Quando achei que o banho não tinha ajudado em nada desliguei o chuveiro e fui me arrumar, primeiro o cabelo –extremamente embaraçado- desisti de pentear quando olhei para o radio relógio, eu tinha menos de 2 minutos.

Corri até o meu quarto enrolada na toalha de banho e abri o meu armário sem ter muita certeza do que pegar , afinal hoje estava calor em uma cidade aonde ninguém sabe o significado da palavra calor e eu iria tomar banho em uma cachoeira .

Peguei a minha velha blusa regata e um short que fazia séculos que eu não usava, peguei minha bolsa, desci as escadas as pressas e quando estava descendo vi que não tinha sinal algum dele. Primeiro eu pensei ter ganhado até chegar ao último degrau e virar a cabeça em direção a sala.

Lá estava ele. No único sofá da sala pequena de estar com uma pequena janela que era penetrada por fortes raios de sol que tinham reflexo imediato em sua pele . Ele estava me esperando.

Me esperando , Me esperando, Me esperando.(coloquei essa frase repetitivamente na minha cabeça) lindo, perfeito, uma perfeita cópia de uma estátua de Adônis.

-Oi . – ele falou sorrindo da vitória.

-Oi ,como estou? – Foi só o que consegui pensar para fazer ele se distrair e não comentar que ele tinha ganhado a aposta.

 -Bom. Simples. Natural. Adequado…-logo depois do seu  sorriso de tirar o fôlego e perder a linha de raciocínio ele concluiu a frase - Sexy

Depois de visualizar a minha roupa eu não pude deixar de notar que ele demorou mais que o necessário em algumas partes, e isso fez meu coração disparar mais que o normal, provavelmente ele deve ter ouvido o martelar acelerado do meu coração e rapidamente olhou nos meus olhos e abriu um sorriso,mas não como se ele estivesse sorrindo por felicidade ou por simplesmente rir  e sim como se naquele momento naquele gesto nós estivéssemos repartindo um segredo , um segredo ao qual ninguém teria acesso e ninguém nunca saberia . Seria sempre uma coisa entre nós dois e ninguém mais , uma coisa que tal poder fez com que eu tivesse vontade agora de atravessar a sala de estar e correr para os braços dele e sentir o seu cheiro doce e saboroso. Antes que essa vontade virasse realidade ele me interrompeu desviando o olhar e olhando para a janela.

-Vamos? O sol está perdendo a força a cada minuto que passa. -Disse ele de forma preocupada e enrugando a testa.

-Claro.-Eu murmurei

-A propósito, eu ganhei – Disse ele risonho enquanto abria a porta da frente.

- HÁ – eu suspirei.Pensei em mostrar a língua como uma criança de três anos, mas controlei a vontade.

-Então vai me deixar dirigir? – Eu disse enquanto andávamos em direção ao volvo.

- Você quer dirigir o volvo idiota e reluzente? – Disse ele fingindo uma cara de espanto.

-Claro… mas só se você deixar. -Levantei uma das sobrancelhas pra mostrar a falsa duvida. 

-Esta bem, mas já vou avisar talvez você se assuste quando apertar o acelerador. – Disse ele rindo enquanto abria a porta do motorista pra mim.

Quando entrei no carro já senti muitas diferenças.

Primeira: O banco de couro era tão macio e confortável que eu me sentia flutuando.

Logo depois que ele me passou a chave do carro e eu a coloquei senti alguns arrepios e não pelo toque da mão gelada em mim, e sim pelo fato deu estar com medo, muito medo de destruir o carro ou algo do gênero.

Esperei ele entrar e pisei no acelerador sem pensar — a forma normal que eu teria pisado pra fazer a minha velha caminhonete Chevy sair do lugar - Com o motor urrando como uma pantera, o carro saltou rapidamente pra frente que o meu corpo bateu em direção ao pára-brisa e voltou com força no banco de couro preto.

-Arg! - Eu resfoleguei enquanto procurava pelo freio. Usando a cabeça, eu apenas toquei no pedal. O carro parou completamente mesmo assim.

Quando ouvi um som de risada descontrolada olhei para o lado e vi Edward tendo um surto de risos por causa da minha pequena experiência -Quase nenhuma - com carros modernos.

-Do que você esta rindo? – Disse com muita raiva e olhando para ele com um olhar furioso e maléfico.

 -De você, Oh Bella, por favor, deixe-me dirigir! – Disse ele ainda rindo de mim.

-Não ,desistir nunca. Afinal ainda tenho meus planos e um deles e aprender dirigir essa coisa. -De forma teimosa continuei. 

Eu gentilmente baixei um centímetro do acelerador, e o carro seguiu em frente novamente.

-Planos?- Ele perguntou se desviando da direção que o carro tomava e olhou pra mim com furtiva curiosidade.

-Bem… Eu tenho alguns… Planos, por assim dizer.

-Hmm, e quais são eles?- Ele falou com calma e curiosidade.

-Não se preocupe você esta em absolutamente todos eles. -Eu falei olhando para frente e tentando manter o carro em linha reta e andando a 50 Km/h.

-Hmm,assim espero.-Edward olhou pro velocímetro e sorriu- sabe meu carro é mais rápido que a sua picape… acho que você poderia dirigir um pouco mais rápido. – Disse ele saindo do assunto e notando a minha dificuldade de manter o carro andando.

-Você quer dirigir, por acaso? – Perguntei aliviada que ele já tivesse esquecido a minha teimosia de dirigir.

-Claro… –acrescentou ele- mas achei que você quisesse dirigir.-Ele perguntou sorrindo.