Quem Somos escrita por Daniella Rocha


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Me perdoem pela demora >< Para quem tiver curiosidade, assim como está na capa, eu imagino Terry como a Debby Ryan ^^ BOA LEITURA xD



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Olhei-me no espelho e aprovei a imagem que ali refletia. Eu usava uma saia rodada preta de couro, ela batia um pouco acima dos meus joelhos, uma camisa de blusa longa marfim com lantejoulas douradas como estampa, calçava um all star preto de cadarço branco e sobre os fios castanhos avermelhados de meu cabelo eu usava um chapéu vinho com uma listra preta. Por fim recolhi minha mochila e sai do meu quarto, desci as escadas e me deparei com a sala vazia, aquilo não havia me surpreendido, pois meus pais, no meio da semana, saiam cedo para ginástica na piscina, na verdade aquilo servia mais para aliviar as dores que meu pai sentia por conta da sua paraplegia. Mas às vezes meu pai ficava em casa descansando enquanto minha mãe corria na praça, ela é bem esportiva, meu pai antes do acidente também era, mas infelizmente a certas coisas na vida que são irreversíveis e temos que aprender a lidar com elas.

Salut amour. — Tony se aproximou cumprimentando-me. Ele amava o fato de eu ter vindo da França, pois comigo ele podia usar e abusar do francês, às vezes o resto do pessoal ficava irritado com a gente, pois por diversas vezes conversávamos assim, quer dizer, ele conversava e eu apenas fazia gestos.

Oi! — Respondi de volta.

— Está tudo bem? — Ele passou o braço pelos meus ombros e caminhamos juntos pelo corredor do colégio, algumas pessoas olhavam para a gente, mais precisamente para Tony.

Tony na verdade era um dos garotos mais populares do colégio por itens importantes, para a sociedade de cérebro pequeno, como, por exemplo, ele era um Stark, ou seja, ele era o herdeiro de Howard Stark, o bilionário, ele era bonito e como se já não fosse o bastante possuía um dos QI’s mais altos da escola, ele e o Bruce viviam apostando sobre quem tiraria a nota mais alta...

— Terry, Tony. — Bruce disse se juntando em nossa caminhada. Em minha primeira aula do dia eu tinha como parceiro os dois, ou seja, eu já podia me garantir em física. Sorri comigo mesma pelo pensamento.

— Cara, você viu o trailer do novo filme que vai ser lançado no cinema? — Perguntou Tony para Bruce.

— Um épico. — Respondeu sorrindo. — Nós vamos assisti-lo, né? Vai estrear hoje.

— Nem precisava perguntar, é claro que nós vamos. Você quer vir com a gente Terry? — Tony me perguntou assim que adentramos a sala e eu sorri, assentindo. Por que não? Seria divertido e no final da sessão iríamos lanchar enquanto eu ouviria Tony dizer os pontos negativos do filme e Bruce tentaria defender os pontos negativos que para ele eram os pontos positivos.

As primeiras aulas da manha passaram e logo estávamos juntos no refeitório, com a exceção de Tony, até Steve estava ali conosco, até porque ele era do último ano e capitão do time de futebol americano, ele normalmente se sentava com o pessoal do time, na verdade ele revezava. Aquilo me incomodava um pouco.

Eu estava um pouco distraída em meus próprios pensamentos, então não sabia ao certo sobre o que Thor, Bruce, Clinton, Steve e Natasha conversavam, mas então a voz da diretora nos altos falantes espalhados pelo colégio chamou minha atenção. Ela dizia que o baile de primavera seria dali duas semanas e muitos alunos comemoraram.

— Ai que ótimo! Vamos ao shopping comprar nossos vestidos Terry! — Natasha disse cruzando seu braço com o meu, toda animada. Natasha amava qualquer tipo de festa, ela era normalmente a primeira a topar ir a qualquer uma que aparecesse e conseqüentemente eu, pois ela me levava junto, não era como se eu tivesse muita escolha, às vezes os olhos azuis dela conseguiam ser realmente intimidantes.

— Será que a Jane vai querer ir comigo? — Thor perguntou enquanto passava os dedos entre os fios do cabelo louro, ele olhava na direção da mesa dos nerds. Foi nítido o olhar que Bruce também direcionou para lá, pois lá estava sentada Betty Ross, a filha do diretor, Bruce e ela eram amigos, mas Betty parecia não conseguir enxergar que Bruce gostava dela mais do que apenas como amiga.

— Você só vai saber se chamá-la. — Steve disse tomando seu refrigerante.

Jane Foster era amiga de Betty, mas diferente de Betty ela sabia que tinha algo rolando entre ela e Thor, mas ela era sonhadora demais para querer abrir mão de algo para ficar com Thor, o que eu quero dizer é que ela não se sentia preparada para estar em um relacionamento, eu sabia disso porque tínhamos aula de dança juntas, não éramos amigas, amigas, mas ela havia comentado aquilo comigo.

