Et in Arcadia ego escrita por themuggleriddle


Capítulo 7
Homo Praesumitur Bonus Donec


Notas iniciais do capítulo

Vamos fingir que eu não estou atualizando essa fanfic uma vez ao ano só, ok? Novamente, faculdade e outros assuntos pessoais me impediram de continuar. Mas aqui está.



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Havia uma menina chorando dentro do banheiro. Os soluços dela ecoavam pelas paredes de azulejo junto com a voz dele, sibilos de palavras em língua de cobra. Havia uma cobra saindo da pia e, depois, a menina não estava mais soluçando, mas estava em silêncio, caída no chão com os olhos escuros arregalados. E então havia um homem que chorava também, chorava mais do que a menina. Enquanto ele segurava a mão de uma senhora cujo corpo estava estatelado no chão, o corpo dele se sacudia com os soluços com tal violência que Tom nunca havia visto antes. O rosto do homem era uma cópia do seu, mais velho, com algumas rugas nos cantos dos olhos e olheiras, e Riddle só queria se livrar dele o mais rápido possível, pois não aguentava mais ouvi-lo implorar... Por favor, por favor, por favor! O homem sumiu e uma mulher mais velha tomou o seu lugar, seu rosto pintado sorrindo radiante antes de, por um segundo, parecer aterrorizado. Depois, outro homem. Um mendigo, olhando-o confuso e acabando do mesmo jeito que a menina que chorava no banheiro: morta.

E a dor. A dor lancinante que cortava através do seu copo, como se alguém estivesse arrancando seus órgãos um por um. Para cada pessoa, havia uma facada de dor. Ele se lembrou da voz que ouviu saindo do medalhão e das cópias de Harry e Hermione que zombavam do menino ruivo. A sua voz zombava dele, a sua magia o tentava.

“Você trouxe Você-Sabe-Quem de volta a vida?” Ele ouviu uma voz falar por entre os sussurros do Harry-Hocrux e da Hermione-Horcrux, que ainda ecoavam em sua cabeça.

“Parte dele. Parte da alma dele. Foi um acidente.”

“Mas por que ele está aqui?”

“Nós não podíamos tê-lo abandonado no meio da floresta, Ron!” Era a voz de Hermione. A voz da verdadeira Hermione, cuidadosa e teimosa, não perigosa e sarcástica.

“E por que vocês não, sabem, acabaram com ele?”

“E nos rebaixar ao nível de Você-Sabe-Quem? Não, obrigada.”

“Mione.” Potter estava falando agora. “Nós tiramos ele do medalhão, mas ainda havia uma parte da alma ali dentro. Nós dividimos o fragmento dessa horcrux e Ron destruiu um deles.”

“Mas a outra parte ainda está aqui.” Tom sentiu a sua garganta queimar quando sua voz saiu rouca ao falar. Seus olhos ainda estavam fechados, mas o rapaz podia sentir os olhares dos três amigos enquanto ele erguia a mão, que parecia mais pesada do que o normal, e batucava no próprio peito.

Houve um momento de silêncio, antes de ele ouvir o barulho de alguém se movendo. Logo, havia uma mão na sua testa, afastando o seu cabelo. Instintivamente, Riddle relaxou por sob o toque, reconhecendo-o como sendo de Hermione.

“Tudo bem?”

“Eu pareço bem?” ele perguntou, respirando fundo e gemendo ao sentir uma leve dor em seu peito. “Por quanto tempo eu apaguei?”

“Nem um pouco.” A mão de Hermione saiu da sua testa e foi até o lado do seu pescoço. “Você ficou inconsciente por um dia. Está com dor? Posso te dar um pouco de poção do sono...”

“Dormi por quase vinte e quatro horas, Hermione; acho que não preciso de mais sono.” O garoto abriu os olhos, observando o rosto preocupado da bruxa. Os dedos dela ainda estavam em contato com a sua pele. “O que está fazendo?”

“Checando o seu pulso,” ela falou. “Ele ficou bem fraco durante horas.”

