The Heiress escrita por Mila Abreu


Capítulo 2
Capítulo 1- Meu corvo de estimação.


Notas iniciais do capítulo

Ok, agora sim começa a história. Esse capítulo é meio sem graça, fazer o que?



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Adoraria começar minha narração falando do dia em que salvei o mundo trouxa, ou de quando capturei uma onça pintada e a tornei meu bichinho de estimação, mas não devo contar mentiras...

Eu estava no dormitório da casa Leste (existem 4 casas em Forccinari: Norte, Sul, Leste e Oeste), em Forccinari, refletindo sobre alguma frase de Nietzsche. O cômodo é um lugar aconchegante. As paredes de pedras cinza, cobertas por diversos pôsteres, tornam o lugar fresco, e lembram um clássico castelo medieval europeu. As camas de madeira com cobertores azuis, alinhadas em forma de meia lua tornam o lugar único. A cada novo ano que nesse misterioso quarto entro um frio na barriga me toma. Enquanto pensava, apreciava o clássico cheiro de lavanda mofada, quando uma ave na janela interrompeu meus pensamentos.

Na Forccinari não temos corujas. Elas não se adaptam ao clima tropical brasileiro. Cada aluno tem sua ave típica, como tucanos, araras ou calopsitas. Eu tinha um tucano, mas o dei quando o pássaro de meu primo morreu (após ele dar alguns caramelos explosivos para ele), sem nossos pais saberem. Acontece que desde quando cheguei à escola, um corvo vem na minha janela todo dia. Ele me persegue. Isso não é nada normal, mas eu atualmente, o adotei.

Raven, o corvo, não deveria viver em uma floresta tropical, mas certamente ele tem algo de especial. É como se ele tivesse... Uma alma, uma alma forte. A negra ave pousou em uma janela do quarto, atrás de minha cama, e começou a grasnar. Fui acariciar ele (sim, além de tudo ele era manso), que começou a aninhar em meu braço. Fiquei apreciando a beleza dele. Como eu podia gostar tanto de um corvo? No quarto, o silencio reinava, só se escutava a baixa crocita de Raven. Ele só aparecia quando minhas colegas estavam fora, e eu gostava de ter um tempo com minha ave de estimação. Depois de alguns minutos ele saiu voando, provavelmente indo caçar. Guardei meus livros, e desci correndo as escadas até o salão comunal. Lá, meu primo me aguardava.

Meu primo se chama Bruno. Ele tem 16 anos. Nós crescemos juntos, e somos como irmãos. Ele é daqueles garotos galanteadores e divertidos. Bruno não era da casa leste, era da Sul, mas todo dia a gente se encontrava. Ele era um ano mais velho, mas tinha repetido, e agora nossos horários de aulas eram iguais. Eu o ajudava com os estudos, e ele me animava.

Avistou-me e sorriu. Vestia uma blusa leve verde, ele realmente ficava bonito com aquela cor. Veio até mim, me dando um abraço.

— Bom dia... Pronta para dormir comigo na aula de poções?

— Bom dia. Deixa de ser idiota, vamos ter matéria nova! Lembra? As provas tão chegando!

— Deixa de ser neurótica— Ele bagunçou meus cabelos negros— Tava zoando.

Saímos do salão, e descemos as grandes escadas de mármore até o refeitório, tomar café. O refeitório era gigantesco, cheio de mesas. Em cada mesa, as comidas apareciam, como mágica (quer dizer, por causa da mágica). Eu e Bruno sentamo-nos à mesa de sempre, onde Cristina e Juliano estavam conversando enquanto comiam. Bruno nem sempre sentava conosco. Ele tinha vários amigos, várias garotas, mas mesmo assim eu continuava próxima dele. A Cris e o Ju eram meus melhores amigos. Eles também eram da Leste e tinham a minha idade.

—E ai, dorminhocos? — Cris falou rindo, enquanto penteava com a mão seus lisos cabelos castanhos.

—Alguma novidade, pivetes? — Bruno falou, com seu jeito convencido.

—Nem— Juliano olhou para mim— Lena, a gente tem que fazer aquele trabalho lá. Hoje, pode ser?

— Ok, combinado. Eu pensei em... — Logo meu primo me interrompeu.

— Olha, foi bom falar com vocês, mas to indo. Té mais. — Ele disse se levantando enquanto olhava para o outro lado do salão, onde uma loira gesticulava palavras com a boca, olhando para ele.

Era engraçado ver ele com tantas garotas. Até alguns anos atrás, nós brincávamos de “super heróis e princesas” no meu quarto, onde ele jurava nunca namorar alguém, e hoje em dia ele é um dos maiores pegadores do colégio.

Fiquei durante um tempo conversando com Juliano e Cris, quando escutei um clássico grasno de Raven.

A adrenalina logo percorreu meu corpo, ele nunca havia aparecido em público! Vi um vulto negro voando rápido pelo teto, e então, a ave pousou em meu braço. Ela tinha um pequeno pássaro morto na boca, e em suas afiadas garras havia um pergaminho.

O salão inteiro ficou em silencio. Os professores, sentados na maior mesa, olhavam para mim com intensidade e confusos. A diretora se levantou, para olhar melhor. Não era nada normal um corvo naquele lugar, repito. Peguei e abri a carta, alguma coisa, muito esquisita, estava acontecendo.


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Notas finais do capítulo

Prontinho, ficou chatinho mas espero que gostem :)). Logo posto o próximo!



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