Beleza Perpétua escrita por Ruby Raiff


Capítulo 20
O mistério ocular


Notas iniciais do capítulo

Dois meses depois eu estou de voltaaaa... Eu comprei um notebook novo, então agora posso escrever melhor e mais rapido. Rezem pela minha inspiração ser boa em Naruto, pois tenho duas fanfics em reta final aqui no word e outras pela metade.
Por Kami, tenho que terminar. Essa aqui ainda está meio longe de terminar, mas vamos que vamos né.

Enjoy



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 O Hokage tinha ficado frustrado. Os rapazes sabiam daquilo, mas ele tinha as mãos tão atadas quanto as da dupla Uchiha. Kumiko sumira sem deixar rastros, apenas um bilhete que não dissera muito nem aos dois usuários do Sharingan. Os rapazes esperaram o anoitecer num silencio imperturbável, eles sabiam que o Hokage também aguardava para lhes dar a ordem por procurar novamente na casa de Kumiko. 

A ordem só veio próximo das dez da noite.  

Eles seguiram pra casa da ruivinha, Shisui ainda se perguntava por que Itachi parecia tão afetado por tudo aquilo. A verdade é que o primogênito dos Uchihas via uma mistura de si mesmo e de Sasuke naquela menininha, ela tinha a inocência de seu irmãozinho e tinha sua sabedoria e maturidade. E era uma combinação muito perigosa no mundo ninja. Ele detestava ver a garota passar por tantos traumas.  

Eles abriram todos os cômodos, deixando o quarto dela por último sem nenhum motivo especifico, ao entrar eles encontraram a menininha deitada na cama. Itachi avançou pelo cômodo e a virou de barriga pra cima, puxou a pálpebra dela e confirmou sua suspeita. Inconsciente. Ela tinha vestígios de lagrimas e de suou no rosto, seus cabelos pareciam meio embaraçados e tinha um que de sofrimento em suas feições.  

— Algo aconteceu de grave com ela. – Itachi disse e pode sentir a alteração de chakra de Shisui enquanto ele ativava o sharingan. 

— Ela parece normal. – Shisui disse levianamente, Itachi o ignorou. Ele observava a face de Kumiko. Se tivessem a machucado ele seria capaz de ir ao inferno pra fazer a pessoa responsável pagar. Aquele instinto protetor o surpreendeu um pouco, ele não sabia que tinha tanto afeto pela menina. –Vamos para casa, Itachi. Essa menina vai dormir a noite inteira, amanhã checamos ela novamente e vamos descobrir o que houve.  

— Vá você. Eu vou ficar. – Itachi respondeu sem olhar para o primo. Shisui olhou estranhamente pra o primo, mas assentiu. Ele não era o tipo de pessoa que questionava muito, então deu as costas e saiu do complexo Uzumaki. O Uchiha mais velho observou o complexo enquanto saia e se perguntou como uma menininha conseguia morar sozinha naquela vila deserta.  

Já o mais novo velou pelo sono de Kumiko por horas, mas com o passar do tempo a expressão da menina começou a demonstrar sofrimento com mais intensidade. O brilho de suor e lagrimas no rosto dela o preocupava, mas ele teria que descobrir quando ela acordasse. Mais alguns minutos e ela começou a apertar as mãos no lençol e estremecer. Sonhando. Tendo um pesadelo, pelo visto.  

— Não! – Kumiko gritou abrindo os olhos repentinamente. Itachi teve a impressão de ter visto eles mais arroxeados do que eram, mas foi só um momento. Ela sentou repentinamente, os olhos vasculhando os pulsos e passando pelas pernas. Ela tocou o rosto, a boca e os olhos... Parecia desesperada. Ela virou os olhos pra Itachi e pareceu desesperada, enfim. As lagrimas correram pelo rosto e ela se lançou contra o sensei, chorando violentamente e tremendo. Itachi a embalou como faria a um bebe, que não era muito distante do que ela era... Como costumava embalar Sasuke quando ele chorava. Só que Sasuke nunca chorara daquele modo. 

— O que fizeram com você, Kumiko? – Itachi sussurrou mais pra si mesmo do que pra ela, mas ela gaguejou algo incompreensível pelo choro. – Shh, não precisa falar nada.  