Riddle virou o rosto e viu Potter e o ruivo da floresta sentados no meio da tenda. Sob mais luz, ele podia ver melhor a aparência do ruivo. Ron – se ele estava lembrando certo – era mais alto que ele e Harry, tinha um nariz longo, olhos azuis brilhantes e muitas sardas no rosto. O cabelo era mais vermelho do que parecia na escuridão da floresta. Enquanto ele olhava o outro garoto, as cópias de Harry e Hermione lhe vieram em mente e, com isso, ele virou-se para olhar Hermione. O cabelo dela estava bagunçado, o rosto era cansado com uma expressão preocupada e os olhos estavam avermelhados e com olheiras... Essa era a Hermione com a qual ele estava acostumado.

“O ruivo é seu amigo?” ele perguntou em um sussurro, não querendo ser ouvido pelos outros.

“Sim.”

“Você sabe sobre as horcruxes?” Era a voz de Harry que o fez olhar para longe da garota.

“Harry.”

“Acho que entendi as coisas quando seu amigo destruiu o medalhão...” disse Tom, tentando erguer o volume da voz para ser ouvido. “E eu senti a dor.”

“Então você devia ter morrido, não?” perguntou Ron e Riddle nem tento resistir a necessidade de revirar os olhos.

“Sim, acho que teria sido mais educado da minha parte se eu tivesse morrido.” Ele encolheu os ombros. “Me desculpe por sobreviver.”

“Como ele sobreviveu, Hermione?”

“Como vou saber, Harry?” a garota perguntou enquanto Tom tentava se sentar.

“Era você quem estava lendo aquele livro sobre hocruxes.”

“Antes que vocês comecem com as suas teorias,” disse Riddle, fazendo os três amigos se virarem para olhá-lo. “Será que alguém poderia me explicar o que diabos está acontecendo?”

“Como você disse,” falou Ron. “Você já montou o quebra cabeça, não? Quando eu destruí o medalhão.”

“Sim, mas eu gostaria de ouvir a história por outra pessoa. De alguém que não está no escuro, como eu.” Tom olhou para Hermione e, depois, para Harry. “Essas hocruxes, elas são... minhas?”

Ele não sabia se o que assustava mais era o silêncio ou a preocupação que tomou conta dos rostos dos adolescentes. Hermione olhou para as próprias mãos, mordendo o lábio inferior, enquanto Harry franziu o cenho, parecendo mais travado do que irritado com a pergunta. O ruivo imitou a expressou de Potter e Tom pensou que ele parecia bobo quando fazia isso.

“Esse tal de Você-Sabe-Quem,” ele murmurou e, pela primeira vez em dias, se sentiu tão confuso quanto quando acordou na companhia de Potter e Granger. “Ele... sou eu, não? O medalhão era a horcrux dele e eu sofri o golpe que lhe foi dado. Isso significa que parte da minha alma está... bom, estava ali dentro, certo?”

“Sim.” Foi Harry quem respondeu e Tom teve que respirar fundo para evitar qualquer quebra de sua expressão. “Estávamos tentando achar uma forma de destruir o medalhão quando Hermione achou esse... feitiço-“

“Ritual,” Hermione corrigiu.

“Certo, nós achamos esse ritual que supostamente destruiria a horcrux, mas isso não aconteceu. Ao invés, você aconteceu.” O rapaz apontou para Riddle, encolhendo os ombros. “Ainda não sabemos porque isso acabou dando em, bom, você. E também não sabemos como apenas parte da alma escapou da horcrux.”

“Pelo que eu li, a alma sai da horcrux como uma só,” a garota explicou. “Mas, depois que você apareceu, o medalhão continuou sendo uma horcrux. Eu devo ter feito algo errado, porque era para ele ter sido destruído e não...”

“Você não fez nada errado,” murmurou Tom, lembrando-se do que havia lido n’O Segredo das Artes Mais Tenebrosas logo antes de sair para seguir Harry na floresta. “O ritual que você achou era um que envolvia sangue? Estava todo descrito em uma ilustração.”

“Sim.” Ela semicerrou os olhos, encarando-o.

“Como você sabe disso?” perguntou Harry.

“Você roubou meu livro, não foi?” perguntou Hermione. “Eu o encontrei na sua cama depois que Harry e Ron o trouxeram de volta.”

