantou e tampou a minha visão. Aquela coisa logo logo se levantaria e me furaria.. Socorro.. A minha coragem para zombar dele foi embora. ''Cadê a minha força? Eu sei que me senti incomodado com você me possuindo assim mas.. Pode voltar.. Eu não me incomodo..'' me senti choramingando ''Volta..'' A neve saiu da minha visão, e eu vi o touro tremendo.

Eu me levantei.

– HAHAHAHAHAHA! VOCÊ SE FODEU! - Ele estava com os chifres cravados na neve, se contorcendo. Estava preso. Eu não morreria naquele dia. Se bem que... Meu conceito sobre morrer mudou muito. - Eu comecei a me aproximar dele, aquela luta era minha. - EU SOU O GRANDE DENIU WALKER - Eu disse, apontando meu polegar na minha própria direção - E EU FODI UM TOURO!

– É.. Deniu.. - Lina me falou.

– O QUE FOI? VAI DIZER QUE EU SOU INCRÍVEL? - Eu disse com um sorriso branco estampado por todo o meu rosto, me virando de uma vez na direção dela e erguendo os braços, como se pedisse os meus aplausos.

– Os chifres dele tão presos na neve, e ele já vai se soltar. - A temperatura caiu de novo. Meu sorriso foi embora, e meus braços pareceram ficar mais fracos. Eu sorri e soltei três risinhos fracos ''ha...ha...ha..'' e meus braços desabaram dos meus lados, minhas pernas ficaram mais fracas e eu me ajoelhei cruzando elas. Levei as mãos até o rosto.

– O UNIVERSO ME ODEIA! - Eu estava prestes a chorar, mas me virei e vi o touro se soltando. Ele se virou para mim. Ele não estava feliz. - Ei cara, eu sei que eu te chamei de corno mas.. Sabe? De onde eu venho, isso é um cumprimento comum... - Me virei de costas para ele quando ele começou a correr na minha direção, comecei a correr para longe daquele beco, obviamente, que pela parte com saída.

– Decepcionante.. - Disse um cara ruivo na minha frente, com um martelão. Ele passou bem ao meu lado enquanto eu corria, mas correndo na direção oposta.

– Ei.. Ei cara.. Aí tem algo não muito agradá..- Eu me virei para olhar ele, e ele estava segurando o martelo dele com as duas mãos, mas não era um martelo qualquer, aquilo devia ter mais de um metro de diâmetro. Ele arrastava o martelo no chão, atrás de si, deixando uma marca na neve, e corria bem na direção do touro vermelho, que corria contra ele. Quando os chifres do touro estavam a cinquenta centímetros dele, ele saltou para o lado e deixou eles passarem bem ao lado de seu corpo, enquanto erguia o martelo e o passava embaixo dos chifres, acertando uma martelada no focinho daquela coisa. Sabe? Eu senti pena.

Uma quantidade enorme de ectoplasma correu todo o corpo do ruivo, se concentrando ainda mais nos braços dele. O martelo pareceu ganhar mais poder naquele momento, e o mundo congelou ao meu redor. A força do touro se chocou contra a força do garoto, e o ar ao redor dos dois se afastou no mesmo segundo. A neve afundou mais ao redor deles e os flocos de neve voaram para longe, como se um tornado se formasse ao redor dois dois. Eu quase pude ver o ar frio. Os dois não se mexeram, pareciam completamente focados no que faziam. Meu coração congelou também. Aquele choque tinha feito um impacto muito alto, e um dos dois certamente morreria.

O fantasma touro voou para longe, rodopiando várias vezes no ar e a energia vermelha saiu do corpo dele como fumaça enquanto ele sumia aos poucos, girando. Ele se afundou na própria fumaça vermelha enquanto dava cambalhotas no ar e sumiu dentro dela, a trinta centímetros do chão, a fumaça simplesmente desapareceu, deixando seu rastro no ar.. Harry Kane se virou na minha direção, ajeitou o martelo nos ombros e deu as costas para o oponente antes de ele estar completamente acabado. Ele olhou para mim enquanto andava devagar. Sua expressão era algo como ''O que eu acabei de fazer foi muito fácil'' e ele era realmente arrogante.

– Cara, eu te achei tão fodão quando começou a levantar o touro... Decepcionante... Acho que tem que aprender mais comigo. - O que aquele cara estava dizendo?! Claro que eu era bem melhor que ele! Mas bem.. Eu sou uma pessoa humilde e ele não parecia muito feliz. Resolvi não dizer no momento. Naquele ainda não.. - Mas bem, acho que esse fantasma ainda não foi embora. Ele tinha uma alma. E, oi Lina. - Ah, agora eu tinha entendido tudo. Eles eram amigos. Devem ter crescido comendo da mesma super-ração. Esses pirados..

– Oi Harry! - Ela começou a correr na direção de onde a fumaça havia sumido. Encostou a mão ali, e criou uma redoma de ectoplasma ao redor dela, quando levantou as mãos, a redoma tinha algo dentro enquanto Lina a segurava. Ela levantou dali um coelhinho azul. - Nós demos sorte! Parece que o novo Regente da Alma é inofensivo! Vamos levar ele.. Sabe-se lá o que pode acontecer se alguém ferir ele, não é? Se ele morrer, pode vir um dinossauro, ou.. - Eu não precisava que ela terminasse de falar, aquilo havia acabado. O coelhinho flutuava dentro da redoma e girava como se fosse um peixe num aquário. Aquilo era um coelhinho azul que escondia dentro de si um maldito zoologico bizarro. Me virei de costas para eles e saí andando - Ei.. Den.. Volta - Ela chamou - Nós precisamos te levar..

– Hã.. Desculpe, mas não sei se estou realmente interessado - Apressei o passo.

– Lina, Formação Destruidora, Modo B!

Um martelo se chocou contra a minha nuca, e foi com tanta força que meu rosto se chocou contra o chão e eu quiquei, subindo de costas. Logo depois, senti algo como um machado de lado batendo nas minhas costas e bati com o rosto na neve, atravessei ela e bati a cara no chão. Tudo ficou escuro e eu acordei duas horas atrás aqui, a minha visão não estava mais verde e algum tempo depois eu estava te fazendo esse maldito relatório. Posso ir embora?

– Não - Respondeu o dono da organização, Pai de Lina Bors. Levantando a sua careca ao se levantar e deixando que o seu kimono balançasse com o movimento, forçando seus dois grandes braços cobertos por aquele fino pano verde contra a mesa e subindo. Quando falou as frases seguintes, seu bigode negro se contorceu grande e grosso, em sua forma de raio, sobre o lábio superior. Aquele era um homem robusto, e Deniu não tinha coragem de contrariá-lo. - Eu vou ouvir as histórias do Harry Kane e da minha filhinha agora. E ele saiu da sala, deixando Deniu Walker sozinho, sentado em um banco comum de madeira, olhando os quadros ao redor da sala, os armários cheios de livros, o cofre cinza com cadeado e senha e os papéis em cima da mesa. ''Essa parte de baixo do Kimono parece uma saia. Talvez ele gostasse do relatório da espada na bunda.''


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Notas finais do capítulo

PROLÓGO ACABOU! HOOOLD ONNN BOOOOOOOOYYYYYY!! Agora a verdadeira história começa. Já apresentei todos os protagonistas...



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