— Me – Meus... M-meus olhos... – Ela choramingou e Itachi a afastou para encarar os olhos azuis perolados, mas não havia nada de anormal neles. O Uchiha ativou o sharingan, mas não parecia haver nada de incomum nos olhos dela. – Ele... Ele operou meus olhos. Doeu tanto, tanto... Fiquei... – Kumiko voltou a choramingar por um tempo, mas Itachi não a interrompeu. Ela teria que prestar contas sobre o que ocorrera de qualquer modo. – Cega. Por um... por um tempo. Ele fez algo nos meus olhos.  

— Não parece ter nada de errado com seus olhos, Kumiko. – Itachi respondeu tentando entender o que poderiam querer com os olhos dela. Kumiko não possuía doujutso ou qualquer coisa do gênero, a única habilidade estranha tinha sido aquela coisa com a arvore, mas seus olhos não refletiram nada naquele dia.  

— Eu não imaginei, Itachi – sensei! Eu juro! – Ela parecia muito assustada pra colocar a veemência correta naquelas frases. – Eu não conseguiria imaginar toda aquela dor...  

Seja lá o que tinham feito nela fora a sangue frio e o ódio cresceu em Itachi. Ele definitivamente iria caçar quem tinha feito aquilo e iria matar o maldito... Mas naquele momento ele voltou a embalar Kumiko a instruindo para que esquecesse aquilo por hora e voltasse a dormir. 

    [...] 

Kumiko acordou com o barulho de pássaros e ao ter consciência olhou em volta. Corou violentamente ao ver o sensei deitado na cama dela parecendo tão adormecido quanto ela estivera anteriormente... Ele tinha ajudado tanto! Não pode se impedir de sentir uma admiração absurda e uma gratidão enorme por ele, assim feito ela saiu da cama e se dirigiu a cozinha. Não sentia fome, mas sabia bem que não comera nada desde que fora levada. A pequena ruivinha colocou coisas básicas para fazer e pegou um caderno. Detalhou o máximo possível tudo que acontecera a ela e todas as informações que se lembrava, sentia a memória desvanecendo e apenas a dor excruciante ficando como recordação. Não queria correr o risco de não ter informação alguma sobre o que ocorrera.  

Ela sabia ter ouvido o nome do cirurgião, mas não conseguia lembrar. O que raios deram a ela?!  

—Você ainda consegue lembrar de muito. – A voz de Itachi comentou sobre o ombro dela aparecendo na cozinha. Kumiko corou frente ao olhar do sensei, que sabiamente ignorou o fato daquela menina ter vergonha de tudo e todos. – Existe um soro que dão em torturas para poder mostrar os rostos e fazer tudo muito pior. A memória desvanece lentamente das últimas 24 horas antes da ingestão... Nomes de pessoas, locais e detalhes de rostos serão completamente apagados de sua memória. Deve ter tomado a pouco tempo para ainda lembrar de tudo isso.  

— Essas informações não nos levam a nada. – Ela suspirou incomodada e voltou a onde a sopa de arroz e o chá que fazia cozinham. Não queria que o sensei visse o medo no rosto dela ao relembrar aquele tempo que passara, mas Itachi sabia bem que aquilo quebrara Kumiko de uma maneira irreversível.  

— Mas ajudam. – Itachi respondeu e observou curiosamente ela na cozinha. – Você é muito pequena pra cozinhar, Kumiko.  

— Eu aprendo fácil. – Ela falou, parecendo aliviada do assunto ter saído do tema do sequestro. Ele observou a garota montando a mesa da mesma maneira que a mãe dele sempre fizera e franziu o cenho... Aquilo definitivamente não era comportamento de uma menina que mal saíra de um bebe.  

Itachi nunca subestimou Kumiko como ninja, mas saber que a genialidade dela ia além das técnicas o deixava surpreso.  

— Eu posso levar suas anotações ao Hokage? Imagino que se for tudo do que se lembra não haverá motivos para ele lhe interrogar sobre o fato. – Kumiko anuiu e indicou que ele sentasse.  