“Você não pode me culpar por isso!” Tom permitiu que um pequeno sorriso repuxasse os cantos de seus lábios. “Você me prometeu qualquer livro se eu vencesse um duelo contra você... E eu ganhei-“

“Depois de enlouquecer e me atacar com magia negra!”

“Oi, será que vocês poderiam parar e nos dizer o que foi que aconteceu? Sobre a horcrux, digo,” disse Harry, sacudindo as mãos para chamar a atenção deles.

“Como disse, eu vi a descrição do ritual e o negócio é o seguinte: ele realmente servia para ‘terminar’ com uma horcrux,” ele explicou. “Mas não terminar do jeito que vocês imaginam.”

“Como assim?”

“O ritual que você fez é o último passo da criação de uma horcrux,” disse Riddle, vendo os olhos da menina se arregalarem. “Pelo que o livro fala, um ato de extrema maldade quebra a alma. Outro ato ruim a tira do corpo e a coloca em um recipiente. Logo, maldade deixa uma horcrux mais poderosa... Quanto mais crueldade no fragmento da alma, mais forte a horcrux fica, mais resistente. Mas uma alma é composta pelo bem e pelo mal.”

“Não a de Você-Sabe-Quem,” disse Ron.

“Uma alma é composta pelo bem e pelo mal,” Tom repetiu, olhando feio para o ruivo. “E, enquanto houver resquícios de bondade dentro de uma horcrux, ela irá ficar enfraquecida, mesmo que apenas um pouquinho. Então, esse ritual de vocês é feito para retirar a parte fraca da horcrux.” Ele apontou para si mesmo. “E, assim, terminar o processo de criação desta.”

“Mas... não pode ser,” sussurrou Hermione.

“Tem certeza disso, Riddle?” perguntou Harry.

“Não, mas é isso que consegui interpretar depois de ler uma vez,” ele explicou. “Então, eu gostaria de poder dar uma olhada melhor nesse livro para poder confirmar isso.”

***

Era culpa dela. Era culpa dela que eles tinham um jovem Lord Voldemort naquela tenda com eles. Como foi que ela cometeu um erro tão bobo de tradução? Não, nem era um erro de tradução, era apenas interpretação. E aquilo causou tanta confusão! Agora eles tinham Tom Riddle grudado neles, cada vez ganhando mais e mais informações sobre o seu eu mais velho e seus poderes. Mesmo se o rapaz fosse, como ele dissera, a parte fraca da sua alma, Hermione não podia deixar de se perguntar quanto tempo levaria até ele voltar a ser como o seu original era. Afinal, ele a havia atacado de uma forma bem Voldemort-esca e ela não esqueceria de como aqueles olhos azuis de repente haviam brilhado escarlate como os olhos do Lord das Trevas.

E era tudo culpa dela.

“Você se preocupa demais.”

A garota ergueu a cabeça e olhou para Tom, que estava sentado no sofá na frente da sua poltrona. Ele tinha O Segredo das Artes Mais Tenebrosas aberto em seu colo e ainda estava usando os pijamas de Harry, com um suéter por cima. Seu rosto ainda estava muito pálido e, na opinião da bruxa, ele não devia estar fora da cama.

“Eu tenho razão para me preocupar.”

“Eu,” ele falou, dando um sorriso sem graça.

“Você é uma delas,” ela falou, esfregando o rosto antes de olhar outra vez para Os Contos de Beedle, o Bardo.

“E o resto da minha alma são o restante das suas preocupações.” A garota não ergueu o rosto para olhá-lo, mas conseguiu sentir uma leve mudança na voz do outro. “Você não vai me falar mais sobre ele, não? Meu... Outro eu.”

“Não tem muito o que falar. Ele é mal e já causou muitos danos no mundo,” Hermione explicou, suspirando. “Estamos tentando pará-lo porque ele está errado.”

“O que você me falou sobre bruxos que não gostam de trouxas, fui eu quem começou com isso?”

“Não, mas você deu muita força. Onde estão Harry e Ron?”

“Lá fora. Seu amigo ruivo não parece gostar muito de mim.”

