Quem Somos escrita por Daniella Rocha


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oiie! Fiquei feliz pela reação de vocês quanto a fanfic! Assim que possível responderei aos reviews de vocês!
BOA LEITURA xD



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Eu sentia meus olhos arderem e as lágrimas começarem a escorrer pelas maças do meu rosto. Dentro da minha cabeça eu gritava “Corra! Corra! Para seu próprio bem, corra!”, mas meu corpo não obedecia ao comando do meu cérebro.

— Você precisa tentar. — A voz daquele homem dizia e eu tinha vontade de socá-lo e dizer que não, eu não precisava, até porque eu já havia tentado e não havia conseguido, pelo contrário, tentar havia-me trago apenas mais dor e eu não poderia ver de outra maneira.

Há sete anos eu tentava e há sete anos eu fracassava, eu, os psicólogos, os psiquiatras e os terapeutas. Não importava em quantas clinicas diferentes meus pais tentassem me levar, eu sentia dentro de mim que não conseguiria, eu não era forte o bastante.

— Você consegue. — Ele disse e eu olhei para ele como se eu pudesse perguntá-lo: “você pode ler pensamentos?”, eu era assim mesmo? Assim tão fácil de ler? Por que as pessoas achavam que estavam no direito de prescreverem em uma prancheta toda a história da minha vida, analisar-me e por fim dá o veredicto?

Finalmente consegui me levantar e correr daquele lugar, aquela sala me sufocava, assim como tudo naquele lugar onde as pessoas te olhavam com superioridade e com ar de “eu posso te curar”. Meus olhos captaram rapidamente meus pais olhando para mim com o semblante preocupado e assustado, então meus ouvidos escutaram o brado de minha mãe, mas minhas pernas ainda teimavam em me obedecer e de repente o sufoco de estar naquele lugar voltou e o desespero por não conseguir encontrar a saída apenas fez com que a situação se agravasse ainda mais, eu não sabia para onde ir, eu estava cercada por pessoas e eu ouvia a cadeira de rodas do meu pai se aproximando também, mas isso não me trouxe sossego, antes o que me assegurava já não me assegurava mais, agora o que antes me protegia me espantava, pois ouvir a cadeira de rodas do meu pai se aproximando me lembrava do porque eu estava ali, me lembrava à razão do por que ela não estava ali e eu senti vontade de gritar, mas eu não o fiz, apenas senti algo pontiagudo penetrar minha carne e antes que eu pudesse impedir que aquele enfermeiro injetasse algo em minhas veias tudo ficou escuro.

Ao abrir meus olhos observei a imagem de Natasha sorrindo fracamente. Eu nasci na França, mas quando tinha sete anos me mudei para os Estados Unidos, foi quando conheci Natasha e desde aquele dia nos tornamos amigas, o que eu posso dizer? Foi amor a primeira vez. Sorri de volta para ela, mas por dentro eu rir daquele pensamento tosco que eu tive.

— De novo? — Ela perguntou e eu joguei de ombros. Não havia muito que eu pudesse fazer.

Natasha veio da União Soviética e assim como eu ela também era nova na América, acho que esse foi um dos motivos pelo qual nos tornamos amigas tão rápido. Natasha era linda, possuía o cabelo ruivo, cacheado e curto, pele branca, olhos azuis, lábios carnudos, era de altura mediana para alguém de dezesseis anos e já era tomada por curvas. Seu temperamento era difícil de lidar, porém não impossível.

— Você sabe o que eu faria se estivesse lá, né? — Perguntou arqueando uma sobrancelha e eu rir assentindo. — Pois é, eu ia bater nesses médicos até eles chorarem por fazerem o que fazem com você. — A questão era que eu sabia que no fundo eles queriam me ajudar, mas não era exatamente isso que eles conseguiam. Eu era grata pelo empenho deles, mas eu não queria mais ajuda, pois se em todo esse tempo eu não consegui melhorar eu não via a razão do por que isso iria acontecer agora.

De todos os meus seis amigos era a Natasha que mais sofria com toda aquela situação, ela se fazia de forte e me fazia rir, mas eu a conhecia bem demais para ela querer me enganar. Natasha conviveu comigo dois anos antes que a tragédia ocorresse e eu tivesse essa mudança tão drástica, então para ela acostumar foi difícil e ver que nenhum tratamento tinha o efeito esperado em mim ainda era complicado par ela. Os outros já haviam me conhecido assim, então para eles não havia diferença, mas Natasha, uau! Eu ainda me lembro do dia em que ela soube, foi à primeira vez que eu a vi chorar e eu nunca poderia imaginar que seria por minha causa. Ambas tínhamos nove anos quando tudo ocorreu e hoje tínhamos dezesseis e nenhuma mudança havia acontecido.

— Copiei para você a matéria que você perdeu hoje, acho que Tony também copiou as matérias que vocês tem juntos, ah! Bruce e Clinton também. — Eu não tinha nenhuma aula em que eu ficasse sozinha, sem algum dos meus amigos, mas isso apenas porque meu pai levou meu caso até a diretoria do colégio. Então eles me ajudavam quando eu precisava e em dia de consulta era uma dessas ocasiões de ajuda. — O Thor... bem, sabe como é. — Ela disse carrancuda.