— Você já sabe quem vai chamar? — Steve perguntou para Clinton, mas era claro que todos sabiam quem ele ia convidar.

— Claro que eu sei, ela já está até pensando em ir ao shopping comprar um vestido para irmos juntos. — Disse sorrindo para Natasha que revirou os olhos, mas eu sabia que por dentro ela estava saltitando de alegria em ter a confirmação de que Clinton a chamaria. — E você? Vai chamar quem? — Sem que eu tivesse tempo para pensar em algo meu coração já estava acelerado e meu estomago parecia uma floresta cheia de borboletas a solta.

Eu não iria negar e dizer que quando a diretora falou sobre o baile eu não imaginei rapidamente eu e Steve dançando juntos no ginásio ao som de uma música lenta, mas eu tentava esquecer essa fantasia absurda, afinal... bem, afinal... Suspirei. Antes que Steve pudesse responder, uma voz soou o interrompendo:

— Onde está o Tony? — Aquela era Christine Adson, a capitã das lideres de torcida. Assim como eu achava que a sociedade possuía um cérebro pequeno apenas por eleger Tony o garoto mais popular — não que ele não mereça, mas os motivos são estúpidos — só porque ele é rico, eu temia que a mesma sociedade pensasse também que só porque Steve é capitão do time de futebol americano e Christine capitã das lideres de torcida eles tivessem que ficar juntos também, mas pelo que a gente percebia, ela gostava do Tony e para a minha tristeza era Steve quem gostava dela, talvez Steve pertencesse a tal sociedade e era isso que acabava comigo, mas eu não o culpava por me ver apenas como amiga, eu tinha sorte de ele pelo menos me ver.

Era inevitável para eu estar em um mesmo ambiente que Christine e não me sentir arrasada, então me levantei e me preparei para sair, mas eu não tinha notado que ela estava bem atrás de mim e eu acabei esbarrando a cadeira nela, ao me levantar.

— Ah! Garota, cuidado! — Eu me virei para ela e me preparei para sair dali, mas ela agarrou meu braço, nesse instante eu pude ouvir Natasha se mover ao meu lado, assim como Clinton e Bruce, Steve apenas dera um pulo da mesa, pois ele estava sentado sobre ela. Às vezes eu também me sentia sufocada com todo o cuidado que meus amigos tinham comigo, eu era grata, mas às vezes me sentia uma fraca, um inútil que não conseguia se defender sozinha. — Não vai me pedir desculpas?

Eu senti os pelos de meu corpo se eriçarem e meu coração se afundar ainda mais naquele buraco vazio e escuro de tristeza e solidão que sentia haver dentro de mim, mas nada soou mais cruel para mim como o comentário que ela fez logo em seguida, soltando meu braço:

— Ah, é! Sabe que por alguns segundos eu havia me esquecido que você é... — ela se aproximou e arqueou uma sobrancelha, sorrindo maldosamente —... mudinha. — Meus olhos arderam.

— Qual é a tua? — Natasha se levantou e a empurrou, mas nada faria com que as palavras de Christine não tivessem o efeito que tiveram em mim. Assim que me preparei para sair dali outra vez, eu voltei a me esbarrar em alguém, não me interessava quem era, eu só queria sair dali, mas a pessoa não permitiu que eu me afastasse dela e ao olhar para ela me deparei com Tony, ele fez com que eu virasse para trás e olhasse para meus amigos, Christine e todo o resto dos alunos que olhavam para aquela ceninha.

Eu não queria que ninguém sentisse pena de mim, mas eu sabia que era exatamente isso que eles estavam sentindo naquele momento, não era segredo para ninguém que eu não falava desde os nove anos de idade, mas ninguém se atrevia a ser mal comigo, pelo menos não cara a cara, mas aquela era Christine, sempre mostrando que não se importava com ninguém.

— Espera Terry, eu estava mesmo te procurando. — Tony disse, com o volume da voz aumentada para que grande parte das pessoas que estavam ali o ouvissem.

Eu olhei para ele novamente e por trás das lágrimas que queriam escorrer pelo meu rosto, tinha um grande ponto de interrogação.

— Eu gostaria de saber se a senhorita não gostaria de me acompanhar no baile de primavera. — Ele sorriu.

— O que? — Eu ouvi Christine dizer, na verdade, vociferar.

— Eu estava pensando em chamar uma garota, mas de repente percebi o quão enganado estava, pois ao meu lado eu tenho uma pessoa linda, educada, gentil e pura que poderia muito bem me acompanhar ao baile e esse alguém é você. Então, aceita ir ao baile comigo, princesa? — Tony sorriu novamente e a vontade de chorar aumentou. Mas de uma coisa eu não podia duvidar jamais: eu não poderia ter amigos melhores.


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Notas finais do capítulo

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