“Nem o Harry,” sussurrou Hermione, erguendo o rosto ao ouvi-lo rir fraquinho. “Tom?”

“Sim?”

“Pare de se referir a ele como ‘eu’, certo?” As sobrancelhas do garoto se franziram enquanto ele a olhava. “A ideia de que tenho de Você-Sabe-Quem não é, bom, não é a de um adolescente. É mais como um monstro de alguma história, entende?”

“Bom saber que eu não me pareço com um monstro,” ele murmurou. “Ainda.”

“Pare com isso.”

“Eu sei que você está pensando a mesma coisa,” disse Tom, um pequeno bico aparecendo em seus lábios. “Quanto tempo até Tom Riddle virar Você-Sabe-Quem? Quanto tempo até ele enlouquecer e matar a todos nós?”

“Pare de enfiar palavras na minha boca, Riddle.” Ela revirou os olhos.

“Só estou dizendo o que está na sua cabeça.”

“Você está lendo a minha mente!?” Hermione ficou boquiaberta, reforçando as suas barreiras de oclumência. Ela não era muito boa nisso, mas pelo jeito conseguira mantê-lo fora a julgar pela cara dele. “Desde quando?”

“Percebi que conseguia fazer isso um pouco depois do fiasco do medalhão. A mente de Weasley é um pouco fraca.”

“Não fale assim do Ron.”

“Meu outro-eu pode fazer isso também?”

“Sim...”

“Então seu amigo deveria aprender a proteger melhor a própria cabeça, afinal de contas, vocês estão contra alguém que pode ler seus pensamentos...”

“Pare de falar assim!” ela falou, com a voz esganiçada e vendo Riddle voltar a olhá-la. “Você não deveria querer ser ele! Não é algo bom de ser, é uma coisa horrível, na verdade! Pare de agir como se você fosse ele, como se você entendesse ele!”

“Talvez isso seja novidade para você, Hermione, mas eu não quero ser ele. Quem quer que eu seja ele, quem espera que eu fique louco e saia matando todo mundo são vocês! Mesmo sem conseguir olhar a sua mente, eu saberia que Potter me odeia por achar que eu sou Você-Sabe-Quem! Que o ruivo me odeia porque minha maldita horcrux ficou tentando ele – e ele, deixe-me acrescentar, quase sucumbiu! Eu sei que você não confia em mim por causa do seu sangue trouxa!’” A garota se encolheu um pouco, não esperando ver o rosto de Riddle parecer triste naquele momento. “Vocês estão me transformando nele. Agora, fale de novo que eu coloquei palavras na sua boca.”

Hermione o encarou por um longo momento, antes de suspirar e se levantar. Ela revirou os olhos quando o garoto mudou de lugar, indo para o outro lado do sofá assim que ela se sentou ao lado dele. Havia momentos em que a bruxa achava que Tom não passava de uma criança pequena.

“Você tem que entender que é difícil distinguir...”

“Você acabou de dizer-“

“Eu sei o que eu acabei de dizer.” Ela suspirou. “Mas nós o associamos à Você-Sabe-Quem porque, bom, sabemos que ele foi você já faz muito tempo.

“Quando?” ele perguntou, seus olhos azuis brilhando com curiosidade.

“Tínhamos doze anos, mas isso não é importante.” A bruxa esticou um braço para apoiar uma mão no ombro do outro, sorrindo fraco para ele. “Mas, ao mesmo tempo, é difícil vê-lo como ele... Especialmente depois de falar com você por alguns minutos.”

“Por quê? Você acha que ele não iria gostar de conversar sobre a morte e todas aquelas coisas filosóficas da outra noite?” O bruxo riu e Hermione tomou isso como permissão para se aproximar.

“Não, ele começaria a dar um discurso sobre como ele nunca vai morrer. Tom?” Ela o observou até o rapaz parar de rir. “Eu estive pensando sobre isso por um tempo... Quantos anos você tem?”

“Ótima pergunta,” ele falou. “Você não é a única que já se perguntou sobre esse detalhe.”