Claro, era mais fácil eu falta todas as aulas de espanhol e trigonometria e no dia da prova tirar uma boa nota do que Thor comparecer a todas as aulas e passar com louvor nessas disciplinas.

Toc, toc. — Alguém disse e eu olhei para a porta. Steve sorriu a me ver, mas logo sua imagem linda saiu de minha cabeça dando lugar a u bocado de garotos entrando no meu quarto e atropelando ele.

— Terry! Cherry! — Tony disse pulando em minha cama e me fazendo rir.

— Sai de cima dela. — Natasha disse o puxando pelo colarinho. Às vezes na minha imaginação eu via a Natasha como minha guarda costas, era engraçado de se visualizar, a ruiva usando um terno e óculos escuros.

— Larga mulher! Eu sei que meu perfume é irresistível, mas desgruda um pouco. — Provocou.

— Claro, como se esse perfume do Paraguai fosse atrair alguma coisa pra você. Natasha tem bom gosto. — Clinton disse com a sobrancelha arqueada.

— Não precisa me defender, seu idiota! — Natasha o empurrou. Poucos sabiam, mas Natasha gostava do Clinton e eu não entendia o porquê de ela o tratar assim, às vezes eu tinha vontade de dá uma chinelada na cara dela por isso.

— O amor é tão lindo. — Tony provocou. Talvez todos ali, depois de tantos anos, já desconfiassem de que havia algo entre os dois.

— Cala a boca! — Natasha disse socando o ombro do Tony.

— Acho que mais alguns minutos no ventre da tua mãe e tu nascia homem. — Comentou enquanto pulava em minha cama, indo parar do lado oposto ao da Natasha, que o fuzilou com os olhos.

— Isso é cientificamente impossível. — Bruce interveio.

— Agora seria o momento pra você ficar do meu lado Banner. — Tony respondeu mal humorado.

Steve finalmente apareceu revirando os olhos por toda aquela situação, mas não havia jeito, sempre que nos juntávamos não saia coisa boa. Felizmente fizemos aquela promessa quando tínhamos onze anos, sorri comigo mesma, se bem que independente ou não de promessa sabíamos que sempre seriamos amigos.

— Você está bem? — Ele perguntou sentando-se ao meu lado e eu assenti sorrindo.

— Claro que ela está bem, tendo Natasha como enfermeira particular. — Thor comentou. — Ò lá em casa. — Brincou fazendo Natasha arquear uma sobrancelha e Clinton lhe dá um tapa na cabeça. — Au! Depois vocês perguntam por que eu não bato bem da cabeça, talvez seja porque desde que eu era uma criança vocês me espacam.

— Vocês uma ova. — Tony cruzou os braços contra o peito.

— Natasha você quis dizer. — Bruce o corrigiu.

Thor olhou para Natasha que semicerrou os olhos e ele engoliu em seco, mas logo voltou sua atenção para Clinton.

— E agora Clinton. — Respondeu.

— Na verdade eu só te bati por que eu estava mais perto de você do que ela.

— Obrigada. — Natasha agradeceu a Clinton sorrindo ironicamente, mas de repente ela se aproximou dele, que estava com o coração derretido provavelmente pelo sorriso que ele não conseguira notar que fora irônico, e por fim lhe bateu.

— Ai! Por que você fez isso sua louca?

— Eu já disse que não preciso que me defendam e eu não sou louca. — Aquele seria o momento perfeito para ter um música ao fundo e ele seria o som ecoado da garganta de uma leoa, pois logo Natasha estava em cima de Clinton.

— Isso ruiva! Dá um beijo de direita, outro do lado esquerdo, agora na testa, agora no nariz, agora na bo... — antes que Thor terminasse a palavra Natasha o puxou para o chão e ele acabou levando Bruce com ele.

— Ah! Por que vocês não podem agir como pessoas civilizadas e... Hei! Por que você me mordeu? — Pergunto para Clinton, indignado.

— Desculpa, pensei que era a Natasha. — Justificou e eu ri. Não pude deixar de cantar: “Clinton e Natasha sentados numa arvore, primeiro vem o beijo e depois o casamento.” Steve riu ao meu lado.

— E eu lá tenho cara de mulher seu infeliz? — Bruce o socou no tórax.

— Ai!

— Você queria me morder, né? — Natasha questionou e apertou maia a face dele sobre o chão, mas para isso ela teve que se debruçar sobre ele e automaticamente ela empurrou Thor, que estando de joelhos se preparando para levantar, caiu novamente, mas dessa vez por cima de Bruce que permanecia no chão.

— Tony! Socorro, tem uma anta em cima de mim. — Bruce pediu ajuda.

— Já vai. — Tony ao invés de ajudá-lo pulou por cima de Thor.

— Ah! Steve, me ajuda, tem duas antas em cima de mim. — Voltou a pedir por socorro e eu olhei para Steve, ele colocou a palma da mão sobre a testa, fechou o olhos e balançou a cabeça negativamente e eu? Eu apenas rir. Nada melhor do que uma visita noturna dos meus amigos para me fazer esquecer o dia estressante que eu tive.


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Notas finais do capítulo

Haha' Espero que tenham gostado!
FELIZ ANO NOVO MOÇADA!!!! *-*
Beijoos e fiquem com Deus ;**