Ela cozinhara misso de vegetais, peixe com shoyo e arroz com wakame. Além colocou um pouco de chá verde em copos pra ambos, o garoto agradeceu pela comida e se dispôs a comer.  

—Como aprendeu a cozinhar? – Perguntou vendo o olhar perdido da ruiva enquanto comia. Ela certamente ainda estava com a historia do sequestro na mente.  

— Eu observava Karya cozinhar, depois Amane-san... Eu as observei fazendo serviço da casa também, então seis meses depois que cheguei pedi ao Hokage que dispensasse a ajuda da Amane – san. Me viro sozinha desde então... Comprei alguns livros de receitas também. – Ela corou um pouco enquanto respondi e Itachi se conteve pra não sorrir.  

    Kumiko era uma graça.  

    [...]  

— E então? – Mikoto fora encontrar Itachi no hospital. O menino encolheu os ombros.  

— O Hokage pediu que ela fosse analisada pelos médicos, ainda não sei se acharam algo... – Mikoto suspirou e o garoto se perguntou o porquê da preocupação da mãe – Você e a mãe dela eram tão próximas assim? 

— Bastante. Kushina tinha o gênio bem forte, então não lidava bem com a maioria das garotas da nossa idade. Eu fico preocupada com os filhos dela, mas não há muito o que eu possa fazer pelo menino, Naruto. Todavia, sendo que tive a sorte de você ter Kumiko por pupila... Por que não? – A mulher tinha um sorriso entre o triste e o gentil.  

— Compreendo. – Murmurou olhando pro chão. – Oka-san? 

—Sim?  

— Ela é muito diferente das outras crianças... Diferente do Sasuke e do irmão dela. Por quê? – Mikoto sorriu ternamente pro filho e passou os dedos pelos cabelos finos de Itachi.  

— Cada um evolui de um jeito e no seu próprio tempo. Alguns são mais devagar, outros normalmente, alguns vão mais rápidos que outros, querido. É normal acontecer. Kumiko é assim e você também. Ou espera que ser Jounnin aos dez anos seja normal? – Itachi anuiu e então observou o corredor no momento em que uma medica morena vinha acompanhando uma Kumiko encolhida.  

—Itachi-san... – Itachi não fazia a menor ideia de quem era aquela medica, mas fora a pessoa instruída a cuidar de Kumiko. – Eu mandarei um relatório ao Hokage sobre o caso dela, mas como você é o sensei imagino que seja prudente informa-lo. Ela passou por um procedimento nos olhos muito complexo, uma transfusão de essência... Foi bem feito demais, porém é recente o suficiente pra deixar rastros. Não sabemos por qual essência foi trocada, portanto os olhos dela são instáveis. Pode ter sido guardado ali qualquer jutso.  

—Não há como desfazer? – Itachi questionou e a medica negou.  

—Não sem deixa-la cega permanentemente, mesmo assim eu não teria como ter certeza de que anulei totalmente apenas retirando a essência. Teria que fazer a retirada de todo o globo ocular, entende a gravidade? Por ser um usuário do Sharingan imagino que seja o mais indicado para supervisionar esse caso, mas previno cautela. O inimigo pode ter posto qualquer coisa ali. – Ele assentiu e observou a mulher dar as costas.  

Sequer olhara pra Kumiko ao fazer isso ou ao dar todas aquelas explicações.  

—Kikoe-san me da calafrios. – A menininha sussurrou parecendo angustiada.  

Itachi ia responder, mas viu a mãe se abaixar ao lado da menininha e passar a mão no cabelo dela da mesma maneira com que fizera no filho momentos antes.  

—Não se importe com aquela moça mau humorada, Kumiko-chan. Eu sou Mikoto, a mãe do Itachi... Alguém já te disse que você é idêntica a sua mae? – A menina encolheu os ombros e corou intensamente – Mas é muito mais fofa.  

—Obrigada, Mikoto-sama. – Kumiko sussurrou baixinho.  

Itachi deu um sorriso mínimo. Ao menos sua mãe parecia saber como fazer Kumiko parecer uma criança normal novamente. Era bom ver a garotinha daquele jeito, apesar de saber bem que as marcas do que ocorrera naquela madrugada ainda iriam perturba-la muito. 


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