“Oh. Quero dizer, você não parece muito mais velho do que eu, mas sabemos que Você-Sabe-Quem criou o medalhão quando tinha por volta de vinte anos, acho,” Hermione explicou. “Você deveria parecer um pouco mais velho.”

“As pessoas sempre diziam que eu pareço mais novo do que realmente sou?” ele sugeriu. “Mas talvez... Talvez o pedaço de alma nas horcruxes não equivalem à idade que a pessoa tinha quando ela foi criada? Os assassinatos quebram a alma, mas os fragmentos permanecem dentro do corpo até a criação da horcrux. Acho que, quando você faz o ritual para criar uma delas, a magia simplesmente pega uma parte alheia da alma e a coloca no objeto.”

“Mas aí você iria parecer mais novo. Você matou a primeira vez com quinze anos...”

“O que?” perguntou Tom, com os olhos arregalados.

“Oh, você não sabia sobre... Myrtle, ou não se lembrava,” sussurrou Hermione. “Bom, Você-Sabe-Quem matou uma menina quando ainda estava na escola. O nome dela era Myrtle e ela era uma nascida trouxa. O primeiro rasgo na sua alma veio da morte dela.”

“Então, se eu fosse esse fragmento, eu teria quinze anos.”

“Isso...”

“E a próxima morte foi essa? A usada para fazer o medalhão?”

“Não, houve outra, quando você tinha dezesseis. Foi um anel,” disse Hermione, um tanto hesitante. “Mas ele já foi destruído.”

“E quem foi que eu... Quem eu matei?” perguntou Riddle e a menina não sabia dizer o que era a expressão no rosto dele. Ele parecia curioso, sim, mas também havia uma sombra de preocupação em suas feições.

“Sabe de uma coisa? A gente não devia falar sobre isso. Como já disse, você não é ele, então-“

“Quem foi que eu matei, Hermione?” ele exigiu e a bruxa apenas suspirou, depois de o observar por um momento.

“Tom Riddle,” ela sussurrou, vendo-o franziu as sobrancelhas. “Sênior.”

Os olhos do bruxo se arregalaram e começaram a lacrimejar. Hermione apertou o ombro dele, percebendo um leve tremor no seu corpo.

“Eu n-não,” ele gaguejou. “Eu não matei o meu pai.”

“Me desculpe,” a garota murmurou, reamlente se sentindo mal por ele. Pelo que ela havia entendido depois de falar com ele, esse Tom Riddle não guardava rancor algum contra o seu pai trouxa. Na verdade, ainda havia resquícios da criança que esperava o homem aparecer para tirá-lo do orfanato.

“Eu não iria... Não iria matar o meu pai.” Uma risada fraca e sem humor escapou de sua boca. “Por que eu iria matar alguém por quem eu esperei desde que... desde que eu entendi o que era um pai e uma mãe?”

“Eu não tenho ideia do que passa pela sua cabeça, Tom.” Ela suspirou, passando um braço ao redor dele e usando a outra mão para segurar a dele. “Me desculpe.”

Eles permaneceram em silêncio pelo que pareceu ser uma eternidade. Hermione não achou producente força-lo a falar naquele momento, principalmente porque parecia que Tom iria se desmanchar em soluços caso tentasse falar alguma coisa. Então ela simplesmente ficou ali sentada, com um braço ao redor dele e uma mão entrelaçada na do rapaz, ouvindo a respiração descompassada dele. Foi só quando ela sentiu os tremores sumirem de sua mão que a garota o olhou, sorrindo fraco e pensando em como mudar o assunto.

“Então acho que você deve ter vinte anos mesmo,” ela murmurou. “Isso significa que preciso melhorar o que disse antes: a ideia que tenho de Você-Sabe-Quem não é a de um jovem. Você não é nenhum adolescente, seu velho.”

“Está errada,” ele sussurrou e ela se sentiu aliviada ao vê-lo sorrindo, mesmo que fraco. “Tenho vinte e um. Meu aniversário foi no dia trinta e um de Dezembro.”

“Bom.” Hermione soltou uma risadinha, apoiando a cabeça no ombro dele por um momento. “Ainda mais velho.”


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Notas finais do capítulo

homo praesumitur bonus donec = uma pessoa é inocente até que se prove o contrário